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O prefeito de Catende, na Mata Sul de Pernambuco, Otacílio Cordeiro (PSB) vai responder por mais de 50 delitos distintos, entre eles os de organização criminosa, crime de responsabilidade e fraude, aditamento e inelegibilidade de licitações da prefeitura. O socialista é o principal alvo das operações operações Tsunami e Longa Manus da Polícia Civil que investigam uma organização criminosa responsável por irregularidades nos processos licitatórios da gestão em diversas áreas, desde obras a shows culturais. 

Em coletiva nesta segunda-feira (22), para detalhar a Longa Manus, o delegado Isaias Novaes afirmou que 30 pessoas estão sendo indiciadas por envolvimento com o esquema. “Neste momento são 30 pessoas indiciadas e ainda há uma parte da investigação referente à lavagem de dinheiro que está em apuração. Somente o prefeito, por exemplo, responde por mais de 20 crimes licitatórios, além do de responsabilidade, previsto na legislação, e o de organização criminosa. No total, apenas o prefeito cometeu mais de 50 crimes. Somadas, as penas dele podem chegar a mais de 340 anos de prisão”, informou. 

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De acordo com Novaes, as atividades da organização supostamente comandada pelo prefeito podem ter atingido um prejuízo de R$ 25 milhões nas contas da cidade, entre as irregularidades está o pagamento de R$ 3,5 milhões a um posto de gasolina. “As fraudes funcionavam de várias formas distintas, em relação aos postos combustíveis, por exemplo, eles diziam que os veículos recebiam muito mais gasolina do que realmente recebiam. Uma motocicleta teria recebido mil litros de combustível no mês, um valor que a gente sabe que é impossível”, observou. “Essa motocicleta especificamente fazia 40 quilômetros com um litro de combustível, em um mês ela poderia ter dado uma volta na terra”, comparou, acrescentando.

O grupo, segundo o delegado, agia dentro da própria comissão de processos licitatórios da prefeitura de Catende. “Não era de fato uma concorrência entre as empresas, elas fingiam. Até as propostas feitas pelas empresas eram feitas dentro da própria comissão. Verificamos que algumas das propostas eram idênticas, até nos erros de português”, salientou Isaias Novaes.

Longa Manus

A operação Longa Manus deflagrada na última sexta-feira (19) prendeu o filho do prefeito, Paulo Augusto Cordeiro; o sobrinho, Miguel Alves Cordeiro Filho; e o tenente-coronel da Reserva, Adalberto Carvalho de Souza. Os três são acusados de atrapalhar as investigações da Polícia Civil. De acordo com a delegada Patrícia Domingos, mais de R$ 60 mil foi apreendido na casa do sobrinho de Otacílio. 

Conduzidas coercitivamente durante a mesma operação, as empregadas são Mikaela e Eliane do socialista são consideradas "laranja" das fraudes cometidas por Otacílio. 

Entenda o caso – Otacílio Cordeiro foi preso no dia 3 de junho durante a Operação Tsunami. Ele é apontado como líder da organização criminosa que atuava na gestão da cidade. Durante a prisão do gestor, a polícia encontrou em sua residência a quantia de R$ 758.437 e uma barra de ouro no valor de R$ 40 mil. Outras dez pessoas foram presas durante a Operação Tsunami, entre elas o filho do prefeito, a nora e o secretário de finanças do município.

Apesar de ter sido levado ao Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna a (Cotel), em Abreu e Lima, Otacílio chegou a fazer despachos para prefeitura de dentro da cadeia. Após passar mal, segundo a polícia de fachada e por orientação da advogada, ele conseguiu a prisão domiciliar, mas voltou ao sistema penitenciário do Estado por quebrar regra do uso da tornozeleira eletrônica.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) determinou que a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) suspenda uma concorrência para a contratação de uma empresa especializada em marketing promocional no valor de R$ 6 milhões. A medida cautelar foi expedida nesta terça-feira (26) pela conselheira Teresa Duere e aprovada pela 1ª Câmara da Corte.    

“A Empetur fica impedida de proceder qualquer ato referente ao edital, inclusive assinatura de contrato, até análise de mérito e pronunciamento final do TCE sobre o assunto”, afirma a decisão. Teresa Duere determinou também a formalização de auditoria especial para análise detalhada das irregularidades encontradas pela Gerência de Auditoria de Procedimentos Licitatórios. 

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Segundo os auditores, na composição do orçamento, além de não especificar o detalhamento de custos, a Empetur utilizou como fonte de pesquisa de cotação apenas os preços praticados por potenciais fornecedores, ferindo os princípios da Lei de Licitações, com risco de acarretar prejuízo ao erário, diante da possibilidade de contratação antieconômica.

Embora notificados da necessidade de apresentar informações sobre o processo, o presidente da Comissão de Licitação, Aldemar Antônio Bezerra Novais e a diretora de Comunicação e Marketing da Empetur, Sylvia Maria Sabubbi Costa, não deram nenhuma explicação ao Tribunal. A empresa escolhida ficaria responsável pela concepção, planejamento, organização, coordenação e avaliação de ações de promoção da Empetur.

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