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O Japão iniciou nesta quinta-feira (24) o despejo no oceano de água residual da usina nuclear de Fukushima, apesar da preocupação dos pescadores da região e da ferrenha oposição da China, que intensificou as restrições comerciais a produtos nipônicos.

O despejo do equivalente a quase 540 piscinas olímpicas de água durante décadas no Oceano Pacífico é uma etapa importante para desmantelar a usina, ainda muito perigosa 12 anos após um dos piores acidentes nucleares da história.

Uma transmissão ao vivo da operadora da usina, TEPCO, mostrou os engenheiros da empresa trabalhando em computadores no momento em que um supervisor anunciava, após uma contagem regressiva, a abertura das válvulas próximas das bombas de transferência de água".

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU, que aprovou o plano do Japão, supervisiona o processo, que, na sua opinião, está de adequado às "normas de segurança internacionais" e terá um impacto "insignificante para a população e o meio ambiente".

Porém, minutos após o anúncio do início da operação, a China decidiu suspender todas as importações de produtos do mar procedentes do Japão e chamou o plano de Tóquio de "extremamente egoísta e irresponsável".

Pequim já havia interrompido todas as importações de alimentos de 10 dos 47 municípios japonesas em julho. Hong Kong e Macau adotaram a mesma iniciativa.

Na Coreia do Sul, o despejo de água residual da usina nuclear gerou protestos e muita preocupação entre a população, mas o governo expressou apoio ao plano do Japão. Os dois países iniciaram uma aproximação após décadas de distanciamento.

O primeiro-ministro sul-coreano Han Duck-soo pediu ao governo japonês que divulgue as informações do despejo de água "de forma transparente e responsável durante os próximos 30 anos".

Manifestações foram registradas nesta quinta-feira e mais de 10 pessoas foram detidas em Seul depois que tentaram invadir a embaixada do Japão.

- "Risco muito pequeno" -

Em três reatores da usina Fukushima-Daiichi, na região nordeste do Japão, combustível e outros materiais derreteram após o grande terremoto e tsunami que mataram 18.000 pessoas em 2011.

Desde então, a TEPCO acumulou mais de 1,3 milhão de metros cúbicos, armazenados em 1.000 contêineres de aço, de água usada para resfriar os reatores ainda radioativos, misturada com água subterrânea e de chuva que se infiltrou.

A empresa afirma que sua capacidade está no limite e que precisa abrir espaço para retirar o combustível nuclear e os escombros dos reatores destruídos.

A TEPCO afirma que a água passou por um tratamento para eliminar todas as substâncias radioativas, exceto o trítio, que está em níveis inócuos e muito inferiores aos liberados por centrais nucleares em operação, incluindo as usinas da China.

A concentração de trítio na água residual preparada para este primeiro despejo estava "muito abaixo do limite operacional de 1.500 bequerel (Bq) por litro", afirmou a AIEA após uma "análise independente feita no local".

Este nível é 40 vezes inferior às normas japonesas para águas tratadas e às normas internacionais (60.000 Bq/litro), além de sete vezes menor que o limite máximo estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a água potável (10.000 Bq/litro).

"Quando for liberado no Pacífico, o trítio será diluído em uma vasta massa de água e atingirá rapidamente um nível de radioatividade que não difere da água do mar normal", disse Tom Scott, especialista da Universidade de Bristol, na Inglaterra.

"Portanto, representa um risco muito pequeno. E o risco diminui com o tempo porque o nível de trítio diminui continuamente", acrescentou.

- Restrições ao sushi -

Mas nem todos concordam. O grupo ambientalista Greenpeace afirmou que o processo de tratamento da água é falho, e a China e a Rússia sugerem que a água pode evaporar e atingir a atmosfera.

Antes da operação, várias pessoas protestaram diante da usina nuclear de Fukushima e mais de 100 na sede da TEPCO, em Tóquio.

"É como lançar uma bomba atômica no oceano. O Japão foi o primeiro país atacado com uma bomba atômica no mundo e o primeiro-ministro tomou esta decisão", lamentou Kenichi Sato, de 68 anos.

Os restaurantes de sushi em Pequim e Hong Kong já sofrem as consequências das restrições de importações.

"Quase 80% dos frutos do mar que usamos vêm do Japão", disse à AFP Jasy Choi, que dirige em Hong Kong um pequeno restaurante de comida japonesa para viagem. "Se mais da metade dos meus ingredientes importados do Japão forem afetados, será difícil continuar funcionando", lamentou o chef, de 36 anos.

Analistas apontam que a China, embora possa ter preocupações genuínas com a segurança, também pode estar sendo motivada por sua rivalidade econômica e sua relação complicada com Tóquio.

A operação de despejo será gradual e deve prosseguir até a década de 2050.

  Hoje (26) faz 37 anos do acidente nuclear de Chernobyl, localizada em  Pripyat, a 130 quilômetos de Kiev, capital da Ucrânia,20 quilômetros ao sul da fronteira cmo Belarus. Devido a uma explosão que espalhou material radioativo por milhares de quilômetros, o elemento tóxico deixou rastros no DNA de cães que vivem hoje nas áreas afetadas. A pesquisa que identificou a mudança foi publicada pela Science Advances na edição de março.  

De acordo com a publicação, os cães que vivem ainda nos arredores da Usina de Chernobyl são diferenciados tanto de cães de raça livre (cachorros sem raça definida) quanto de cães de raça pura. “Cães que vivem em Chernobyl são geneticamente distintos daqueles de fora da região”, certifica o estudo. A diferenciação dos animais é fruto da exposição à radiação ionizante de baixa dose em longa duração.

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No local, foram encontrados descendentes de cães que viviam na região da usina há 15 gerações. Em 2017, foram analisados 302 cães que vivem em raios diferentes do desastre, em três grupos dispostos: um que vive dentro da própria usina, um que vive a 15 quilômetros do desastre e um último que vive a 45 quilômetros da usina. O primeiro grupo é o que apresenta maior diferenciação genética.  

“Populações de cães semi selvagens provavelmente povoaram o local do desastre nuclear de Chernobyl nas últimas décadas desde o acidente. Alguns cães estão vivendo e se reproduzindo em áreas altamente contaminadas, como a estrutura do novo confinamento seguro de Chernobyl, construída para conter a radioatividade do reator danificado e áreas de armazenamento de combustível nuclear usado”, aponta a publicação de pesquisadores da Universidade da Carolina do Sul e do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano feita na Science.

EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO

A pesquisa abre precedentes para compreender o impacto das duras condições ambientais para a vida selvagem e de seres humanos sob exposição de radiação em longo prazo. Ou seja, a adaptação a duras condições de vida no decorrer do tempo exposto à radiação.  

A pesquisa, conduzida por cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos em Bethesda, Maryland, foi baseada em amostras de sangue dos animais. Segundo o estudo, alguns locais da usina têm de dez a 400 vezes os níveis de césio-137 – elemento químico altamente radioativo. Já o físico de radiação da Universidade de Columbia, David Brenner, que não contribuiu para a pesquisa, disse em entrevista à Nature News que “não será fácil para os cientistas descobrirem quais diferenças genéticas podem ser causadas por essa exposição em relação a outros fatores”.

Apesar disso, estudiosos dizem que a pesquisa é o início de um esforço para entender melhor como a exposição prolongada a baixos níveis de radiação pode afetar a genética dos animais – e como eles podem sobreviver em condições tão severas.

 

Um homem de 38 anos foi vítima de uma tentativa de homicídio em uma área rural próxima a Matriz da Luz, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife, no último dia 9 de abril. José Ricardo Alves, que é morador da região, foi baleado no rosto e na perna e chegou a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Restauração, na área central da capital pernambucana, mas foi transferido para a enfermaria da unidade e seguia estável até o momento desta publicação. 

A Polícia Civil de Pernambuco abriu um inquérito para apurar o caso e está aceitando informações, com garantia de sigilo absoluto (mais instruções ao fim da reportagem). A família acredita que José Ricardo foi alvejado por vigilantes armados, que protegiam uma propriedade privada na região e que teriam confundido José com alguém tentando roubar cabeças de gado. 

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O crime aconteceu em Chã de Aruá, parte do Engenho Pixaó, no distrito de Nossa Senhora da Luz. De acordo com a vítima, a propriedade é antiga e pertence à Usina Petribu, do ramo açucareiro. Em contato com o LeiaJá, a empresa negou ter conhecimento do caso. Saiba mais abaixo. 

O que diz a família da vítima? 

Segundo Gilsa, irmã de José Ricardo, o homem tinha saído para orar, por volta das 16h do domingo, 9 de abril, e seguiu para uma parte mais alta da vila Matriz da Luz. José é evangélico e frequenta uma igreja local há anos, mas tinha o hábito de fazer orações em locais isolados, por questões religiosas. No dia do crime, vigilantes, que estavam em ronda rotineira nas imediações, confundiram José com um ladrão de gado, no momento em que a vítima deixava o local. 

"Conversei com ele e ele me contou que estava orando e esses dois vigilantes da usina pararam ele para perguntar o que ele estava fazendo. Ele disse 'estou orando pela gente', mas os seguranças não acataram e disseram [sic] 'vamo ali' e arrastaram o meu irmão para um canavial. Eles diziam o tempo todo que o meu irmão era ladrão de boi", relatou Gilsa. José Ricardo Alves foi atingido na boca e na perna; a bala disparada contra o rosto do homem ficou alojada no nariz.  

Segundo José, ele precisou prender a respiração e fingir que estava morto para não ser mais alvejado. O homem teria conseguido “se arrastar” até um sítio próximo, onde pediu ajuda. Como a família é conhecida na região, a esposa de Ricardo foi localizada e o acompanhou ao hospital mais próximo. 

O homem foi admitido na Upinha de Matriz da Luz e depois, no Hospital e Maternidade Petronila Campos, onde foi intubado de imediato, por causa da hemorragia. Ainda no dia 9 de abril, foi transferido para a Restauração e ficou na UTI do hospital por uma semana, até a noite de 16 de abril. O HR confirmou a entrada do paciente e o estado de saúde informado no início da publicação.  

O que diz a Polícia Civil? 

Em nota, a PC-PE informou que “registrou no dia 09.04, através da 18ª Força Tarefa de Homicídios da região Metropolitana Norte, a ocorrência de tentativa de homicídio, no parque Capibaribe, município de São Lourenço da Mata. A vítima, um homem de 38 anos, foi ferido por disparos de arma de fogo, socorrido para uma unidade hospitalar na região, e posteriormente, transferido para um hospital na capital devido a sua complexidade. Um inquérito policial foi instaurado e qualquer informação sobre esta ocorrência, poderá ser repassada para a ouvidoria da SDS, com garantia de sigilo absoluto”. 

A ouvidoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, através dos números 0800-081-5001 e (81) 9.9488-3455. As investigações seguem em andamento até o esclarecimento do crime. 

O LeiaJá ouviu uma fonte policial que acompanha o caso e presta suporte à família. De acordo com o agente, o inquérito está “adiantado” e já foram ouvidas algumas testemunhas e possíveis envolvidos, além da vítima. Até a última sexta-feira (14), foram ouvidos José Ricardo; um homem que prestou socorro a José Ricardo; e a esposa da vítima. Dois vigilantes que trabalhavam na região onde o crime ocorreu, em 9 de abril, foram intimados na segunda-feira (17) e foram na terça-feira (18). 

A Polícia Civil solicitou a uma empresa com propriedades na região que entregasse uma lista com o nome dos vigilantes em escala no dia 9 de abril, além da autorização para a realização do trabalho sob porte de arma de fogo, de acordo com a resolução da Polícia Federal. Foi entregue às autoridades uma lista constando 62 profissionais de segurança e, a partir dela, foram identificados dois homens trabalhando próximo à propriedade onde José Ricardo foi alvejado.  

Como o inquérito segue aberto, a polícia não pode tecer mais comentários sobre o caso, para não atrapalhar as investigações. Assim, ainda não é possível confirmar a empresa contratante dos vigilantes. 

Resposta da Usina Petribu 

O LeiaJá buscou o setor jurídico e agrícola da Usina Petribu para obter mais informações sobre uma possível ocorrência no último dia 9 de abril, em uma propriedade privada de Matriz da Luz, em São Lourenço da Mata. O contato foi realizado por ligação telefônica e também pelo WhatsApp. A empresa negou ter conhecimento de qualquer ocorrência grave ou de cunho policial que tenha acontecido em propriedade Petribu nos últimos meses. O grupo também disse não ter sido notificado sobre o caso. 

Foram contatados Luiz Jatobá, engenheiro agrônomo da área de Produção da Usina Petribu, para informar se a propriedade Chã de Aruá, parte do Engenho Pixaó, pertence à empresa; e também Gilka Gouveia, advogada e porta-voz do setor jurídico. Nenhum dos representantes quis informar se a área está sob posse da empresa. O espaço segue aberto. 

