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Um senador chileno chamado Alejandro Navarro vai propor no Congresso um projeto de Reforma Constitucional bastante polêmico. Ele quer criar “a Lei Bolsonaro” com o objetivo de que os que anseiam em conquistar uma vaga na eleição não perpetuem fake news em redes sociais e de forma geral, caso contrário não poderá continuar na disputa. 

De acordo com Navarro, a reforma irá sancionar uma nova forma de fazer política. Ele também ressaltou que um presidente da República deve ser um líder que triunfa sem “trapacear” no debate político e nas urnas. “Do contrário, ganhará o que mente mais, aquele que tem mais acesso a desinformações por meio das redes sociais, o que encontre mais empresas de marketing político para manipular a informação e entregar conteúdo falso de maneira deliberada. Isso não é viver em uma saudável democracia”, justificou.   

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A reportagem produzida pelo Fayer Wayer também destaca que Bolsonaro não seria o único a ter utilizado “técnicas duvidosas e espalhado notícias falsas” citando uma situação ocorrida com o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando ele teria sido acusado de usar o sistema Cambridge Analytica. 

Após uma reportagem da Folha de S.Paulo que denunciou um suposto esquema  envolvendo empresas que apoiariam Bolsonaro e que estariam contratando serviços com valores milionários para divulgarem fake news contra o PT, muitos políticos brasileiros criticaram o candidato. O senador Humberto Costa (PT) chegou a dizer que poderia solicitar a cassação da chapa comandada pelo capitão da reserva. 

 “Outra coisa importante aí é que está se divulgando por intermédio desses disparos, mentiras, notícias falsas assim como aconteceu na Inglaterra, assim como aconteceu nos Estados Unidos e em várias outras eleições e decisões políticas da população”, lamentou o petista. 

"Vossa Excelência deverá afastar-se, a partir desta data, da Presidência do Tribunal Regional Eleitoral, a ser assumida, por ora, pelo desembargador Mathias Coltro, atual vice presidente dessa Corte", escreveu o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori, no ofício 388/12, de 31 de maio, encaminhado a Alceu Navarro, presidente do TRE.

A correspondência revela que Sartori, de fato, ordenou a saída do presidente do TRE e ainda impôs a nomeação do novo mandatário da Justiça eleitoral, Mathias Coltro. Na sexta feira, depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anulou a queda de Navarro, o presidente do TJ apresentou nova versão. "Nossa decisão foi no sentido de afastá-lo (Navarro) da jurisdição comum, não houve intenção de afastá-lo do Tribunal Eleitoral."

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"Não vou me acovardar e não vou sair", desafiou Navarro, nesta segunda, em Brasília. Ele é citado no escândalo dos pagamentos milionários no TJ, entre 2008 e 2010, quando presidiu a Comissão de Orçamento do TJ.

Não foi apenas a Navarro que o presidente do TJ comunicou a determinação categórica de afastá-lo do TRE. Ao vice do TRE e à ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, ele reiterou. "Alceu Navarro foi comunicado de que deverá afastar-se, a partir desta data, da presidência do TRE, a ser assumida, por ora, por Vossa Excelência, atual vice-presidente dessa Corte", escreveu ao desembargador Mathias Coltro em 30 de maio, ou seja, um dia antes de informar oficialmente a Navarro sobre a decisão.

Na carta à ministra, Sartori diz que "os graves fatos que ensejaram a instauração do processo disciplinar, no entender do Órgão Especial, obstam sua permanência no exercício da Presidência do TRE, pela natureza dos poderes e deveres administrativos inerentes a esse cargo".

Sartori cravou. "Reputou-se manifesta a incompatibilidade entre as infrações disciplinares que lhe são imputadas, enquanto membro da Comissão de Orçamento do TJ, e os deveres de relatar as tomadas de contas de verba federal e estadual; aprovar e encaminhar ao TSE a proposta orçamentária e plurianual e solicitar abertura de créditos suplementares; ordenar o empenho de despesas e autorizar pagamentos dentro dos créditos distribuídos; conceder vantagens e benefícios aos servidores e conceder diárias."

À ministra do TSE, o presidente do TJ paulista foi taxativo: "Sobre o presidente de uma corte eleitoral que em breve supervisionará os trabalhos das eleições municipais de São Paulo, não pode recair a mais tênue dúvida sobre os seus deveres de probidade e de manter conduta irrepreensível". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Agarrado ao detalhe de que formalmente ainda não havia sido notificado da decisão do Tribunal de Justiça que o afastou da presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, por suspeita no escândalo dos contracheques milionários da toga, o desembargador Alceu Navarro abriu a sessão da corte nesta quiinta, às 15h36, para uma extensa pauta de julgamentos. Mas o procurador regional eleitoral, Pedro Barbosa Pereira Neto, tomou a palavra e calou o plenário de 7 magistrados.

"Espero que os juízes que envergam essa capa de magistrado ajam com desassombro, com coragem jamais exigida dos senhores, porque ou bem esse tribunal toma providências que precisa tomar, para garantir a plenitude da jurisdição desse TRE em tempo de eleição e em tempo de Ficha Limpa, ou viveremos situações de raríssimo constrangimento nessa corte."

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Navarro resiste ao decreto do Órgão Especial do TJ, que contra ele abriu processo disciplinar por suposta administração paralela entre 2008 e 2010, época em que presidiu a Comissão de Orçamento. Naquele período recebeu créditos antecipados de R$ 640 mil, a título de verba acumulada por férias e licença-prêmio. Alegou graves problemas de doença em família. Na quarta-feira, o colegiado do TJ decretou seu afastamento.

"Esse tribunal é uma nau à deriva, sangra dia a dia", alertou Pereira Neto. "Invoco ao dr. Alceu grandeza nesse momento de pensar, antes de tudo, na jurisdição desse tribunal, na honorabilidade da Justiça eleitoral. Defenda-se, dr. Alceu, defenda-se das acusações que lhe são increpadas, mas não em detrimento da jurisdição dessa corte eleitoral."

O procurador advertiu para um aspecto de ordem legal que pode transformar em peça nula todos os feitos julgados sob a tutela de Navarro a partir de agora. "É tão radical essa situação que a Resolução 135 do Conselho Nacional de Justiça estabelece que, afastado das funções, o magistrado sequer pode utilizar carro oficial, sequer pode se valer das prerrogativas do cargo."

Navarro, mesmo assim, deu início à sua rotina de julgador. "Vou me abster de fazer comentário a respeito da decisão do TJ, porque como magistrado há quase 40 anos acho que decisão judicial ou se cumpre ou se recorre."

Adiamento

A sessão foi interrompida quando ele pôs à votação julgamentos em bloco sobre filiação partidária. O vice-presidente e corregedor do TRE, Mathias Coltro, sugeriu. "Eu queria pedir o adiamento de todos os processos que estão em julgamento, indistintamente." "Me parece que esse entendimento é unânime", declarou Navarro, às 16h04. "Os relatores estão pedindo retirada de pauta por uma sessão. Vou adiar todos os processos para evitar maiores problemas. Está terminada a sessão."

A assessoria de imprensa do TJ informou que o comunicado oficial sobre o processo administrativo foi enviado à tarde ao gabinete de Navarro, informando-o sobre seu afastamento cautelar e disciplinar do exercício da jurisdição comum e das funções eleitorais. Cópia da carta seguiu para o CNJ e para o Tribunal Superior Eleitoral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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