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No início da pandemia de covid-19, descobriu-se que muitas pessoas infectadas com o vírus SARS-CoV-2 estavam perdendo o olfato — mesmo sem apresentar outros sintomas. Pessoas infectadas podem perder o paladar e a capacidade de detectar sensações desencadeadas quimicamente, como o sabor picante, o que é chamado de sinestesia. Após a recuperação, muitos pacientes não conseguem recuperar o olfato imediatamente, e alguns podem temer que a situação possa ser permanente. Não é raro encontrar casos nos quais as pessoas levam entre três e cinco meses para recuperar o potencial desses sentidos. 

Antes da pandemia, a perda ou diminuição do olfato já era sentida por até 20% da população mundial, especialmente em pessoas com sinusite ou rinite. Entretanto, com a covid-19 essa parcela aumentou significativamente. De acordo com uma pesquisa publicada em janeiro deste ano no Journal of Internal Medicine, 86% dos pacientes infectados com o novo coronavírus apresentaram alguma disfunção olfatória. 

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Para aqueles que perdem o olfato por um período prolongado, pode haver preocupações que vão além do prazer de saborear a comida. Muitas pessoas, na verdade, não percebem o quanto sentem falta do olfato até que ele desapareça. Por exemplo, não ser incapaz de cheirar algo queimando pode ser um perigo para a saúde.  

O vírus SARS-CoV-2 parece infectar e comprometer as células vizinhas àquelas que controlam o cheiro, o que pode se traduzir em perda de cheiro, explica a médica otorrinolaringologista Kátia Virgínia, do HOPE, ao LeiaJá. No mundo, quase metade dos pacientes com covid-19 perdem o olfato e cerca de 40% perdem o paladar, de acordo com uma revisão internacional de estudos publicados anteriormente. De acordo com pesquisas preliminares, até metade desses indivíduos também desenvolve o que é conhecido como parosmia, que distorce os cheiros— submergindo, digamos, o cheiro de leite estragado onde deveria haver o aroma de café. 

“O coronavírus age no epitélio olfatório destruindo as células de sustentação. Essas células são as que fazem o nervo olfatório funcionar bem, como elas ficam destruídas, consequentemente, o nervo do olfato não consegue exercer bem a sua função, e aí ocorre a perda desse sentido. No nosso paladar, a gente pensa que muita coisa é sentida pela língua, mas na verdade a língua é responsável apenas pelo doce, azedo, salgado e amargo; o restante, o sabor vem pelo sentido do olfato, por isso que há alteração também do paladar nas infecções do coronavírus”, explica Virgínia. 

Não ser capaz de cheirar pode parecer um aborrecimento menor, pelo menos em comparação com complicações fatais do coronavírus, mas ignorar a perda do olfato é ignorar a importância de compartilhar uma refeição com os amigos ou mesmo de notar situações de perigo. Um estudo da universidade californiana de Stanford menciona, inclusive, que essa incapacidade pode levar à depressão, ansiedade e isolamento social. 

“A perda do sentido do olfato traz muito impacto na qualidade de vida do paciente e na questão da segurança também. O paciente sem olfato deixa de sentir, por exemplo, o cheiro da fumaça; não reconhece se uma comida queimou ou está estragada; um vazamento de gás, um princípio de incêndio. O olfato, independente de pandemia, à medida que envelhecemos, sofremos uma perda neste sentido. O sexo masculino tem o olfato um pouco menos apurado que o feminino; geralmente as mulheres têm um olfato melhor, assim como pessoas mais jovens terão um olfato melhor que os mais velhos, que passam pela perda. Mas a perda do olfato sempre levará em conta esses dois fatores: idade e gênero”, prossegue a especialista. 

Como mencionado anteriormente, antes mesmo da pandemia, a perda de olfato já era realidade para uma porção significativa da população brasileira. A otorrinolaringologista chama atenção para outros quadros virais e não virais que podem apresentar sintomas parecidos com os da covid e afetar os sentidos do olfato e paladar. Em qualquer um dos casos, a consulta com um médico especialista e exames de rotina são essenciais à saúde. 

