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Populares unem forças para retirar o óleo das praias. Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

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Mesmo sob o luto que aperta os corações dos cidadãos que amam o meio ambiente, o Nordeste resiste. As manchas não melaram a garra do povo que luta para combater o óleo derramado no litoral local, ainda de origem desconhecida, mas que já fez vítimas em várias praias nordestinas. De acordo com as autoridades, Pernambuco é o Estado mais afetado pelo derramamento.  

A Marinha do Brasil alega que tem atuado, desde 2 de setembro, início do aparecimento do óleo no litoral do Nordeste, para retirar a substância das praias com ações de monitoramento e redução de danos. Segundo a entidade militar, a Petrobras, que apoia os serviços de limpeza, coletou mais de 200 toneladas de resíduos oleosos (mistura de óleo e areia).

Ocasionando um cenário desolador ao meio ambiente e cercado por mistérios quanto a sua origem, o derramamento de óleo, além de maltratar animais e recursos ambientais, remete a assuntos educacionais. No âmbito do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), considerado hoje a principal avaliação pedagógica do Brasil, fatos relacionados ao desastre ambiental estão estreitamente associados a assuntos cobrados na prova, em disciplinas como geografia e biologia.

“É uma gosma bastante consistente que está se espalhando pelo nosso litoral. Você vendo pelas redes sociais é uma coisa, e vendo pessoalmente é muito triste, principalmente para mim que trabalho com conservação. Esse óleo, além de matar vários animais, como tartarugas marinhas e peixes, ele entra na cadeia alimentar”, lamenta o biólogo André Maia, que esteve na Praia de São José da Coroa Grande, litoral pernambucano, para se juntar a outros voluntários que trabalham arduamente em prol da retirada da substância. Confira no Instagram do Vai Cair No Enem.

Segundo o professor de biologia André Luiz Vitorino, o derramamento de óleo pelos mares e praias do Nordeste pode ser considerado um dos maiores desastres ambientais do País. Atrelados ao problema, existem assuntos da biologia que, corriqueiramente, aparecem na prova do Enem. Em entrevista ao LeiaJá, o professor elencou os temas:

Impacto ambiental

A camada de óleo impede a penetração de luz, prejudicando a fotossíntese.

Desmantelamento das cadeias alimentares com sequencial morte do fitoplâncton e do zooplâncton.

O óleo transita nas cadeias alimentares e atinge os últimos consumidores de cada cadeia alimentar, provocando o fenômeno da magnificação trófica.

Esse óleo, com o passar dos anos, vai se acumulando, nos tecidos de um ser vivo, ocasionando a bioacumulação.

Esse óleo, aquecido no ambiente, provoca maior liberação de gases tóxicos.

De acordo com o professor de geografia Dino Rangel, além dos problemas ambientais ocasionados pela proliferação da substância, questões políticas, envolvendo Brasil e Venezuela, por exemplo, podem aparecer no Enem. Confira os detalhes no vídeo a seguir:

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O Governo de Pernambuco tem atualizado a situação das praias do Estado atingidas por petróleo através de seu Twitter oficial. Segundo os tweets, até o fim deste sábado (19), foram recolhidas cerca de 50 toneladas de óleo em sete praias do litoral sul pernambucano.

O número foi contabilizado após dois dias de trabalhos nas praias atingidas. Localizadas no Litoral Sul de Pernambuco, as praias do Reduto (Rio Formoso); Boca da Barra (Tamandaré), Barra de Sirinhaém (Sirinhaém); Mamucabinhas (Barreiros); Pontal de Maracaípe, Cupe e Muro Alto (Ipojuca) tiveram material recolhido além de estarem sendo monitoradas. Esses lugares também receberam boias de contenção para que o óleo não avance para outras praias e estuários. 

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Ainda de acordo com o Twitter do Governo de Pernambuco, todo o óleo recolhido será levado para um aterro sanitário em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife. O trabalho de limpeza das praias foi realizado por funcionários das prefeituras dos locais atingidos e voluntários da Marinha e sociedade civil. 

