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A deputada Teresa Leitão (PT), relatora do Projeto de Lei Ordinária Nº 1932/2014, que cria o Conselho Estadual de Política Cultural e o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural em Pernambuco, realizou na manhã desta terça-feira (20) uma audiência pública para tratar o assunto. O encontro foi realizado no gabinete da parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado (Alepe) e contou com a presença de representantes da classe artística, de Marcelo Canuto, secretário de Cultura de Pernambuco (Secult/PE), Severino Pessoa, presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), e enviados do Ministério da Cultura (Minc) e da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

“Eu convoquei esta audiência pública porque há uma expectativa da sociedade na alteração desse projeto de lei, no sentido de dar a ele um feitio condizente com a política cultural do país e com o Sistema Nacional de Cultura”, explicou Teresa Leitão ao LeiaJá. “Como relatora, farei um relatório alternativo e enviarei para o Governo do Estado, através da Secult/PE, que avaliará o documento e depois fará uma análise das alterações solicitadas pela classe artística”, revela a deputada, que integra a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alepe. 

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Entraves com o Sistema Nacional de Cultura

Pernambuco foi o último estado da União a assinar o acordo de cooperação com o Ministério da Cultura (MinC) e aderir ao Sistema Nacional de Cultura (SNC). Mas para que a adesão pernambucana seja definitiva, o estado nordestino precisa nos próximos dois anos estruturar duas coisas: o Plano Estadual de Cultura e reformular o Conselho Estadual de Política Cultural. 

No caso do conselho, o SNC exige que ele seja formado por, no mínimo, 50% de representantes da sociedade civil eleitos democraticamente. Atualmente, o Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco é formado por dez ‘notáveis’ indicados pelo governador do Estado, incluindo o poeta Marcus Accioly, primo de Eduardo Campos. 

Polêmica com a criação de dois conselhos

Dias antes de renunciar ao Governo de Pernambuco, Eduardo enviou à Alepe o Projeto de Lei Ordinária Nº 1932/2014, cujo texto original cria um órgão intitulado Conselho Estadual de Política Cultural, que atende às exigências do Sistema Nacional de Cultura, e outro chamado Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco. Ainda segundo o texto do projeto de lei, a participação no Conselho Estadual de Política Cultural será remunerada pelo valor de R$ 450 por sessão, que pode acontecer mensalmente duas vezes. Já a participação no Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural será remunerada pelo valor de R$ 450. Neste caso, os conselheiros poderão se encontrar seis vezes num único mês.

Segundo Teresa Leitão, a questão que teve mais repercussão durante a audiência pública realizada nesta terça-feira (20) foi a quantidade de conselhos a serem criados. “A maioria das pessoas que participaram da audiência defende a criação de um conselho único. E defende também que a questão da preservação do patrimônio seja tratada de forma setorial por este conselho. Além disso, há outras sugestões que envolvem o órgão estadual, como o aperfeiçoamento da instituição, o detalhamento das atribuições e a remuneração dos conselheiros”, explica a deputada. Ainda de acordo com Teresa Leitão, se o cronograma inicial foi seguido a Alepe votará o texto do Projeto de Lei Ordinária Nº 1932/2014 nas próximas semanas.

Finalmente Pernambuco adere ao Sistema Nacional de Cultura (SNC). Foi publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (26) o acordo de cooperação firmando entre o Estado e o Ministério de Cultura (MinC) referente ao assunto. Agora, Pernambuco terá dois anos para estruturar o Plano Estadual de Cultura e reformular o Conselho Estadual de Cultura, as duas pendências que faltam para a adesão completa ao sistema. 

A participação de Pernambuco no SNC tem chamado a atenção dos holofotes nos últimos meses e o LeiaJá publicou no dia 18 deste mês uma matéria sobre o assunto. No dia 22 de novembro do ano passado o governador Eduardo Campos chegou a anunciar a adesão, mas a medida foi simbólica. De acordo com o Minc, a Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult/PE) teria enviado a documentação necessária para que o processo tivesse andamento apenas no último dia 7 de fevereiro. Das 27 unidades federativas do Brasil, apenas Pernambuco não havia aderido oficialmente ao sistema.

