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Uma ação da Polícia Militar de São Paulo flagrou agentes da Polícia Civil dirigindo embriagados no centro da capital paulista. O caso aconteceu na madrugada do último domingo (13), na Ponte das Bandeiras. De acordo com a reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o veículo modelo Hynday/HB20 guiado por um policial do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) foi parado e o agente Afonso Ariovaldo Beviani Junior deu início a uma confusão ao negar a apresentação dos documentos solicitados pelos guardas.

Segundo a reportagem, o servidor público de segurança alegou que voltava de uma confraternização que acontecia em um Distrito Policial (DP) com outros agentes. O comando da operação insistiu para o procedimento correto, mas o policial civil entrou em contato com os colegas para tentar convencer os militares. De acordo com o jornal, mais de 20 carros, entre viaturas caracterizadas da Polícia Civil e carros particulares, chegaram ao local da blitz.

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No boletim de ocorrência assinado pelo delegado Julio Siqueira Gomes, do 13º DP, o ato dos civis foi tido como intimidatório e que os servidores que participavam da festa e foram até a blitz estavam exaltados e com sinais claros de embriaguez. A situação só foi contornada quando Alexandre Inavolli, delegado do 72º DP e identificado na lavratura como "amigo de ambas as partes envolvidas", chegou ao local e passou a mediar o desentendimento.

Habilitação do pai

Após negar a apresentação dos documentos, o policial Afonso Junior resolveu ceder à solicitação dos PMs. No entanto, a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) entregue pelo agente estava vencida desde 2009 e pertencia ao pai do servidor, que já é morto. O membro da Polícia Civil e outro homem identificado como integrante da mesma corporação, que dirigia um veículo modelo Chevrolet/Cobalt, não aceitaram fazer o teste do bafômetro e foram autuados por dirigirem alcoolizados.

O delegado do 13º DP acionou a Corregedoria da Polícia Civil e os agentes foram encaminhados para o Instituto Médico Legal para exames que devem comprovar a embriaguez dos condutores. Todos os veículos envolvidos na confusão foram recolhidos pelos policiais corregedores.

A Promotoria de Direitos Humanos enviou ao prefeito João Dória uma solicitação de veto ao Projeto de Lei (PL) 22/2017, que prevê o acréscimo do nome do senador Romeu Tuma à Ponte das Bandeiras, principal ligação da zona norte de São Paulo com o centro da cidade. O projeto foi encaminhado pelo sobrinho do homenageado, vereador Eduardo Tuma (PSDB), e aprovado no final do mês de fevereiro.

Romeu Tuma foi diretor-geral do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) em São Paulo, entre 1977 e 1982, quando foi promovido a superintendente da Polícia Federal no Estado de São Paulo. Durante as investigações da Comissão Nacional da Verdade, Romeu Tuma foi citado diversas vezes e seu nome aparece em várias denúncias de violação dos Direitos Humanos, no relatório final.

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Para a Promotoria, o projeto viola a lei, já que a Ponte das Bandeiras passa por um processo de tombamento pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). A alteração vai de encontro a um decreto de 2016, que proíbe participantes de atos de repressão durante a ditadura militar de serem homenageados.

Abaixo-assinado

A Avaaz chegou a criar um abaixo-assinado para evitar que a medida entre em vigor. "Romeu Tuma foi delegado e diretor do Dops/SP de 1966 a 1983, um dos principais e mais violentos órgãos da repressão durante a ditadura, marcado pela perseguição política e pela tortura, um crime imprescritível. Como se não bastasse nunca ter sido devidamente julgado ou punido, seria um absurdo ainda maior homenageá‐lo com nome de rua", diz o texto da petição online. Com o objetivo de chegar a mil assinaturas, na tarde dessa quinta-feira (6), o abaixo-assinado contava com 850 assinaturas.

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