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O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vai modificar as desapropriações previstas no projeto da Prefeitura planejado desde 2005 para revitalizar a região do centro de São Paulo conhecida como cracolândia. O futuro governo também sinalizou que vai parar de liberar novos prédios, por meio da venda de Cepacs (Certificados de Potencial Construtivo), nas regiões das Avenidas Brigadeiro Faria Lima e Jornalista Roberto Marinho.

As duas ações fazem parte do pacote de reforma urbana que Haddad promete encaminhar à Câmara Municipal no primeiro semestre do ano que vem.

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O Nova Luz, bandeira da gestão José Serra/Gilberto Kassab, prevê, entre outras ações, transferir a gestão de 45 quadras do bairro da Luz à iniciativa privada, além de desapropriar e demolir 50% da área compreendida no perímetro formado pela Rua Mauá e as Avenidas São João, Ipiranga, Cásper Líbero e Duque de Caxias. O objetivo de Kassab era levar 15 mil novos moradores para a região.

Haddad quer agora ouvir moradores e comerciantes da Rua Santa Ifigênia, contrários ao projeto, para enviar as modificações para aprovação da Câmara Municipal. Em agosto, durante a campanha, o prefeito eleito já havia se comprometido com lojistas da área a "acabar com o pesadelo" que consta no projeto atual. O petista quer um "novo desenho" para a proposta, com o fim da maior parte das desapropriações previstas para moradores e comerciantes da região.

No caso das operações urbanas na Faria Lima e na Água Espraiada, integrantes da transição entendem que o futuro governo está obrigado a preservar o direito adquirido de quem já comprou Cepacs - títulos que permitem construir imóveis acima da metragem permitida pela lei de zoneamento -, mas avaliam que a tendência é de que o governo não permita a venda de novos títulos, uma vez que consideram que as duas regiões estão saturadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Quatro candidatos à Prefeitura de São Paulo - Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB), Celso Russomanno (PRB) e Carlos Giannazi (PSOL) - aproveitaram o protesto realizado nesta sexta-feira por comerciantes e moradores de Santa Ifigênia contra o projeto da Nova Luz para criticar o prefeito Gilberto Kassab. Os quatro assinaram um termo de compromisso de suspensão e revisão da proposta - que prevê a concessão de 45 quarteirões do bairro à iniciativa privada e também a desapropriação de áreas ocupadas por moradores e comerciantes da região. O candidato tucano José Serra, que é apoiado por Kassab, não compareceu.

O primeiro a assinar o termo foi Russomanno. O candidato do PRB prometeu que discutirá uma nova proposta, "boa para ambas as partes", com os moradores e os lojistas, antes de "impor um projeto de cima para baixo", fato que ele acusa o prefeito Gilberto Kassab de ter feito. "Do jeito que está, sou contra. Queremos renovação do centro, mas queremos um projeto que atenda aos moradores e aos comerciantes", disse. "Meu projeto será discutir com eles, achar um termo que seja bom para todos os lados. Como sempre digo, para ambas as partes. Não só para o poder público."

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Do alto do palanque, o ex-deputado afirmou ainda que o plano de ação de Kassab para a Luz é um desrespeito à Constituição Federal. "Os comerciantes e os moradores daqui têm direito preservado na nossa constituição. E absolutamente ninguém do governo Celso Russomanno vai rasgar a Constituição deste País", disparou, sob uma salva de palmas dos manifestantes.

Outro candidato a firmar compromisso com os manifestantes foi Gabriel Chalita. Também do palanque, o deputado aproveitou a oportunidade para alfinetar o adversário tucano, José Serra (PSDB) e disse que não é "candidato que só assina papelzinho".

Em seguida, foi Giannazi quem assinou o termo. Ele chamou Kassab de "corretor de imóveis" e o atacou: "Kassab tem transformado a Prefeitura em uma grande imobiliária, ele virou um corretor de imóveis. Tem loteado a cidade em favor das grandes empreiteiras e da especulação imobiliária".

No fim da tarde, Haddad também assinou o documento com a promessa de também convocar a sociedade para traçar um projeto de requalificação do bairro. O petista afirmou que não vai admitir que empresas que ganhem licitação tenham o direito de retirar os lojistas e moradores das áreas onde estão.

"Discordo de se oferecer a uma concessionária o direito de expulsar lojistas. Vou abrir uma mesa de discussão com comerciantes para estabelecer critérios de requalificação. Aqui é um bairro histórico, você não pode desfigurá-lo", disse Haddad.

Cerca de 300 pessoas, segundo a PM, fecharam várias ruas e lojas da Santa Ifigênia em protesto contra o projeto da Nova Luz, carregando faixas e sustentando seu direito de ficar na região.

As lojas da Rua Santa Ifigênia baixaram as portas durante o protesto - que durou cerca de três horas -, bloqueando parte da via. Integrantes de associações locais afirmaram que são contra a proposta da Prefeitura e que querem participação popular na tarefa de requalificação da área. No ato, eles ainda reclamaram que as audiências públicas realizadas pelo poder público para a votação do projeto da Nova Luz foram fraudadas e classificaram a lei que fundamenta a proposta como "lei da mutreta".

Após a manifestação, os participantes iniciaram uma passeata até a Prefeitura, na Praça do Patriarca, onde lojistas e moradores despejaram sacos de dinheiro falso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Associação dos Comerciantes do Bairro da Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, faz uma manifestação nesta sexta-feira contra projeto de urbanização para a área. Os lojistas devem baixar as portas nesta tarde. Eles protestam contra o Projeto Nova Luz da Prefeitura, que prevê a melhoria da região por meio de iniciativa privada.

O grupo inicia a manifestação na esquina das ruas Vitória e Santa Ifigênia. A entidade estima que em torno de 5 mil pessoas participem de uma passeata até a sede da administração municipal, no Viaduto do Chá.

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