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Na manhã desta quinta-feira (7), integrantes do Movimento Sem-Terra (MST) ocuparam o estacionamento do recém-inaugurado Parque Shopping Maceió, no bairro de Cruz das Almas. Após duas horas de negociações com a superintendência do empreendimento e do Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, o grupo que já tinha uma reunião marcada às 15h na praça Sinimbu deixou o local e marcha em direção ao centro da cidade. 

O grupo não chegou a entrar no local, apenas ocupou o estacionamento do shopping que foi inaugurado em evento para convidados na noite de ontem (6), e aberto ao público hoje às 11h. 

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Os sem-terra deixaram a sede da Eletrobrás, na Avenida Fernandes Lima, e seguiram em marcha pelo bairro do Farol. Nas redes sociais, vários motoristas e usuários do transporte público reclamaram do congestionamento causado pelo grupo. 

Duas das faixas em direção ao centro foram ocupadas pelos manifestantes, e na altura do cruzamento com a Avenida Rotary o fluxo de veículos chegou a ser paralisado. A marcha mudou de direção e seguiu para o bairro do Jacintinho, e por volta das 9h seguiu para o novo shopping, na Avenida Gustavo Paiva. 

No percurso, o trânsito nas Avenidas Márcio Canuto e Juca Sampaio, no Barro Duro, também ficou congestionado com a passagem dos manifestantes. 

Segundo a assessoria de comunicação do Movimento Sem-Terra, ‘ocupar o estacionamento do shopping é uma forma de chamar a atenção das autoridades para o investimento no empreendimento e o descaso com a reforma agrária no estado’. 

Pelo menos 80 integrantes do MST da Base, dissidência do Movimento dos Sem-Terra (MST), invadiram no domingo, 16, a Fazenda Dolores, em Tarabai, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo. Lideranças alegam que uma parte da propriedade, com 500 hectares, foi considerada terra devoluta. O grupo, ligado ao líder José Rainha Júnior, quer a transformação da área em assentamento.

Os proprietários da fazenda entraram nesta segunda-feira, 17, com pedido de reintegração de posse. O militante Cícero Bezerra, um dos líderes da ocupação, disse que, se a ordem de despejo for dada, os ocupantes vão acatar. A Polícia Militar acompanhou a invasão e informou estar pronta para cumprir a ordem de reintegração.

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A fazenda havia sido invadida no ano passado. Esta é a oitava área rural invadida por sem-terra nos últimos 30 dias no Estado para pressionar o governo a acelerar a reforma agrária.

O Movimento dos Sem-Terra (MST) decidiu retardar o cumprimento da ordem judicial de desocupação da Fazenda Santo Henrique, da indústria de sucos Cutrale, invadida desde domingo por 300 militantes. O prazo de 24 horas dado pela Justiça de Lençóis Paulista para devolver a posse do imóvel à empresa venceu às 18 horas desta terça-feira, mas os sem-terra decidiram ficar uma noite a mais na propriedade. A ordem judicial estipulou multa diária de R$ 500 para cada invasor em caso de descumprimento. Segundo o MST, as famílias deixam a fazenda na manhã de quarta-feira, 5, e seguem para um ato político no centro de Bauru.

Em nota, o MST informou que o recente assassinato do indígena terena Oziel Gabriel, no município de Sidrolândia (MS), trouxe à tona um conflito permanente no campo, envolvendo o agronegócio, a reforma agrária e a demarcação das terras indígenas. "Os sem-terra acreditam que é necessário recolocar a reforma agrária no centro do debate político", informa. De acordo com o movimento, as famílias acampadas na fazenda da Cutrale foram ameaçadas por pistoleiro na segunda-feira. Dois homens foram até o portão da empresa e um deles saiu do carro com um capuz preto e uma arma na cintura, tentando entrar à força na fazenda. A Polícia Militar informou desconhecer a ameaça e que mantém rondas com viaturas na região.

