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O delator Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais Hypermarcas, atual Hypera Pharma, incluiu em seu acordo de colaboração premiada repasses de R$ 11,5 milhões para a campanha do atual senador Paulo Bauer (PSDB-SC) ao governo de Santa Catarina, em 2014. Os repasses, segundo Mello, teriam sido feitos por meio de contratos fictícios com três empresas.

A revelação do delator deu origem a um inquérito que tramita sob relatoria do ministro Edson Fachin, no Supremo Tribunal Federal (STF). O jornal O Estado de S. Paulo revelou que a PF investiga se Mello omitiu informações em sua delação para proteger o maior acionista da Hypera Pharma, João Alvez Queiroz Filho, e o CEO da empresa, Cláudio Bergamo. Os dois foram alvos de busca e apreensão na operação Tira-Teima, deflagrada pela PF na terça-feira, dia 10.

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A informação sobre os repasses ao senador foi encaminhada à Procuradoria-geral da República após Mello ser questionado em 4 de julho do ano passado, meses após fechar seu acordo, sobre pagamentos da farmacêutica para as empresas Ycatu Saneamento, Prade & Prade Advogados e Instituto Paraná Pesquisas.

"Que os nomes das empresas inicialmente mencionadas, Ycatu, Prade e Prade Advogados e Instituto Paraná, tem quase absoluta certeza que não foram com o Milton Lyra; que apenas Funaro e Milton Lyra pediram a celebração de contratos fictícios ao depoente", disse Mello à PGR no início de junho.

Cerca de 20 dias após essa primeira versão sobre os contratos, Mello, por meio de seu advogado, enviou à PGR "esclarecimentos adicionais". No documento, o delator explica que nunca teve "motivo para ocultar a existência destes contratos e a omissão decorreu da circunstância de estar focado apenas nas pessoas de Lúcio Funaro e Milton Lyra." Os dois, apontados como operadores do MDB, foram os únicos citados na primeira versão da delação de Mello como intermediários de repasses para parlamentares do MDB.

Na segunda versão, entregue em 28 de julho, Mello incluiu os repasses às três empresas e explicou que "tais contratos, sem a efetiva prestação de serviços, foram firmados para ocultar doação não declarada de valores para a campanha do senador Paulo Bauer, em 2014, para o governo de Santa Catarina".

"A doação foi feita porque o declarante considerou importante desenvolver laços políticos com parlamentar influente do PSDB, que concorre ao governo estadual e participava ativamente de assuntos relacionados à guerra fiscal entre os Estados e à indústria farmacêutica", disse Mello.

Defesas

O senador Paulo Bauer (PSDB-SC), por meio de sua assessoria, disse que todos os recursos utilizados na campanha de 2014 "foram rigorosamente contabilizados, tendo sido as contas aprovadas pela Justiça Eleitoral" e que defende "que a Justiça cumpra o seu papel e que os órgãos de investigação realizem com isenção e liberdade total o trabalho que a Constituição Federal lhes atribui".

O Instituto Paraná Pesquisas, em nota, afirma que tem "compromisso com a excelência no trabalho, com respeito à verdade, à integridade e à retidão" e que "está à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento necessário e comprovar que jamais desviou-se do caminho da integridade".

Em nota, a Hypera Pharma afirma: "A Companhia reitera que (a) está colaborando e colaborará com as investigações; (b) os atos praticados pelo ex-executivo foram objeto de auditoria conduzida por assessores externos, a qual concluiu que o Sr. Nelson José de Mello autorizou, por iniciativa própria, despesas sem as devidas comprovações das prestações de serviços; (c) foi ressarcida pelos prejuízos sofridos; e (d) não se beneficiou de quaisquer atos praticados isoladamente pelo ex-executivo."

A reportagem não conseguiu contato com a Ycatu Saneamento. O Prade & Prade Advogados não retornou aos contatos da reportagem.

O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), afirmou nesta segunda-feira, 13, que a saída do tucano Bruno Araújo do Ministério das Cidades demonstra que o partido "não tem nenhum apego aos cargos" do governo, nem os coloca "como condição de apoio" para votações. Bauer relembrou que, assim como o ex-tucano e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Araújo sai "pela porta da frente" e "sem reclamações". "Bruno fez belo trabalho, cumpriu bem com as suas obrigações", elogiou.

