Tópicos | repatriação

O governo conta com a volta dos recursos enviados ao exterior sem declaração à Receita Federal para dar aos Estados algum alívio de caixa, disse nesta quinta-feira (7) ao jornal O Estado de S. Paulo o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia. "Temos a possibilidade de uma receita importante de repatriação, que será compartilhada com os Estados", afirmou.

Na quarta-feira (6) o governo foi derrotado na Câmara com a rejeição do pedido de tramitação em regime de urgência do Projeto de Lei Complementar 257, que regulamenta a renegociação da dívida dos Estados com o Tesouro Nacional. Hoje, os governadores voltaram a fazer pressão. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, recebeu os governadores do Nordeste, que lhe pediram reforço de caixa.

##RECOMENDA##

Eles propuseram a tributação sobre lucros e dividendos - o que, segundo cálculos do presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Fazenda (Consefaz), André Horta, geraria um ganho de R$ 11,2 bilhões no Imposto de Renda, cuja arrecadação é partilhada com Estados e municípios por meio dos Fundos de Participação de Estados e municípios (FPE e FPM). E uma elevação de dois pontos porcentuais no FPE, o que nas contas do governador do Piauí, Wellington Dias, renderia um ganho de R$ 6 bilhões. Pediram também mais operações de crédito, argumentando que têm espaço fiscal para contratar novos financiamentos. Meirelles ficou de analisar e dar uma resposta rápida.

Mais crédito

De acordo com Guardia, que participou da reunião, o compartilhamento das receitas com repatriação responde ao pedido dos governadores e secretários de Fazenda por recomposição do FPE, que caiu muito com a desaceleração da economia. Ele disse que o governo federal vai autorizar novas operações de crédito aos Estados que tiverem condições. No início do ano, o Tesouro Nacional lançou o rating com a classificação da situação das contas dos Estados. Será dada prioridade aos que têm boa nota na classificação do Tesouro. "Mas isso não quer dizer que só eles receberão, estou falando que haverá uma prioridade", disse.

Durante o encontro, segundo Guardia, Meirelles reforçou que "não há espaço fiscal" para mais ajuda aos Estados e municípios além da que já foi concedida por meio do projeto que já está em tramitação na Câmara. "O ministro foi enfático de que não há mais espaço fiscal", disse Guardia. Meirelles falou sobre o ajuste fiscal e as políticas que o governo está adotando.

Assim como os governadores, Guardia evitou atribuir ao Nordeste a derrota que o governo sofreu no Congresso. "Todos manifestaram apoio à agenda de reformas como a Previdência Social", afirmou.

Após o encontro, o presidente do Consefaz comentou que os Estados estão anunciando parcelamento de salários. "Os governadores falaram que dão apoio ao alongamento da dívida dos Estados, mas isso não vai resolver sozinho. Vai ser preciso fazer com que todos os Estados reajam à crise", afirmou após a reunião com o ministro.

Na avaliação do governador do Maranhão, Flávio Dino, é necessário fazer a recomposição das perdas que os Estados tiveram entre 2015 e 2016 no FPE. "Apresentamos a tabela dos Estados e nossa expectativa é de parcela extra do FPE para recompor pelo menos as perdas em termos nominais", afirmou.

No encontro, estavam presentes os governadores de Alagoas, Renan Filho; Piauí, Wellington Dias; Bahia, Rui Costa; Maranhão, Flávio Dino; Paraíba, Ricardo Coutinho; e do Rio Grande do Norte, Robinson Farias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público da Suíça informou na manhã desta terça-feira, 10, que poderá devolver ao Brasil o dinheiro do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, bloqueados desde 2015. Mas, para isso, Cunha terá de ser condenado nos processos que correm no País, com o confisco definitivo do dinheiro.

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal o afastou de suas funções, atendendo a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Cunha é ainda réu em uma ação penal no Supremo, além de responder a uma denúncia e a três outros inquéritos em investigações relacionadas com a Operação Lava Jato.

##RECOMENDA##

Segundo o MP em Berna, o Brasil "solicitou assistência legal para congelar as contas de Cunha". Apesar de não especificar quando o pedido foi feito, a procuradoria indica que o pedido realizado por Brasília foi atendido. "Os ativos foram congelados", afirmou a procuradoria, por meio de sua assessoria de imprensa.

"Agora, os ativos continuam bloqueados até que haja uma decisão das autoridades brasileiras ou sua liberação por uma corte brasileira", explicou. "Apenas depois de uma sentença definitiva de confisco é que os ativos poderão ser enviados ao Brasil".