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Nova invasão

Integrantes do MST da Base e do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast) invadiram nesta terça-feira a Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, em Junqueirópolis. É a sexta fazenda invadida por grupos de sem-terra desde domingo no interior de São Paulo. Duas propriedades foram desocupadas - as fazendas Santa Maria (Rancharia) e Pauliceia (Rinópolis) . A Justiça também determinou a desocupação da Fazenda Esperança, em Iepê, mas no início da noite os sem-terra mantinham a invasão. Também continuava invadida a Fazenda Floresta, em Marabá Paulista.

A Justiça de Lençóis Paulista, na região central do Estado, deu prazo de 24 horas para o Movimento dos Sem-Terra (MST) desocupar a Fazenda Santo Henrique, da empresa de suco de laranja Cutrale, em Borebi, município da Comarca. Em caso de descumprimento, cada um dos 300 invasores terá de pagar multa diária de R$ 500 - o que dá um total de R$ 150 mil por dia. A decisão foi dada em ação de reintegração de posse movida pela indústria. A área foi invadida no domingo.

Os sem-terra montaram um acampamento no interior da propriedade e passaram a controlar o acesso das pessoas. Os serviços de manutenção dos laranjais foram interrompidos. Um oficial de Justiça foi à fazenda no início da noite entregar a notificação da 2ª Vara Cível às lideranças do movimento. De acordo com a coordenadora Carolina Mazin, os militantes ainda vão decidir o que será feito frente à ordem judicial. O MST alega que a área é pública e foi grilada.

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É a quinta vez que a fazenda é invadida por grupos de luta pela terra nos últimos dez anos. Em 2009, durante uma ocupação, os sem-terra foram flagrados derrubando 12 mil pés de laranja - as imagens causaram repercussão nacional. Em nota, a Cutrale lamentou a nova invasão e informou que a propriedade emprega centenas de pessoas que estão impedidas de exercer suas atividades.

Quase oito anos e meio após os assassinatos de cinco integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, o julgamento do principal acusado do crime, o fazendeiro Adriano Chafik Luedy, pode ser adiado mais uma vez. O julgamento está previsto para ser iniciado nesta quarta-feira, 15, mas a defesa de Chafik apresentou nesta segunda-feira pedido de adiamento para que sejam ouvidas 60 testemunhas do processo na comarca de Jequitinhonha, a 690 quilômetros da capital. Até a noite desta segunda, o juiz Glauco Soares, presidente do II Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, não havia decidido sobre a petição.

A chamada Chacina de Felisburgo ocorreu em 20 de novembro de 2004, quando 17 homens invadiram o acampamento Terra Prometida, na Fazenda Nova Alegria, e atearam fogo em barracos e plantações. Além das cinco vítimas executadas com tiros à queima-roupa - Iraguiar Ferreira da Silva, de 23 anos, Miguel Jorge dos Santos, de 56, Francisco Nascimento Rocha, de 72, Juvenal Jorge da Silva, de 65, e Joaquim José dos Santos, de 48 - 20 pessoas ficaram feridas, incluindo uma criança de 12 anos. O crime foi a segunda maior chacina de sem-terra no País, atrás apenas dos assassinatos de 19 trabalhadores por policiais militares em Eldorado dos Carajás (PA), em abril de 1996.

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Segundo o advogado Rogério Del Corsi, um dos defensores de Chafik, o adiamento foi pedido para que sejam ouvidas 60 testemunhas de defesa e acusações na comarca de Jequitinhonha. Essas pessoas já deveriam ter sido ouvidas por carta precatória expedida por Glauco Soares, mas, de acordo com Del Corsi, um equívoco da Justiça impediu a realização das oitivas. "Ao invés de ouvir as testemunhas, a Justiça apenas expediu intimação para que elas compareçam no julgamento em Belo Horizonte. Mas nenhuma testemunha é obrigada a ir para outra cidade", observou.