“Outros quadros virais podem causar também esses sintomas, o quadro clínico é semelhante. Para saber qual vírus causou, é preciso fazer um exame, no caso da Covid-19, é o RT-PCR que vai confirmar se é coronavírus ou não. Existem outras patologias que cursam com a alteração de olfato, não só os quadros virais. Quadros de rinite, sinusite, alguns tumores; toda alteração de olfato deve ser investigada. Aí, o médico otorrinolaringologista vai colher o histórico do paciente, fazer o exame físico e dependendo das suspeitas, ele vai solicitar o exame de imagem, uma nasofibroscopia, e o teste do olfato, que é o que vai confirmar se houve perda ou não, e quantificar o grau da perda: se foi leve, moderada, acentuada ou perda total”, conclui. 

A importância do olfato 

Para decodificar e interpretar mensagens químicas, proteínas específicas localizadas na membrana dos neurônios olfativos em nosso nariz verificam a identidade de cada molécula volátil que chega, e se reportam ao interior. Assim, a informação química, traduzida em sinais elétricos, viaja até o cérebro e afeta as escolhas de comportamento, bem como o humor. Muitas vezes, tudo isso é feito sem que prestemos muita atenção aos odores em nosso ambiente. 

É o olfato que orienta nossas escolhas alimentares e que molha o nosso apetite. É também o cheiro que nos torna exigentes sobre a qualidade da nossa comida, por exemplo, e que nos faz reconhecer um prato de “dar água na boca”. Sem o sentido do olfato, perderíamos muitas experiências, emoções e prazer interessantes; nossa vida careceria de toda uma dimensão. Porém, do ponto de vista fisiológico, seria uma vida perfeitamente normal.

De acordo com os dados levantados no relatório anual do Energy Policy Institute da Universidade de Chicago (EPIC), a poluição que circula no ar já pode ser considerada mais letal que o fumo. Eventos como os incêndios na Amazônia são tidos como agravantes para a má qualidade do ar do Brasil, e assim, levanta-se o questionamento sobre o que é possível fazer para evitar que a poluição continue afetando a saúde de milhões de pessoas.

De acordo com a médica otorrinolaringologista Milena Costa, a qualidade do ar que respiramos está diretamente relacionada à saúde respiratória e bem estar, e o excesso de poluentes funcionam como uma espécie de agressor às células presentes em todo o aparelho respiratório, desde o nariz até os pulmões. “Sendo assim, é muito importante evitarmos a exposição a esses poluentes de forma prolongada, assim como lançarmos mão de uma limpeza da mucosa nasal com soluções fisiológicas para lubrificação e higiene respiratória”, orienta a médica.

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Além de todo o sistema respiratório que pode ficar comprometido no contato com a poluição, Milena explica que a pele e os olhos também podem ser prejudicados nesse processo. Assim, é possível projetar que o contato com a má qualidade no ar pode estar associado a um mal funcionamento crônico, semelhante ao tabagismo, que pode resultar em lesões na pele por agressão prolongada de raios UV, além de outras lesões indesejadas dentro do sistema respiratório.

Políticas Públicas

Como medida de segurança pública que pode ser adotada, a especialista cita que deve haver um maior rigor nos controles de emissão de gás carbônico pelas indústrias e automóveis, principalmente em áreas urbanas. Além disso, uma melhora na qualidade do ar pode estar associada diretamente à redução de áreas de desmatamento, políticas de desenvolvimento de geração de energia sustentável.

 

 

A rinoplastia é um processo cirúrgico realizado no nariz para melhorar aspectos estéticos ou de respiração. É o segundo tipo de cirurgia mais realizado no mundo, como indica a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), atrás apenas da blefaroplastia (que remover a pele enrugada das pálpebras superiores ou inferiores). A entidade também aponta que o Brasil foi o país que mais realizou cirurgias plásticas, e ultrapassou os Estados Unidos e diversos países da Europa.