Mais de US$ 120 milhões em ativos suspeitos encontrados em contas na Suíça foram já devolvidos. No final de outubro de 2015, o ministro Teori Zavascki determinou a transferência do dinheiro da Suíça para o Brasil, num volume de cerca de 2,5 milhões de francos suíços (R$ 8,6 milhões).

Também no final do ano passado, o Ministério Público (MP) da Suíça afirmou que transferiu ao Brasil, "de forma definitiva", todos os documentos e detalhes de contas bancárias encontradas em nome do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Cunha chegou a abrir um processo na Justiça suíça para impedir o envio da documentação. Mas, em duas instâncias diferentes, foi derrotado. "Uma queixa contra a transferência do processo criminal ao Brasil foi rejeitada pelo Tribunal Penal Federação e pela Suprema Corte Federal", indicou o MP.

"Portanto, a investigação criminal foi transferida de forma definitiva às

autoridades brasileiras", apontou a Procuradoria. "Nenhuma outra relação bancária de E. Cunha na Suíça é conhecida pelo Escritório do procurador-geral", completou. Na Suíça, papéis revelaram que Cunha mantinha contas, com a mulher e a filha também como beneficiárias dos ativos.

Ele nega e aponta que era apenas usufrutuário dos valores. Em 36 depósitos, o ex-presidente da Câmara ainda teria recebido R$ 52 milhões em bancos na Suíça e em Israel. A informação não foi comentada pelo MP em Berna. Os suíços, ainda assim, confirmaram que abriram "um processo criminal contra Eduardo Cunha, com base em suspeitas de lavagem de dinheiro, em sequência ampliada para corrupção passiva".

Os suíços voltaram a confirmar que, "em abril de 2015, a Procuradoria recebeu um informe de lavagem de dinheiro de um banco suíço".

"Após a abertura do processo, os ativos de Eduardo Cunha foram congelados", indicou o MP. A Procuradoria também explicou o motivo pelo qual optou por transferir o caso ao Brasil. "Como Eduardo Cunha é um cidadão brasileiro, ele não pode ser extraditado para a Suíça", afirmou. "Por esse motivo, a Procuradoria enviou um pedido de transferência do processo contra E. Cunha ao Brasil com o objetivo de assegurar que a questão seja investigada e julgada pelas autoridades judiciais brasileiras", afirmou o MP do país.

A pauta da primeira sessão do Congresso Nacional neste ano prevê a votação de 16 vetos presidenciais. A sessão conjunta marcada para acontecer na próxima terça-feira (8), às 19h, deve deliberar sobre dispositivos vetados vetos parciais em matérias orçamentárias (um deles, anulando o reajuste dos benefícios pagos pelo Programa Bolsa Família), na chamada Lei da Repatriação (Lei 13.254/2016), que permite a reinternação no País de recursos enviados ao exterior, e no marco legal da ciência e tecnologia.

O reajuste para os beneficiários do Programa Bolsa Família está entre os mais de 50 dispositivos vetados do Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN 1/2015) sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2016 (LDO).

##RECOMENDA##

Pela proposta aprovada no Congresso, o benefício seria corrigido de acordo com a inflação acumulada de maio de 2014 a dezembro de 2015. Para vetar o dispositivo, a presidente Dilma alegou que não há verba prevista no Orçamento de 2016 para o reajuste. Se fosse concedido, completou ela, seria necessário desligar beneficiários do programa.

O veto também retira do texto a exigência para que a União reserve um valor mínimo para ações e serviços públicos de saúde; a ampliação da relação de despesas que não poderiam ter empenhos limitados; e a previsão de recursos para as vítimas do rompimento da barragem de Mariana (MG).

Repatriação

Ao todo, foram vetados 12 dispositivos previstos no Projeto de Lei da Câmara (PLC) 186/ 2015, aprovado pelo Senado em dezembro. Um deles é o que permitia o retorno ao Brasil de objetos enviados de forma lícita, mas não declarada, como joias, metais preciosos e obras de arte.

Outro veto eliminou do texto a possibilidade de parcelamento do pagamento da multa, com a justificativa de que essa permissão concederia “tratamento diferenciado a contribuintes inadimplentes”. A presidente rejeitou ainda o trecho que permitia o regresso de recursos no exterior que estão no nome de terceiros ou "laranjas".

