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O movimento Ocupa UFPE divulgou uma nota em sua página do Facebook, na última sexta-feira (30), se manifestando a respeito das depredações e acusações de furtos nos centros de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) e de Artes e Comunicação (CAC). 

No texto, o movimento afirma que o ocorrido nos dois centros não foi uma decisão tomada em assembleia e vai contra a diretriz do movimento de criar "um modelo alternativo de Universidade, verdadeiramente inclusiva e democrática" sendo, portanto, "acontecimentos isolados que não caracterizam a ocupação" uma vez que foram 11 centros ocupados no campus e em apenas dois ocorreram problemas. 

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Também foram destacadas na nota oficial as atividades educativas e culturais promovidas nos centros pelos ocupantes, que afirmam ter buscado integrar a universidade com a comunidade: "foram promovidas oficinas, cine debates, aulas públicas, exposições, aulões pré-Enem, peças teatrais, saraus, atividades de cuidado e saúde, atividades esportivas, mutirões de limpeza etc.". 

No que diz respeito às depredações em salas de professores, o movimento se põe contrário, mas afirma ser necessária maior reflexão sobre os motivos que levaram a isso uma vez que, segundo eles, "é perceptível que os professores alvo possuem longo histórico de denúncias de assédio moral e/ou sexual, racismo, machismo, LGBTfobia, autoritarismo e casos de agressão. Repudiamos tais práticas, bem como o silêncio e indignação seletivas da grande mídia e parte da comunidade acadêmica". 

O movimento ainda afirma que o grupo não atingiu seu objetivo final, mas teve ganhos para os estudantes: "Obtivemos, além de conquistas internas dos centros, ganhos gerais, como o arquivamento dos processos contra estudantes, manutenção do preço do Restaurante Universitário e criação de quatro Grupos de Trabalho". Ao final, afirmam que o movimento estudantil continuará mesmo com o fim das ocupações. 

Confira a nota na íntegra: 

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Nesta sexta-feira (23), a Universidade Federal de Pernambuco realizou uma reunião do Conselho Coordenador de Ensino, Pesquisa e Extensão (CCEPE). Estiveram presentes o reitor Anísio Brasileiro, professores colegiados, docentes que não fazem parte do conselho e estudantes representantes dos cursos em greve estudantil, do Ocupa UFPE e do UFPE Livre. O objetivo era discutir propostas de datas para reinício das aulas e organização do calendário acadêmico de 2016.2. A reunião, que acertou o reinício das aulas no dia 9 de janeiro, terminou em confusão. 

Os estudantes acusam o reitor de autoritarismo no andamento da reunião e afirmam que foram fisicamente agredidos por dois professores do colegiado. Já a UFPE alega que foram os professores as vítimas de agressão e confirma, por meio de nota, a abertura de um inquérito administrativo para apurar as agressões. 

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De acordo com a nota oficial divulgada pela UFPE, "os alunos discordaram do resultado e se colocaram na porta do auditório da Reitoria para evitar a saída dos conselheiros. Neste momento, um dos professores tentou sair, sendo fisicamente agredido pelos estudantes, o que gerou grande tumulto. Outro docente interferiu e também sofreu agressão". Ainda de acordo com a mesma nota, a universidade "vai tomar as medidas judiciais cabíveis para evitar novos casos de ocupação de prédios da Universidade".  

Versão dos estudantes é diferente

Em nota divulgada na página dos estudantes do movimento Ocupa UFPE, "tanto estudantes como muitos dos docentes presentes se posicionaram contrários a essa data (de reinício das aulas) e algumas alternativas foram dadas, entre elas o dia 9, 16 e 18, todas as datas para o mês de janeiro". Entre os argumentos estariam o recesso do Restaurante Universitário (até 18 de janeiro) e a dificuldade que estudantes de cidades vizinhas aos campi de Vitória e Caruaru enfrentaria para conseguir transporte gratuito nessas datas.

Os alunos se queixam da conduta do reitor Anísio Brasileiro. Segundo eles, o gestor desrespeitava as falas dos estudantes e quis encerrar a reunião. Ainda de acordo com a nota da página Ocupa UFPE, "duas estudantes foram para frente da porta para impedir que a reunião fosse encerrada daquela maneira e dois professores partiram para cima com empurrões. Uma das estudantes levou um tapa no rosto e teve sua roupa rasgada, enquanto outra foi jogada na porta e teve o braço machucado. Um terceiro estudante levou uma chave de braço no pescoço por trás de um desses docentes". 

Já o movimento 'UFPE Livre', que durante o movimento de ocupações se colocava de modo contrário à interrupção das aulas na universidade, também relatou uma versão que contesta o que foi dito pela nota oficial emitida pela universidade. "Não havia direito de voto, reservado somente para os professores e técnicos conselheiros". O movimento também pedia pelo início das aulas em 18 de janeiro, pois para eles "não adianta um calendário acadêmico ser reiniciado sem o reinício do R.U.(restaurante universitário), nem adianta dar início às aulas se alunos não podem comparecer sem o transporte".

Sobre as agressões, o UFPE Livre afirma que " integrantes do Ocupa UFPE reagiram se levantando e se dirigindo para barrar a porta, não aceitando a forma que a reunião foi encerrada. E foi aí que um tremendo absurdo ocorreu: um professor proferiu um forte empurrão em uma aluna que estava à frente da porta e, depois que a confusão se formou, dois alunos também foram agredidos". 

Advogados dos alunos confirmaram, neste sábado (24), que preferiram aguardar as imagens das câmeras de segurança (já solicitadas à Reitoria) para oficializar um Boletim de Ocorrência. 

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