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De acordo com Secult/PE, a nova composição do Conselho Estadual de Cultura está em fase de conclusão e o projeto de lei seguirá para a Assembleia Legislativa até o final de fevereiro. Em relação ao Plano Estadual de Trabalho, a Secult/PE informa que está recompondo sua Comissão Interna de Trabalho para cumprir a agenda de reuniões, fóruns e validação com a sociedade civil. No entanto, prazos não foram divulgados.

Em entrevista concedida ao LeiaJá e publicada no último dia 3 de fevereiro, Canuto não poupou críticas ao SNC. “Eu acho que é um avanço, mas ainda tem muita incerteza. Primeiro, qual é o valor que vai ter para o Sistema? Falou-se em R$ 170 milhões para todos os Estados brasileiros, mas só o Funcultura tem R$ 33 milhões. O SNC é legal, mas na execução faltou pedra para fazer. Política cultural não tem jeito, tem que ter orçamento”, afirmou o secretário.

No dia 22 de novembro do ano passado o governador de Pernambuco Eduardo Campos anunciou a adesão do Estado ao Sistema Nacional de Cultura (SNC). Mas ao que parece o anúncio foi apenas uma medida simbólica. De acordo com o Ministério de Cultura (MinC), a Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult/PE) afirmou ter enviado a documentação necessária para a adesão ao SNC apenas no último dia 7 de fevereiro, e até o fechamento desta matéria o material não havia chegado ao MinC em Brasília. Das 27 unidades federativas do Brasil, apenas a terra dos altos coqueiros não aderiu oficialmente ao sistema.

Segundo Pedro Ortale, coordenador Geral de Institucionalização e Monitoramento do SNC, da Secretaria de Articulação Institucional do MinC, na papelada enviada pela Secult/PE deve conter uma solicitação de adesão com dados do responsável por este processo, além de duas vias do acordo assinadas e anexadas aos documentos do governador. “Após publicarmos no Diário Oficial, Pernambuco terá dois anos para estruturar tudo o que falta e participar integralmente no sistema”, comenta Pedro ao LeiaJá, ressaltando que o prazo pode ser estendido caso haja necessidade. No site do MinC, a adesão pernambucana “Aguarda assinatura do governador”.

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“Para funcionar a nível estadual, o governo precisa ter um órgão gestor (Secretaria de Cultura), criar um fundo de cultura (Funcultura), preparar um Plano Estadual de Cultura com duração de 10 anos e ter um Conselho de Política Cultural com 50% de participação da sociedade civil”, diz Ortale. Em Pernambuco, os dois últimos requisitos citados ainda não foram concluídos.

Plano Estadual de Cultura

No que diz respeito ao Plano Estadual de Cultura, uma fonte próxima ao MinC, que prefere se manter anônima, entrou em contato com o Portal LeiaJá e disse que o ministério contratou, desde o ano passado, Clébio Marques para facilitar este processo. De acordo com a fonte, Clébio teria a função de assessorar a construção do Plano Estadual de Cultura, que deve ser feito em conjunto com a sociedade, porém até o momento não há cronograma nem planejamento. Além disso, a Secretaria de Cultura do Estado seria a responsável por nomear uma comissão interna de trabalho, mas o secretário Marcelo Canuto ainda não indicou os nomes que farão parte do grupo.

Ainda de acordo com a fonte, “A adesão de Pernambuco ao SNC é inclusive uma prioridade do Ministério de Cultura, porque ele precisa de 100% de participação das unidades federativas do Brasil para poder implantar o Plano Nacional de Cultura”. A reportagem entrou em contato com Clébio Marques, que revela de fato ter sido contratado como analista técnico de Politicas Culturais do MinC e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “Estou contratado desde o último dia 15 de outubro através de um convênio firmado entre o Ministério de Cultura e a UFSC, que fez a oficina de capacitação e monitora meu trabalho. E meu contrato tem duração de um ano”, explica.

