Tópicos | Pessoa com Deficîência

Desta segunda (28) até a próxima quarta-feira (30), acontece a III Conferência Municipal de defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMPCD/Recife). O evento, realizado no Centro de Formação de Professores, no bairro da Torre, está sendo promovido pela Prefeitura do Recife, por meio da Gerência da Pessoa com Deficiência, vinculada à Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Cidadã (SDHSC).

A abertura da Conferência acontece hoje, às 19h, com uma palestra magna do secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio José Ferreira. Ainda serão realizadas apresentações culturais da Banda Força Especial, do Cervac, e o Batuque da Apabb, ambos são organizações não governamentais (ONGs) que trabalham com pessoas com déficit intelectual.

##RECOMENDA##

Estima-se que cerca de 210 delegados eleitos em pré-conferências temáticas participem do evento. Assim também como autoridades do Governo Estadual e Municipal que atuam com políticas públicas voltadas para pessoas com deficiência física, sensorial e mental.

Às cinco horas da manhã, a atendente de telemarketing Maria José da Silva sai de casa, em Ouro Preto, com destino a Contax, em Santo Amaro. Depois de quase sete horas, ele segue para o Grupo Ser Educacional, para mais seis horas no Call Center. Quando chega em casa, lá pelas 21h, é hora de dar atenção ao filho de nove anos e cuidar dos serviços domésticos. Perto da meia-noite, depois que o marido chega da faculdade, vem o descanso. No dia, seguinte, começa tudo novamente. O que parece uma rotina cansativa, para Maria é uma conquista. Com deficiência em uma das pernas, ela mostra que a muleta não é obstáculo para a realização pessoal e profissional.

E ela não para por aí. “O meu objetivo é ir para a faculdade cursar gestão de recursos humanos, fazer uma pós e depois fazer comunicação social. Já tenho uma proposta para trabalhar no RH da empresa, mas primeiro preciso ter o curso. Quero ter tempo para me dedicar aos estudos e tenho o apoio da minha família para isso”, conta. De fato, as duas últimas décadas foram marcadas pela maior inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Isso graças a Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, que determina que as empresas destinem de 2% a 5% dos postos de trabalho para os portadores de deficiência.

Mas, apesar da ampliação de oportunidades de trabalho, nem sempre a regulamentação é seguida à risca. Em Pernambuco, diversas empresas descumprem a norma e são acionadas pelo Ministério Público do Trabalho. “Abrimos um processo de investigação e intimamos a empresa a comparecer à audiência com a documentação necessária. Geralmente, assinamos um termo de ajustamento de conduta e damos um prazo para a regularização. Se percebemos que não há interesse, entramos com uma ação civil pública”, explica a procuradora Melícia Nesel, responsável pela Coordenadoria de Combate à Desigualdade e Discriminação no Trabalho. Segundo ela, o descumprimento ocorre tanto no comércio e indústria, quanto nas empresas de serviços.

“O maior entrave é a falta de responsabilidade social e o preconceito de que elas são capazes apenas de exercerem cargos de baixo escalão. Nas audiências, percebi que as empresas até chegam a separar as vagas, mas não têm iniciativa de ir em busca desses profissionais”, conta. Ela lembra de um caso de uma rede hoteleira que não sabia o que fazer. “Sugeri um anúncio no jornal. No início, eles desacreditaram que haveria resultado, mas se surpreenderam quando a procura foi maior que a oferta de vagas. O que falta é a iniciativa”, frisa.

Do lado das empresas, a reclamação é sobre a falta de qualificação. “Os deficientes, por muito tempo, forem excluídos de vários processos, mas há sim pessoas capacitadas. Todos os argumentos das empresas transferem a culpa para a pessoa com deficiência, mas o que existe é um preconceito mascarado por ações pontuais”, critica João Maurício Rocha, da Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (Sead/PE). Para ele, o perfil profissional precisa ser avaliado, antes de determinar em que setores das empresas serão abertas as vagas. É o que acontece no Grupo Ser Educacional. “Primeiro identificamos a experiência de trabalho, as habilidades e as aptidões. Em seguida, procuramos identificar o setor mais adequado e se a deficiência não irá prejudicar o desempenho profissional”, explica a analista de RH, Viviane Barros. Segundo ela, também é preciso fazer um acompanhamento dos funcionários para sanar as dificuldades encontradas.

