Tópicos | Mulher de Negócios

Por muito tempo, boa parte da população feminina ficou estacionada em apenas um estilo de vida: crescer, casar, ter filhos e ser dona de casa. Mesmo que de maneira lenta, esse cenário mudou e através da troca de informações e conhecimentos, as mulheres vêm conquistando independência em diversos âmbitos da vida, em especial a financeira. Mas isso não quer dizer que as responsabilidades com a casa e família ficaram para trás, e sim que cada vez mais mulheres buscam acrescentar, em sua rotina, negócios que resulte em uma grana extra e até em uma renda para se manter. 

As transformações sociais e econômicas têm provocado mudanças no perfil do empreendedor brasileiro que atualmente, além de homens adultos, engloba jovens e mulheres. Mônica Salgado, profissional da área de estética com especialização em depilação à cera, relata que empreende desde o ano de 2015 e essa carreira tem gerado mais que um lucro adicional.

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 “Tudo iniciou com um curso gratuito oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Atuo na área de depilação à cera com atendimento domiciliar por ainda não ter focado em abrir negócio físico, mas também pela flexibilidade de poder fazer meus próprios horários e não ficar presa ao trabalho, além de dar o mesmo nível de atenção aos meus familiares. O máximo que cheguei a lucrar foi em média R$ 1.500 e o mínimo R$ 500, a lucratividade é bem relativa, vai de acordo com a quantidade de clientes”, revela Mônica. A profissional ainda comenta que optou por empreender pelo fato de ter sido na mesma fase em que esteve grávida e não queria parar de trabalhar e nem ser ausente no crescimento do filho. 

Levantamento realizado pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora, na pesquisa “Empreendedorismo no Brasil: Um recorte de gênero”, mostra que mulheres procuram predominantemente abrir um negócio pela flexibilidade de horário e por necessidades, enquanto homens são motivados por renda extra e vocação. Esta diferença entre necessidade e oportunidade tem grande influência sobre a estruturação do negócio e suas chances de sucesso.

O último levantamento nacional em relação ao quantitativo de mulheres empreendedoras, realizado pelo instituto, foi em agosto de 2019 e identificou que 59% das mulheres que empreendem são casadas e 52% têm filhos. A pesquisa ainda mostra que a maioria delas inicia um negócio depois dos 30 anos de idade.

Além de serviços com atendimento a domicílio e feitos por conta própria, existem diversos negócios em que mulheres se unem para iniciar um empreendimento, como é o caso do estúdio 'Medusa Body Art', localizado na Rua José de Alencar, Edifício Ambassador, nº 44, 8º andar, bairro da Boa Vista, área central do Recife. Composto por quatro mulheres e fundado pela Body Piercer Hadassa Quirino, o ambiente oferece serviços de aplicação de piercing e tatuagens.

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As tatuagens são feitas por Eduarda Oliveira, Bruna Nascimento e Sarah Bernardes. “Na maioria das vezes os estúdios que se aplicam tatuagens são compostos por homens, mas com o passar do tempo, mais mulheres começaram a se interessar por esse mundo e buscaram entender um pouco mais de como funciona essa arte. Já cheguei a ouvir ‘Nossa, eu não confiaria em uma mulher me tatuanto’. Mas hoje em dia percebo que a procura de homens pelo meu trabalho é bem razoável.” comenta Bruna Nascimento, uma das sócias do espaço.

Medusa Body Art foi inaugurado há cerca de três anos. A chave para o negócio iniciar foi pelo fato da co fundadora Hadassa Quirino sentir a necessidade de sair do ambiente em que trabalhava onde a maioria dos funcionários era de homens. “No meu antigo ambiente de trabalho não sentia que minha opinião valia alguma coisa, a minha voz não tinha vez. Muitas vezes, chegavam conversas um pouco chatas, não falavam diretamente para mim e essas pequenas coisas foram virando uma grande bolha, e foi aí que coloquei na minha cabeça que queria um estúdio formado apenas por mulheres”, relata a profissional. 

Esses e outros fatos ocorrem constantemente de diferentes formas na vida da mulher presente no mundo dos negócios. É uma luta diária e que a sociedade ainda busca se reeducar a entender que o sexo feminino é capaz de ter sucesso e conseguir o que realmente quer com as próprias ideias, esforços e conhecimentos. 

“Em comparação aos homens, as mulheres começam a empreender bem mais cedo, isso ocorre porque existe um empreendedorismo por necessidade, então acaba que elas iniciam um negócio mais jovens, muitas vezes atendem a domicílio e com carga horária de trabalho menor, por ter outras atividades para cumprir”, destaca a economista Sylvia Siqueira. 

