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A conhecida cantora de ópera americana Jessye Norman morreu nesta segunda-feira, aos 74 anos, informou sua família.

A soprano ganhadora de um Grammy morreu devido a um "choque séptico e a uma falência múltipla de órgãos", resultado de complicações de uma lesão na medula sofrida em 2015, segundo o comunicado entregue à AFP por uma assessora.

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"Ela" sobe sorridente no palco, usando um vestido branco, e lança sua voz inconfundível: a aparição da famosa soprano Maria Callas graças a um holograma hiperrealista surpreendeu e animou o público em Paris.

A imagem holográfica da mais famosa cantora lírica do século XX fez sua aparição na quarta-feira na capital francesa, onde faleceu há 41 anos.

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Na sala de espetáculos Pleyel, o holograma de uma qualidade quase fotográfica revelou quase perfeitamente o gestual da "voz do século".

Suas mãos pousadas delicadamente sobre os ombros, a maneira como enrolava seu echarpe, sua "interação" com uma verdadeira orquestra sinfônica.

Na plateia, muitos não acreditavam no que viam. "Tive a impressão que ela realmente estava ali. Não sei como é possível, mas foi impressionante", declarou à AFP Thierry, um senhor de 70 anos que conhece todas as canções da diva grega.

É "desconcertante, arrepiante, assustador em alguns aspectos", disse Olivier, de quarenta anos. "É chocante para a nossa geração que não conheceu Callas".

Não houve as ovações ensurdecedoras que acolhiam "a divina", que recebeu um recorde de "ovação de pé" de 40 minutos.

Mas alguns bravos foram ouvidos depois das árias que a imortalizaram, como "habanera" de Bizet ou "casta diva" de Bellini.

O show, concebido com a mais recente tecnologia pelo estúdio americano Base Hologram, é o mais real possível, mesmo que tenha seus limites.

"Os aplausos foram escassos. As pessoas se perguntam se devem ou não embarcar. Eu não embarco", sorri Olivier.

Muito poucos na sala viram Callas cantar em vida e só a conhecem de raros trechos de vídeos em preto e branco.

Callas reinventou a ópera, atualizando o canto italiano e, acima de tudo, colocando a teatralidade no coração das letras através de seus talentos.

Ela continua a fascinar, não só por sua voz, mas também por sua vida pessoal tumultuada, incluindo por sua paixão não correspondida por Onassis, que preferiu Jackie Kennedy.

O espetáculo se baseia nas gravações originais remasterizadas, um desafio para a maestra irlandesa Eimear Noone.

"Eu memorizei cada virada que ela fazia, cada frase, cada pausa para 90 minutos de música", explicou, dizendo que esteve "à beira das lágrimas" quando viu pela primeira vez o holograma ao seu lado.

Nas redes sociais e na imprensa, após uma visita a Bruxelas e Londres, alguns criticaram "um culto ao passado" ou "um fascínio mórbido".

Mas para Noone, trata-se de uma nova maneira de atrair o público para ópera e música clássica.

"Eles vão vir por curiosidade pela tecnologia e depois vão dizer a si mesmos 'como a Tosca (de Puccini) é bonita' e vão ir ver uma Tosca ao vivo".

O holograma foi criado a partir de uma dubladora que "aprendeu todos os movimentos de Maria Callas por 12 semanas", informou à AFP Marty Tudor, produtor executivo da Base Hologram, que já "ressuscitou" Michael Jackson e o rapper Tupac Shakur.

A performance foi filmada e melhorada até a obtenção de uma recriação digital completa graças a um projetor laser de alta potência.

A ressurreição dos artista mortos pode vir a se tornar uma verdadeira veia da indústria da música.

Montserrat Caballé, diva mundial da ópera, faleceu neste sábado (6) em Barcelona, ​​aos 85 anos, após uma brilhante carreira de mais de meio século, que deslumbrou com interpretações de Puccini e Verdi nos palcos mais prestigiados.

"Ela faleceu esta madrugada no hospital de Sant Pau", declarou à AFP uma fonte deste centro médico de Barcelona, ​​onde estava internada desde meados de setembro.

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A soprano espanhola, que sofreu recentemente um acidente vascular cerebral, estava aposentada dos palcos há alguns anos. Segundo a imprensa local, sua internação no hospital de Sant Pau foi devido a problemas na vesícula.

O serviço fúnebre da capital catalã informou que o velório da cantora será no domingo às 14h00 (9h00 de Brasília) na funerária Les Corts. O funeral está marcado para segunda-feira no mesmo local ao meio-dia.

Após a notícia da morte, muitas personalidades prestaram homenagem à artista.

"De todas as sopranas que assisti ao vivo, nunca ouvi ninguém cantando como Caballé", disse o tenor José Carreras à rádio Catalunya.

