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Nesta quinta-feira (18) é celebrado o Dia Mundial da Filosofia. A data foi instituída em 2005 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e, desde então, passou a ser comemorada na terceira quinta-feira do mês de novembro. Vale lembrar que a data celebra o pensamento filosófico como componente essencial na cultura, e também visa manter a memória de grandes nomes da história como Sócrates, Platão e Aristóteles.

De acordo com Jelson Oliveira, filósofo, professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a filosofia pode ser compreendida como um reservatório da cultura humana. “Por tratar dos problemas centrais da vida humana ao longo dos tempos, ela guarda um conjunto de questões e de tentativas de respostas que ajudaram a humanidade a compreender o mundo, os outros seres e o próprio lugar do ser humano no universo”. Oliveira ressalta dizendo que esta lógica acontece há séculos e perdura até os dias de hoje, ajudando a humanidade a encontrar respostas por meio do pensamento lógico.

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A partir disso, a filosofia pode ser entendida como um horizonte da liberdade, e segundo o especialista, ela serve como atitude de vida, e como opção pelo pensamento. “Embora todos possamos pensar, nem todos escolhem o pensamento. É nisso que a Filosofia pode nos ajudar e com ela teremos encontrado os caminhos para uma vida mais plena”. Neste sentido, a filosofia mostrou ter papel fundamental em vários períodos da história, seja para entender a origem da natureza, a importância da vida humana na sociedade, os questionamentos acerca de Deus, além da relação entre igreja e estado.

Desta forma, é possível mapear como a filosofia é um dos tripés para o mundo seguir em evolução. Segundo Oliveira, um mundo sem filosofia, é um mundo sem cultura, sem capacidade de pensamento, sem seres humanos plenamente realizados. “É um mundo entregue unicamente aos instintos naturais, aos comandos da necessidade, é um mundo sem liberdade e sem nenhum horizonte de sentido. Um mundo sem Filosofia seria um mundo habitado por seres que jamais teriam alcançado o progresso cultural e que estaria desprovido de qualquer capacidade de avaliação sobre os rumos de suas vidas”, explica.

Por conta disso, o especialista destaca que a filosofia não possui idade certa para ser aplicada, já que todos os seres humanos precisam ter pensamento crítico. “Alguém já escreveu que cedo ou tarde, a vida há de transformar a todos em filósofos, porque a vida exige de nós essa reflexão profunda que a filosofia oferece. Nem que seja na velhice, quando a gente olha para trás e avalia o que fizemos com o nosso tempo. Já disseram também que o tempo é o principal tema da Filosofia e que aprender a filosofar não é mais do que aprender a morrer”, reflete.

A importância de uma data

Para o especialista, ter uma data comemorativa como o Dia Mundial da Filosofia ajuda a relembrar temas e sentimentos que acabam sendo esquecidos na correria do cotidiano. “Um Dia Mundial da Filosofia só faz sentido se ele nos ajudar a refletir sobre os problemas da Filosofia e, quem sabe, nos inspirar a pensar um pouco mais sobre nós mesmos, sobre o que estamos fazendo com o tempo de vida que nos cabe viver”, finaliza.

 

 

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Há vários séculos um homem pensou a criação do mundo de forma incomum. Para ele, o amor poderia ser diferente do que as pessoas estavam acostumadas a presenciar. A partir desse pensamento escreveu um livro e em uma das histórias esse amor é narrado para além das fronteiras do tradicional.

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Esse homem era Platão. Ele escreveu o livro “O Banquete” e nele está o mito do “Andrógino”, que atravessou os séculos e hoje serve de inspiração para vários artistas. 

Igor Moura e uma equipe de 15 artistas criaram o espetáculo “Eros: gênesis do amor e da ausência”, com o objetivo de mostrar às pessoas que o amor pode ser realizado de várias formas. “No gênesis do mundo existiam três seres: homem, mulher e a união dos dois, que era o ser andrógino”, afirma o artista. Ele acrescenta que o espetáculo tem um apelo político grande, porque enfatiza as relações homossexuais. “O mito tenta quebrar um pouco desse pensamento para falar do amor que é universal”, comenta.

Rita Ribeiro, artista, disse que o espetáculo aborda formas diferentes de poder e amor. “Cada um deles na sua forma vivenciava o amor pleno, realizado, e não dependiam de Deus para isso. Daí vem a história da busca pela falta dessa outra parte. Mas o que eu acho interessante é essa possibilidade de colocar em condições de absoluta igualdade e naturalidade as três formas de amor”, finaliza.

O projeto tem o apoio do Programa de Incentivo à Arte e à Cultura – Seiva, que é desenvolvido pela Fundação Cultural do Estado do Pará. O espetáculo ocorre nos dias 8 e 9 de setembro, às 17 e 20 horas, na Casa das Artes. Entrada franca.

Por Bruna Oliveira.

 

 

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