Clébio ressalta que, de acordo com a metodologia do MinC, um grupo de trabalho é nomeado pela Secretaria de Cultura para dar início ao planejamento do Plano Estadual de Cultura. “Fernando Duarte (ex-secretário estadual de cultura) chegou a criar uma comissão, que foi desfeita quando Marcelo Canuto assumiu. Somente com este grupo de trabalho definido é que nós vamos poder criar o Plano Estadual de Cultura. A minha função aqui é facilitar este processo”, afirma o analista.

A comissão é responsável por realizar escutas com a sociedade e criar as diretrizes do Fórum Estadual de Planejamento da Cultura, o espaço responsável pelas validações durante o planejamento do plano e que será composto pelos diversos segmentos artísticos do Estado, além de representantes de universidades e das 12 Regiões de Desenvolvimento de Pernambuco, entre outros. A formação do Plano Estadual de Cultura conta com quatro etapas: Sensibilização e Mobilização; Análise Situacional da Cultura; Prognóstico; e Monitoramento de Avaliação. E todos estes passos precisam ser respaldados pelo Fórum Estadual de Planejamento da Cultura.

“Quando o Projeto de Lei sobre o Plano Estadual de Cultura estiver concluído, ele será publicado na internet para uma consulta virtual e a ideia é também abrir uma audiência pública sobre o projeto. Definido, ele será validado pelo Fórum, encaminhado para a Casa Civil e depois segue para a Assembléia Legislativa (Alepe)”, explica Clébio. Mas ele ressalta que o processo está bastante atrasado porque depende da nomeação do grupo de trabalho por parte da Secult/PE. “Mensalmente eu entrego um relatório à UFSC sobre a situação e o secretário Marcelo Canuto também está ciente da situação. Tenho inclusive uma outra audiência marcada com ele. Mas para não perder tempo tenho auxiliado os municípios de Pernambuco a participar do SNC. De 185 cidades pernambucanas, apenas 72 fazem parte do sistema”.

Conselho Estadual de Cultura

Em relação ao Conselho Estadual de Cultura, a mudança necessária para que ele seja aceito pelo SNC é uma alteração na composição para passar a ter, no mínimo, 50% de representantes da sociedade civil eleitos democraticamente. Segundo Isaar França, indicada por Ariano Suassuna para compor o Conselho e a mais nova integrante do grupo, o Governo do Estado já está à procura da melhor forma de fazer este ajuste. “A gente (conselheiros) não tem a autonomia de mudar, criar nem de acabar com o conselho. É uma questão que a Casa Civil, junto com a Secult/PE, está estudando”, comenta.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secult/PE, Pernambuco já solicitou sua adesão ao Sistema Nacional de Cultura. A Secretaria aguarda agora a publicação do Diário Oficial da União e terá até dois anos para cumprir com todas as premissas exigidas pelo SNC.

Ainda segundo a Secretaria de Cultura de Pernambuco, a nova composição do Conselho Estadual de Cultura está em fase de conclusão e o projeto de lei seguirá para a Assembleia Legislativa até o final de fevereiro. Em relação ao Plano Estadual de Trabalho, a Secult/PE informa que está recompondo sua Comissão Interna de Trabalho para cumprir a agenda de reuniões, fóruns e validação com a sociedade civil. No entanto, prazos não foram divulgados.

Em entrevista concedida ao LeiaJá e publicada no último dia 3 de fevereiro, Canuto não poupou críticas ao SNC. “Eu acho que é um avanço, mas ainda tem muita incerteza. Primeiro, qual é o valor que vai ter para o Sistema? Falou-se em R$ 170 milhões para todos os Estados brasileiros, mas só o Funcultura tem R$ 33 milhões. O SNC é legal, mas na execução faltou pedra para fazer. Política cultural não tem jeito, tem que ter orçamento”, afirmou o secretário.

Questionado sobre as críticas, Pedro Ortale defende o sistema. “Os recursos para a área cultural serão aumentados à medida que o sistema mostrar resultados. As críticas ao SNC são de domínio público e todo mundo sabe que ele precisa melhorar. Mas quanto mais adesão o sistema tiver, com certeza aumentam as chances de acréscimo de verba”, justifica.