O cantor catalão de 71 anos, muito próximo de Caballé, afirmou estar "muito triste" com a morte desta "artista única", que o ajudou no início de sua carreira como tenor.

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, lamentou a morte de "uma grande embaixadora de nosso país, uma soprano reconhecida internacionalmente".

A Casa Real celebrou "a melhor entre os melhores", uma "grande dama da ópera, lenda da cultura universal".

Em Madri, o Teatro Real anunciou que dedicará a ela a ópera "Faust" deste sábado "como homenagem simbólica a sua grandeza".

A cantora catalã dividiu o palco com Luciano Pavarotti, Placido Domingo e José Carreras, e se apresentou nos teatros mais prestigiados do mundo, tais como a Staatsoper de Viena, La Scala de Milão, a Ópera de Paris, Covent Garden de Londres, o Bolshoi de Moscou ou o Teatro Colón de Buenos Aires.

O início foi complicado para esta mulher, nascida em 12 de abril de 1933 em Barcelona, ​​em uma família muito modesta e mãe da soprano Montserrat Martí.

Problemas econômicos quase a obrigam a deixar a música. Mas, graças ao patrocínio de um empresário do setor têxtil, conseguiu se formar no Liceo de Barcelona, ​​que sempre considerou sua casa e onde se apresentou mais de 200 vezes.

Estreou na Ópera Basileia (Suíça) em 1956 com "La Bohème", de Giacomo Puccini, e depois de viver dois anos em Bremen (Alemanha), em 1962, estreou com a ópera "Arabella", de Richard Strauss, em seu amado Liceo.

Três anos depois, conquistou Nova York quando teve que substituir Marilyn Horne em "Lucrecia Borgia" de Donizetti.

Montserrat Caballé não se limitou à ópera. Em 1988, surpreendeu o mundo ao gravar com Freddie Mercury, o vocalista do Queen, o álbum "Barcelona". O single desse álbum se tornaria o hino dos Jogos Olímpicos de 1992 na capital catalã.

Os últimos anos da vida da cantora foram difíceis por problemas de saúde (acidente vascular cerebral e uma concussão em 2012 e 2013, respectivamente).

Também teve problemas com o Tesouro, reconhecendo em 2010 que deixou de pagar ao fisco mais de meio milhão de euros, cobrando vários concertos realizados no exterior através de uma empresa instrumental domiciliada em Andorra.

Após um acordo com a justiça espanhola, em dezembro de 2015 foi condenada a seis meses de prisão, uma sentença que não precisou cumprir, e a uma multa de mais de 250.000 euros.

A soprano britânica Sarah Brightman revelou nesta terça-feira, em Londres, que planeja cantar na Estação Espacial Internacional (ISS), para onde viajará este ano, depois de pagar 52 milhões de dólares pela passagem.

A cantora, que está aprendendo russo e técnicas de sobrevivência no espaço, explicou que trabalha com seu ex-marido, Andrew Lloyd Webber, o famoso compositor e produtor de musicais, na canção que interpretará em duo, ela na ISS e outro cantor na Terra.

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"O objetivo é encontrar uma canção que represente a ideia de espaço e que seja simples", explicou a artista de 54 anos, a primeira turista espacial desde 2009.

Conhecida por suas apresentações em musicais do West End londrino, Brightman ganhou fama internacional com o duo que fez com o italiano Andrea Boccelli em "Time to Say Goodbye (Con te partiro)".

Ela começou em janeiro a treinar no lendário centro Gagarin, periferia de Moscou, junto a astronautas da Nasa americana e das agências espaciais russa e japonesa.

A soprano Maria Callas (1923-1977) foi a mais gloriosa presença vocal da ópera do século 20. Sua atuação cênica e presença vocal tão peculiar jamais encontraram uma substituta à altura. Amada pelos fãs, venerada pelos críticos, Callas, no entanto, era uma mulher frágil e morreu abandonada pela própria voz, que estragara em arriscadas aventuras, e pelo amante, o grego Aristóteles Onassis, que a trocou por Jackie Kennedy, partido mais cintilante.

"É justamente esse perfil menos conhecido de Callas, a mulher delicada em busca de um grande amor, que me fascina profundamente", comenta Marília Pêra, atriz de primeira grandeza que viveu a cantora no palco, na peça Master Class, em 1996. A paixão, no entanto, é mais antiga pois, nos anos 1980, Marília colecionou tudo que dizia respeito à soprano, como discos, livros, fotos, reportagens. Adquiriu um conhecimento tão profundo que ela se tornou a opção natural para a direção de Callas, peça que estreia nesta sexta-feira, 12, no Teatro Itália.