A presidente Dilma Rousseff sancionou, com vetos a 12 dispositivos, a lei que cria o regime especial de repatriação de recursos de brasileiros no exterior não declarados à Receita Federal. Pela norma, publicada no Diário Oficial da União (DOU), quem fizer a declaração voluntária de recursos pagará 30% sobre o valor, sendo 15% de multa e 15% de Imposto de Renda. Com a medida, o governo espera arrecadar R$ 21 bilhões este ano.

De acordo com o texto sancionado, o Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT) aplica-se aos residentes ou domiciliados no País em 31 de dezembro de 2014 que tenham sido ou ainda sejam proprietários ou titulares de recursos em períodos anteriores a 31 de dezembro de 2014, ainda que, nessa data, não possuam saldo. Os efeitos da lei serão aplicados aos titulares de direito ou de fato dos recursos. A norma também alcança os não residentes no País no momento da publicação da lei, desde que residentes ou domiciliados no País conforme a legislação tributária em 31 de dezembro de 2014, além do espólio cuja sucessão esteja aberta em 31 de dezembro de 2014.

##RECOMENDA##

Dentre os 12 vetos ao texto, três foram antecipados ontem pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência EStado. Foram vetados o trecho que permitia que recursos em nome de "laranjas" voltassem ao País, o que permitia o pagamento parcelado do valor do imposto ou multa a ser cobrado referente a propriedade de imóveis que regressar ao Brasil e o que dizia que, além de recursos, poderiam ser repatriados com o benefício da lei bens como joias, pedras preciosas, obras de arte, animais de estimação e até material genético de reprodução animal.

A presidente Dilma ainda deixou fora da lei a parte que previa que o valor arrecadado com a multa da repatriação teria a mesma destinação da arrecadação do imposto, ou seja, deveria ser compartilhada com Estados e municípios. Dilma vetou o item alegando que, "em razão da natureza jurídica da multa devida em decorrência da adesão ao regime, sua destinação não deve ser necessariamente a mesma conferida à arrecadação do Imposto de Renda."

O trecho dizendo que a lei não se aplica aos sujeitos condenados em ação penal com decisão transitada em julgado também foi vetado. "O veto ao dispositivo impede que pessoas penalmente condenadas pelos crimes previstos no Projeto possam aderir ao Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária - RERCT", justificou a presidente.

A nova lei será regulamentada pela Receita Federal, que teria 30 dias para fazê-lo, mas esse prazo também foi um dos vetos no texto. O governo explica que, por causa das alterações feitas no projeto de lei original, esse prazo de regulamentação seria insuficiente, o que poderia inviabilizar a execução do regime. "No entanto, estima-se a data de 15 de março de 2016 como prazo viável para a regulamentação da lei pela Secretaria da Receita Federal do Brasil", avisou.

O governo vai usar todas as ferramentas para garantir que o projeto de repatriação de recursos seja aprovado ainda neste ano. A estratégia no Senado é não fazer alterações no texto que permitam que ele retorne para apreciação na Câmara, seguindo direto para sanção da presidente. Caberia à presidente Dilma Rousseff vetar os artigos que foram inseridos no texto original à contragosto do governo, especialmente os relacionados à anistia de crimes previstos no Código Penal.

O projeto precisa ser apreciado por três comissões antes de seguir para votação no plenário. Para acelerar o processo, a ação será simultânea. E, para garantir que a redação final esteja de acordo com os interesses do Planalto, o relator também será o mesmo nas três equipes, o líder do governo, Delcídio Amaral (PT-MS).

##RECOMENDA##

A previsão é que o projeto seja votado em 18 de dezembro, às vésperas do recesso do Legislativo. "É o prazo máximo. O governo quer prioridade absoluta", afirmou Delcídio.

Também caberá ao líder do governo a tarefa de costurar o texto, fazendo as alterações desejadas pela presidente e pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

A estratégia é fazer apenas emendas que não alterem o mérito do texto, sem dar oportunidade para que a matéria retorne à Câmara, e isolar os artigos e parágrafos que não são de interesse do governo, dando à presidente a chance de vetar esses trechos específicos.

O relator do projeto na Câmara, deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), ampliou a lista de anistia de crimes para os contribuintes que desejam regularizar seus recursos. Na proposta original, aquele que repatriasse dinheiro estaria livre de condenação por sonegação fiscal, evasão de divisas e lavagem de dinheiro de recursos lícitos. O novo texto abre o leque para crime de descaminho, falsificação de documentos e falsidade ideológica.

