Foi apresentado na manhã desta quinta-feira (26), na sede do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o encerramento do caso do homicídio do taxista Amaro Bernardo da Silva, assassinado a golpes de faca no último domingo (22). “Seu Lucas”, como era conhecido, foi morto pelo presidiário em liberdade condicional, Júlio Cesar da Silva Mota, 19 anos.
De acordo com o delegado Francisco Diógenes, responsável pela investigação, o autuado era neto de um amigo de infância do taxista. “Seu Lucas costumava frequentar uma borracharia localizada ao lado da casa dos avôs paternos do acusado e ali jogava dominó e conversava com parentes dele”, declarou. Segundo o delegado, o taxista só teria aceitado levar o Júlio Cesar (foto) por conhecê-lo.
No dia do crime, o autuado voltava da prévia carnavalesca, CDU Folia, quando pegou o táxi no cano da Compesa, no bairro do Engenho do Meio, Zona Oeste do Recife. O destino final do jovem seria na casa de uma tia, no bairro da Macaxeira, Zona Norte da cidade. Segundo o autor do crime, a corrida teria dado R$25 e ele só tinha R$22. Seu Lucas teria exigido o restante do dinheiro e foi esse o motivo de uma discussão e, posteriormente, o assassinato.
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Para Francisco Diógenes, a versão do acusado é falsa. “A polícia acredita que o crime foi motivado por uma tentativa de assalto ou o acusado não teria dinheiro algum para quitar a dívida e daí surgiu uma discussão”, afirmou. Segundo o delegado, no momento do crime o assassino estava sob efeito de bebida alcoólica e entorpecentes. “Ele é usuário de crack e quando não consegue a droga utilizada medicamento controlado da mãe”, salientou.
O crime foi testemunhado por três pessoas da comunidade, que viram o táxi balançando e imaginaram que se tratava de um casal, já que local onde o carro estava estacionado era escuro e abandonado. “Ao ver Júlio Cesar todo ensanguentado, as testemunhas perguntaram o que tinha acontecido e o acusado desconversou, dizendo que o taxista só estava desmaiado”, pontuou o delegado.
Logo após o crime, Júlio Cesar se lavou em um tonel em frente à casa da tia e seguiu para a residência da mãe, em Camaragibe, Grande Recife, onde foi localizado. “Nós tínhamos indícios de quem era o assassino, mas, até então, não sabíamos da localização dele, e através da sua família conseguimos prendê-lo“, explicou o delegado.
O autuado cumpria pena por lesão corporal no Centro de Triagem (Cotel) em Abreu a Lima, desde o último dia 26 de Dezembro, depois de ter tentado estrangular o próprio irmão. Júlio Cesar foi posto em liberdade no dia 17 de janeiro, cinco dias antes de assassinar o taxista.
Segundo Francisco Diógenes, o acusado foi autuado em flagrante por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por impossibilitar a defesa da vítima. O acusado foi encaminhado para o Cotel, onde aguardará julgamento. “A previsão de pena para esse tipo de crime é de 12 a 30 anos, mas só o juiz poderá determinar”, concluiu o delegado.
Caso encerrado – Lucas Leonardo da Silva (foto), filho do taxista, acompanhou a apresentação na sede do DHPP e afirmou não acreditar na versão do assassino. “Meu pai não faria questão de R$3. Isso é papo furado dele”, justificou. De acordo com Lucas, a prisão de Júlio Cesar trouxe um alívio para a família. “Graças a Deus ele está preso e eu espero que ele fique lá por muito tempo para que outros pais de família não sejam assassinados”, finalizou.