O governador Eduardo Campos anunciou nesta sexta (22) na Sede Provisória do Governo do Estado de Pernambuco, a adesão do Estado ao Sistema Nacional de Cultura (SNC). Estiveram presentes na mesa do anúncio o secretário estadual de cultura, Marcelo Canuto, a deputada federal Luciana Santos, a secretária de cultura do Recife, Lêda Alves, o representante do MinC, Lúcio Rodrigues, e o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, entre outros representantes políticos.

O anúncio ocorre depois de um boato da extinção da Secretaria de Cultura de Pernambuco, que levou até o gestor do Sistema Nacional de Cultura, Roberto Peixe, a se posicionar. Pernambuco é o último Estado do Nordeste a aderir ao SNC. "O momento de hoje é muito especial. O sistema ainda está em construção no Brasil, mas nós já temos vários requisistos para ser consolidado", declarou Marcelo Canuto. Com relação à adesão, colocou que não se tem motivos para preocupação. "Estamos tranquilos, pois Pernambuco fez e continua fazendo seu dever em relação à política cultural", completou o secretário.

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Antes do pronunciamento do governador Eduardo Campos, a deputada federal Luciana Santos falou sobre sua função e da luta e debates sobre orçamentos da cultura que vêm caindo no Brasil. "Não se faz cultura sem a disposição de fazer orçamentos", afirmou, comparando o SNC com o Sistema ùnico de Saúde (SUS) da cultura. Em seguida o governador anunciou a importância da adesão do Estado ao Sistema Nacional de Cultura e falou sobre as políticas públicas relacionadas à cultura.

Segundo Eduardo Campos, Pernambuco tornou-se referência nas políticas de governo votadas para a cultura. "Tive a oportunidade de recriar a Secretaria de Cultura, aperfeiçoamos os processos de conseguirmos mais recursos no sentido de investimos no Funcultura", declarou o governador. Em 2006, através do fundo, R$ 4 milhões eram destinados para a cultura. Em 2007, o número passou para 6 milhões, até chegar em 33,5 milhões, sendo 11,5 destinados para o audiovusual.

O governador destacou a importância do cinema pernambucano em sua fala. "Existe um fundo específico para o audiovisual no Estado. Desde os curtas a longa-metragens, o cinema pernambucano contribui para o cinema brasileiro pela sua capacidade de unir diversas linguaguens", afirmou o governador. Destacou também o ganhos ao Estado com a lei de Rouanet. "Por que não aproveitar aquilo que deu certo?", completou.

Uma das premissas para a adesão ao SNC é um sistema estadual de financiamento da cultura e Pernambuco já atende à exigência. Elementos constitutivos para assinar o Acordo de Cooperação Federativa do Sistema Nacional de Cultura são presentes no Estado. O Funcultura, a criação da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE), criada em 2011, e a realização de conferências estaduais contaram como requisitos à adesão. "Queremos que Pernambnuco tenha todos os requesitos que determine o SNC", confessou Eduardo.

O Conselho Estadual de Cultura permanece com as mesmas perrogativas, competências e funções até a constituição de um novo Conselho de Cultura no formato sugerido pelo SNC. "É importante que a política da impessoalidade permaneça. É fundamental que o governo continue funcionando assim", revelou Eduardo. Sobre o futuro, ele complementou: "Nós só vamos ter um Conselho que vai ao lado de todos os outros Conselhos. Não é um Conselho de amigos ou chapa branca", prometeu.

Mais um município pernambucano aderiu ao Sistema Nacional de Cultura (SNC). Localizado na Mata Sul do estado, Ipojuca assume o compromisso de criar seu Sistema Municipal de Cultura e fortalecer as políticas públicas para a cultura.

A assinatura da adesão aconteceu na manhã desta quarta-feira (10), com a presença do prefeito Carlos Santana e do chefe substituto da representação Nordeste do Ministério da Cultura, Lúcio Rodrigues. A entrada ao SNC confere ao município a possibilidade da captação de recursos do Fundo Nacional, além de fortalecer a participação popular através de conselhos e conferências.

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Dezenas de municípios pernambucanos, incluindo a capital Recife, já aderiram ao SNC, mas o Estado de Pernambuco ainda não.

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