Por meio de nota, Bauer disse também que é preciso "respeitar" a decisão de Araújo. Sem mencionar o possível desembarque do partido da base aliada, Bauer afirmou apenas que o colega de partido "tem muito a realizar" no exercício do seu mandato como deputado.

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"O PSDB contribuiu e ainda contribui de forma substantiva para que o Brasil vença de forma substantiva as dificuldades que o governo do PT deixou para o País. Bruno Araújo cumpriu com competência e muito trabalho sua missão à frente do Ministério das Cidades", afirmou no comunicado. "Sua decisão deve ser respeitada tendo em vista que, como deputado federal do PSDB de Pernambuco, ainda tem muito a realizar no exercício do seu mandato em favor de seu Estado e do País", complementou.

Paulo Bauer também "destacou" a contribuição dada pelo ministro ao governo do presidente Michel Temer. "O PSDB tem um projeto a ser desenvolvido no próximo ano, que é o de oferecer uma candidatura presidencial que possa unir os brasileiros e levar a nação ao desenvolvimento pleno à justiça social e à tranquilidade política. Certamente, a contribuição de nossos ministros colaborando com o governo deve ser destacada. E o trabalho prestado por Bruno Araújo orgulha o PSDB", defendeu.

Leia a nota na íntegra:

"O PSDB contribuiu e ainda contribui de forma substantiva para que o Brasil vença de forma substantiva as dificuldades que o governo do PT deixou para o país. Bruno Araújo cumpriu com competência sua missão e muito trabalho sua missão à frente do Ministério das Cidades.

Sua decisão deve ser respeitada tendo em vista que, como deputado federal do PSDB de Pernambuco, ainda tem muito a realizar no exercício do seu mandato em favor de seu estado e do país.

O PSDB tem um projeto a ser desenvolvido no próximo ano, que é o de oferecer uma candidatura presidencial que possa unir os brasileiros e levar a nação ao desenvolvimento pleno à justiça social e à tranquilidade política. Certamente, a contribuição de nossos ministros colaborando com o governo deve ser destacada. E o trabalho prestado por Bruno Araújo orgulha o PSDB."

O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), saiu em defesa do presidente Michel Temer. Em nota, Bauer questiona o depoimento de Calero à Polícia Federal, que acusou Temer de "enquadrá-lo" para favorecer interesses pessoais do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). Para o líder tucano, "não parece adequado" para o PSDB que, depois de pedir demissão, Calero dê declarações que "comprometam" o presidente e seus ministros.

"Por que o ministro que pediu demissão não falou desses problemas enquanto estava no cargo? Eu considero que as denúncias e as informações que estão sendo prestadas pelo ex-ministro cabem naturalmente aos setores responsáveis avaliar, mas a nossa manifestação do PSDB é de absoluta confiança no presidente Temer que está fazendo um bom trabalho", declarou Bauer.

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Segundo a versão de Calero, ele foi pressionado por Geddel diversas vezes para liberar o empreendimento de luxo La Vue, em Salvador, onde comprou um apartamento. Familiares de Geddel também atuam na defesa do empreendimento junto ao Iphan. Há cerca de dez dias, Temer teria chamado Calero para "resolver" a questão de Geddel, e só então ele decidiu pedir demissão do cargo.

No texto, Bauer reafirma que Temer age com "responsabilidade e probidade", além de conhecer a política "como poucos". Ele também reforçou o apoio e a confiança do PSDB ao governo.

Impeachment

Apesar de o PSDB ter apoiado o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Bauer afirma que PT, Rede e PCdoB agem como uma "oposição radical" por pedirem a saída de Temer. "Esta oposição radical não leva a nada", disse.

O líder tucano criticou a gestão petista e afirmou que a oposição quer desviar a atenção de problemas do governo anterior. "Eles procedem assim para evitar o debate sobre os atos do governo da presidente Dilma, sobre as dificuldades que o País vive hoje graças a um governo irresponsável."

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