"A perspectiva é melhorar o texto no sentido de proteger de fraudes, de não permitir que se abra a janela para dinheiro de lavagem, de corrupção, de contrabando, de tráfico de drogas", afirmou o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima, que sugeriu três emendas.

Destino

Um dilema na estratégia atual do governo é inserir trecho que garanta que os recursos sejam destinados à reforma do ICMS, imposto cobrado pelos Estados. No texto atual, os recursos devem seguir para fundos de participação de Estados e municípios. Caso a modificação seja feita, o projeto deveria retornar para a Câmara, onde o governo tem menos segurança de aprovação.

A repatriação é uma das apostas de Levy para melhorar a conjuntura fiscal em 2016, com previsão de arrecadação entre R$ 50 e R$ 200 bilhões, dependendo da adesão dos contribuintes. "Repatriar é trazer o dinheiro que está fora imediatamente para o caixa, sem aumento de imposto e sem nenhum ônus para a população", defendeu Delcídio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), assumiu nesta terça-feira, 10, que o Executivo ainda não tem votos suficientes para aprovar o projeto da repatriação de recursos, cuja votação no plenário da Casa está marcada para amanhã. Hoje, ele e outros líderes de partidos da base aliada se reuniram com o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, no Palácio do Planalto, para discutir o assunto.

"(A estratégia será) arrumar votos", afirmou o petista em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Na reunião, eles também debateram sobre a Medida Provisória (MP) 688, sobre o risco hidrológico, prevista para ser votada nesta terça-feira em plenário. Guimarães convocou uma nova reunião com líderes da base às 18h de hoje, para discutir repatriação. O relator da matéria, deputado Manoel Junior, também participará.

##RECOMENDA##

Na quarta-feira da semana passada, o líder do governo propôs acordo com a oposição para adiar a votação da repatriação para amanhã, por não ter votos suficiente para aprovar a matéria naquele dia. De acordo com Guimarães, o objetivo do governo é finalmente votar o projeto nesta quarta-feira, 11. A matéria é considerada essencial pelo Executivo, pois faz parte das medidas do ajuste fiscal em andamento.

A Justiça e o Itamaraty tentam repatriar uma criança brasileira que está retida em Damasco, na Síria, país que vive uma guerra civil. O menino, Yakoub Obaied, de dois anos e seis meses, é filho de pais sírios, nasceu em São José do Rio Preto (SP), em 3 de abril de 2013, mas seu passaporte venceu e os pais não conseguem retornar ao País.

Ele foi levado de volta à Síria há um ano e dois meses pela mãe, Rania Alsahhoum, que retornou ao país para buscar o pai da criança, Chain Obaied, e dar baixa em seu emprego de funcionária pública do governo sírio. A intenção era de que a família retornasse o mais rápido possível e se juntasse aos sete irmãos de Obaied que moram em Rio Preto. No entanto, a guerra impediu que a família voltasse ao Brasil e o passaporte da criança, vencido, dificulta o retorno.

##RECOMENDA##

Na quarta-feira, 23, o Itamaraty informou à Vara da Infância e da Juventude de São José do Rio Preto que está tomando as medidas para cumprir a sentença do juiz Evandro Pelarin, que determinou a repatriação imediata da criança por meio de ações junto à embaixada brasileira em Beirute, no Líbano, uma vez que a embaixada brasileira em Damasco está fechada por causa da guerra civil.

"A Divisão de Assistência Consular do Ministério das Relações Exteriores está tomando as medidas necessárias junto à Embaixada do Brasil em Beirute para a concessão de passaporte ao menos Yakoub", informou o chefe da divisão, Aloysio Marés Dias Gomide Filho, em nota enviada a Pelarin.

"É uma criança brasileira, de pais sírios, mas brasileira, e que está correndo sérios riscos de vida com a guerra", afirmou Pelarin. Em sua decisão, atendendo pedido do Ministério Público, Pelarin determina "em caráter de emergência, que a repartição consular brasileira em Beirute atenda, pelo direito de primazia, à criança brasileira para emissão de novo passaporte ou Autorização de Retorno ao Brasil (ARB), cabendo a mesma determinação à representação em Damasco, na Síria, se ainda regular o serviço", diz o despacho do juiz, de 17 de setembro.

Pelarin esclareceu nesta quinta-feira, 24, que a representação brasileira em Damasco teve de ser fechada por causa da guerra.

Burocracia

A tia do menino, Sanaa Obaied, que há alguns anos trouxe os seis irmãos ao Brasil e depois a cunhada Rania, ainda grávida, diz que há meses tromba com a burocracia para trazer o sobrinho e os pais dele ao Brasil. Para Sanaa, o retorno não será fácil, porque os pais estão sem dinheiro e a viagem dentre Damasco e Beirute está cada vez mais perigosa.

"É uma viagem de três horas que está demorando 12 horas por conta dos riscos com explosões e ataques inimigos", diz. Segundo ela, os pais terão de fazer o percurso de ida e volta pelo menos três vezes e depois tentarem entrar no Líbano como refugiados e retornar ao Brasil com vistos de turistas.

No entanto, a maior preocupação é com a criança. "Até agora só foi burocracia. Eles não perguntam como está a saúde desta criança, se ela está comendo, se ela está viva, como ela está no meio de tantas explosões. O que conta é burocracia", desabafa. "Eles ainda terão de abrir contas e depositar uma quantia em dinheiro, mas não existem bancos em Damasco. Por que eles não são levados para Beirute e ficam lá até a embaixada conseguir os documentos que vão liberá-lo para retornar?", comenta Sanaa.

Medida

Questionada se a embaixada brasileira no Líbano pode dar abrigo à família da criança brasileira, a assessoria de imprensa do Itamaraty informou que não pode especificar quais medidas estão sendo tomadas para repatriar o garoto brasileiro, mas que, apesar da embaixada estar fechada em Damasco, funcionários estabelecidos em Beirute viajam regularmente à Síria para resolver problemas de cidadãos brasileiros e que o caso do garoto será resolvido conforme determina a sentença da Vara da Infância e da Juventude de Rio Preto.

Segundo a assessoria, o Ministério de Relações Exteriores também agilizou o processo de concessão de vistos para entrada no Brasil por meio da Resolução Normativa 17, do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), que concede visto especial com validade de 90 dias. A norma tinha validade de dois anos e deveria se encerrar neste mês, mas foi prorrogada nesta segunda-feira e agora tem validade até 2017.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta sexta-feira (11) ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que acredita na aprovação do projeto que regulariza recursos de brasileiros e de empresas nacionais no exterior que não tenham sido declarados ao Fisco. A resistência do peemedebista de votar proposta semelhante, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), foi um dos principais motivos que levaram a presidente Dilma Rousseff a enviar na quinta-feira, 10, ao Congresso um novo projeto.

"A minha posição é de votar. Sou neutro, acho que passará e deve ter algum ajuste normal, fruto do debate", disse Cunha.

##RECOMENDA##

O texto do Executivo tem urgência constitucional, o que significa que trancará a pauta do plenário da Câmara em 45 dias e, do Senado, em igual período a partir da chegada.

O projeto vai tramitar numa comissão especial. Cunha afirmou que vai instalar rapidamente o colegiado, negociando com os líderes os nomes do presidente e do relator. Ele disse que o relator pode ser o próprio líder peemedebista na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), diante do fato de que, pelo critério da proporcionalidade, o cargo deverá ser do bloco partidário do qual faz parte o PMDB.

Cunha adiantou que, se a comissão especial não concluir os trabalhos até o prazo do trancamento da pauta, vai votar o projeto com parecer diretamente em plenário.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já afirmou ser a favor de uma votação rápida do projeto. Questionado se acredita na possibilidade de a proposta ser aprovada pelo Congresso a tempo de ajudar no caixa do governo ainda em 2015, Cunha disse que isso vai depender mais de quem quiser regularizar a sua situação com o Fisco.

O texto do governo manteve a essência do substitutivo apresentado pelo líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), à proposta de Randolfe. A tributação devida para quem quiser regularizar a situação será de 17,5 % do Imposto de Renda e igual valor de multa.

A presidente Dilma Rousseff encaminhou ao Congresso Nacional texto do 'Projeto de Lei que dispõe sobre o Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária de recursos, bens ou direitos de origem lícita não declarados, remetidos, mantidos no exterior ou repatriados por residentes ou domiciliados no País". A informação consta de mensagem publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Conforme o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, antecipou esta semana, o governo pretendia mesmo enviar a proposta aos parlamentares ainda esta semana. Inicialmente, seria na forma de Medida Provisória, mas depois de avaliação jurídica, que constatou não ser possível legislar sobre matéria penal por meio de MP, a decisão foi compor as medidas em um projeto de lei, para o qual o governo pedirá tramitação com urgência constitucional.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

O teor do projeto não foi publicado no Diário Oficial, mas a expectativa é que tenha como base a última versão da proposta original sobre o assunto, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP), que já vinha sendo discutida no Senado. Essa versão previa que para aderir ao chamado Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária pessoas ou empresas receberão benefícios por anistia penal, caso não tenham sido condenadas por crimes, como evasão de divisas, com trânsito em julgado. A tendência é que seja mantida a taxa de 35% em multas e impostos sobre o dinheiro mantido por brasileiros no exterior.

O Palácio do Planalto busca construir um acordo em torno da proposta com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para evitar surpresas na tramitação da matéria e garantir uma rápida aprovação, de forma a ajudar a reforçar o caixa do governo ainda em 2015. O projeto que estava em debate no Senado tem potencial de repatriar de R$ 150 bilhões a R$ 200 bilhões.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), disse nesta terça-feira, 8, que caso o governo envie um projeto de lei sobre repatriação de recursos brasileiros no exterior ele colocará o tema em votação "com toda tranquilidade". "Não tem nenhum problema de minha parte não sou contrário a tese", disse.

Cunha lembrou que o tema não pode ser tratado via Medida Provisória (MP) por ser uma matéria penal e disse que "o governo é que tem que assumir sua necessidade e a sua iniciativa". "Até porque tem problema jurídico, eu entendo que tem um vício de iniciativa para a gente propor isso com iniciativa parlamentar", afirmou.

##RECOMENDA##

Questionado se acredita que o projeto pode ser aprovado até o fim do ano, Cunha disse que caso a medida seja enviada com urgência constitucional, que prevê a apreciação em 45 dias, pode ser viável. "Nós aqui não deixamos nada trancando a pauta e esse tema não será diferente", afirmou.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça, 8, que o governo emitiu sinais de que vai editar uma Medida Provisória ou apresentar um projeto de lei para tramitar com urgência constitucional para prever a repatriação de recursos de brasileiros ou de empresas nacionais sediadas no exterior que não tenham sido declarados ao fisco. Por essa razão, Renan disse que uma proposta que trata do tema, que estava pronta para ser apreciada em plenário, não será votada nesta terça pelos senadores. "O governo está admitindo mandar um projeto de lei ou editar uma MP para agilizar a repatriação. Se isso puder acontecer, será melhor", disse Renan.

Questionado na saída de seu gabinete se isso seria um recuo do Senado, o peemedebista negou. Ele disse que é preciso aguardar a posição do governo nessa questão e destacou que o fundamental é que a proposta tenha a eficácia imediata.

##RECOMENDA##

Em plenário, Renan admitiu que há dificuldades do governo em passar a proposta do Senado à Câmara. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMD-RJ), já declarou ser frontalmente contra discutir um projeto de interesse do governo a partir da proposta do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Presente em plenário, o próprio senador Randolfe afirmou esperar que o governo não esteja cedendo às pressões de Eduardo Cunha.

O Ministério Público da Suíça indicou na terça-feira (4) estar disposto a repatriar ao Brasil dinheiro congelado nas contas do representante da construtora de navios SBM Offshore no Brasil, Júlio Faerman. O empresário fez delação premiada com o Ministério Público Federal em maio e deu seu sinal verde para a devolução. Os depósitos poderiam chegar a US$ 54 milhões.

Ele é suspeito de ter sido uma das peças centrais nos pagamentos de propinas para ex-executivos da Petrobras. Por isso, tanto do lado brasileiro como do suíço, um pente-fino está sendo feito para identificar todos os valores em todas as contas, além da origem e destino da propina. O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco revelou que US$ 300 mil recebidos da SBM foram repassados ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso em Curitiba.

##RECOMENDA##

Segundo Barusco, a quantia foi solicitada a Faerman como um "reforço" de campanha de Dilma Rousseff em 2010. Na terça-feira, em Lausanne, uma equipe de procuradores iniciou negociações para recuperar o dinheiro e acredita que os valores poderão estar nos cofres públicos em "poucos meses".

A assessoria de imprensa da Procuradoria-Geral da Suíça confirmou a negociação. "Confirmamos o encontro entre o Ministério Público e procuradores brasileiros para falar sobre a repatriação de alguns ativos sequestrados na Suíça no caso da Petrobras", afirmou o órgão.

Entre os detalhes que ainda estão pendentes para a liberação está o valor exato do dinheiro da propina. As investigações apontaram que existe uma parte do dinheiro que não seria fruto da corrupção, o que deve permanecer com o empresário.