No dia a dia, os empresários também devem oferecer boas condições de trabalho. “Algumas empresas juntam todos os portadores de necessidades especiais e os colocam numa sala só, sem contato com os demais funcionários. Isso não pode existir e configura em assédio moral. Não basta inserir, é preciso incluir”, salienta a procuradora Melícia Nesel. Para isso, é preciso instalar rampas e banheiros adaptados, bem como modificar os móveis quando for necessário, por exemplo. A deficiência, em alguns casos, também precisa ser levada em consideração para evitar o esforço exagerado. “Quando fiz entrevista para o Carrefour, a encarregada só me deixou trabalhar como operadora de caixa quando eu passei a usar uma muleta. Como precisava do trabalho, fiz esforço e me acostumei, mas forcei demais a perna e a coluna. Graças a Deus, hoje as coisas são diferentes”, conta Maria José da Silva.

Benefício Assistencial
Além da chamada Lei das Cotas, a Constituição Federal estabelece que a pessoa portadora de deficiência deve receber um salário mínimo, desde que não possua condições de prover renda pessoal. O benefício é operacionalizado através do Instituto Nacional do Seguro Social, do Ministério da Previdência Social. A fonte de renda, que contribui para o sustento de milhões de brasileiros, também gera o comodismo em alguns beneficiários, que mesmo tendo condições, optam por não trabalhar. “Se eu recebo um salário mínimo sem precisar fazer nada, porque eu vou me esforçar e ir trabalhar para receber a mesma coisa? Prefiro ficar em casa”, considera José Costa*, que é surdo. Ele não é o único a assumir essa postura. “Tem tanta gente por aí vivendo de Bolsa Família e outros benefícios sociais, porque eu não posso? O benefício é um direito que tenho e eu não vou abrir mão dele. Pode ser errado, mas essa não é a única coisa errada no Brasil”, diz Mário Souza*, que também é surdo.

A atitude recebe a reprovação de várias pessoas portadoras de deficiência. “Hoje em dia, as oportunidades são muitas, o que falta é o interesse mesmo”, considera Fábio Patrício dos Santos. “Eu sempre fiz tudo, trabalho e estudo. Nada pode me impedir”, conta Suyen Marques. “Não concordo com o comodismo, porque não tem coisa melhor do que não depender de ninguém. Eu gostaria de trabalhar e não posso, mas também não fico por aí abusando. Tem gente que recebe o benefício, pode trabalhar, mas prefere pedir esmolas nos sinais. Não dá”, salienta Saulo Dias de França.



Há oito anos, ele sofreu um acidente de moto e sofreu uma lesão medular T4, que hoje o impede de trabalhar. “Não sinto nada do tórax para baixo. Não tenho controle da urina e das fezes. Não quero passar por constrangimentos. Só um cadeirante sabe o que passa. Sinto falta do trabalho”, conta. O objetivo de vida é conseguir ficar independente da cadeira de rodas e das muletas e trabalhar com informática. “Enquanto não tiver controle do meu corpo, não dá para trabalhar. Mesmo que seja para sair de cadeira de rodas, se for para receber o mesmo que recebo de aposentadoria por invalidez, prefiro ficar em casa. O trabalho que dá sair de casa e pegar um transporte, não vale à pena”, considera ele, que atualmente faz uma campanha nas redes sociais para arrecadar fundos para comprar uma cadeira de rodas adequada. Quem quiser ajudá-lo pode entrar em contato pelo e-mail saulodiasfranca@hotmail.com ou pelo telefone 3273-6555.

Para João Maurício Rocha, do Sead/PE, antes de qualquer julgamento, é preciso observar o contexto social. “Às vezes, um conjunto de fatores impede a inserção no mercado de trabalho, como moradia e transporte inacessíveis. Também, as condições de emprego nem sempre estimulam. O que se espera é uma maior promoção da acessibilidade”, destaca.

Sobre o benefício assistencial, o chefe do Serviço de Administração de Informações de Segurados do INSS em Pernambuco, Olacir Luchetta, explica a concessão depende da avaliação da assistência social e da perícia médica. “Primeiro, os assistentes sociais fazem a análise das condições, como renda per capita familiar, chegando a fazer visitas residenciais. Em seguida, a pessoa passa por uma perícia e só então se torna um beneficiário”, explica. Segundo ele, muitas pessoas com deficiência temiam entrar no mercado de trabalho e perder o benefício. “Agora, a pessoa não perde mais. Se ela começa a trabalhar, o benefício é suspenso. Se um dia ela ficar desempregada, pode voltar a receber o benefício. Mas isso não é automático. É preciso retornar ao INSS e dar entrada no pedido”, esclarece.

