Tópicos | Sem direitos

Eleito deputado estadual no Rio de Janeiro, Alexandre Freitas (Novo), causou polêmica ao anunciar um processo seletivo para contratar assessor pessoal e estagiário jurídico para o seu gabinete na Assembleia Legislativa (Alerj). Na publicação em que convoca para a seleção, Freitas faz ironias e deixa claro que os contratados não terão os direitos trabalhistas assegurados.  

"Carga horária: a mesma do deputado: 24/7. Aviso, o deputado dorme pouco. Direitos trabalhistas: nenhum, vacilou será exonerado(a). Livre nomeação, livre exoneração. Esquece CLT", detalha no anúncio da seleção.

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Já sobre o salário, o deputado eleito diz que para o cargo de assessor a mensuração será de R$ 5.125,62, líquido, com R$ 60 de vale refeição por dia. Quanto ao cargo de estagiário, ele alfineta: “A vida me ensinou que um bom estagiário não está preocupado com esse mísero detalhe”.

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Além disso, Alexandre Freitas pontua também que por ter recebido muitos currículos adotará critérios de eliminação como a forma de tratamento. "Quem me chamar de Excelência será eliminado", dispara.

A publicação rendeu críticas ao deputado eleito pelo partido Novo. “Rapaz, você é uma vergonha. De ‘NOVO’ só tem o nome do seu partido porque suas ideias são do século 18/19”, reage um internauta. “O problema não é só a arrogância, são as condições de trabalho mesmo. Estágio não remunerado para estágio não obrigatório é ilegal. Trabalhar 24/7 é humanamente impossível. Isso só mostra que o Novo não tem nada de novo”, ressalta outro comentário.

Ainda é possível registrar reações de eleitores arrependidos. “Chega a ser triste, votei em um cara pra ele fazer piada com salário de estagiário, espero que faça um trabalho melhor do que suas piadas, porque caso seu trabalho seja tão ruim quanto suas piadas, não terá meu voto e ainda farei campanha contra”, salienta um eleitor do político.

O vereador do Recife Carlos Gueiros (PSB) afirmou, nesta quinta-feira (1º), que o Estado não deveria ter políticas públicas especiais para as minorias. A postura dele foi exposta ao ser questionado pela imprensa sobre a falta de mulheres na nova composição da Mesa Diretora da Câmara dos Vereadores eleita hoje.

O PSB indicou Gueiros para permanecer na 1ª vice-presidência da Casa, mas a vereadora Nathália de Menudo reivindicou o posto ao partido sob a justificativa de um acordo anterior e da ausência feminina na direção, mas a legenda negou.

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Indagado como avaliava o fato da Mesa Diretora não ter nenhuma vereadora, Gueiros foi taxativo e deixou claro que não há porque seguir proporcionalidade de gênero na Casa, apenas partidária.

“Eu digo sempre o seguinte: quem presidiu a primeira sessão dessa legislatura foi uma mulher [Michele Collins], mas isso não aconteceu por ela ser mulher não e sim porque foi a mais votada. O regimento diz que o mais votado, mulher ou homem, seja o que for, é quem preside a sessão. Então a gente precisa acabar com essa história de se olhar com privilégio para a minoria”, disparou o pessebista.

“A mulher hoje não precisa de ter proteção não, pelo contrário. A Michele [Collins] foi a mais votada, a Aline Mariano líder [do governo] aqui, escolhida pela bancada, e não é obrigatoriamente ela ser líder não e foi. E tinha muitos homens, ela preteriu os homens”, completou.

Perguntado se achava equilibrada a composição da Câmara com apenas seis vereadoras, ele reforçou à crítica.  “Não acho que existam seis mulheres e tantos homens, eu vejo que existem 39 vereadores. A Lei não faz distinção. Dá prioridade para candidatar-se, agora na hora que se elege passa a ser igual”, argumentou.

Carlos Gueiros também emendou o posicionamento dizendo que o “Estado não deveria ter nenhuma política especial para a minoria”. “Então a gente precisa acabar com de criar secretaria para LGBT, para idoso... Por que? Todos nós somos iguais, não existe diferença. Eu sou um idoso, não quero diferenciação para mim não. As mulheres tem muito mais condições para ser melhores. Tratamento e respeito aprendi desde pequeno, sempre dou prioridade as mulheres, mas é questão de educação”, disse.

O pensamento de Gueiros comunga com o que foi dito recentemente pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que chamou de “coitadismo” as ações de movimento sociais direcionados para a minoria. Questionado se tinha o mesmo alinhamento, o vereador ironizou.  

“Ele me ouviu. Antes dele dizer isso, eu já dizia isso”, destacou. “Todos nós somos iguais perante a Lei, quem diz isso é a Constituição. Então você tem prioridades em atendimento, numa fila de caixa para pagar, não é tratamento especial. Essa eu defendo”, concluiu.  

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