A audiência está marcada para esta quarta-feira, 14, mas o advogado avalia que não haverá tempo para ouvir as testemunhas. "Temos esperança de bom senso do juiz (Glauco Soares), porque também não é possível para a defesa estudar 60 depoimentos em um dia. Seria um cerceamento de defesa muito grande", acrescentou.

Acampamento

Antes mesmo de saber a decisão de Glauco Soares, cerca de 2 mil sem-terra de todas as regiões de Minas seguiram para Belo Horizonte, para montar um acampamento em frente ao Fórum Lafayette para acompanhar o julgamento. O grupo planeja um ato na hora do almoço, nesta terça, "para pedir Justiça para esse crime", segundo Sílvio Netto, um dos representantes do MST no Estado. "A preocupação da defesa é porque sabe que o cliente é um assassino confesso que não tem como ser absolvido", disparou Netto, referindo-se à confissão de Chafik em depoimento à polícia de que comandou e participou do ataque ao acampamento.

O fazendeiro aguarda o julgamento por um júri popular pelos cinco assassinatos e 12 tentativas de homicídio em liberdade. "Caso tenha novo adiamento, o Estado tem que tomar alguma providência. Ou determinar a desapropriação do acampamento (Terra Prometida) ou prender o Chafik, porque, solto, ele representa uma ameaça para os trabalhadores. Já mostrou do que é capaz", salientou o dirigente do MST. A reportagem tentou falar com o fórum de Jequitinhonha no fim da tarde desta segunda, mas não houve retorno.

 

O Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou na manhã deste domingo (5) a fazenda Amargoso, localizada no município de Bom Conselho, Agreste de Pernambuco. Segundo informações do MST, as cerca de 100 famílias que fizeram a ocupação foram recebidas por quatro pistoleiros.

De acordo com um portavoz do MST, os jagunços portavam armas de "alto calibre, como Doze, Pistolas, e Escopeta – armas de porte ilegal segundo a legislação Brasileira". A fazenda Amargoso já tinha sido ocupada em abril de 2012 com 250 famílias, sendo despejadas após 40 dias. 

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O Movimento dos Sem-Terra (MST) bloqueou rodovias em dez Estados nesta quarta-feira, 17, na sequência do 'abril vermelho'. Além de cobrar a aceleração da reforma agrária, as manifestações lembraram a morte de 21 sem-terra em confronto com a polícia, em 1996, em Eldorado dos Carajás, no Pará. No interior de São Paulo, rodovias importantes como a Anhanguera, em Ribeirão Preto, e a Raposo Tavares, em Itapetininga, foram bloqueadas durante cerca de 20 minutos por grupos do MST. Nos dois locais houve congestionamento.

Rodovias estaduais e federais foram fechadas em vinte pontos no Estado do Paraná. Os sem-terra fizeram um ato em frente ao Tribunal de Justiça do Estado, em Curitiba. Quatro estradas federais - BR-060, BR-183, BR-167 e BR-267 - e três rodovias estaduais foram alvo de bloqueios em Mato Grosso do Sul. Em algumas, os manifestantes adotaram o sistema pare-siga a cada 20 minutos e mantiveram os bloqueios durante o dia todo. Em Mato Grosso, duas rodovias foram fechadas nos municípios de Dom Aquino e Cáceres. No Estado de Minas Gerais, integrantes do MST interditaram o Anel Rodoviário de Belo Horizonte, no km 5, altura do bairro Betânia.

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No interior de Pernambuco, além do interditar 12 rodovias, o MST ocupou as prefeituras de Goiana, na região norte, e de Moreno, região metropolitana de Recife. Em Eldorado dos Carajás (PA), local do confronto que resultou na morte dos sem-terra, cerca de dois mil militantes interditaram a rodovia PA-150, na altura da curva do S. Também foram bloqueados cinco trechos da BR-463, em Rondônia, e duas rodovias no interior de Maranhão. Houve ainda bloqueios em Sergipe e no Piauí. Em Fortaleza (CE), os manifestantes ocuparam a sede do Departamento Nacional de Obras Conta as Secas (DNOCS). A sede do Incra foi ocupada em Goiânia.