 

Quarenta famílias que residem há décadas no Engenho São Bento, em Itambé, na zona da mata de Pernambuco, foram ameaçadas de despejo e destruição das suas lavouras nesta terça-feira (3). Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CTP), a tentativa de destituição foi realizada pela Usina São José. Após várias tentativas de diálogo, as famílias junto a movimentos sociais conseguiram agendar uma reunião para fazer um acordo com a usina.

Uma denúncia de “tentativa de possível despejo ilegal no Engenho São Bento” foi enviada através de ofício pelo Programa de Prevenção de Conflitos Agrários e Coletivos (PPCAC), da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Governo de Pernambuco ao comandante da 3ª Companhia Independente de Polícia Militar de Pernambuco, tenente Veloso. O documento detalha que moradores do Engenho São Bento “estariam sofrendo uma tentativa de despejo ilegal por parte de seguranças armados e funcionários que declararam estar a serviço da Usina São José”. 

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O texto pede que a 3ª CIPM envie unidades policiais até o local “de modo a evitar o acirramento do conflito com potenciais violações aos direitos humanos e fazer cessar o despejo ilegal em andamento”. 

À reportagem do LeiaJá, o agente da Pastoral Plácido Júnior contou que chegou a tentar negociar com a usina para não haver a expulsão das famílias, mas até então não havia conseguido um diálogo: “ela está intransigente”. “Eles estão querendo destruir a lavoura do povo, e o povo está com medo que destruam as casas também. E estamos propondo sentar para negociar de forma consensuada, mas eles estão intransigentes sem querer conversar nada com as famílias. O conflito aqui está estabelecido. A situação está tensa, não está fácil”, disse o agente. 

De acordo com a nota, a Usina São José estaria com três tratores e 10 carros com seguranças. “As famílias vivem há décadas nas terras da antiga usina Maravilha, que está fechada, e parte delas são credoras trabalhistas. Elas estão resistindo no local. A CPT teme que o pior possa acontecer caso o Estado não intervenha a favor da comunidade posseira. Medidas precisam ser tomadas com urgência para evitar mais uma barbárie”, disse. 

O vereador de Itambé Ronaldo Fernandes (PT) explicou que as famílias vivem no local há gerações e agora estão sendo ameaçadas de serem expulsas da área “por conta de uma manobra jurídica”. “É uma manobra judicial que a gente tem chamado de lavagem de terra, que é para prejudicar os trabalhadores. Lá em São Bento, hoje, 40 famílias viveram um inferno. Eles nunca passaram por essa situação aquela comunidade é composta por posseiros e posseiras, não é acampada por um movimento de luta. Chegaram tratores, capangas, a segurança armada, pessoas à paisana que eles dizem ser policial para intimidar e jogar as pessoas fora da área que vivem há tanto tempo”, disse. 

“A Justiça não mandou despejar ninguém. Foi dada uma emissão de posse em favor do grupo São José e subentende-se que ela não sabia da existência dessas pessoas na área e, a partir do momento que sabe, muda-se um pouco os trâmites. Vamos fazer um diálogo e deixar claro qual é o posicionamento das famílias, que é de permanecer na terra e lutar por ela. Eles têm direitos e são resguardados pela Constituição, já que exercem, nos últimos 10 anos, a posse mansa, pacífica e ininterrupta na área, sem intervenção de ninguém, trabalhando normalmente e ninguém nunca reclamou. Então, a posse é pacífica, os moradores estão produzindo, trabalhando e dando função social à terra”, detalhou Ronaldo sobre a situação.

A usina nuclear de Zaporizhzhia, localizada no sul da Ucrânia e considerada a maior da Europa, ficou totalmente sem energia nesta quarta-feira (2) depois que bombardeios russos danificaram as duas únicas linhas de alta tensão que conectam a usina à rede elétrica. Os novos ataques russos acontecem em um momento de impasse sobre o acordo para a liberação de grãos produzidos pela Ucrânia para exportação, e da negativa da ONU em investigar o armazenamento de armas biológicas por Kiev.

A Energoatom, operadora estatal de usinas nucleares na Ucrânia, informou em sua conta no Telegram a desconexão elétrica da usina, localizada em território ucraniano, mas atualmente sob controle militar russo. "Ontem, 2 de novembro de 2022, as duas linhas de alta tensão restantes que conectam a central nuclear de Zaporizhzhia à rede elétrica da Ucrânia foram danificadas como resultado do bombardeio russo. A usina perdeu energia às 23h04 (horário local)", explicou.

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A empresa acrescentou que, por questões de segurança, os 20 geradores a diesel de reserva que a usina possui foram ligados. Atualmente, a usina tem potência suficiente para atender às necessidades internas, com apenas nove geradores a diesel em operação. As unidades de energia número 5 e número 6, que estavam ativas, estão atualmente em processo de desativação, após os bombardeios, ressaltou Energoatom.

"Há diesel suficiente para manter os geradores de reserva por 15 dias se a energia na usina permanecer completamente cortada. Mas a contagem regressiva começa até a perda total de energia de Zaporizhzhia", especifica a nota. Ele acrescentou que "a capacidade da Ucrânia de garantir a segurança da usina nuclear é significativamente limitada devido à ocupação russa e à intrusão na administração da usina por representantes da Rosatom", a corporação estatal de energia nuclear da Rússia, que assumiu o controle de Zaporizhzhia.

A situação da usina nuclear, a terceira maior do mundo, preocupa a Ucrânia e seus países aliados, já que está localizada em uma região que foi anexada pela Rússia e onde estão ocorrendo intensos combates. As instalações da usina sofrem ataques desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, sobre os quais ucranianos e russos se acusam.

Acordo sobre grãos em risco

Os ataques à infraestrutura civil se intensificam em um momento em que Moscou tenta pressionar Kiev e seus aliados Ocidentais em outras frentes, que não o confronto militar.

No sábado passado, os russos haviam se retirado do acordo para permitir a exportação de grãos e produtos agrícolas da Ucrânia, costurado neste ano para impedir o desabastecimento alimentar do mercado internacional, após ataques à sua frota no Mar Negro.

De acordo com informações do Ministério da Defesa da Turquia, seis navios carregados com cereais zarparam nesta quinta-feira, 3, de portos ucranianos, após Moscou confirmar um retorno ao acordo, ao menos temporariamente. Embora tenha aceitado manter o corredor marítimo - que, até aqui, permitiu exportar 9,7 milhões de toneladas de cereais e produtos agrícolas - liberado, a Rússia afirmou que não oferece nenhuma garantia de ampliar o prazo do acordo, que se encerra em 19 de novembro.