Um representante do Ministério Público brasileiro informou que a meta da viagem é chegar a um entendimento sobre o "compartilhamento de ativos". Ainda assim, o Ministério Público estima que a maior parte dos US$ 54 milhões deve ir aos cofres públicos nacionais. As contas estão bloqueadas pela Procuradoria-Geral da Suíça. Segundo o órgão, Faerman faz parte dos investigados nas mais de 300 contas descobertas no caso da Petrobras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apontado como um dos principais 'laranjas' que operava as contas do doleiro Alberto Youssef na Suíça, o executivo João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado deve firmar na próxima segunda-feira (9) um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal para que sejam repatriados US$ 1,9 milhão de empresas controladas por ele no país europeu e que estão bloqueados pelas autoridades suíças.

A data coincide com o evento marcado pelo Ministério Público Federal em que será realizada a devolução de R$ 157 milhões do ex-gerente da Petrobras e delator da Lava Jato, Pedro Barusco, para as contas da estatal. A quantia foi repatriada pela força-tarefa da operação após o acordo com o executivo.

##RECOMENDA##

No caso de João Procópio, o acordo que vem sendo negociado entre sua defesa e a força-tarefa da Lava Jato prevê que ele e seus familiares abram mão dos valores mantidos nas contas das offshores Santa Clara Private Equity LLP, Santa Tereza Services LP, Elba Services Ltd., Aquila Holding Ltd., Aquila Worldwide LLP e Savoy Trading & Financial Servies Pte LTD, utilizadas pelo grupo de Youssef para lavar dinheiro no exterior. A iniciativa faz parte de um dos compromissos assumidos por João Procópio para deixar a prisão em fevereiro deste ano.

Pelo acordo em negociação, João Procópio, que é réu em duas ações penais da Lava Jato, se compromete ainda a devolver estes valores aos cofres públicos "independente do desfecho da ação penal ou de eventual ação cível", isto é, mesmo que ele não venha a ser condenado. Em contrapartida, o Ministério Público Federal se compromete a pedir a redução de 1/6 da eventual pena de João Procópio na ação penal que for julgada primeiro.

Diferente dos acordos de delação premiada firmados até aqui, contudo, nas negociações com o MPF João Procópio se compromete apenas com a repatriação dos valores mantidos na Suíça - e não ficará obrigado a dizer a verdade nem a confessar nenhum fato relacionado às investigações da Lava Jato. Tampouco, o réu se compromete a abrir mão de recorrer nas ações em que é julgado.

Por não envolver a obrigação de confessar crimes e detalhar fatos, o acordo não precisaria ser homologado pelo juiz Sérgio Moro para começar a valer. Preso preventivamente em julho de 2014 na Lava Jato, João Procópio deixou a carceragem da PF em fevereiro de 2015 após se comprometer a fechar todas as contidas mantidas no exterior e ajudar na repatriação do dinheiro mantido por ele na Suíça.

Nesta terça-feira, 9, o Departamento de Justiça de Berna anunciou o depósito ao Brasil dos US$ 4,8 milhões que estavam congelados em nome do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, acusado e condenado por corrupção e desvio de verbas. Além desses recursos, ele terá de pagar uma pena no valor de US$ 2,1 milhões pela fraude, como previsto na lei suíça. O dinheiro também será enviado ao Brasil.

O volume - R$ 10,7 milhões - é o maior recuperado pelo governo brasileiro de uma única vez, no esforço de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro em praças financeiras no exterior. Após essa devolução, Lalau, como ficou conhecido, não terá mais dinheiro na Suíça.

##RECOMENDA##

O dinheiro era destinado às obras do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo. Mas, há mais de 20 anos, estava em uma conta em um banco em Genebra.

O Ministério da Justiça considerou a ação um "marco na atuação conjunta dos órgãos do governo brasileiro no combate à corrupção e ao crime transnacional e reflete o avanço nas relações de cooperação jurídica internacional entre Brasil e Suíça".

Segundo uma nota emitida em Brasília, o dinheiro será transferido para a conta única do Tesouro Nacional para reparar o dano causado ao erário.

Em 2010, a Justiça suíça o condenou por crimes relacionados à corrupção no Brasil.

Lalau tentou em diversas ocasiões retardar o processo, abrindo uma série de recursos. O último deles foi rejeitado por Berna em setembro de 2012, abrindo caminho para o depósito ao Brasil.

O caso surgiu em 2000, quando o então procurador de Genebra, Bernard Bertossa, passou a suspeitar de uma movimentação milionária na sucursal do banco Santander de Genebra, não condizente com o salário do ex-juiz. O procurador informou as autoridades brasileiras, que já haviam iniciado a investigação sobre o desvio de verbas nas obras do TRT de São Paulo.

As investigações mostraram que, entre 1991 e 1994, 18 transações levaram para a Suíça US$ 6,8 milhões para contas do ex-juiz e de sua esposa. A movimentação seria apenas parte de um esquema que levou para fora do Brasil milhões de dólares, inclusive para os Estados Unidos.

Recurso

Em 2005, Lalau seria condenado no Brasil por lavagem de dinheiro e desvio de fundos públicos. Mas isso seria apenas parte do processo em busca do dinheiro desviado. A União abriu um processo em Genebra para reaver o dinheiro desviado que já estava bloqueado na Suíça.

O ex-juiz usou de todos os mecanismos legais para impedir a repatriação do dinheiro. Apresentou três recursos em diversas instâncias na suíça. Mas a corte máxima do país confirmou que o dinheiro deve ser devolvido ao Brasil.

No último recurso, o ex-juiz e sua esposa alegaram que não tiveram o direito de serem ouvidos pelo tribunal. A corte rejeitou essa tese e alegou que o recurso não poderia ser considerado.

A Justiça reconheceu que o dinheiro vinha dos fundos desviados da construção do TRT em São Paulo.

O dinheiro irá para a União, já que o dinheiro para as obras do TRT vinha de Brasília. O volume repatriado ainda não faria parte do acordo que o ex-juiz teria fechado com a AGU. Lalau cumpre atualmente prisão domiciliar.

O governo brasileiro conseguiu na Justiça dos Estados Unidos comprovar que os ativos bloqueados em Nova York no caso Banestado devem ser repatriados. Assim, serão restituídos ao Brasil US$ 1,080 milhão - ou R$ 2,2 milhões, de acordo com o Ministério da Justiça brasileiro.

A Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e o Departamento Internacional da Advocacia-Geral da União obtiveram decisão judicial na Corte Distrital de Nova York que garante a repatriação de valores depositados em conta bancária usada para o envio ilegal de recursos ao exterior. Isso porque os ativos bloqueados em Nova York em 2005, anteriormente sob propriedade de três brasileiros, constituem produto de crimes praticados no Brasil.

##RECOMENDA##

Em 2005, os recursos foram bloqueados nos EUA após pedido de cooperação jurídica internacional feito pelo governo brasileiro. Em 2010, o bloqueio caiu e a quantia foi transferida para o governo dos EUA, que ajuizou ação judicial ("interpleader action") para determinar a quem caberia o montante.

Conforme a nota do Ministério da Justiça, os recursos seriam oriundos de três brasileiros que foram condenados em primeira instância por evasão de divisas, formação de quadrilha e gestão fraudulenta. "Nos termos de sentença penal proferida pela 6ª Vara Federal de São Paulo, em fevereiro deste ano, os três brasileiros estão envolvidos no escândalo Banestado. A apuração do caso revelou a operação de uma rede de doleiros para o envio ilegal de recursos para o exterior no período de 1996 a 2005", explica a nota. O dinheiro ficará sob a custódia da 6ª Vara de São Paulo até o julgamento do recurso interposto pelos réus.

A Espanha informou hoje (28) que está repatriando todos os seus agentes humanitários e outros três estrangeiros dos campos de refugiados em Tindouf, no oeste da Argélia, por temer pela segurança deles. O ministro de Relações Exteriores, José Manuel Garcia-Margallo, disse nesse sábado (28) que a decisão foi tomada após análise de "evidências bem fundadas de um sério aumento na insegurança na região". Ele afirmou que 12 espanhóis, dois franceses e um italiano chegarão a Madri na manhã de domingo (29). Um agente humanitário espanhol e outro peruano já retornaram ao país.

Dez dias atrás, rebeldes islâmicos no Mali pertencentes ao Movimento para Unidade e Jihad na África Ocidental libertaram três agentes - os espanhóis Enric Gonyalons e Ainhoa Fernandez del Rincon e a italiana Rossella Urru - que foram sequestrados de um campo de refugiados em Tindouf, em outubro. Não estava claro se a o resgate havia sido pago. Pelo menos seis reféns foram mortos na região entre 2009 e 2011. Todos foram detidos pela ramificação africana da Al-Qaeda.

##RECOMENDA##

As informações são da Associated Press.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando