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O Brasil continua somando grandes resultados no Campeonato Mundial de Skate Park, em Roma. Nesta sexta-feira foram disputadas as quartas de final com o País tendo oito representantes no masculino e três no feminino. Dos 11 skatistas, a equipe nacional conseguiu colocar sete entre os semifinalistas deste sábado. Destaque para Pedro Barros, que somou a maior nota do dia entre os homens e para Raicca Ventura, segunda e Dora Varella, a quarta entre as mulheres - a outra representante na categoria, Isadora Pacheco, também se garantiu.

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As competições do dia em Roma começaram com a disputa entre os homens e Pedro Barros fez bonito. O medalhista olímpico de prata em Tóquio acabou no topo entre os 16 classificados. Com manobras ousadas e perfeitas, cravou 84,71 pontos em sua segunda volta para superar o japonês Nagahara Yuro, que ficou perto com 84,43, e o americano Tom Schaar, com 84,11.

O Brasil terá mais quatro representantes na semifinal deste sábado, na luta por pontos preciosos no Ranking Mundial Olímpico de Skate, que definirá os representantes nos Jogos de Paris-2024. Pedro Carvalho avançou em sétimo, com 80,56, seguido de perto por Augusto Akio, com 78,56, resultados que os levariam às finais. Luigi Cini fez 76,32 e foi o 11º.

Akio é o segundo no ranking mundial, enquanto Pedro Barros aparece em quinto. Ambos entraram na disputa somente nessas quartas. Os demais representantes do Brasil na fase não foram bem. André Mariano (26º), Murilo Peres (27º), Kalani Konig (30º) e Pedro Quintas (31º) se despediram.

No feminino, mais resultados expressivos ao País, com 100% de aproveitamento nas quartas de final. A japonesa Hikari Kokona brilhou com a melhor nota geral do dia, somando impressionantes 86,12. Mas Raicca Ventura não desapontou, vindo logo atrás com 84,32, perto da também japonesa Kusaki Hinano, que fez 84,18.

Dora Varella fez uma nota mais distante do Top 3, mas não menos importante ao Brasil. Com 82,62, avançou em quarto, com Isadora Pacheco sento a 10ª com seus 79,30. Yndiara Asp, Lua Vicente, Fernanda Tonissi, Sofia Godoy e Victoria Bassi caíram na primeira fase, ficando fora das quartas de final.

Fotos: Julio Detefon / CBSk

E o skate brasileiro ganhou a terceira medalha nos Jogos de Tóquio, nesta quinta-feira (5), com a prata conquistada por Pedro Barros, na modalidade park.

Depois da prata de Kevin Hoefler e Rayssa Leal, ambos no street, foi a vez catarinense de 26 anos de dar ao Brasil a 16ª medalha nas Olimpíadas no Japão.

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Com uma pontuação de 86.14, o brasileiro ficou atrás do australiano Keegan Palmer (95.83), dono do ouro, enquanto o bronze foi para o americano Cory Juneau (84.13).

Na final no Centro de Esportes Urbanos de Ariake, o Brasil contou ainda com outros dois representantes, Luiz Francisco, que foi o quarto colocado (83.14) e Pedro Quintas, o oitavo (38.47).

Na véspera, a final feminina da modalidade teve duas brasileiras, com Dora Varella, terminando em sétimo, e Yndiara Asp, em oitavo. A outra representante do país na categoria, Isadora Pacheco não passou da eliminatória.

Já a medalha de ouro ficou com a japonesa Sakura Yosozumi, enquanto sua compatriota Kokona Hiraki foi prata e a britânica Sky Brown ganhou o bronze.

O skate é um dos cinco esportes que estreiam nesta edição dos Jogos Olímpicos, ao lado do surfe, escalada, caratê e beisebol.

Pedro Barros se tornou o quinto brasileiro a garantir vaga para a disputa do skate na Olimpíada de Tóquio, em julho deste ano. O skatista está confirmado matematicamente após os resultados das classificatórias da modalidade park masculina do Dew Tour, ocorridas na última sexta (21), em Des Moines, nos Estados Unidos.

Barros disputa neste sábado as semifinais do park no Dew Tour, junto com outros três skatistas brasileiros: Luiz Francisco, Pedro Quintas e Pedro Carvalho. No street feminino, as brasileiras foram bem, com Pâmela Rosa em primeiro (33,12 pontos), Letícia Bufoni em segundo (24,31 pontos) e Rayssa Leal, também classificada para a final na quinta colocação (13,92 pontos).

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Além de Barros, os outros cinco skatistas brasileiros garantidos na Olimpíada de Tóquio são Luiz Francisco, Dora Varella, Isadora Pacheco e Yndiara Asp. Todos competem na modalidade park, que ainda tem uma vaga masculina a decidir - Pedro Quintas e Pedro Carvalho a disputam no Dew Tour.

A competição em Des Moines é a última seletiva do park antes dos Jogos e a penúltima da modalidade street. Esta ainda tem um Mundial a ser disputado entre os dias 31 de maio e 6 de junho em Roma, na Itália.

O arquiteto Oscar Niemeyer sempre escreveu suas obras por linhas curvas. E suas "rampas", "tetos" e "vãos livres" aguçaram a imaginação dos skatistas, que nunca tiveram a oportunidade de percorrer suas obras com o equipamento. Depois de uma negociação com a Fundação Oscar Niemeyer, os atletas Pedro Barros e Murilo Peres conseguiram uma autorização para andar de skate em alguns cartões postais do arquiteto. E essa aventura virou o mini documentário "Sonhos Concretos: O Skate Encontra Niemeyer".

As gravações foram feitas entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, antes da pandemia do novo coronavírus. A ideia inicial era lançar antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, quando o skate fará a sua estreia no programa, mas a competição foi adiada para 2021 e, com tudo pronto, os produtores decidiram apresentar esse "rolê" dos dois atletas que buscam vagas na Olimpíada em obras de Niemeyer no Rio de Janeiro, em Niterói (RJ), Brasília, São Paulo e Belo Horizonte. Depois das filmagens, todos os espaços passaram por um processo de reparo.

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"Falar desse projeto é falar também sobre sonhos. De um mundo em que a gente possa ocupar todos os espaços, sempre com bons propósitos e de uma forma espontânea. A gente precisou de uma união para que isso saísse do papel e se tornasse realidade. E essa união é uma das essências do skate. Eu espero que esse projeto alcance muitas pessoas e leve a nossa mensagem", comentou Pedro Barros, que é amigo de Murilo Peres desde bem pequeno e os dois idealizaram esse projeto inédito. Ambos fazem parte da seleção brasileira de skate e estão disputando vaga da modalidade park para os Jogos de Tóquio-2020.

"A ideia surgiu quando eu e o Pedro estávamos em Brasília. A gente estava passando de carro pelo Eixo Monumental e nós olhávamos aqueles prédios. Eles chamam atenção de qualquer um, ainda mais de skatista. Aí pensamos que seria incrível poder andar de skate neles e fomos atrás do que precisaria fazer para viabilizar isso", explicou Murilo.

O período de captação das imagens foi uma verdadeira aventura porque muitos dos lugares eram de difícil acesso, como tetos de obras arquitetônicas, por exemplo. Mas isso só aumentou a vontade da dupla de colocar o skate para rodar nesses locais. O sinal verde da Fundação Oscar Niemeyer também confirmou que existe uma identidade entre o skate e a arquitetura do brasileiro, que faleceu em 2012 mas deixou um enorme legado na arquitetura mundial.

A interação de Pedro Barros e Murilo Peres nas obras também teve doses de emoção no filme dirigido por Hugo Haddad, com lindas manobras e algumas quedas. As imagens aéreas ajudaram a dar um toque ainda mais épico nas gravações. Em São Paulo, eles andaram de skate na Marquise do Ibirapuera, local que já é de domínio dos praticantes de esporte, na Oca e no Pavilhão da Bienal totalmente vazio, o que dá uma impressão diferente daquele lugar.

Já em Niterói, os dois fizeram manobras no Museu de Arte Contemporânea, obra emblemática de Niemeyer. No Rio de Janeiro passaram também pela Casa das Canoas, local projetado pelo arquiteto em 1951 para ser sua residência. A união do espaço com o meio natural chamou a atenção dos skatistas, que utilizaram inclusive uma grande rocha na área externa da habitação para fazer manobras.

Em Belo Horizonte, os dois foram até a Cidade Administrativa, sede do governo mineiro que foi elaborada por Niemeyer e ficou pronta em fevereiro de 2010. Lá estão o Auditório JK, o Palácio Tiradentes e os Edifícios Minas e Gerais. Entre um passeio e outro em cima do skate pelas obras, a dupla se impressionou com a beleza arquitetônica dos prédios e a criatividade usada nas construções. "Foi memorável poder realizar esse sonho", explicou Pedro Barros.

A volta dos skatistas em Brasília foi marcante também pela possibilidade de desfrutar de espaços que nunca imaginariam estar, como descer de skate a rampa do Palácio do Congresso Nacional e fazer manobras no corrimão em frente à Catedral de Brasília, dois dos projetos que tornaram Oscar Niemeyer famoso. Para Pedro Barros e Murilo Peres, o sonho se tornou realidade. "Se eu fosse um arquiteto e pudesse desenhar obras, faria apenas tudo que fosse ‘skatável’, para conseguir andar em tudo. De certa forma, Niemeyer fez isso há muitos anos. São tantas linhas, tantas curvas… Parece que ele andava de skate e não sabia", frisou Barros.

"A sensação foi maravilhosa pelo resultado que alcançamos. Esse projeto me deu força nesse momento, para que continue acreditando nos meus sonhos, que acredite em um mundo melhor. A gente se aprofundou na história do Niemeyer e vimos o quanto ele foi inovador", completou Murilo.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 servirão como divisor de águas para cinco esportes: surfe, skate, beisebol/softbol, escalada e caratê. No Brasil, atletas que praticam essas modalidades sonham em conquistar uma medalha olímpica. O desejo de representar o País no Japão faz parte do cotidiano do skatista brasileiro Pedro Barros - aos 22 anos, ele é considerado um dos maiores da atualidade em seu esporte.

"Participar da Olimpíada é mesmo o meu grande objetivo agora. Quando você se vê inserido nesse espírito olímpico, fica impossível não querer representar o seu País na competição mais importante do mundo esportivo", comenta o skatista, que coleciona seis medalhas de ouro nos X-Games, o maior campeonato de esportes radicais do planeta. Não é pouca coisa.

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Nascido em Florianópolis, Pedro Barros começou a andar de skate aos dois anos, ainda de fraudas. Apenas um ano depois, participou de um primeiro campeonato. Desde então, coleciona recordes e títulos. Aos 14 anos, foi o mais jovem a desafiar uma megarrampa. Com 18, já era tricampeão mundial.

Em 2016, ele concorreu ao prêmio Laureus, o Oscar do Esporte, na categoria "Esportes de Ação". "Eu nem sabia o que era aquilo direito. Pesquisei na internet e quase não acreditei. Sentei do lado do Alexandre Pato na cerimônia e quando me dei conta, vi o (Usain) Bolt ali perto, fiquei de boca aberta."

Filho do ex-surfista André Barros, Pedro cresceu entre a praia e o asfalto, sempre sobre uma prancha. "Meu pai pegava onda e ficou amigo do Léo Kakinho, que era um dos mais conhecidos skatistas do Brasil nos anos 1980. Ganhei do Kakinho o meu primeiro skate e ele foi meu mentor. Meu pai foi o cara que mudou a vida dele para me apoiar", diz o garoto. "O surfe tem alguns elementos que consigo trazer para o skate. O estilo de andar, o posicionamento na prancha. Às vezes, vejo uma onda e penso que ela é uma rampa; em outras, tento andar como se estivesse surfando mesmo. Meu estilo vem dessa mistura radical", garante Pedro.

Na última etapa dos X-Games, realizada na China, Pedro Barros ficou com a prata, mas não desaprovou sua participação. "Foi uma situação atípica, choveu todos os dias e eu me machuquei na primeira volta. Achei que teria de voltar para casa, mas por sorte levei meu fisioterapeuta. No fim, saí mais feliz desse evento do que em muitos outros em que ganhei", afirma o skatista, que ainda pode encerrar o ano como o primeiro do ranking do World Cup Skateboarding (WCS). "A última etapa é a que conta.

Mas esse é o circuito não oficial. O título mundial ainda não saiu e no momento ainda estou em primeiro no Bowl Jam (modalidade do esporte)", diz.

Em Tóquio-2020, o skate estará representado em duas categorias: street e park. A primeira imita obstáculos urbanos, como escadas e corrimões. A segunda é formada por uma pista de concreto, onde os atletas fazem suas manobras em rampas e paredes verticais. Esta modalidade é bem ampla e inclui vários estilos, como, por exemplo, o Bowl, especialidade de Pedro Barros. O Brasil terá três representantes no masculino e feminino em cada uma das modalidades. Serão, portanto, 12 skatistas brasileiros selecionados por meio do ranking mundial da temporada de 2019.

O catarinense luta para se manter no topo, mas ele mesmo avalia como grande sua chance de representar o Brasil nos Jogos de Tóquio-2020. Sua incerteza se deve ao impasse sobre a organização da entidade brasileira à frente do esporte. Pedro, assim como a maioria dos skatistas, quer que seja a Confederação Brasileira de Skate (CBSk), mas ainda há questões burocráticas impedindo que isso se legitime. Entretanto, um nome pode facilitar a desatar esse nó.

NOS TRILHOS - Bob Burnquist, um dos maiores skatistas de todos os tempos, acaba de ser eleito o novo presidente da confederação. "Bob é a melhor alternativa possível. Ele tem nome e bons relacionamentos. Tenho certeza de que o skate vai viver uma nova fase a partir do ano que vem", defende o atleta.

Pedro Barros, no entanto, acredita que a modalidade vai continuar com sua cultura "underground", na qual ele está inserido, mesmo após se tornar um esporte olímpico. "O Brasil era o País do samba. Hoje é o País do funk e também do pagode. Mas o samba nunca vai deixar de existir. Assim como vamos continuar tomando cervejinha e ouvindo rock and roll", compara o skatista.

POLÊMICA - Uma questão burocrática atormentou os skatistas desde que a modalidade passou a fazer parte do programa olímpico. Inicialmente, foi decidido que quem representaria o skate seria a Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP), filiada da Federação Internacional de Esportes Sobre Rodas (FIRS) e que cumpre os pré-requisitos estabelecidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

Muitos skatistas, entre eles Pedro Barros, não aceitaram ser representados por outra entidade e criaram a campanha #SomosTodosCBSk, que recebeu mais de 17 mil assinaturas. A CBSk é que pleiteia representar o esporte nos Jogos de Tóquio.

Para resolver o impasse, os dirigentes da FIRS decidiram mudar o nome da entidade para World Skate, que passou a ser responsável pelo gerenciamento de todas as modalidades do skate e patins. Com a fusão, a CBSk passou a ser filiada a World Skate e tentará novamente se filiar ao Comitê Olímpico do Brasil (COB).

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