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Datas comemorativas, presentes de aniversários ou aquele item irresistível na prateleira podem ser os grandes vilões do bolso dos brasileiros. Uma pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL) traçou o perfil de inadimplência na cidade e constatou que um fato que não havia se repetido desde dezembro de 2013: a maioria dos consumidores entrevistados sabe quanto de sua renda está comprometida com pagamento de dívidas. 

Os dados apontam que 38% dos entrevistados afirmaram que entre 31% e 50% de sua renda estão destinados a quitar débitos; 22,7% dos negativados têm entre 51% e 80% de sua renda comprometida em função de dívidas; e apenas 3,8% não têm noção do percentual comprometido. 

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Segundo Eduardo Catão, presidente do órgão, apesar de parecer positivo este tipo de preocupação por parte dos inadimplentes, o comprometimento da renda ainda é superior ao recomendado: 30%. A análise aponta que os débitos referentes a cartão de crédito somado a cartão de loja permanecem como os mais citados entre os negativados (50% do total). Outra modalidade de crédito bastante mencionada foi a inadimplência em carnê de loja, que cresceu 11,4 pontos percentuais em relação a abril, chegando a 13,4%.

O desemprego é outro fator apresentado por agregar ao crescimento da inadimplência com a 33,7%, enquanto em abril era de 24,3%. O aumento pôde ser comparado com o número apresentado em setembro de 2015: 28%. Na sequência, a falta de planejamento/descontrole aparece como motivo do aumento dos negativados, com 21,1% dos casos. 

Na sequência está a diminuição de renda. Seu crescimento foi superior ao triplo em um ano, saindo de 5% em setembro de 2015 para 17,7% nesta edição da pesquisa. 

A má gestão financeira pode ser vista em outros índices apontados na pesquisa, como é o caso do aumento dos consumidores que foram negativados ao menos uma vez. Esse público apresentou um total de 85,2%, um crescimento superior a 37% se comparado ao mesmo período do ano anterior. Diante desse dado, a análise feita pela CDL consta que o cenário econômico tem levado muitos consumidores a ficarem em situação de inadimplência de forma recorrente.

Já quanto à forma de sanar as dívidas, os consumidores apontaram em primeiro lugar a procura pelos credores a fim de realizarem um acordo como parcelamento do débito. A segunda alternativa apontada foi o corte de gastos domésticos, lazer, objetos pessoais e fazer trabalhos extras a fim de honrar os pagamentos. 

Realidade financeira

Mais de 40% dos negativados apontam que seus débitos são superiores ao que ganham, ou seja, grande parte dos consumidores gastam mais do que podem pagar com o salário que recebem. De acordo com a Câmara, esse é um grande empecilho para a regularização da condição de endividados. Já 28,2% dos inadimplentes, apontam como entrave a dificuldade de negociar com as empresas.

Quase 64% dos endividados ainda apresentaram outra realidade. Essas pessoas apontaram que realizaram o pagamento das dívidas, não houve sobras e ainda permaneceram negativados. Apenas 5,3% dos entrevistados afirmaram ter quitado as dívidas e obtiveram sobras. 

A Crise

A dificuldade financeira do país foi alegada na pesquisa e 81,3% dos entrevistados percebem a elevação da inflação; 73,9% sentiram no aumento dos juros – aumento de 37,4% comparado a setembro do ano passado. Apenas 1,9% informaram não terem sentido os efeitos da crise.

A fim de driblar a crise, mais de 90% dos consumidores disse que precisou diminuir o consumo de bens básicos como alimentos, higiene, vestuário. Já 39,2% substituiu marcas e ou cortou supérfluos. No entanto, os 3,6% que não quiseram cortar gastos ou fazer alterações, tiveram que entrar no rotativo do cartão de crédito para manter o nível de consumo.

Perfil do Inadimplente

A pesquisa afirma que, embora a diferença seja pequena, as mulheres passaram a ser maioria dos negativados com 55,3% do total. Desde o ano de início das pesquisas, em 2011, esse fato não acontece. 

Já a população com renda familiar mensal de um a dois salários mínimos representam 70,8% dos inadimplentes. Os que recebem até três salários mínimos superam os 95% dos endividados. 

Os profissionais de empresa privada se mantêm como maioria entre aqueles que não puderam honrar suas dívidas com 42,1% do total. Enquanto os desempregados, no cenário de maus pagadores, passaram de 11,8% em abril para 6,5% em setembro. 

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