O LeiaJá entrou em contato com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para saber o quantitativo no Brasil e especificamente no Estado de Pernambuco de mulheres que empreendem. O último levantamento realizado pela instituição foi no ano de 2018.

De acordo com os dados informados, o país contou com 9,3 milhões de mulheres empreendedoras, em que 1.255,1 milhões trabalhavam empregadas e as outras 8,1 milhões por conta própria. Já para o Estado de Pernambuco, a pesquisa apontou 380,4 mil empreendedoras, em que 43,9 mil são empregadas e 336,5 mil trabalhavam por conta própria.  

O Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, iniciativa do Sebrae, recebeu mais de 5,4 mil inscrições. A seleção tem por objetivo selecionar e premiar a história de mulheres empreendedoras. A vencedora desta edição será conhecida em março de 2013, em Brasília.

A seleção já entrou na primeira fase, quando são reconhecidos até três relatos de empreendedoras de cada estado. As candidatas que participam da seleção têm mais de 18 anos e concorrem em três categorias: pequenos negócios, para as donas de micro e pequenas empresas; negócios coletivos, para membros de cooperativas e associações de pequenos negócios; e microempreendedora individual (MEI), para quem trabalha por conta própria de forma legalizada e tem renda anual de até R$ 60 mil.

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A vencedora do prêmio vai levar uma viagem a um centro internacional de empreendedorismo. Já as mulheres medalhistas, ganharão uma viagem nacional com direito a um curso de capacitação.



Mulheres empreendedoras, que sabem trabalhar com negócios e que são um grande exemplo de luta, coragem e dedicação. Essas são algumas das características das finalistas do Prêmio Mulher de Negócios, edição 2011, realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Pernambuco. O evento ocorreu na tarde desta terça-feira (7), em um espaço de recepções localizado no bairro das Graças, no Recife.

O objetivo do prêmio é o de selecionar e premiar relatos de vida de mulheres empreendedoras de todo o estado de Pernambuco. Além disso, outra intenção do Sebrae é fazer com que as histórias das trabalhadoras sirvam de exemplos para outras mulheres. De acordo com a assessoria de comunicação do Sebrae, ao longo do ano passado, 191 mulheres enviaram relatos de empreendedorismo ao Sebrae para concorrerem ao prêmio. Dessas, 13 foram selecionadas como finalistas. As participantes são de várias cidades do interior do Estado e do Recife.

“Foram diversos setores que participaram do prêmio, dentro do âmbito das micro e pequenas empresas. Uma comissão julgadora formada por integrantes de instituições comerciais e do Sebrae analisaram os relatos e selecionaram as finalistas”, contou Roberto Moreira, gestor do Mulher de Negócios. Todas as finalistas receberam um certificado de participação no evento e a primeira colocada recebeu um troféu.

Irene Souto (foto) foi a vencedora do prêmio na edição do ano 2010. A empreendedora trabalha no segmento de restaurantes, na cidade de Ouricuri. Para ela, a premiação representou uma grande mudança em sua vida. “O Mulher de Negócios tem uma repercussão muito boa para quem participa e, principalmente, para quem é vencedora”. Segundo Irene, as mulheres nunca devem desistir dos seus negócios. ”Acreditem no seu potencial. Vale a pena empreender, nós só temos a ganhar”, frisou a trabalhadora.

Uma das finalistas deste ano foi Maria Aparecida Gomes, do município de Porção. Ela atua com artesanato de tecidos e disse que estava muito feliz por estar entre "as melhores". “Estou muito emocionada, pois venho de uma terra distante e consegui sucesso. Só de estar aqui já é muito bom”, contou sorridente.

A grande vencedora desta edição foi Bernadete Vieira de Almeida, da cidade de Cabrobó. A empreendedora trabalha com o comércio de móveis e contou que não esperava ser a primeira colocada. “Eu não estava esperando por isso. Nunca imaginei estar aqui. Agradeço muito a minha equipe e ao Sebrae”, falou. A vencedora também destacou que lutou bastante para desenvolver um bom negócio. “Comecei de baixo e batalhei muito. Sei que agora sou um exemplo para outras mulheres e peço a elas que nunca desistam”.

“Essas mulheres empreendedoras desmitificam a história que as mulheres dependem demais dos homens. Hoje em dia, as figuras femininas estão dirigindo grandes empresas. Esperamos que apareçam muito mais trabalhadoras”, disse Maria Cândida Moreira, diretora administrativa financeiro do Sebrae.

De acordo com a assessoria de comunicação do Serviço, a campeã disputará a etapa nacional que será realizada em Brasília/DF. A data dessa fase ainda não foi definida.

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