A assistente social Luciana dos Santos, 47 anos, de Santo André (SP), possuía uma elevação no osso do nariz, que ficou perceptível na adolescência e mais acentuada com o passar dos anos. Por conta disso, em 2007, ela se sentiu motivada a realizar a rinoplastia. "Queria fazer a cirurgia, mas tinha medo. Com o tempo, tive a oportunidade de conversar com um médico, que me explicou o procedimento. Achei interessante e decidi fazer", lembra.

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Luciana não se sentiu confortável quando precisou tirar os pontos da cirurgia, e optou por refazer alguns detalhes do nariz. Após todo o processo, o resultado a deixou satisfeita. "Sou muito feliz com o meu nariz hoje, e não tenho arrependimentos. Penso da seguinte maneira: 'se não está bom para você, faça'", declara a assistente social.

O antes e depois da rinoplastia da assistente social Luciana dos Santos | Foto: Arquivo pessoal

Melhorar a aparência do nariz é um dos principais motivos que levam as pessoas a realizarem a rinoplastia, mas as questões funcionais também devem ser consideradas. "Um nariz bonito e harmônico pode contribuir para uma grande elevação da autoestima do paciente. É possível também melhorar a qualidade da vida e do sono, garantir uma melhor função do nariz, corrigir desvios, assimetrias, correção do desvio do septo e hipertrofia dos cornetos", explica o médico otorrinolaringologista Gustavo Gosling.

O médico alerta que toda rinoplastia envolve riscos, e mesmo que o cirurgião execute o procedimento com perfeição, é impossível controlar os processos cicatriciais, que podem variar de acordo com o paciente. Como em qualquer cirurgia, existem chances de ocorrer infecção na região operada, em especial no nariz, que acumula uma grande quantidade de bactérias. "Pode haver absorção dos enxertos de cartilagem, formação de hematomas, sangramentos e, por consequência, a perda de todo o trabalho realizado na cirurgia", descreve o otorrinolaringologista.

Além de prejudicar a estética do nariz, Gosling destaca que cirurgias mal sucedidas, podem causar problemas funcionais graves e obstrução nasal crônica. Isso geraria sofrimento e frustração ao paciente. As redes sociais também contribuem para criar falsas expectativas nas pessoas, que acabam por exigir dos profissionais resultados impossíveis. "Também vemos todos os dias uma perigosa invasão da área da cirurgia plástica por não médicos, o que aumenta drasticamente a procura de pacientes com problemas estéticos e funcionais, muitas vezes irreparáveis, em nossos consultórios", relata.

Para realizar a rinoplastia, o otorrinolaringologista recomenda buscar por um bom especialista na área e conhecer todo o seu currículo, pois isso é um dos fatores determinantes para o sucesso da cirurgia. Além disso, é fundamental verificar se o profissional integra a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) ou a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). "Procure também saber se o cirurgião opera em hospitais de alto padrão, que podem oferecer total segurança durante o processo cirúrgico", aconselha.

No mercado mundial desde a década de 30, os fones de ouvido estão presentes na vida de muitas pessoas. O uso desses mini alto-falantes tem crescido nos últimos anos principalmente por causa do crescente uso dos aparelhos celulares. Mas esse costume pode trazer problemas à audição. E foi pensando nisso que a equipe do LeiaJá foi atrás da Otorrinolaringologista Nicole Cardoso, que explicou como o uso excessivo desses aparelhos pode prejudicar os ouvidos.

Segundo a médica, o uso prolongado em um volume elevado pode levar a uma surdez, que acontece gradativamente e cujo quadro é irreversível. Diante disso, nossa produção também foi para as ruas para saber de que maneira as pessoas estão usando os fones de ouvido.

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