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Neste sábado (19), os banhistas e frequentadores das praias de Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, foram surpreendidos com a chegada de fragmentos de óleo. A substância apareceu em Pontal de Maracaípe, Enseadinha, Serrambi, Muro Alto e Cupe. 

A prefeita do município, Célia Sales (PTB), chegou a visitar algumas das praias atingidas mas foi recebida com vaias pela população presente que tentava limpar a sujeira. No fim da tarde deste sábado (19), a Prefeitura de Ipojuca falou sobre a situação através de comunicado oficial enviado à imprensa. 

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Segundo a nota, foram contabilizados nas praias do município 200 tonéis de 200 litros de óleo (com areia), o equivalente a quatro toneladas da substância. Ainda de acordo com a prefeitura, 40 câmeras da Central e Monitoramento da Secretaria de Defesa Social estão sendo usadas para o monitoramento dos 33 km da orla ipojucana.

Confira na íntegra: 

A Prefeitura do Ipojuca, município localizado no Litoral Sul de Pernambuco, informa que, infelizmente, o óleo chegou ao nosso litoral. Às 3h da manhã deste sábado (19), foram identificadas pequenas partículas de óleo no Pontal de Maracaípe, assim como havia chegado em setembro, de forma fragmentada. Como desde ontem, o óleo estava sendo aguardado e o Comitê Gestor de Crise já havia sido instalado pela prefeita Célia Sales desde quarta-feira (16), pudemos agir de forma rápida e mobilizar uma grande equipe de voluntários ainda de madrugada. Graças a esta integração da gestão municipal com a sociedade civil, ONGs, associações, empresários, rede hoteleira, conseguimos às 7h20 limpar todo o Pontal de Maracaípe. 

Além do Pontal de Maracaípe, também identificamos óleo nas praias de Camboa, Toquinho, Merepe, Enseadinha, Cupe, Muro Alto e Serrambi. A Praia de Porto de Galinhas, até às 15h30, não havia recebido nenhuma mancha de óleo, mas o monitoramento está sendo feito de forma ostensiva nos 33 km da orla ipojucana. Para isto, contamos com 40 câmeras da Central de Monitoramento da Secretaria de Defesa Social do Ipojuca. Oitenta pessoas da Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano estão divididas em nossas praias, entre eles biólogos, engenheiros de pescas, geólogos e oceanógrafos. Cento e oitenta servidores da Defesa Social entre Guardas Municipais, Defesa Civil e Salva-Vidas ajudam na segurança, monitoramento da orla, transporte, e destinação final da substância.         

Outras secretarias, também estão envolvidas e compõe o Comitê de Crise como a secretaria de Turismo, Infraestrutura, Governo, Comunicação, Educação, Saúde, Agricultura. “Neste momento, queremos agradecer as mais de duas mil pessoas que voluntariamente foram até o QG do Comitê de Crise, no Pontal de Maracaípe, para pegar o material de EPI que disponibilizamos, além daquelas que foram direto para as praias com seus próprios equipamentos. A colaboração também de empresas parceiras da Prefeitura, da rede hoteleira, empresários locais, indústrias, ONGs, Associações, Suape, Governo Estadual e Federal tem feito a diferença neste momento de crise, que acreditamos que vamos sair mais fortalecidos”, afirmou a prefeita Célia Sales.

DADOS DO ÓLEO EM IPOJUCA (até às 15h30)

- 1ª aparição: 3h da manhã de sábado (19) no Pontal de Maracaípe

- 2 mil luvas distribuídas

- 2 mil máscaras

- 200 pares de botas

- 200 tonéis de 200 litros de óleo (com areia) foram recolhidos, equivalente a 4 toneladas 

- 5 papas-metralhas de óleo foram recolhidos

- 90 metros de barreira de contenção colocados no estuário do Rio Maracaípe

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