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O espetáculo marca o retorno de Marília, de 71 anos, às atividades artísticas, depois de oito meses cuidando de um problema lombar e na perna que a deixou imobilizada. "No pior momento, cheguei a pensar que não andaria mais", contou ela ao jornal O Estado de S.Paulo, em entrevista por telefone.

Questionada sobre como foi voltar a trabalhar com a obra de Maria Callas, Pêra conta que "foi fascinante. A peça foi escrita por Fernando Duarte, que foi camareiro da montagem de Doce Deleite, que dirigi em 1981. O texto se passa em Paris, em 15 de setembro de 1977, um dia antes da morte de Callas. Lá, ela se encontra com um dos poucos amigos que restaram, John Adams (vivido por Cássio Reis), que organiza uma exposição sobre sua vida e carreira e Callas vai dar uma última checada nos objetos. Ela já está triste, pressentindo que a morte se aproxima. Ao pensar na direção, tive a ideia de transformar em uma espécie de documentário ao vivo".

Ela diz que "enquanto Callas observa os objetos, ela usa alguns, como os figurinos de óperas famosas. Assim, enquanto Claudia Ohana, que vive Callas, prova o vestido, três telões vão exibir cenas da própria Callas trajando o mesmo figurino, de personagens como Ana Bolena, Tosca. Assim, o público acompanha uma espécie de documentário de 62 minutos, no qual aparecem filmes, fotos e a própria voz de Callas".

Pêra diz se identificar com Callas por ela ter sido uma cantora fantástica, encadeava notas musicais com uma lógica de atriz, mas, impressionava pela fragilidade e infortúnios no amor. "Era um monstro em cena, mas não escondia sua fraqueza pessoal. E, como sua vida era acompanhada publicamente (a imprensa noticiava tudo, sucesso e fracasso), ela se mostrava por inteiro. Callas levava muito a sério o que escreviam. Quando foi abandonada por Onassis, ela começou a morrer. Afinal, uma cantora lírica necessita que massageiem seu ego para manter a voz no lugar, o diafragma forte, e Callas, além de emagrecer, perdeu a própria confiança. Em um momento da peça, mostramos a terrível cena em que Kennedy é assassinado. Nesse instante, Claudia diz que Onassis preferiu a mulher que se tornava a mais importante do mundo".

Pêra também contou que já comparou o destino de Callas com o de Elis Regina. "Elis também morreu cedo, também muito comprometida com o que pensavam sobre ela, uma mulher muito exposta. São almas semelhantes, frágeis, morrendo cedo e com sensação de fortaleza".

Sobre o problema de saúde enfrentado, Pêra disse que "foram oito meses muito difíceis. Tive um desgaste ósseo na região lombar e também no quadril direito. Senti muita dor. Achei que não conseguiria mais pisar com a perna direita e já me conformava em apenas escrever. Emagreci muito - de 47 quilos fui a 40. Era um moto-contínuo: eu melhorava um pouco, fazia fisioterapia e massagem, mas piorava. Aí, vinha um repouso absoluto. Melhorava novamente, fazia fisio, massagem e novamente piorava. Até que, nos últimos três meses, decidi não mais fazer fisioterapia até melhorar completamente. Hoje, ando pra lá e pra cá, uso salto alto e até já penso em voltar à cena. Tanto que volto a gravar o programa Pé na Cova em dezembro e, no fim de setembro, vou rodar um filme chamado A Dona do Paraíso, do diretor português José João Silva".

A história trata de uma mulher que perde um terreno no meio da Amazônia e passa a lutar para recuperar a posse. "Vou à Amazônia, enfrentar tarântulas, formigas, mosquitos (risos). Mas será um filme de aventuras, que vai comprovar que estou bem mesmo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A soprano Montserrat Figueras, intérprete de obras de música clássica, morreu nesta quarta-feira (23), aos 69 anos, em Barcelona. A notícia foi dada pela gravadora, Alia Vox, criada por Montserrat e seu marido, o violoncelista Jordi Savall, com quem teve dois filhos: Arianna e Ferrán.

Montsserrat nasceu em 15 de março de 1942, em Barcelona, e foi uma das fundadoras do Coro La Capella Real de Catalunya e do agrupamento Hespèrion XXI, criados como veículos de resgate do repertório musical europeu pré-romântico.  Integrou o grupo de música antiga Ars Musicae,durante este período chegou a interpretar obras dos mais importantes compositores espanhós do século XVI. Antes de se casar com Jordi, em 1968, estudou canto e teatro.

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Em 2003 a soprano recebeu o título de dama da Ordem das Artes e das Letras da Espanha. Monserrat e Jordi foram eleitos em 2008 "artistas pela paz", pela UNESCO.

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