Competência e superação
Para quem está no mercado de trabalho, a deficiência não é pretexto para fazer “corpo mole”. Há 22 anos trabalhando no Bompreço, Elaine Costa que começou como operadora de caixa, hoje é encarregada de gestão de abastecimento da loja localizada no Parque Amorim, no Recife. Ela conta com orgulho que sempre cumpriu com o dever e quer ir além na vida profissional. “Se me derem oportunidade, quero chegar à gerência do supermercado. Eu sei que tenho potencial”, evidencia.

No ambiente de trabalho, ela conta sempre com o apoio dos colegas, mas diz que isso depende da postura profissional. “Não dou brecha para a exclusão. Não deixo que me menosprezem ou me vejam como uma coitada. Coitada, por quê? Eu sou uma pessoa normal, exerço cargo de liderança e gosto de trabalhar acima de tudo”, diz.

Transmitir segurança ao funcionário é um dos papéis das empresas, que precisam colocar em prática uma política de inclusão. “Capacitamos os funcionários que não são portadores de deficiência para que eles possam se comunicar e se relacionar da melhor forma possível com os portadores de deficiência. Possuímos, também, espaços adaptados”, explica a diretora de Capital Humano do Walmart Brasil, Fernanda Caracciolo. Sobre as oportunidades de promoção, ela conta que as chances são as mesmas para qualquer funcionário. A dedicação, o empenho, os resultados e a excelência no trabalho é que contribui para o crescimento. “O varejo é uma das áreas de trabalho onde a ascensão profissional acontece de forma mais rápida. Nossos líderes, hoje, são em sua maioria pessoas que iniciaram em funções em lojas. Isso independe de ser portador ou não de deficiência”, salienta.

É com essa perspectiva que Elaine segue em frente. “Sou uma profissional competente. Não vou me conformar com o come e dorme, com o salário mínimo. Eu quero mais. Sei o meu valor. Adoro trabalhar e não me canso”, finaliza.

* Os entrevistados preferiram não teremos nomes divulgados.

No período em que se comemora a XI Semana Estadual da Pessoa com Deficiência em Pernambuco, muitos desafios e algumas promessas para essa população. Os relatos aqui descritos das pessoas com deficiência são de falta de iniciativas públicas e descaso. Entretanto a força de vontade, determinação e alegria de viver fazem com eles superem as barreiras físicas e a falta de estrutura das cidades que lhes negam o pleno direito de ir e vir. Algumas iniciativas, como o Programa Pernambuco Conduz, lançado terça-feira, e o Instituto dos Cegos, tentam diminuir essas dificuldades.

Confira a matéria completa.

##RECOMENDA##

No período em que se comemora a XI Semana Estadual da Pessoa com Deficiência em Pernambuco, muitos desafios e algumas promessas para essa população. Os relatos aqui descritos das pessoas com deficiência são de falta de iniciativas públicas e descaso. Entretanto a força de vontade, determinação e alegria de viver fazem com eles superem as barreiras físicas e a falta de estrutura das cidades que lhes negam o pleno direito de ir e vir.

O Estatuto das Pessoas com Deficiência, em seu artigo 2º do capítulo I, publicado no Diário Oficial da União em 21 de dezembro de 1999, institui que “cabe aos órgãos e às entidades do Poder Público assegurar à pessoa portadora de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à Educação, à Saúde, ao Trabalho, ao Desporto, ao Turismo, ao Lazer, à Previdência Social, à Assistência Social, ao Transporte, à Edificação Pública, à Habitação, à Cultura, ao amparo à Infância e à Maternidade, e outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico”.

Em Pernambuco, quarto estado com maior número (1 milhão e 400 mil)de pessoas com deficiência  do Brasil, a realidade não se adequa nem ao que prevê a lei, nem tampouco atende às demandas no que se refere às garantias à acessibilidade para esses indivíduos. A reclamação dos deficientes pode ser facilmente constatada nas ruas cheias de buracos da capital, Região Metropolitana ou no Interior. “Aqui na capital, vejo que a dificuldade é grande para a locomoção de nós deficientes, mas no Interior é ainda pior, pois não temos ônibus acessíveis”, observou o cadeirante, Alexandre Rogério do Nascimento, 45 anos, morador de Vitória do Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco. Ele ainda contou que a rampa da Câmara de Vitória, local onde trabalha, só foi instalada há cerca de quatro anos. “Sou servidor público desde os anos 1980 e vinha insistindo muito para colocarem uma rampa que facilitasse meu acesso ao trabalho, mas só há uns quatro atrás é que me atenderam. Também tenho brigado para que instalem uma rampa no Tribunal de Pequenas causas, já divulguei várias vezes esse caso à Imprensa. Este ano saiu uma foto no jornal, só que nada foi resolvido. Continuo lutando”, revelou Alexandre.

