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A Câmara dos Deputados está com uma "pauta-bomba" engatilhada até o final do ano que pode tirar mais de R$ 100 bilhões de arrecadação do Orçamento da União, dos Estados e dos municípios em 2023. São dois projetos, cuja possibilidade de votação é vista, entre aliados de Luiz Inácio Lula da Silva, como mais uma forma de pressão no governo eleito. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em busca de reeleição em fevereiro, quer o apoio do PT.

Lira também quer manter - e até mesmo ampliar - o orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão que consiste na transferência de verba a parlamentares sem critérios em troca de apoio político.

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O risco de votação impõe ao governo eleito o ônus de ter de negociar com Lira, assim como ocorre com a PEC da Transição, que inclui até R$ 200 bilhões fora do teto de gastos (que atrela o crescimento das despesas à inflação) para bancar, entre outros, o Bolsa Família de R$ 600 em 2023.

Um dos projetos eleva os limites para enquadramento de microempreendedores individuais (MEIs) e empresas pelo Simples Nacional, o que pode levar a uma perda anual de R$ 66 bilhões em tributos. O cálculo foi apresentado em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação pela Receita Federal, que se posicionou contra o projeto.

O segundo projeto trata da correção de R$ 1,9 mil para R$ 5,2 mil da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), tributo cuja arrecadação também é dividida pela União com Estados e municípios. A alteração pode superar R$ 30 bilhões, a depender da forma de ajuste da tabela.

O cálculo da perda de R$ 30 bilhões circula nas discussões do Orçamento de 2023, mas simulações feitas com a isenção de R$ 5 mil apontam uma perda de receita de R$ 60 bilhões a R$ 120 bilhões, dependendo das novas faixas e da criação de nova alíquota de 35%. Metade do impacto cairia no colo de governadores e prefeitos.

O relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro, calculou, em entrevista ao Estadão na semana passada, uma perda de R$ 21,5 bilhões para o Orçamento da União com a mudança no IR. A conta não considera a perda de receita para Estados e municípios.

A discussão da correção da faixa de isenção não é de interesse do governo eleito agora. Mas o projeto do deputado Danilo Forte (União Brasil - CE), aliado do presidente da Câmara, com correção da faixa para R$ 5,2 mil, entrou na lista de prioridades. O projeto foi apresentado em agosto em linha com as promessas do presidente eleito Lula e do presidente Jair Bolsonaro, que na campanha prometeram a corrigir a tabela para 2023.

Manifesto

Dez associações, incluindo Frente Nacional dos Prefeitos, Comsefaz (secretários estaduais de Fazenda), Abrasf (secretarias de finanças das capitais) e entidades ligadas aos auditores fiscais, divulgaram nesta segunda, 7, o manifesto "Diga NÃO ao PLP 108/21!", que trata da mudança dos limites de enquadramento das empresas do Simples e do MEI. "Não bastasse o rombo fiscal de R$ 400 bilhões que já está sendo deixado para o próximo ano, a Câmara discute ampliar o déficit primário com o PLP 108/2021. A irresponsabilidade fiscal coloca em risco a manutenção dos serviços públicos essenciais à população como saúde, educação e segurança pública", destaca a nota com o manifesto.

Segundo a nota, diferentemente do que pretende o relator, deputado Darci de Matos (PSD-SC), o projeto não incentivará a formalização e permitirá, na prática, o enquadramento de empresas de maior capacidade econômica no Simples Nacional, que deveria ser restrito a empresas menores. Com o Simples, as empresas pagam menos tributos. A preocupação é de que esse projeto incentive a prática de grandes empresas utilizarem de forma ilusória mais de um CNPJ para não mudar de modelo contributivo, uma forma de evadir tributos e retirar recursos dos serviços públicos.

Indiferente aos argumentos da Receita, de Estados e de municípios, o presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), Marco Bertaiolli (PSD-SP), prepara uma mobilização no Congresso para esta terça, 8, quando é esperada a chegada do presidente eleito em Brasília. O projeto já vem sendo discutido há meses, mas Lira deixou para depois da eleição a definição da votação no caso de a frente conseguir os votos para aprovação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No momento em que o governo tenta fechar um acordo com o Congresso para viabilizar o Orçamento de 2020, ficou mais próximo o risco de parlamentares acionarem uma pauta-bomba com impacto direto nas contas públicas. O rastilho de pólvora que preocupa a equipe econômica leva a um dos temas mais sensíveis para o Palácio do Planalto: a política de valorização do salário mínimo.

O Estado de S. Paulo apurou que o Congresso quer acelerar essa discussão nas próximas semanas. Fontes do governo informaram que a equipe econômica já procurou lideranças do Senado e da Câmara para "segurar" esse avanço que vem em várias frentes das duas Casas.

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A principal delas se dá por meio de emendas que miram a Medida Provisória (MP) 919, que fixou o valor do salário mínimo em R$ 1.045,00 para 2020.

No Senado, um projeto de lei do senador Eduardo Braga (MDB-AM) fixa uma nova política para o mínimo. Pelo projeto, os reajustes para a preservação do poder aquisitivo do salário devem refletir a expectativa de inflação anual contida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) mais a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, apurada pelo IBGE. Há uma articulação para esse projeto ser analisado já na próxima semana na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Braga, que é líder do MDB, também é autor de uma emenda à MP 919 que estabelece uma nova política que garante aumento real do salário mínimo até 2023. A proposta assegura a reposição das perdas inflacionárias acrescida da variação positiva do PIB per capita dos 24 meses que antecedam o reajuste.

Segundo Braga, não haverá crescimento econômico sem aumento de consumo e não haverá aumento de consumo sem uma política de valorização do salário mínimo.

Há outras ideias em pauta. O presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, também apresentou um emenda à MP 919 com uma proposta de valorização que altera a correção já em 2020. O deputado disse: "Se a MP vale desde já, a mudança na política tem de valer para este ano também", afirmou.

O deputado informou que vai discutir, na próxima semana, a possibilidade de aprovar a emenda na MP. "Não fiz o cálculo do impacto, mas sei que é importante para os trabalhadores manter uma política de aumento de salário mínimo", disse. Ele ressaltou que o País passou muitos anos com um salário mínimo vergonhoso em torno de US$ 55 e que para elevar o valor ao patamar de hoje, "deu muito trabalho".

"Por isso, é importante termos uma política de aumento real do salário mínimo, que é um jeito de distribuir renda no Brasil. Há mais de 40 milhões de pessoas que vivem disso", ponderou Paulinho.

Impacto

Para um integrante da equipe econômica, a discussão da política do salário mínimo não é só de custo fiscal, mas também de impacto no emprego. O diagnóstico do Ministério da Economia é que, se elevar o salário mínimo com o atual nível de desemprego, haverá dificuldade de geração de postos formais, jogando os trabalhadores na informalidade, como já tem ocorrido na Região Nordeste. Além disso, como a informalidade é menos produtiva, seria criado um fosso entre as regiões, o que poderia se aprofundar ainda mais.

A preocupação com pautas-bomba entrou no radar com o acirramento dos ânimos com o Parlamento, depois que o presidente Jair Bolsonaro disparou de seu celular um vídeo convocando apoiadores a irem às ruas para defendê-lo contra o Congresso, como revelou o Estado. O episódio ajudou a colocar a pauta do governo em suspense e ampliou as incertezas em relação à agenda econômica.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, é o mais cobrado pelas lideranças partidárias da Câmara e do Senado, que o acusam de ter descumprido o acordo do Orçamento impositivo, que amplia poderes dos parlamentares na destinação dos recursos para programas e ações do governo.

A política de valorização do mínimo terminou no ano passado. Ela considerava o reajuste pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais o PIB de dois anos anteriores. Para 2020, a proposta é apenas a reposição da inflação medida pelo INPC, sem aumento real. 

Depois da repercussão negativa, a Câmara praticamente encerrou os trabalhos da atual legislatura no plenário nesta semana e deve desistir de projetos que deixariam uma fatura bilionária para o governo Jair Bolsonaro.

Oficialmente, o recesso parlamentar só começa no dia 23 e a Casa pode ainda convocar sessões na próxima semana. A avaliação de técnicos, no entanto, é que a chance de isso acontecer é pequena, já que deputados reeleitos devem ir aos seus Estados para se diplomar.

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O projeto que previa perdão de dívida para Cemig (R$ 4 bilhões) chegou perto de ser votado. O texto também tiraria cerca de R$ 15 bilhões do fundo social para financiar gasodutos. Outro projeto que deverá ficar para a próxima legislatura é a que trata das dívidas do Funrural (a previdência do setor). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Parlamentares oposicionistas debatem na sessão do Congresso com o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), pedindo a suspensão da sessão do Congresso que foi aberta pouco antes do meio dia. O argumento é de que não foi cumprido o regimento que prevê tempo de 30 minutos após a abertura para que a sessão atinja o quórum mínimo exigido de 86 deputados e 14 senadores. Às 12h28, ainda faltava o registro de mais três deputados.

O líder do DEM, Mendonça Filho, fez uma questão de ordem e pediu o adiamento da sessão. "As 12h28 não tínhamos o quórum e peço que o senhor encerre a sessão", disse o líder do DEM. Renan rebateu. "Atingimos o quórum dentro do minuto. O painel foi aberto com a minha determinação exatamente às 11h58 e no exato minuto, às 12h28, nós atingimos quórum, é dentro do minuto", afirmou Renan.

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No momento, parlamentares da base e da oposição discutem a questão, porém, Renan mantém a posição de que a sessão será mantida. Alguns pedem reabertura do painel.

Assim que o painel foi aberto, parlamentares de oposição alinharam a estratégia para postergar e talvez adiar a sessão do Congresso. Deputados e senadores do PSDB e DEM confirmaram que só registrariam presença na sessão depois que o quórum mínimo fosse atingido.

Entre os vetos que ainda não foram apreciados estão o que prevê o reajuste dos servidores do Poder Judiciário, que tem impacto, segundo dados do governo, de R$ 36,2 bilhões até 2019, e o que atrela o reajuste do salário mínimo a todos os benefícios do INSS, o que representa uma despesa extra de R$ 11 bilhões no mesmo período.

Além da resistência da oposição, presidentes e líderes de partidos contrários ao governo se reúnem, às 14h30, com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Aroldo Cedraz. Entre os congressistas que devem comparecer à reunião estão os presidentes do PSDB, senador Aécio Neves, do DEM, Agripino Maia, e o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima.

Mais cedo, o presidente de Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o principal risco para que a sessão desta terça-feira não seja realizada é a falta de quórum. "Isso não depende de mim", comentou.

Na semana passada, Cunha tentou forçar o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), a incluir na pauta os vetos relacionados à reforma eleitoral, que teriam que ser apreciados até a sexta-feira, 2, para que pudessem ter validade nas próximas eleições. Calheiros, no entanto, não atendeu ao pedido de Cunha, que então decidiu convocar seguidas sessões da Câmara e impediu a realização da sessão do Congresso.

O governo mobiliza os aliados para tentar garantir quórum para votar os vetos. A intenção de aliados é esticar a sessão do Congresso mesmo que ela vá até a noite.

Na segunda-feira, 5, após a reunião de líderes da base aliada com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, no Palácio do Planalto, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que há condições de manter os vetos presidenciais na sessão de hoje. "Eu não posso antecipar a votação. Política é risco. Mas estamos confiantes na manutenção dos vetos", completou.

O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira (6) que é preciso fazer todo o esforço necessário para tirar da pauta da sessão conjunta das duas Casas Legislativas os vetos presidenciais. Para ele, é fundamental que os vetos sejam apreciados. "O Brasil precisa deixar de olhar para o seu umbigo e construir saídas para o Brasil e para isso é fundamental que nós apreciemos esses vetos e tiremos esses vetos da frente do Congresso Nacional", disse ele, na chegada ao gabinete do Senado.

Constam da pauta para serem apreciados vetos que preveem o reajuste dos servidores do Poder Judiciário, que tem impacto, segundo dados do governo, de R$ 36,2 bilhões até 2019, e o que atrela o aumento do salário mínimo a todos os benefícios do INSS, o que representa uma despesa extra de R$ 11 bilhões em idêntico período.

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A sessão do plenário, marcada para as 11h30, foi aberta por volta das 12 horas, mas ainda não há quorum para iniciar a votação. O número mínimo é de metade mais um dos parlamentares de cada Casa. Servidores do Judiciário já estão em frente ao Congresso mobilizados para defender a derrubada do veto, tido pelo governo como o mais complicado na pauta de votações.

Na rápida entrevista, Renan disse não ter acompanhado a reforma ministerial para manter a "isenção" do Congresso na mudança do primeiro escalão. Nos bastidores, porém, ele se preocupou com a participação do PMDB do Senado no governo. Questionado se as alterações feitas pela presidente Dilma Rousseff ajudam na votação prevista para hoje, ele negou. "Não vejo relação direta da reforma com a votação que vamos ter hoje no Congresso Nacional", disse.

TCU

O presidente do Congresso não quis comentar o pedido do governo para tentar afastar o relator das contas da gestão Dilma de 2014 no Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro Augusto Nardes. O julgamento das contas está marcado para esta quarta-feira, 7.

"O Tribunal de Contas, apesar de ser um órgão auxiliar do Legislativo, tem independência, absoluta independência", limitou-se a dizer.

Uma eventual rejeição das contas de Dilma, tida como cenário mais provável pelo governo, ajudaria a embasar ou dar força a um pedido de impeachment contra a presidente no Congresso. No início da tarde, a oposição vai se reunir com o presidente do TCU, Aroldo Cedraz, a fim de prestar solidariedade à Corte.

A reforma ministerial concluída na semana passada não foi suficiente para aumentar a expectativa de votos favoráveis à manutenção dos vetos presidenciais na sessão do Congresso desta terça-feira (6). Em reunião na segunda-feira (5) entre líderes da base governista na Câmara e o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), o Planalto estimou ter os mesmos 200 votos que contabilizava antes da dança das cadeiras. Os vetos são uma verdadeira pauta-bomba que, se ativada, aumenta consideravelmente os gastos da União.

Lideranças partidárias dizem que as trocas promovidas na Esplanada dos Ministérios podem não dar ao governo o resultado esperado no Congresso.

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Berzoini fez apelos para que os vetos sejam mantidos aos líderes da Câmara e do Senado, Casa onde a situação é mais favorável ao governo. O que mais preocupa a Esplanada é o do reajuste dos servidores do Judiciário. O impacto é de R$ 36,2 bilhões até 2019, segundo o governo. Para ser derrubado, cada um dos vetos precisa ter pelo menos 257 dos 513 votos de deputados e 41 dos 81 senadores.

O líder do governo, José Guimarães (CE), admitiu não esperar uma votação tranquila. "Eu não posso antecipar a votação. Política é risco. Mas estamos confiantes", afirmou.

Para o líder do PP, Eduardo da Fonte (PE), o "governo conta com a consciência dos parlamentares para os danos que a derrubada dos vetos pode causar à economia do Brasil". No seu partido de 39 deputados, há quem reclame que legendas não tão fiéis ao governo receberam ministérios com orçamentos vultosos. O alvo principal da queixa, nesse caso, é o PDT, partido de 18 deputados que deixou a base do governo rumo à "independência" e recebeu o Ministério das Comunicações, cujo orçamento deste ano é de R$ 778 milhões.

O PSD, com 18 deputados, manteve sob seu comando o Ministério das Cidades, mas perdeu o da Micro e Pequena Empresa. Ontem à noite, o governo tentou fazer o líder do partido na Câmara, Rogério Rosso (DF), retirar seu requerimento para que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, seja convocado para explicar na Casa a crise econômica.

No PC do B também houve descontentamento. O ministro Aldo Rabelo foi transferido de Ciência e Tecnologia para a Defesa. No partido de 11 deputados, consideraram a troca "injusta" porque a nova pasta da legenda é estritamente técnica e não dialoga com sua base social.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo Dilma Rousseff acompanha com apreensão a tramitação de 19 projetos no Congresso que, juntos, compõem a "pauta-bomba" das contas públicas. Não há cálculo de impacto para todos os projetos, mas para aqueles em que há, a estimativa de "gastos extras" é gigantesca: R$ 283,8 bilhões entre aumento de despesas e perda de receita, distribuídos em cinco anos.

Esse volume de recursos equivale a cumprir a meta fiscal oficial do ano que vem, de 0,7% do PIB, por sete anos consecutivos.

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A lista de projetos acompanhada pelo governo, segundo levantamento do Estado, tem como peça de maior impacto uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que eleva o piso federal para profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), que custaria R$ 270 bilhões em cinco anos. Essa PEC eleva dos atuais 15% sobre a receita corrente líquida para 18,7%. Em tramitação em comissão especial no Congresso, essa proposta supera as regras do Orçamento impositivo, no qual o governo se comprometeu a aplicar até 15% da receita corrente líquida de forma escalonada em cinco anos.

Outros dois projetos da pauta-bomba criam carreiras de analistas e técnicos na Defensoria Pública da União semelhantes às do Judiciário. Essas propostas, juntas, poderiam aumentar os gastos neste ano em R$ 112,9 milhões e, no ano que vem, em R$ 520 milhões. Além disso, não há previsões orçamentárias para eles, o que exigiria esforço legal para alterar os orçamentos de cada ano. Esses projetos estão em análise na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara.

Outro projeto, na mesma comissão da Câmara, cria uma gratificação a servidores efetivos da Justiça Eleitoral. Caso seja aprovado, ele vai forçar gastos extras de R$ 550 milhões em 2015.

Preocupa também o governo o texto que amplia os limites de faturamento de empresas para serem incluídas no regime especial do Super Simples, aprovado na Câmara na semana passada. O projeto, ao longo de três anos, vai forçar uma perda da ordem de R$ 11,4 bilhões.

A PEC 443, que vincula os subsídios concedidos aos servidores da Advocacia-Geral da União a 90,2% do obtido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal, que aguarda votação em 2.º turno no plenário da Câmara, adicionaria R$ 1 bilhão em despesa federal, por ano.

Outro projeto concede um reajuste de 29% a 69,5% na remuneração de cargos em comissão e de funções de confiança no Tribunal de Contas da União (TCU), porcentuais bem superiores aos concedidos pelo governo aos servidores do Executivo. Na pauta de comissão da Câmara, a proposta aumentaria em R$ 121,8 milhões os gastos federais, somente em 2015.

FGTS

Outros quatro projetos "perigosos" para as contas públicas estão em tramitação na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara e envolvem o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS). Não há impacto calculado desses projetos, mas o governo teme especialmente o Projeto de Lei Parlamentar 51, que extingue progressivamente a multa adicional de 10% sobre o saldo do FGTS paga pelas empresas nas demissões sem justa causa. A Caixa arrecadou R$ 4,1 bilhões com esse adicional do FGTS ao longo do ano passado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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