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O engenheiro Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras que foi indicado pelo PT para os quadros da estatal petrolífera, não está entre os 36 denunciados nesta quinta-feira, 11, na Operação Lava Jato, mas o Ministério Público Federal já se convenceu de seu envolvimento direto no amplo esquema de cartel e propinas. Duque será formalmente acusado por corrupção passiva, organização criminosa e outros crimes, dentro do núcleo de agentes públicos da estatal responsáveis pela manutenção do esquema que abasteceu o caixa-2 de partidos da base aliada e da oposição.

Os procuradores da força-tarefa fizeram menção expressa a Duque nas cinco acusações entregues à Justiça Federal nesta quinta-feira. Quando descrevem os crimes de corrupção praticados pelos executivos, eles afirmam que "ofereceram e prometeram vantagens indevidas a empregados públicos da Petrobras, notadamente aos seus então Diretores de Abastecimento e de Serviços, Paulo Roberto Costa e Renato Duque".

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"Para determiná-los a praticar e omitir atos de ofício, sendo que tais empregados incorreram na prática do delito de corrupção passiva", sustenta a força-tarefa. Duque e Costa são acusados de "não só aceitaram tais promessas de vantagens indevidas, em razão da função" como interferiram ou se omitiram contrariando seus deveres funcionais "tendo recebido vantagens indevidas para tanto".

O Ministério Público Federal prepara acusação formal contra o ex-diretor que ocupou cargo estratégico na Petrobras, em uma diretoria controlada politicamente pelo PT. Ele ainda não foi formalmente acusado porque não está entre os investigados presos em caráter preventivo - ­ condição que exige maior celeridade na apresentação de denúncia à Justiça porque o prazo legal é reduzido.

"As condutas de Renato Duque e de outros empregados corrompidos da Petrobras serão denunciadas em ações próprias", registram as denúncias. "Isso é feito com o objetivo de facilitar o trâmite desta ação inicial, que envolve réus presos, sem prejuízo do futuro oferecimento de nova acusação, específica para tais crimes", anunciam os procuradores.

As primeiras cinco denúncias são relativas ao envolvimento de executivos de seis empreiteiras - OAS, Galvão Engenharia, UTC, Camargo Corrêa, Engevix e Mendes Jr. Um elenco de 11 executivos graduados dessas empreiteiras está na Custódia da Polícia Federal em Curitiba desde 14 de novembro.

Em todas essas cinco denúncias, os procuradores da República atribuem reiteradamente ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e ao ex-diretor de Serviços Renato Duque o papel de agentes públicos corrompidos pelo cartel das empreiteiras.

No capítulo da Engevix Engenharia, os procuradores que subscrevem a denúncia sustentam que os quadros da empreiteira "na condição de administradores e agentes de empresas integrantes do Grupo Engevix, juntamente com administradores das demais empreiteiras cartelizadas, praticaram o delito de corrupção ativa pois ofereceram e prometeram vantagens indevidas a empregados públicos da Petrobras, notadamente aos seus então diretores de Abastecimento e de Serviços, Paulo Roberto Costa e Renato Duque."

Os procuradores são taxativos ao imputarem o crime de corrupção passiva a Duque. "Para o perfeito funcionamento deste cartel de grandes empreiteiras, foi praticada a corrupção de diversos empregados públicos do alto escalão da Petrobras, notadamente dos então diretores de Abastecimento e de Serviços".

Duque foi preso pela Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato, no dia 14 de novembro. No dia 2 de dezembro, porém, o ex-diretor de Serviços foi solto por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), que acolheu pedido de habeas corpus.

Desde que seu nome foi citado no escândalo da Petrobras, Renato Duque, por meio de sua assessoria, tem negado categoricamente qualquer envolvimento com as empreiteiras. Ele anunciou ter ingressado com ação judicial contra o ex-diretor de Abastecimento, que o citou em delação premiada.

Um relatório do Banco Central enviado ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela investigação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, identificou R$ 3,2 milhões na conta corrente do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, um dos presos na operação.

De acordo com depoimentos de investigados que fizeram acordo de delação premiada, Duque recebia propina enquanto estava no cargo. A defesa do ex-diretor nega as acusações e afirma que não há motivos para que Duque continue preso.

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As informações foram prestadas por solicitação do juiz, que determinou a quebra do sigilo bancário de 15 investigados na última terça-feira (18). O valor total bloqueado é R$ 47 milhões. Após rastreamento das contas, a medida foi cumprida parcialmente pela falta de saldo. Todos os valores encontrados foram transferidos para uma conta da Justiça Federal na Caixa Econômica Federal.

O relatório mostra que também foram bloqueados R$ 8,5 mil na conta do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, em uma conta no Citibank, e R$ 304 em outra conta, no Santander. Soares é citado em depoimentos de delação premiada como arrecadador de propina do PMDB. O partido afirma que o empresário não tem ligações com a legenda.

As contas de Valdir Lima Carreiro, presidente da empresa Iesa, e de Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia, estão zeradas.

As informações também apontam os valores encontrados nas contas dos executivos de empreiteiras presos na operação:

Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da OAS - R$ 46.885,10;

Ricardo Ribeiro Pessoa, responsável pela UTC Participações: R$ 10.138.792,61;

José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS: R$ 52.357,15;

Dalton dos Santos Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa: R$ 852.375,70;

José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da Construtora OAS: R$ 691.177,12;

Sergio Cunha Mendes, diretor da Mendes Júnior:  R$ 700.407,06;

Gerson de Mello Almada, presidente da Engevix: R$ 22.615.150,27;

João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa: R$ 101.604,140;

Othon Zanóide de Moraes Filho, diretor da Queiroz Galvão: R$ 166.592,14.

Idelfonso Colares Filho, Queiroz Galvão: R$ 7.511,80

Walmir Pinheiro Santana, da UTC Participações: R$ 9.302,59

A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu abrir processo investigativo sobre o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato de Souza Duque. Ele foi preso na última sexta-feira (15), quando foi deflagrada a sétima fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. De acordo com nota divulgada nesta quarta-feira (19) pela comissão, o colegiado pediu informações a Duque e à Petrobras sobre sua participação no esquema de superfaturamento de contratos firmados com a estatal e repasse de propina aos partidos.

Renato Duque tem dez dias para se manifestar sobre o processo, fornecendo informações que considere necessárias para que os conselheiros se posicionem. O prazo pode ser prorrogado para garantir ao ex-diretor o direito de ampla defesa.

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Na reunião de hoje, também foi pedida cópia do depoimento do ex-diretor Paulo Roberto Costa à Justiça Federal em Curitiba. O objetivo da comissão é acessar o conteúdo das declarações de Paulo Roberto. O processo ético contra ele foi aberto em 28 de julho, quando os conselheiros se reuniram e, pela primeira vez, decidiram solicitar informações sobre o envolvimento do ex-diretor com as denúncias surgidas à época de sua prisão.

A nota inclui pedido à Controladoria-Geral da União (CGU) para envio de informações sobre processos administrativos envolvendo executivos da administração pública federal. A decisão foi tomada após notícia de que a CGU abriu processo punitivo contra a empresa holandesa SBM Offshore.

Conforme o documento, a Comissão "acompanha todos os desdobramentos da Operação Lava Jato. A nota cita reportagens de jornais com a informação da prisão de Renato Duque e orienta a observância das normas jurídicas que tratam do conflito de interesses no exercício de cargos do Poder Executivo.

A CPI mista da Petrobras aprovou nesta terça-feira a convocação do ex-diretor da Área de Serviços da Petrobras Renato Duque, apontado pela Polícia Federal como ligado ao PT. O pedido foi aceito em votação unânime, com o apoio da base aliada. Duque foi preso na sexta-feira, na sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal.

O líder do PT do Senado em exercício, Wellington Dias (PI), afirmou que o caso envolvendo Duque é concreto para tentar fechar o relatório da CPI. O executivo foi acusado pela Polícia Federal de receber propinas no escândalo envolvendo a estatal.

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A CPI mista também aprovou, em votação simbólica, um pedido de convocação do presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado. Em delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou ter recebido R$ 500 mil das mãos de Machado dentro do esquema de pagamento de propina que envolve a estatal.

O presidente da Transpetro está no cargo desde 2003 e foi indicado para o posto pelo atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). No início do mês, Machado pediu afastamento do cargo por 31 dias após a auditoria PriceWaterhouseCoopers (PWC) ter exigido a saída dele da subsidiária da estatal como condição para auditar os balanços da Petrobrás.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse que é "imperativo" a vinda do presidente licenciado da Petrobras para investigar os desmandos na Transpetro. O deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) criticou o pedido porque a "prioridade", segundo ele, deveria ser a convocação das pessoas que estão presas por envolvimento na Operação Lava Jato. A bancada do PMDB, entretanto, não chegou a votar contrariamente ao pedido, que foi aprovado sem o registro individual dos votos.

Prorrogação

O presidente da CPI Mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou hoje que os líderes de partidos da Câmara dos Deputados precisam apresentar, até a sexta-feira, as assinaturas para garantir a prorrogação dos trabalhos de investigação. Ele alertou aos presentes, em reunião na CPI, que, se os apoios de pelo menos 171 deputados não forem assinados, a comissão vai ser encerrada no domingo (23) sem a apresentação e votação de um relatório final.

Vital do Rêgo afirmou que os apoios dos senadores já foram entregues e só falta a parte que cabe à Câmara dos Deputados. Até o momento, segundo Vital, há apenas 49 assinaturas, "muito longe" das necessárias.

Alexandre Lopes, advogado do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, afirmou nesta sexta-feira (14), por meio de sua assessoria de imprensa, que a prisão de Duque foi decretada em caráter temporário pelo período de cinco dias. Duque foi preso na manhã desta sexta (14) pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato. "A prisão ocorreu no âmbito dos autos de pedido de busca e apreensão para colheita de provas", informou o advogado em nota oficial.

Segundo Lopes, a "prisão é injustificada e desproporcional". Ele argumenta que as provas já foram recolhidas e que Duque é aposentado da Petrobras e não trabalha mais na companhia. Além disso, diz que o ex-diretor da Petrobras tem endereço conhecido e se colocou à disposição de todos os órgãos envolvidos nas apurações da Operação Lava Jato.

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O advogado informou ainda que não existe nenhuma ação penal ajuizada contra Duque e que, até o momento, ele não é acusado de nenhum crime. Duque foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, em seu depoimento à Polícia Federal no regime de delação premiada, como tendo participado de um esquema de corrupção na estatal. "A prisão do Renato Duque é um constrangimento ilegal porque é injustificada e desnecessária. A regra é responder em liberdade", afirma Lopes.

O deputado federal Mendonça Filho (DEM) afirmou, nesta sexta-feira (14), que com a nova fase da Operação Lava Jato desencadeada hoje, não é possível mais adiar a convocação à CPMI da Petrobras do ex-diretor da estatal Renato Duque. Duque foi um dos presos pela Polícia Federal e há várias semanas parlamentares da oposição vem tentando a aprovar seu depoimento na comissão.

À frente da diretoria de Serviços entre 2003 e 2012, Renato Duque foi acusado pelo ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, de receber propinas de contratos firmados pela empresa pública. O deputado Onyx Lorenzoni (Democratas-RS) é autor do requerimento de convocação de Duque apresentado desde que a comissão mista foi instalada em maio deste ano. 

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“Os fatos se mostraram maiores do que a operação abafa do governo, inclusive esta semana tentamos votar a convocação de Renato Duque na CPMI. Felizmente, a Justiça não está aparelhada e existe independência na atuação do Ministério Público e Polícia Federal que acabou prendendo o ex-diretor da Petrobras”, disse Mendonça. “Agora, mais do que nunca é essencial aprovarmos sua convocação. Mesmo preso, assim como foi com Paulo Roberto Costa, ele deve vir a CPMI, pois está clara a necessidade de apurarmos as conexões de Renato Duque na Petrobras. Como ele não assinou acordo de delação premiada está livre para falar e é o que o Brasil espera”, pontuou o democrata. 

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (14) o ex-diretor da Petrobras Renato Duque ao deflagrar a sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga desvios de R$ 10 bilhões da estatal. A PF também prendeu executivos e faz busca e apreensão em cinco das maiores empreiteiras do País, o braço financeiro do esquema de corrupção na petrolífera. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que uma das empreiteiras-alvo da ação é a Camargo Correa. Viaturas da PF foram vistas na sede da empresa nesta sexta-feira, em São Paulo. Onze mandados estão sendo cumpridos em grandes empresas.

As empreiteiras repassariam propina a agentes públicos para conseguir contratos na petroleira. Duque seria o interlocutor do PT na Petrobras, e a diretoria de Serviços da estatal, que comandou de 2003 até 2012, seria responsável por repassar porcentuais dos contratos assinados para o partido. A Justiça bloqueou R$ 720 milhões em bens de 36 investigados nesta sétima fase da Lava Jato. Três empresas de um dos operadores do esquema também tiveram as contas bloqueadas.

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Ao todo trezentos policiais, com apoio de 50 servidores da Receita Federal, cumprem na manhã de hoje 85 mandados judiciais. Os envolvidos responderão por crimes de formação de quadrilha, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.

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