Em outra frente de pressão, a Rússia condenou os países ocidentais de não se submeterem às regras definidas para todos os integrantes da comunidade internacional após o Conselho de Segurança da ONU rejeitar, na quarta-feira, uma resolução proposta pela Rússia que pedia uma investigação sobre o suposto envolvimento de Washington em um suposto desenvolvimento de armas biológicas na Ucrânia.

A Rússia havia pedido oficialmente na semana passada que a ONU investigasse essas acusações, que tem feito regularmente desde que invadiu a Ucrânia, em fevereiro. Rússia e China votaram a favor, Reino Unido, Estados Unidos e França - que têm direito a veto - votaram contra e outros dez países se abstiveram.

O texto pedia "a criação de uma comissão composta por todos os membros do Conselho de Segurança para investigar as acusações contra os Estados Unidos e a Ucrânia", dois países signatários da convenção que proíbe o desenvolvimento, a produção e o uso de armas biológicas.

O embaixador russo Dmitri Polianski lamentou o resultado da votação e denunciou a atitude dos países ocidentais, os quais "demonstraram que as regras não se aplicam a eles. É uma mentalidade colonial habitual. Estamos acostumados, sequer ficamos surpresos", acrescentou, prometendo que seu país irá retomar a denúncia durante a conferência de revisão da Convenção sobre a Proibição de Armas Biológicas, que terá início no fim do mês, em Genebra.

"Os Estados Unidos votaram contra essa resolução porque a mesma se baseia em desinformação, desonestidade, má-fé e total desrespeito" ao Conselho de Segurança, respondeu a embaixadora americana Linda Thomas-Greenfield. Essa resolução é "um marco do engano e das mentiras da Rússia", e "todos se deram conta, menos a China", destacou. (Com agências internacionais).

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU, Rafael Grossi, confirmou viagens para Kiev e Moscou para discutir a segurança na usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, após a Rússia ter anunciado, na quarta-feira (5), que vai tomar o controle da operação da estação atômica.

A usina nuclear de Zaporizhzhia está localizada na província de mesmo nome, uma das quatro anexadas ilegalmente pela Rússia na última semana. O território está sob domínio de tropas pró-Moscou desde meados de março, mas a operação dos reatores e da geração energética ainda está sob comando de engenheiros ucranianos - situação que foi discutida durante o conflito, em meio a temores de que a falta de operação ou manutenção pudessem causar uma catástrofe nuclear.

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No entanto, o presidente Vladimir Putin assinou um decreto na quarta-feira, 5, nacionalizando as instalações e passando formalmente o controle da usina engenheiros russos. De acordo com a reivindicação de Putin, uma vez que as instalações agora estão localizadas em território russo - ao menos na ótica de Moscou - ela também deve ficar sob o controle russo.

"O governo deve garantir que as instalações nucleares da usina (...) sejam aceitas como propriedade federal", diz um trecho do decreto assinado pelo presidente russo.

Autoridades ucranianas criticaram a decisão, classificando o decreto de Putin como "nulo", "sem valor", "absurdo" e "inadequado". O diretor da empresa de energia estatal da Ucrânia, Petro Kotin, afirmou que "todas as decisões sobre a operação da estação serão tomadas diretamente no escritório central da Energoatom", embora não tenha deixado claro como isso será possível, uma vez que o domínio militar do território ainda é russo.

A chancelaria ucraniana pediu que o G-7 impusesse novas sanções à empresa estatal de energia nuclear da Rússia, a Rosatom, e fez um apelo para que os países-membros da AIEA limitem a cooperação com a Rússia.

Em um comunicado na quarta-feira, Rafael Grossi, afirmou que estava viajando para Kiev para discutir o status da usina e que planeja fazer uma viagem à Rússia para discutir o assunto, mas não especificou quando. Novas informações devem ser fornecidas nesta quinta-feira, 6.

A agência internacional enviou dois funcionários para a região em setembro para avaliar independentemente a segurança da instalação, e solicitou o estabelecimento de uma zona de proteção ao redor da usina -Grossi chegou a dizer no mês passado que havia negociações ativas com a Ucrânia e a Rússia para encerrar as ações militares dentro e ao redor da usina, embora tenha dado poucos detalhes.

Separadamente, na quarta-feira, o AIEA comunicou que tem informações de que a usina planeja reiniciar um de seus seis reatores. Em setembro, o último reator em operação foi desligado por questões de segurança, enquanto os combates continuavam nas proximidades. A usina, em plena operação, fornecia cerca de um quinto do fornecimento de eletricidade da Ucrânia. (Com agências internacionais).

A China religou um reator nuclear no sul do país que ficou fora de serviço por mais de um ano devido a um incidente, informou seu operador.

Parte da usina nuclear de Taishan, na província de Guangdong, foi fechada em julho de 2021 depois que as autoridades relataram um mau funcionamento relacionado ao combustível e um aumento nos gases radioativos na usina.

Operadores conectaram o reator danificado à rede elétrica após vários meses de "inspeção e manutenção", disse o China General Nuclear Power Group (CGN) em comunicado na terça-feira.

"Os resultados das análises de observação da central nuclear de Taishan e seus arredores são normais", informou, sem fornecer mais detalhes.

A usina é operada em colaboração com a empresa francesa EDF e usa um reator nuclear EPR de última geração, um projeto de água pressurizada que foi desenvolvido para reviver a energia nuclear na Europa após o desastre de Chernobyl em 1986.

Existem mais de 60.000 varetas de combustível no reator e a proporção de varetas danificadas era "menos de 0,01%", disseram o Ministério do Meio Ambiente chinês e o regulador nuclear do país antes do desligamento do reator.

A empresa francesa de energia EDF - principal acionista da Framatome - também havia dito que o aumento de gases radioativos na usina de Taishan se deveu ao mau revestimento de algumas barras de urânio.

Nesta quarta-feira, a EDF confirmou que o reator estava funcionando novamente.

"Após uma investigação completa, as autoridades de segurança [nuclear] chinesas deram o seu aval para que o reator EPR 1 de Taishan fosse reiniciado", disse uma porta-voz da EDF.

Análises oficiais no ano passado mostraram um pequeno aumento na radiação perto de Taishan em comparação com outras usinas nucleares na China, mas dentro das faixas normais de radiação ambiente em Guangdong.

O novo conjunto de regras da União Europeia que classifica as usinas de gás e energia nuclear como favoráveis ao meio ambiente receberam o "selo verde" do Parlamento Europeu nesta última quarta-feira (7). Essas fontes de energia foram reconhecidas como importantes para mudar os efeitos climáticos causados pelo excesso de carbono na atmosfera terrestre.

Em 2 de fevereiro de 2022, a Comissão aprovou, em princípio, um ato delegado climático complementar que inclui, em condições estritas, atividades específicas de energia nuclear e de gás na lista de atividades econômicas abrangidas pela taxonomia da UE.

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A União Européia destaca que os critérios para as atividades específicas de gás e nuclear "estão em consonância com os objetivos climáticos e ambientais da UE e ajudarão a acelerar a transição dos combustíveis fósseis sólidos ou líquidos, incluindo o carvão, para um futuro neutro do ponto de vista climático". 

Uma vez que a Comissão Europeia considera que o investimento privado em atividades relacionadas com o gás e a energia nuclear tem um papel a desempenhar na transição ecológica, propôs a classificação de determinadas atividades nestes domínios como atividades de transição que contribuem para atenuar as alterações climáticas.

A inclusão de determinadas atividades de gás e nucleares é limitada no tempo e depende de condições específicas e requisitos de transparência.

278 deputados votaram a favor da resolução, 328 votaram contra e 33 se abstiveram. Era necessária uma maioria absoluta de 353 eurodeputados para o Parlamento Europeu vetar a proposta da Comissão Europeia. Se nem o Parlamento nem o Conselho formularem objeções à proposta até 11 de julho de 2022, o Regulamento Delegado Taxonomia Climática da UE entrará em vigor e será aplicável a partir de 1 de janeiro de 2023.

O presidente reeleito da França, Emmanuel Macron, foi intimado pelo juiz do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, Mirko Vincenzo Giannotte, a explicar sobre os possíveis impactos ambientais causados por uma usina hidrelétrica em Sinop. O magistrado foi um dos indicados a assumir a cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) que foi ocupada por André Mendonça.

A denúncia contra a empresa Électricité de France (EDF) foi feita por uma cooperativa de empresários da agropecuária e outras organizações. A ação civil pública sugere que a empresa com 51% de capital do governo francês esteja negligenciando a prevenção a incêndios na região. O juiz também determinou uma inspeção judicial na usina.

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Carta rogatória

“É de conhecimento nacional que o Presidente da França, monsieur Emmanuel Macron, defensor do meio ambiente e que tanto palpita nas questões ambientais no Governo Brasileiro, tecendo inúmeras críticas sobre a proteção do meio ambiente no nosso País, relacionando, inclusive, recentemente, a grande produção de soja brasileira ao desmatamento da floresta amazônica, tenha, portanto, conhecimento da atuação da Requerida em solo Brasileiro, razão pela qual ordeno a expedição de carta rogatória à França, a fim de que o exmo. presidente se manifeste sobre a atuação da Companhia Energética Sinop (CES) na usina hidrelétrica de Sinop no que toca às questões ambientais, em especial sobre os mencionados impactos ambientais que vêm sendo causados no Brasil”, ordenou Giannotte no documento publicado pelo Metrópoles.

Contracheque de R$ 500 mil

Com posições polêmicas, o juiz foi criticado por receber um contracheque mensal de mais de 500 mil, em agosto de 2017. Na ocasião, ele não mostrou incômodo quanto à repercussão e disse: "não estou nem aí”, em entrevista à Veja.

O valor divulgado no Portal da Transparência incluía indenizações, verbas atrasadas e gratificações, além de auxílio oferecido ao Judiciário.

Sinop Energia enviou ao LeiaJá uma nota oficial se posicionando sobre o caso.

Confira a nota na íntegra:

A Sinop Energia reforça que segue rigorosamente a legislação brasileira e cumpriu todas as exigências do licenciamento ambiental aprovado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Mato Grosso (MT) para a construção e operação da Usina Hidrelétrica Sinop.  A empresa esclarece que possui um plano de contingência de incêndios florestais elaborado por especialistas, onde estão previstas diversas medidas de controle e monitoramento de focos de incêndio, entre elas: monitoramento por engenheiros florestais da Sinop Energia, com auxílio da ferramenta do INPE e de satélite, bem como elaboração de relatórios gerenciais diários; brigada de incêndio devidamente treinada para atuar em caso de ocorrência; realização de inspeções no entorno do reservatório via terrestre, pelo lago ou com uso de drone para detectar focos; programa de comunicação para população vizinha ao reservatório com informações de conscientização sobre riscos de incêndio e divulgação de canal de comunicação para com a companhia para denúncias, entre outras atividades.  A Sinop Energia reafirma seu compromisso com as melhores práticas e com a preservação do meio ambiente.

Com a chegada da guerra à central nuclear ucraniana de Zaporizhia, nesta sexta-feira (4), o diretor da Agência Internacional de Energia Nuclear, Rafael Grossi, informou que, apesar do incêndio causado pelo ataque russo, não houve vazamento de material radioativo. No entanto, destacou que a integridade de parte da usina foi comprometida.

Em seu pronunciamento, Grossi se disponibilizou a viajar o quanto antes para Chernobyl e orientar um acordo de segurança nuclear entre os países.

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"Durante a noite, projéteis atingiram um prédio dentro da planta do local. Este prédio, devo repetir, não faz parte do reator. Não é um dos reatores. É uma construção de treinamento adjacente aos reatores. Isso causou um incêndio localizado, que foi controlado", explicou.

Grossi reforçou que todos os sistemas de segurança dos seis reatores não foram afetados, mas a integridade física da usina foi comprometida. "Temos a sorte de não haver vazamento radioativo", alertou.

Críticas da OTAN

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, classificou a ocupação russa como “irresponsável”.

Antes da reunião extraordinária com ministros das Relações Exteriores dos países que compõem a OTAN, em Bruxelas, Stoltenberg indicou que os riscos do ataque demonstram que a Rússia deve retirar suas tropas da região.

"Vimos relatos sobre o ataque contra a central nuclear. Isto demonstra a irresponsabilidade desta guerra e a importância de acabar com ela. E a importância da Rússia retirar todas as suas tropas e engajar-se de boa fé nos esforços diplomáticos", apontou.

O secretário procurou se distanciar do conflito e disse que a OTAN não faz parte da guerra, mas lembrou que a organização oferece suporte à Ucrânia e implementou "sanções sem precedentes" à Moscou.

"A Otan é uma aliança defensiva. Não buscamos guerra, conflito com a Rússia", considerou.

A atividade incomum em um reator de energia nuclear na China chamou a atenção internacional, após duas empresas francesas admitirem problemas, mas assegurarem que eles serão tratados com segurança. Inaugurada há dois anos, a Usina Nuclear de Taishan, na Província de Guangdong, está sob vigilância por um problema no circuito de um de seus reatores do tipo EPR, construído em parceria com a EDF, principal concessionária de energia da França.

Em comunicado, a empresa, coproprietária da usina, disse que certos gases nobres se acumularam na água e no vapor ao redor das barras de combustível de urânio, no coração do reator. No entanto, a direção garante ter procedimentos para lidar com esse acúmulo de gases, descrito como um "fenômeno conhecido".

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Framatome, uma afiliada da EDF e construtora dos reatores, disse que houve um problema de desempenho, mas a instalação estava operando dentro de seus parâmetros de segurança. Na China, a usina garantiu, na noite de domingo (13), que nenhum vazamento no meio ambiente foi detectado. No entanto, a TV americana CNN disse ontem que a Framatome havia procurado ajuda dos EUA, citando uma "ameaça radiológica iminente" na central nuclear de Taishan.

A emissão dos chamados gases nobres - xenônio ou argônio, que são gerados durante a fissão nuclear -, detectada no circuito primário do reator, seria causada por uma degradação do revestimento de alguns elementos físseis, explicou a EDF, sem especificar quantos desses elementos foram afetados.

Um reator do tipo EPR contém 241 conjuntos físseis, cada um consistindo de 265 hastes. "O circuito é projetado para que (os gases) sejam coletados e tratados", disse a empresa. "A presença de determinados gases nobres no circuito primário é um fenômeno conhecido, estudado e previsto pelos procedimentos operacionais dos reatores."

"Deve haver bainhas metálicas (das hastes) vazando, deixando passar gases nobres que contaminam o fluido primário", declarou a vice-diretora-geral do Instituto Francês para Proteção contra Radiação e Segurança Nuclear, Karine Herviou, à agência France Presse. "Dito isso, a contaminação do fluido primário não significa liberação para o meio ambiente", ressaltou, explicando que há duas barreiras de contenção. "Não sabemos os valores, a concentração, não sabemos a extensão do fenômeno. Não há grande preocupação, por enquanto, levando em conta o que sabemos."

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), com sede em Viena, declarou que, nesta fase, não há nenhuma indicação de que tenha ocorrido um incidente radiológico.

Os dois reatores de Taishan são até agora os únicos EPRs em serviço no mundo. Outros desses reatores de terceira geração estão em construção na Finlândia, na França e no Reino Unido. A China tem cerca de 50 reatores em operação e é o terceiro país com mais reatores, atrás de EUA e França.

Segundo a CNN, a Framatome teria entrado em contato com os EUA para solicitar autorização de assistência técnica para resolver uma ameaça radiológica iminente. Não se sabe por que o aval americano é necessário para intervir. Ainda de acordo com a TV, as autoridades de segurança chinesas também aumentaram os limites aceitáveis de radiação fora do local para evitar o desligamento da usina.

Já a operadora da central, China General Nuclear Power Group - estatal proprietária de 70% da planta de Taishan -, divulgou um comunicado assegurando que os indicadores ambientais da usina estavam normais. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador Paulo Câmara (PSB) assinou, nesta sexta-feira (31), o decreto que regulamenta o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação. A medida visa incentivar pesquisas e desenvolvimento científico em Pernambuco.

Segundo o Governo de Pernambuco, o Marco Legal também vai aproximar o Estado, empresas e startups. A partir de agora, pesquisadores públicos poderão desenvolver projetos em parceria com empresas e outros órgãos governamentais e de outras esferas.

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Pernambuco também instituiu a Usina Pernambucana de Inovação, que tem o objetivo de apresentar soluções de formas inovadoras aos desafios estaduais e acelerar o processo de transformação digital. 

"A Usina funcionará como uma ferramenta de governo para resolver eventuais problemas da gestão pública", explicou o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aluísio Lessa.

Uma investigação da Polícia Civil de São Paulo terminou com três pessoas indiciadas na cidade de Junqueirópolis (a 649 km da capital). De acordo com os agentes, o trio é responsável por desviar 540 toneladas de insumos agrícolas de uma usina de açúcar e álcool da região. Parte do material foi devolvido aos verdadeiros donos.

O trabalho dos investigadores teve início no último mês de fevereiro. Segundo os agentes, dois dos acusados são funcionários da empresa do segmento sucroalcooleiro e faziam os desvios ao terceiro, um produtor rural da cidade de Dracena (a 670 km da capital), por um valor abaixo do encontrado no mercado de insumos. Ainda de acordo com a polícia, 468 toneladas de calcário e 72 toneladas de gesso, que seriam usados em terrenos destinados à recuperação de solo da usina, foram furtados.

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Os dois envolvidos no desvio vão responder pelo crime de furto qualificado e, o produtor rural, por receptação dolosa. O trio também foi indiciado por associação criminosa. Apesar de terem sido alvos da denúncia do Ministério Público, todos aguardam julgamento em liberdade por não ter havido flagrante.

Flagra de policial apontando arma para camponês, nesta quarta (13). (Reprodução/ Instagram)

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Para os moradores do Engenho Fervedouro, em Jaqueira, na Mata Sul de Pernambuco, cumprir com o isolamento social preventivo ao novo coronavírus recomendado pelo governo de Pernambuco tornou-se impossível nas últimas semanas. Nesta quarta (13), agricultores residentes do Engenho Fervedouro, registraram a presença de policiais na região, tendo um deles sido flagrado apontando uma arma de grosso calibre para um morador. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), os agentes afirmam estar no Engenho por determinação judicial e dar cobertura para o cercamento de uma área de suposta posse da empresa Agropecuária Mata Sul S/A.

Segundo os agricultores, o local a ser cercado contém plantações comunitárias e uma cacimba de água, utilizada para subsistência da população. No dia 7 de maio, representantes da comunidade registraram Boletim de Ocorrência, relatando que o camponês Ernande Vicente Barbosa da Silva, de 52 anos, está ameaçado de morte em decorrência de sua permanência no Engenho Fervedouro, em que reside há décadas.

No local, vivem 70 famílias de posseiros que enfrentam conflito fundiário com a empresa Agropecuária Mata Sul S/A, arrendatária de parte das terras da antiga Usina Frei Caneca. Outras ameaças de homicídio foram relatadas. Fontes do LeiaJá informaram que um usineiro tentou atropelar um dos posseiros, que conseguiu escapar. A população está deixando a quarentena na tentativa de se manter nas terras.

De acordo com a advogada da CPT, Luísa Duque, o juiz responsável pela inspeção das terras, não delimitou quais áreas seriam consideradas antigas- isto é, dos posseiros- e quais seriam as áreas novas de plantio. “A empresa tem se valido disso, dessa ausência de marcos geográficos, para avançar sobre posses antigas dos posseiros, consideradas antigas pelo próprio juiz. Então, já que não há nada marcado, a empresa vai e escolhe o que ela considera antigo ou novo”, explica. A advogada comentou ainda que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) chegou a realizar um levantamento detalhado acerca das posses. "Esse documento foi ignorado", completa.

Ela ressalta ainda que a própria caracterização das terras não foi orientada por um técnico, mas decorrente da avaliação do próprio juiz. "Ele delimitou a partir do que achou que era área de uso novo e antigo. Nesse processo, a comunidade já havia perdido muitas áreas antigas", conclui.

A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou a Unialco S.A. - Álcool e Açúcar, de Guararapes-SP, à indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 195 mil por submeter cortadores de cana-de-açúcar a calor e trabalho extenuantes. Em sua defesa, a empresa disse que os empregados eram praticamente imunes ao calor por serem da região Nordeste do país.

Na ação civil pública, o Ministério Público do Trabalho (MPT) relatou as condições preocupantes de trabalho dos cortadores de cana e o descumprimento de normas de segurança e saúde pela usina. Segundo o órgão, há registro de mortes por exaustão, falta de pausas adequadas e remuneração por produtividade. 

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De acordo com o MPT, a remuneração com base exclusivamente na produtividade leva o empregado a extrapolar seus limites físicos. O órgão defendeu que esses malefícios são reconhecidos por estudos científicos, pela Medicina Esportiva e pelo INSS a partir de dados de morte por exaustão, doenças profissionais, incapacidade de trabalho e aposentadoria precoce. Dessa forma, as empresas do setor deveriam estabelecer ciclos menores de trabalhou ou suspender a atividade nos períodos mais quentes sem prejuízo na remuneração.

Segundo o TST, a defesa da empresa argumentou que seus empregados estão habituados ao calor, "pois provêm da Região Nordeste do país, com predomínio rotineiro de tempo bastante quente", o que os tornaria "praticamente imunes" a essas condições adversas de trabalho.

O juízo da 2ª Vara do Trabalho de Araçatuba-SP, verificando o risco de morte por fadiga física, determinou que a usina fizesse o controle de temperatura a cada 30 minutos até as 12h e a cada 20 minutos a partir de então, com observância de pausas para descanso. A Justiça também proibiu a remuneração por produção e arbitrou a indenização de R$ 195 mil com multa diária de R$ 2 mil em caso de descumprimento.

Na instância seguinte, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas-SP, afastou a condenação ao pagamento por dano moral coletivo, argumentando que a usina vinha observando a legislação que entendia cabível. 

Para o relator do recurso de revista do MPT, ministro Cláudio Brandão, o interesse coletivo a ser tutelado, no caso, é a necessidade de observância das normas de segurança e saúde no trabalho. Segundo o ministro do TST, a usina não fazia avaliação de risco do meio ambiente de trabalho nem concedia as pausas para descanso do trabalhador exposto ao calor excessivo, como prescreve a Norma Regulamentadora 31 do extinto Ministério do Trabalho.

Na avaliação do ministro, o desrespeito às normas tem, nesse caso, peso especial, em razão da natureza do trabalho executado, “que, como é de conhecimento geral, impõe uma sobrecarga de atividade, com grande desgaste físico e psicológico dos trabalhadores rurais”. Por unanimidade, a Turma deu provimento ao recurso para restabelecer a sentença.  O valor será revertido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

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A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu, no Pará, vai operar com potência total de 11.223MW (MegaWatts). A inauguração da última turbina contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro e do governador do Pará, Helder Barbalho.

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Localizada na região do rio Xingu, Belo Monte foi iniciada em 2011, pelo consórcio da Norte Energia, com um custo de aproximadamente R$ 42 bilhões, e agora se torna a maior hidrelétrica nacional. Vai oferecer energia para 10% da população do país.

O governador Helder Barbalho falou sobre a capacidade e qualidade energética dos rios do Pará, que possuem duas grandes usinas em funcionamento, mas também criticou os custos da energia na região. “O Brasil precisa discutir. Um estado que produz energia, que alimenta o Brasil, mas o mesmo Estado que tem Belo Monte e Tucuruí, as duas maiores (hidrelétricas) do País, que produz energia e exporta, hoje é a terceira conta de energia mais cara do Brasil, fazendo com que o povo paraense sofra”, disse, pedindo apoio para rever o modelo de custo menor aos paraenses.

O ministro de Minas Energia, Bento Albuquerque, elogiou a obra. “A conclusão desta obra idealizada na década de 70 é um marco histórico no país e é uma conquista da sociedade brasileira”, falou. Também respondeu aos questionamentos de Helder. “O governo Bolsonaro está atento a esse problema (alto custo de energia no Pará) e que está buscando junto ao Congresso Nacional resultados que o Pará e o Brasil esperam” disse. 

O presidente Jair Bolsonaro não discursou e não quis falar com a imprensa.

Apesar das conquistas da Usina de Belo Monte, outras instituições criticam a empreitada e seus problemas socioambientais que atingiram índios, ribeirinhos e biodiversidade. O Instituto Socioambiental critica as ações de extinção do comitê gestor do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX), afirmando que tal medida afeta mais ainda a vida dos povos ribeirinhos. No dia 19 de novembro o instituto lançou uma nota contra a Norte Energia e seus empreendimentos na região, afirmando que a soberania da Norte Energia é um ecocídio e genocídio praticado na região.

Da Redação do LeiaJá Pará (com reportagem de Filipe Bispo).

Com obras paralisadas há quatro anos, a usina nuclear de Angra 3 foi incluída no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República, órgão responsável pelas concessões e privatizações. Por meio de um decreto, o governo criou um comitê que terá como responsabilidade propor um modelo jurídico e operacional para o empreendimento.

O governo já deixou claro que será preciso encontrar um sócio privado para concluir a usina, que já consumiu R$ 7 bilhões e deve demandar, pelo menos, outros R$ 15 bilhões. Sozinha, a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás, não tem condições de tocar a obra.

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As propostas em análise para Angra 3 são o modelo de sociedade, com participação minoritária da Eletronuclear, e a contratação de uma construtora, que seria paga com recursos oriundo da venda da energia da usina.

No ano passado, o então Ministério da Fazenda (hoje Ministério da Economia) deixou claro que tinha dúvidas sobre os impactos para o consumidor e até mesmo sobre a pertinência de retomar ou não as obras da usina nuclear. Sobre o modelo societário, a área dizia que ela tinha "risco fiscal significativo" e "premissas improváveis".

O decreto publicado ontem diz que o comitê interministerial terá 180 dias para concluir os trabalhos, prorrogáveis por igual período. A proposta final será submetida ao Conselho do PPI, formada por ministros e pelos bancos públicos. Caixa e BNDES financiaram a obra e têm interesse direto em sua conclusão, projetada para 2026. Os bancos só aceitam dar um "waiver" (perdão) para a dívida após a publicação do edital - o que deve ocorrer apenas em 2020.

Projeto do período militar, Angra 3 começou a ser construída em 1984. Suas obras prosseguiram até 1986, quando foram paralisadas devido a dificuldades políticas e econômicas, após a explosão do reator da usina de Chernobyl, na Ucrânia. O projeto foi retomado em 2009, com custo estimado de R$ 8,3 bilhões e inauguração prevista para 2014.

Investigações realizadas pela Polícia Federal descobriram desvios de recursos na obra e resultaram na prisão de executivos da Eletronuclear. Em março, o ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco e o ex-presidente Michel Temer também foram presos, sob suspeita de que teriam recebido propina durante o início da construção da usina. Ambos foram soltos dias depois. (COLABOROU SANDRA MANFRINI)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Rafael Bandeira/LeiaJáImagens 

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A Usina Dois Irmãos, no bairro de Apipucos, no histórico e badalado edifício datado de 1887, foi o local escolhido para que o candidato a deputado federal João Campos (PSB) promovesse, na noite dessa segunda-feira (1º), um encontro com a militância e aliados como o governador Paulo Câmara (PSB). O filho do ex-governador Eduardo Campos, que vem sendo a “promessa” da legenda em Pernambuco, foi recebido aos gritos de "deputado" pelos presentes. 

O local ostentador para a realização de mais um evento de campanha abriu também portas para João responder, durante coletiva de imprensa, como avaliava o fato de ter recebido cinco vezes mais recursos do que outros candidatos novatos. Ele justificou esclarecendo que a distribuição dos recursos foi definida após uma reunião da Executiva Nacional sobre quais seriam os critérios. 

A divisão maior ficou, segundo Campos, para os que tinham a possibilidade de lograr mais êxito na eleição, o que consequentemente também ajudaria o partido. “A decisão da quantidade de recursos que iria para cada candidato foi uma decisão da direção nacional do partido. Assim com eu vários companheiros receberam recursos do partido sendo candidato à reeleição ou não como aqui no Estado temos o companheiro Milton Coelho, por exemplo, que não tem mandato e recebeu a mesma quantidade de recursos que eu recebi do partido”.  

Ele também falou que a estratégia de campanha nessa reta final é continuar dialogando com as pessoas e percorrendo Pernambuco. “Dizer o que a gente pensa, no que a gente acredita, o que a gente deseja lutar lá em Brasília. Eu tenho feito isso e não é de hoje. Já faz algum tempo que eu faço política, que eu percorro as ruas de Pernambuco e agora é manter o mesmo ritmo e dizendo a verdade às pessoas”. 

Mais de dez homens armados invadiram uma usina de cana em Patrocínio Paulista, no interior, renderam 12 funcionários e fugiram levando oito caminhões carregados com etanol na madrugada deste domingo, 31. Isso após ficarem no local por mais de cinco horas enchendo os tanques e levarem também um carro da usina.

O roubo começou ainda na noite de sábado, 30, e segundo as vítimas, pode chegar a 20 o número de assaltantes. Os primeiros chegaram a pé e renderam os vigias que estavam na guarita da usina, a Cevasa, pouco depois das 22h. A partir daí, mais homens apareceram no local com rosto encoberto e abriram os portões para a entrada de oito caminhões, alguns com mais de um tanque.

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Do local teriam sido roubados cerca de 400 mil litros de etanol, avaliados em quase R$ 1 milhão, além de um revólver e o colete de um vigia. Um carro levado do local foi localizado horas depois abandonado no município de Restinga, também no interior, ao lado da rodovia Cândido Portinari (SP-334).

Câmeras de segurança da usina foram danificadas pelos criminosos, mas teriam ficado algumas imagens do início da ação. Os funcionários ficaram amarrados durante o assalto e mantidos reféns em uma sala. O crime acabou descoberto somente na troca de turno da empresa e será objeto de investigação por parte da Polícia Civil.

Produção

A Cevasa encerrou a safra 2017/2018 há duas semanas, totalizando o recorde de 2.350.516 toneladas de cana-de-açúcar processadas na usina. Foram produzidos mais de 81 mil metros cúbicos de etanol.

A produção de energia da usina hidrelétrica de Itaipu voltou a cair em 2017, depois de ter atingido o seu pico histórico no ano anterior. Foram gerados 96,3 milhões de megawatts-hora (Mwh) neste ano, queda de 6,6% em relação ao recorde de 2016, de 103,1 milhões de Mwh.

Apesar da retração, o desempenho de 2017 foi o quarto maior da história da usina, que tem 33 anos e sete meses de operação. Segundo a empresa, o resultado é equivalente ao que se costuma registrar em anos de condições hidrológicas favoráveis. A produção seria capaz de atender o consumo do Brasil por 72 dias ou o da cidade de São Paulo por três anos e três meses.

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Além disso, o ano termina com dezembro registrando o desempenho mensal mais alto da história da usina. Com a ajuda de chuvas localizadas nos últimos meses e das que caíram nos últimos dias ao longo da Bacia do Rio Paraná, o último mês de 2017 produziu 9,2 milhões de Mwh e superou o desempenho de julho de 2012, que até então era o dono da maior marca, com 9,1 milhões de Mwh.

A usina binacional também contribuiu para diminuir a utilização das termoelétricas. Com isso, a partir de janeiro a bandeira tarifária do setor elétrico deixa de ser a vermelha nível 1, que cobra R$ 3 a mais por cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos, e passa a ser verde, sem o custo adicional para o consumidor.

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