Via Campesina

Em Porto Alegre (RS), a Via Campesina manteve acampamento no pátio dos prédios da Receita Federal e do Incra, no centro de Porto Alegre, ao mesmo tempo em que promovia manifestações em outras áreas da cidade.

O grupo de centenas de militantes de movimentos como o dos Sem-Terra, Pequenos Agricultores, Atingidos por Barragens e Mulheres Camponesas, entre outros, dividiu-se em diferentes frentes. Uma delas permaneceu diante dos prédios públicos federais, o que impediu funcionários e usuários de entrar nas repartições. Outra seguiu para a sede da Secretaria Estadual da Educação, tomou o saguão do prédio e só saiu depois de seus representantes serem recebidos pela secretária-adjunta Maria Eulália Nascimento para apresentar reivindicações. A terceira se deslocou para a sede local da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no bairro São Geraldo, onde a manifestação foi de apoio à atuação da empresa. No início da noite, a mobilização prosseguiu com uma passeata por ruas centrais da cidade.

Entre as reivindicações que a Via Campesina tem feito aos governos federal e estadual e reforçado com as manifestações públicas está a criação de uma política nacional camponesa voltada para os pequenos agricultores e assentados da reforma agrária, com programas de infraestrutura, assistência técnica, saúde, moradia, escola e saneamento básico. O movimento também quer aceleração da reforma agrária e escolas adequadas à demanda dos assentamentos.

Cerca de 300 mulheres ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) invadiram, na manhã desta sexta-feira (8) a Usina Maravilha, desativada, no município de Goiana (PE). Logo em seguida, saiu em caminhada pela BR-101, prejudicando o já difícil tráfego na área - devido a obras - por 50 minutos.

A ação, que integrou a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem-Terra, teve como alvos de cobrança por reforma agrária o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o governo de Pernambuco. Do Incra, reivindicam uma força tarefa para desapropriar terras das usinas de cana-de-açúcar Maravilha e Cruangi, que pertencem a uma mesma família e já formaram um único grupo econômico. A primeira está falida e a segunda está sem pagar a 3,6 mil trabalhadores desde o ano passado, tem débitos com o fisco federal e foi alvo de denúncia de trabalho infantil em 2009. Do governador Eduardo Campos (PSB), querem que ele dê à reforma agrária a mesma prioridade que concede aos empreendimentos econômicos que se instalam no Estado.

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"O governo estadual pagou R$ 25 milhões para comprar terra do Grupo Cruangi para dar à montadora da Fiat", afirmou a integrante da direção estadual da CPT, Marluce Melo. "Se pode desapropriar terra para Fiat, que o faça também para a reforma agrária". A Fiat inicia a construção de uma montadora em uma área próxima, às margens da BR-101, em Goiana, onde também estão sendo instaladas uma fábrica de hemoderivados da Hemobras e uma unidade de vidros planos da CVBT que deverá atender à montadora.

Com a invasão das fazendas Nossa Senhora de Lourdes, em Junqueirópolis, e Fortaleza, em Iepê, na madrugada deste sábado (8), subiu para sete o número de áreas rurais ocupadas por integrantes do MST da Base e de sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo. Os sem-terra reivindicam a retomada dos assentamentos na região.

A Justiça concedeu, no fim da tarde desta sexta, liminar para a reintegração de posse da fazenda Maria Célia, em Marabá Paulista, uma das áreas invadidas no feriado de Dia da Independência. Os invasores devem desocupar a fazenda neste domingo (9).

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De acordo com Luciano de Lima, do MST da Base, os sem-terra foram ameaçados por policiais militares após a ocupação da fazenda Fortaleza. A representação regional da Ouvidoria Agrária foi notificada da suposta ameaça. O comando do policiamento em Rancharia, que atende a região, negou o incidente. O dono da fazenda, Mário Reis, vai entrar com pedido de reintegração de posse no plantão judiciário da Comarca.

Segundo Lima, a jornada de ocupações deve prosseguir com o objetivo de "apontar para o governo" as terras devolutas e fazendas improdutivas na região, a fim de serem destinadas à reforma agrária. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que existem áreas em processo avançado para a instalação de assentamentos na região.

Integrantes do MST da Base, dissidência do Movimento dos Sem-Terra (MST), e de sindicatos de trabalhadores rurais, iniciaram uma jornada de lutas pela reforma agrária com a invasão, nesta sexta-feira, de cinco fazendas no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo. De acordo com as lideranças, a mobilização faz parte da ação unitária dos movimentos sociais e está alinhada aos protestos contra a corrupção no Dia da Independência.

Durante a madrugada, cerca de 250 militantes ocuparam a fazenda Célia Maria, em Marabá Paulista. Em sequência, foram invadidas as fazendas Bandeirantes, em Pauliceia, Mondengo, no município de Arco-Íris, e Clarice, em Iacri. Outra área rural foi ocupada em Presidente Bernardes. A Polícia Militar confirmou as invasões, mas não tinha, até o início da tarde desta sexta-feira, a identificação de todas as áreas.

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Segundo o líder Luciano de Lima, as ações visam pressionar o governo federal para que ele destine terras para assentamentos. "Estamos no meio do mandato do governo Dilma e a reforma agrária está esquecida", disse.

De acordo com a PM, não foram registrados incidentes durante as invasões. Os proprietários das áreas invadidas foram orientados a entrar com ações de reintegração de posse. A União Democrática Ruralista (UDR) informou que pedirá a identificação dos invasores para a responsabilização criminal e cível das lideranças.

O Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) divulgou nota nesta segunda em protesto contra a suspeita de que três integrantes do movimento assassinados no sábado teriam sido mortos em uma disputa pela liderança da entidade. A nota afirma ainda que, por causa da situação de tensão entre proprietários e sem-terra na região do Triângulo Mineiro, pelo menos outros três integrantes - Ismael Costa, Robson dos Santos Guedes e Vander Nogueira Monteiro - estariam "na lista de morte".

O clima tenso na região foi confirmado pelo superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Minas, Carlos Calazans. Ele contou que o maior problema é que empresas e proprietários de terra se recusam a negociar com o órgão, enquanto os sem-terra permanecem em terras ocupadas. "Os proprietários vão direto à Justiça pedindo a reintegração de posse. E não podemos fazer desapropriação, porque são áreas invadidas", disse.

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Valdir Dias Ferreira, de 39 anos, Milton Santos Nunes da Silva, de 52, e Clestina Leonor Sales Nunes, de 48, foram mortos a tiros na MGC-455, altura do distrito de Miraporanga, próximo a Uberlândia, no sábado (24). Um neto de Clestina e Milton, de 5 anos, também estava no carro com os sem-terra quando o veículo foi fechado pelo carro dos criminosos, mas não foi ferido. No domingo (25), uma equipe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) chefiada pelo delegado Kleyverson Rezende seguiu para Uberlândia para auxiliar nas investigações.

Segundo a direção do MLST, o crime pode estar ligado à disputa pela fazenda São José dos Cravos, no município de Prata, onde há um acampamento da entidade. Milton e Clestina já haviam sido beneficiados com um lote em um assentamento, mas continuavam vivendo na área invadida. Uma usina de beneficiamento de cana-de-açúcar recorreu à Justiça pedindo a reintegração de posse da área, que teria sido arrendada. No último dia 8, foi realizada uma audiência para tentativa de conciliação, mas não houve acordo.

Já a Polícia Militar informou que há denúncia de que havia atrito entre os sem-terra pela liderança do movimento, hipótese também em apuração. Para o frei Gilvander Moreira, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), é preciso agilizar as investigações para que "os jagunços e mandantes sejam presos, julgados e condenados". "Precisamos aguardar o andamento das investigações, que ainda estão no início", afirmou o chefe do DIHPP, delegado Edson Moreira. Nesta terça, Carlos Calazans se reúne com integrantes da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) para verificar como o Incra pode auxiliar no caso.

Uma disputa com proprietários de uma usina de beneficiamento de cana-de-açúcar pode estar por trás dos assassinatos de três integrantes do Movimento para Libertação dos Sem Terra (MLST) ocorrido ontem no Triângulo Mineiro. No entanto, a Polícia Civil afirma que ainda não descartou nenhuma hipótese e investiga a possibilidade de os sem-terra terem sido mortos por causa de uma briga por poder dentro do próprio movimento. Apenas a possibilidade de eles terem sido vítimas de latrocínio - roubo seguido de morte - não é levada em conta, já que foram encontrados no local cartões de crédito, dinheiro e outros pertences dos mortos.

Valdir Dias Ferreira, de 39 anos, Milton Santos Nunes da Silva, de 52, e Clestina Leonor Sales Nunes, de 48, foram executados com tiros na cabeça na MGC-455, altura do distrito de Miraporanga, próximo a Uberlândia. Eles haviam saído de carro de Prata, onde o movimento mantém acampamento na fazenda São José dos Cravos, quando foram fechados por um veículo cinza. Ferreira e Silva foram atingidos ao descerem do carro para verificar o que ocorria. Clestina nem teve tempo de sair do veículo.

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A única sobrevivente do crime foi uma criança de 5 anos, neta de Milton e Clestina, que a polícia ainda não sabe se foi poupada ou se não foi vista pelos criminosos. A Polícia Militar levantou a hipóteses de rixa interna para o crime porque as vítimas teriam se desentendido com outros integrantes do movimento, do qual Milton era um dos líderes. No entanto, o menino afirmou que não conhece a dupla que executou os sem-terra.

O secretário de Estado de Defesa Social (Seds) de Minas, o procurador de Justiça Rômulo Ferraz, determinou "prioridade absoluta" para a apuração do caso, que está a cargo da Delegacia de Homicídios de Uberlândia, mas cuja investigação também terá a participação de integrantes do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Belo Horizonte. Até o fim da tarde de hoje, porém, ninguém havia sido preso.

Integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) fizeram manifestações em frente a agências do Banco do Brasil de algumas cidades do interior do Paraná durante o dia de hoje (13). Amanhã, eles mantêm a manifestação em outras localidades, particularmente na região de Londrina. Os sem-terra pretendem chamar a atenção da população para as dificuldades que têm enfrentado e para uma negociação que pretendem fazer com a superintendência do Banco do Brasil, na quinta-feira, em Curitiba.

De acordo com a direção do movimento, a pauta de reivindicações pede uma renegociação das dívidas do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf), mais infraestrutura para os assentamentos, um programa para construção de agroindústria e assistência técnica, e crédito diferenciado para a agricultura familiar e reforma agrária. Segundo o MST, o Pronaf atende a médios e grandes produtores, que têm interesse na produção comercial. Eles querem algo voltado especificamente para os pequenos agricultores. A assessoria do Banco do Brasil disse que não foi registrado nenhum problema de atendimento nas localidades onde houve manifestação.

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Integrantes do MST da Base, uma dissidência paulista do Movimento dos Sem-Terra (MST), invadiram no final de semana quatro fazendas no oeste do Estado de São Paulo. Três áreas foram ocupadas na madrugada de hoje (6). A outra invasão ocorreu no sábado, mas a área foi desocupada no domingo, após a Justiça ter dado liminar de reintegração de posse em favor do fazendeiro.

Desde o início de janeiro, o grupo, que não tem ligação com o MST, invadiu 17 propriedades rurais nas regiões da Alta Paulista e do Pontal do Paranapanema. Os sem-terra pressionam o governo estadual e o federal para acelerarem a reforma agrária e protestam contra a prisão do líder José Rainha Júnior, preso desde junho, acusado de desviar recursos da reforma agrária.

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Em janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou pedido de habeas corpus da defesa e manteve preso o líder sem-terra. A fazenda São José, em Brejo Alegre, na Alta Paulista, foi invadida por mais de 300 sem-terra na madrugada de hoje. De acordo com a Polícia Militar (PM), a mesma área havia sido invadida na semana passada, mas foi desocupada pelo grupo. O militante Luciano de Lima disse que, na primeira ocupação, houve a desocupação forçada da fazenda pela PM.

Na ocasião, ocorreu confronto e seis sem-terra foram levados presos. "Voltamos a ocupar porque a fazenda já tem decreto de desapropriação, mas não vira assentamento", reclamou Lima. Também foram invadidas as fazendas Pauliceia, em Rinópolis, e a Lagoa Azul, em Euclides da Cunha Paulista. Os proprietários devem entrar amanhã com pedidos judiciais para o despejo dos invasores.

Lima disse que foi agendado um encontro com representantes da superintendência paulista do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para o próximo dia 16, em Iepê. "Vamos cobrar mais assentamentos e mais recursos para os que já existem", disse.

Os sem-terra do Paraguai, conhecidos como carperos, vão suspender por uma semana a invasão de terras produtivas de brasileiros na região do Alto Paraná, na fronteira do país com o Brasil. Em assembleia de cerca de três horas, realizada na noite deste sábado, os campesinos decidiram dar uma trégua e aguardar uma solução do governo paraguaio, como solicitado pelo presidente Fernando Lugo. "Vamos permanecer no acampamento durante essa semana para que o governo solucione o problema do assentamento", disse um dos líderes do movimento, Federico Ayala, em entrevista por telefone à Agência Estado.

"Esperamos que o governo nos dê uma resposta favorável para que tenhamos uma permissão escrita para ocupação destas terras, onde nos encontramos", detalhou. "Nosso pedido é para que o governo exija a devolução ao Estado de 167 mil hectares ocupados ilegalmente pelos brasileiros", afirmou Ayala, referindo-se aos produtores brasileiros e descendentes de brasileiros instalados na região, chamados de "brasiguaios".

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Na última quarta-feira, os sem-terra invadiram propriedades rurais localizadas no município de Ñacunday, e ameaçavam avançar em fazendas de Santa Rosada de Monday e Iruña, para forçar os brasiguaios a abandonarem suas terras.

"O governo se comprometeu a pedir aos estrangeiros os títulos de propriedade para verificar se são autênticos e vamos esperar que essa verificação seja realizada na próxima semana", disse Ayala. Os sem-terra defendem a revisão dos títulos das propriedades rurais adquiridas nos últimos 40 anos. O processo envolveria cerca de 10 mil produtores rurais brasileiros que possuem terras na região. Para os sem-terra, as fazendas foram adquiridas ilegalmente.

Legalidade

Após encontro, semana passada, com os carperos, o presidente Fernando Lugo analisou a situação com seus principais ministros e assessores relacionados à questão agrária em reunião na manhã deste sábado, na residência oficial, em Assunção. Ao fim do encontro, o ministro-chefe do Gabinete Civil, Miguel López Perito, informou que o presidente fará um pronunciamento sobre o conflito nesta segunda-feira. López Perito antecipou que a solução ocorrerá dentro da lei.

A atitude do governo não foi suficiente para acalmar os brasileiros ameaçados pela invasão. "A promessa tranquilizará na medida em que for efetiva. Se só fala e não faz, não resolve nada", disse à Agência Estado o gerente-geral da Cooperativa de Produtores de Naranjal (Copronar), com sede a 50 quilômetros de Santa Rosa de Monday, Sergio Luis Senn. Os brasiguaios representam 85% dos produtores da cooperativa.

"O governo disse que irá tratar do assunto respeitando a legalidade e que vai cumprir a ordem legal de desalojar os carperos que invadiram as terras dos brasiguaios, mas para isso pediu tempo e isso gera apreensão", afirmou. "Não sabemos se esse prazo pedido para cumprir a lei é somente uma manobra para ganhar tempo ou se é mesmo para fazer o levantamento da situação na região", emendou.

Os sem-terra paraguaios, denominados carperos, vão realizar uma assembleia hoje, às 18 horas (horário de Brasília), para decidir se avançam com as invasões de terras na fronteira com o Brasil. Em entrevista por telefone à Agencia Estado, um dos líderes do movimento, Victoriano López, disse que a assembleia deve decidir os próximos passos do movimento e analisar os resultados da reunião que mantiveram ontem com o governo do presidente Fernando Lugo.

"Dois companheiros nossos, Eulálio López e José Rodriguez, se reuniram com o ministro de Agricultura (Enzo Cardozo) e outros funcionários para discutir nossa situação. Hoje, vamos conversar sobre o que foi discutido", diz.

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Hoje de manhã, o presidente Fernando Lugo realizou uma reunião com seus principais assessores, durante mais de duas horas, para analisar soluções para o conflito. O governo não divulgou detalhes sobre as discussões.

Desde a semana passada, cerca de 8 mil carperos estão acampados na região próxima de Foz do Iguaçu, no Alto Paraná, fronteira entre os dois países, para pressionar os produtores rurais, chamados de brasiguaios, a abandonar suas terras. Três fazendas de brasileiros e descendentes estão invadidas nos municípios de Ñacunday, e os sem-terra ameaçam avançar sobre outras propriedades em Iruña e Santa Rosa del Monday.

Enviados do governo paraguaio iniciaram ontem negociações com os líderes dos carperos, como são chamados os sem-terra no país vizinho, na tentativa de evitar um conflito com os brasiguaios - agricultores brasileiros que vivem no Alto Paraná, na fronteira do Paraguai com o Brasil.

Desde a semana passada, pelo menos 7 mil carperos estão acampados na região, próxima de Foz do Iguaçu, no Paraná, para pressionar os brasiguaios a abandonar as terras. Várias fazendas de brasileiros e descendentes continuavam invadidas no município de Santa Rosa del Monday, a 50 km da fronteira.

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O policiamento na região foi reforçado. Representantes do governo do presidente Fernando Lugo reuniram-se com líderes dos sem-terra para discutir uma trégua nas invasões. Houve um acordo para melhorar a distribuição de alimentos às famílias acampadas.

Apesar de especulações sobre a suspensão temporária do cumprimento de ordens de despejo de três imóveis rurais ocupados na região de Ñacunday, o governo paraguaio informou que a ordem será cumprida após o levantamento de dados sobre as áreas, bem como de seus ocupantes. O governo diz ainda que a ação, quando realizada, será acompanhada pelo Ministério Público.

Representantes do governo brasileiro também estiveram ontem na região, conforme informou o secretário executivo do Sindicato Rural de Foz do Iguaçu, Paulo Muller. "Os dois governos estão trabalhando para evitar um conflito e parece que a situação agora está mais calma."

Segundo ele, a polícia paraguaia mantém patrulhas nas rodovias, mas as estradas de acesso aos acampamentos são controladas pelos carperos. "Só entra ou sai quem eles deixam."

Laços

De acordo com Muller, os brasiguaios que fixaram residência no Paraguai são, na maioria, mais ligados ao país vizinho. "Muitos nunca voltaram para o lado brasileiro."

As terras reclamadas pelos carperos foram adquiridas pelos brasileiros há cerca de 40 anos. São aproximadamente 10 mil propriedades onde vivem pelo menos 50 mil brasiguaios.

O conflito se acirrou em razão de uma lei editada em 2005 que proibiu a venda de terras aos estrangeiros numa faixa de 50 quilômetros da fronteira.

Segundo Muller, muitas áreas são melhores e mais férteis que as terras brasileiras para a produção de soja, milho e trigo. "É por isso que os proprietários não saem de lá por nada e se armaram para defender suas terras." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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