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Em um gesto de solidariedade, a população polonesa recebeu os refugiados da guerra da Ucrânia neste sábado (26) com alimentos, água e produtos de higiene pessoal.

O encontro aconteceu na fronteira e emocionou aqueles que fogem da invasão da Rússia rumo a Varsóvia, em uma viagem que deve durar aproximadamente 24 horas.

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Apesar das estações de trem abarrotadas, empurra-empurra e desespero, centenas de pessoas conseguiram deixar Kiev, a capital ucraniana bombardeada pela Rússia, e embarcaram para a Polônia.

A reportagem do Estadão acompanha a viagem, dominada por mulheres e crianças, muitas delas sem saber onde dormir esta noite e nos próximos dias. Foi entregue um folder com orientações para quem não tem onde se hospedar.

A viagem foi tensa até o cruzamento da fronteira. Durante a noite, o trem seguiu em escuridão absoluta para manter a discrição e evitar ser alvo de bombardeios russos.

Os homens ucranianos de 18 a 60 anos estão proibidos de deixar o país para formar a resistência armada aos russos.

Os poloneses elegem no domingo (28) um novo presidente em eleições com resultados incertos que foram adiadas pelo coronavírus e que são cruciais para o futuro do governo nacionalista conservador.

O presidente Andrzej Duda, que concorre a um segundo mandato, visitou Washington esta semana, onde ouviu palavras de encorajamento de seu colega americano Donald Trump, que o parabenizou por seu "excelente trabalho".

Trump vê Duda, apoiado pelo partido governista Lei e Justiça (PiS), como um importante aliado europeu. Além disso, a visita do presidente polonês à Casa Branca foi a primeira de um líder estrangeiro desde o início da pandemia.

Mas os parceiros europeus da Polônia estão atentos para as reformas do governo populista polonês, particularmente do sistema judicial, considerando que prejudicam a democracia apenas três décadas após a queda do comunismo.

As pesquisas apontam Duda como favorito no primeiro turno, mas no segundo turno, em 12 de julho, a diferença seria mínima para seu provável rival, o liberal Rafal Trzaskowski, prefeito de Varsóvia.

Duda prometeu defender os benefícios sociais introduzidos pelo partido no poder, como o auxílio social por filho e o aumento das pensões, um fator-chave para a vitória dos populistas nas últimas legislativas de outubro.

O presidente também apoiou os ataques do PiS aos direitos das pessoas LGBT e valores ocidentais, no que muitos analistas veem como uma tentativa de desviar a atenção das suspeitas de corrupção de autoridades do partido na gestão da crise do coronavírus.

Os ataques de Duda à comunidade gay provocaram uma onda de protestos na Polônia e no exterior.

Por sua vez, com o lema "Estamos cansados!", o principal rival do atual presidente, Rafal Trzaskowski, prometeu restaurar os laços com Bruxelas.

Desde que chegaram ao poder em 2015, Duda e o PiS adotaram uma postura radical na política polonesa, alimentando tensões com a UE e expandindo sua influência por meio de empresas estatais e emissoras públicas.

Um novo mandato de cinco anos para Duda indubitavelmente permitirá que o PiS faça mudanças ainda mais controversas, enquanto sua derrota colocaria em risco a influência do partido.

Os problemas do dia a dia pesam no moral dos poloneses, num momento em que os estragos econômicos da pandemia levarão o país à sua primeira recessão desde o fim do comunismo.

No entanto, na cidade de Godziszow, no leste da Polônia, com uma população de 2.200 habitantes, não há dúvida sobre o vencedor. Quase 90% dos eleitores apoiaram o PiS nas eleições de outubro, seu melhor resultado em todo o país.

"Daria ao PiS um 'A' por seus gastos sociais", disse Magda Ciupak, 33 anos, professora de inglês, vereadora e mãe de dois filhos.

"Como conservadora, também é importante para mim que o presidente Duda seja um orgulhoso católico; ele é um de nós", diz Ciupak, que também administra uma fazenda com o marido.

Anna Konieczna, proprietária de uma pequena empresa na rica cidade de Poznan, no oeste da Polônia, vai votar em Trzaskowski.

Para ela, é "escandaloso" que o governo gaste as receitas tributárias geradas por pequenas empresas para pagar pelos benefícios sociais aprovados pelo partido no poder.

Originalmente agendada para maio, a eleição foi adiada devido à pandemia de coronavírus. A Polônia, com 38 milhões de habitantes, registrou mais de 33.000 casos e cerca de 1.400 mortes.

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