Na última terça-feira (23), o governo de Pernambuco lançou o Programa Pernambuco Conduz, serviço de transporte em Unidades Móveis Adaptadas – UMA, que atenderá 600 pessoas com grau de deficiência elevado, sem condições de locomoção nos demais meios de transportes, candidatos inscritos no Cadastro Único (CADÚNICO) e pessoas com renda familiar per capita mensal inferior a um salário mínimo. Além disso, o serviço será prestado de acordo com a disponibilidade das rotas existentes e circulará apenas na Região Metropolitana do Recife (RMR). Presente no lançamento, o cadeirante José de Irimar de Moraes Júnior, 35 anos, morador do bairro de Água Fria, disse que os problemas enfrentados pelos deficientes não estão perto de ser resolvidos em Pernambuco. “Há um avanço nas políticas públicas para nós (deficientes), como esse que estamos presenciando (Pernambuco Conduz), mas ainda há muito a ser feito”, advertiu José Irimar. Já Alexandre Rogério, afirmou que ficará esperando o programa chegar a Vitória. “Isso vai acontecer na velocidade dos passos de uma tartaruga, mas eu tenho fé que um dia o programa vai chegar”, gargalhou o cadeirante.  De acordo com o governador Eduardo Campos, o programa será implantado nas 12 microrregiões do Estado, porém não há previsão de quando isso acontecerá.

O superintendente da Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (SEAD), João Rocha, que é cadeirante, garantiu que está sendo estruturado um projeto de empregabilidade voltado para os deficientes, que deverá ser lançado ainda em 2011, mas não há previsão da data. Ele também observou que Pernambuco precisa avançar nas questões relacionadas a esta parcela da população, porém disse que seria irresponsável afirmar que esses problemas serão resolvidos de um ano para outro.

INSTITUTO
Contudo nem só de dificuldades vivem as pessoas com deficiência, no Instituto dos Cegos, localizado na Rua Guilherme Pinto, no bairro das Graças, é possível notar de perto o quanto essas pessoas têm alegria de viver. De acordo com a irmã Maria das Graças Silva, Diretora Administrativa, a instituição atende diariamente cerca de 150 pessoas, que passam o dia por lá. Os deficientes visuais podem participar de cursos de artes manuais, Braille, música, dança e teatro, hidroginástica, telemarketing, orientação e mobilidade, além de receberem atendimento psicológico, jurídico e suporte alimentar.

É caso de seu Manoel Venceslau, 76 anos, morador do bairro de Caetés. “Frequento há quase cinco anos o instituto, faço aulas de Braille, artes manuais e teclado. Entrei para fazer aula de música, pois sou maestro do coral de uma igreja evangélica”, contou o animado Manoel. Mas para ele, o que precisa ser melhorado é a conscientização das pessoas em cederam os lugares para as pessoas com deficiência nos transportes coletivos, além da necessidade de aumentar a quantidade de semáforos que emitem sinais sonoros para facilitar a travessia dos deficientes visuais e a revitalização dos calçamentos para que acidentes não aconteçam.

Já Edivânia Maria Marcolino, 26 anos, moradora de São Lourenço da Mata - que faz questão de lembrar que Recife é uma das cidades da Copa de 2014 -, participa há mais de um ano das aulas de artes manuais, Braille, hidroginástica e teclado. “Para mim não há nenhuma dificuldade em ser cega, só mesmo o fato de não enxergar o mundo”, brinca Edivânia. “Faço minhas bijuterias, bonecas de pano, pesos de porta para ganhar um dinheirinho e adoro tomar uma cervejinha”, conclui. Ela que nunca enxergou também tem uma filha de cinco anos, Yasmim Vitória, portadora de glaucoma congênito.

Outro exemplo de superação é Priscila Auxiliadora, de 29 anos de idade. Ela tem a visão dos dois olhos comprometida em decorrência da retirada de um tumor na cabeça. “Eu ia fazer prova de vestibular de biblioteconomia na semana em que descobri que tinha um tumor de oito centímetros na cabeça, segundo o médico eu só tinha uma semana de vida, isso foi em 2006. Fiz a cirurgia e em 2008 o problema voltou e dessa vez ao invés de um eram oito tumores e mais uma vez perdi uma prova, do Cefet”, contou Priscila. Há quatro meses Priscila descobriu na música uma nova forma de sonhar. “Fico muito feliz em estar aprendendo a tocar teclado, o professor Carlos tem ajudado bastante”, assegurou.

Acompanhada do professor de música do Instituto dos Cegos, Carlos Lucena, formado pelo Conservatório Pernambucano de Música, Priscila tocou para a equipe de reportagem a música que mais gosta: “Namoradinha de Um Amigo Meu”, de Roberto Carlos.

Veja a galeria de fotos.

##RECOMENDA##

As pessoas com deficiência terão uma semana de programação cultural, debates e caminhadas em Pernambuco. Esta que é a 11ª Semana Estadual da Pessoa com Deficiência (SEPCD), cujo tema é Cultura: Um direito de todos acontece nos municípios de Recife, Jaboatão, Caruaru, Salgueiro e Petrolina até a próxima sexta-feira (26). Na programação a exibição de filmes com audiodescrição para expectadores cegos e com baixa visão, oficinas artísticas, sambadas de rua, feiras de artesanato, caminhadas, panfletagens e debates.

Além de ser produzida por pessoas com deficiência, as atividades da XI SEPCD serão realizadas também por artistas com deficiência, a exemplo de Arlindo dos 8 Baixos e mais quatro integrantes do grupo Tribo de Jah que são cegos e um quinto com baixa visão. Além da Banda Segnos que é composta por seis músicos cegos.

O objetivo do evento promovido pela Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (SEAD), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social de Direitos Humanos de Pernambuco (SEDSDH), é contribuir para a inclusão social da pessoa com deficiência através de atividades artísticas e culturais.

A abertura aconteceu ontem em Caruaru, na Praça Marco Zero, com a presença de artistas locais, autoridades, lideranças do segmento e população em geral. O cantor Arlindo dos 8 Baixos foi a grande atração do evento. Ele que tem deficiência visual é considerado um patrimônio cultural vivo da cultura pernambucana.

Em Recife, acontece nesta terça-feira (23), às 19h, a exposição Acessibilidade Mamam (Museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães) que apresenta ao público atividades desenvolvidas no intuito de promover o acesso ao museu de pessoas com deficiência visual e auditiva, na perspectiva de um movimento de inserção ao convívio com obras de arte, integrando-as ao público apreciador em geral.

Na cidade de Petrolina, as atividades da XI SEPCD acontecem no dia 24, a partir das 14h, na Praça Dom Malan. A programação conta com show da Banda Segnos, apresentação de grupos culturais locais e feirinha de artesanato.

No dia seguinte (25), a Banda Segnos se apresenta na cidade de Salgueiro juntamente com os grupos culturais locais, além da instalação de feira de artesanato. A agenda acontece no Clube Talismã, a partir das 14h.

A programação prossegue com uma Caminhada em Prol da Inclusão da Pessoa com Deficiência, promovida pela entidade Centro de Reabilitação e Valorização da Criança (CERVAC). A saída está marcada para as 8h, do dia 26, da Praça do Morro da Conceição, no bairro de Casa Amarela, Recife. Às 10h, acontecerá o debate “Cultura Para Todos”, na Livraria Cultura, na Rua Madre Deus, Recife Antigo com abertura do Grupo de Hip-Hop do Programa Pró-Jovem e encerramento com o Grupo de Maracatu da APABB (Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Deficiência de Funcionários do Banco do Brasil). Na mesma data, na cidade de Goiana acontece às 8h a palestra Inclusão da Pessoa com Deficiência, no Cineteatro Polytheama, no Centro. Já às 14, no município de Condado está marcada a palestra “Inclusão da Pessoa com Deficiência e Cultura, no Centro Catequético, situado na Praça João Cristóvão.

Para o dia 27, a XI SEPCD vai oferecer ao público um “Momento Interativo” com dança, gincana, capoeira e feira artesanal, a partir das 8h, em frente a Igrejinha de Piedade, na avenida Beira Mar, cidade de Jaboatão dos Guararapes. A agenda continua com quatro sessões de cinema acessíveis com audiodescrição e legenda, além de debates sobre os conteúdos apresentados nas obras. Os títulos são Café Aurora, AnimaLibras, Casa dos Estranhos e Recife Frio que serão exibidos no dia 27, das 14h às 16h, no Cinema São Luiz, no Recife. Os roteiros são variados, mas a maioria busca destacar a relação entre a pessoa com deficiência e sua interação com a sociedade. Na tarde, do mesmo dia, acontecerá a Sambada da Inclusão, com apresentações culturais e debates sobre o tema, na Praça do Carmo, em Olinda.

No domingo (28), a programação será encerrada com o show da Tribo de Jah, no Parque Dona Lindu, na Avenida, a partir das 14h. Na ocasião haverá feira de artesanato e apresentações culturais promovidas por entidades e pessoas com deficiência. A estimativa de público é de 12 mil participantes.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando