Tópicos | Shin-iti Ranger

Um total de quase 9 mil quilômetros separava um dos sonhos de Shin-iti Rangner de virar realidade. Essa é a distância que os quadros do artista plástico percorreram, de onde foram feitos, no quintal de sua casa, no bairro da Cidade Tabajara, em Olinda, até a Califórnia, nos Estados Unidos. Ser reconhecido pelo seu trabalho nacionalmente era importante, mas alcançar países estrangeiros também fazia parte de seu anseios profissionais.

Com mãos firmes para segurar o equipamento e traços delicados e cheios de detalhes, o artista põe na conta de seu dom, toda a paciência e sensibilidade no processo de preparação de quadros em madeira MDF com fotografias vazadas. É como se as fotos fossem impressas diretamente em uma impressora 3D.

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Os clientes enviam sugestões de fotos e ele, juntamente com a família, prepara uma caricatura e desenha na madeira. Com uma máquina, conhecida como serra tico tico, a quem apelida carinhosamente de lápis, ele vai furando a superfície e dando cara ao desenho. Em cinco anos de trabalho com a arte, Shin-iti já vende seu produto pelo Brasil e também para países na Europa e América do Norte.

Ele já foi frentista, chefe de posto de gasolina e mototaxista. Em 2012, decidiu que era o momento de trabalhar por conta própria e vender o que mais gostava de fazer: arte com as mãos. O pernambucano conta não ter feito cursos de artes plásticas ou se especializado em alguma formação técnica para realizar seu trabalho. “Eu estava cansado de trabalhar para as pessoas e com a minha curiosidade surgiu o meu trabalho de hoje, todo manual, arte de verdade”, diz Shin-iti.

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Seu nome de batismo causa estranhamento no primeiro momento. A mãe do artista praticava o budismo e, por isso, decidiu registrar o filho em uma junção de nome religioso e de seu marido, pai de Shin-iti. “As pessoas pensam que é um nome artístico, mas eu brinco que ganhei esse nome por vontade de minha mãe mesmo. Já até me acostumei e gosto”, conta.

Nascido e criado na periferia de Olinda, Shin-iti diz que as dificuldades são muitas de fazer arte em comunidades mais carentes. “Eu que faço tudo com a ajuda da minha família, foi muita luta até chegar no reconhecimento que tenho hoje. Ser artista na periferia também não é fácil porque as pessoas não têm dinheiro para pagar pelo produto e a valorização também é pouca”, explica Shin-iti.

Para divulgar os seus quadros, o artista utiliza as redes sociais e posta imagens de seus trabalhos. Ele já fez quadros para o cantor Belo, o jogador de futebol do Sport, André, o cantor pernambucano Lenine, o pagodeiro Péricles e recentemente preparou um quadro de Fátima Bernardes. “Um colega meu disse que vai participar do programa dela na Globo e eu fiz para ele levar e presenteá-la, espero que goste”, comenta.

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Com simplicidade na forma de trabalhar e de atender os seus clientes, Shin-iti é muito querido pela comunidade. Há menos de uma semana, ele teve que se mudar do bairro de Maranguape 2, em Paulista, no Grande Recife, para a Cidade Tabajara, em Olinda, por causa da violência. “Lá a casa era muito pequena e eu tinha que finalizar os quadros na calçada, mas era arriscado para a minha família porque de repente matavam um lá na frente”, relata.

Atualmente, o artista reside em uma casa maior e com mais espaço e segurança para dar seguimento ao seu trabalho. Quem tiver interesse em contratar o serviço de Shin-iti pode entrar em contato com ele pelo telefone (81) 98660-0647 ou pelo seu perfil no Facebook. Os preços dos quadros variam de acordo com o tamanho e a quantidade de pessoas na fotografia, a partir de R$ 200.

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