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O São Paulo anunciou nesta sexta-feira seu novo terceiro uniforme para esta temporada. Inspirado na conquista de seu primeiro Mundial de Clubes da Fifa, em 1992 e em Telê Santana, um dos maiores técnicos da história do clube. O vídeo de revelação, publicado em suas redes sociais, utilizou referências da cultura japonesa, local onde o campeonato foi disputado, como animes.

Na produção, Müller, Pintado, Cafu e outros são representados na final contra o Barcelona, de acordo com o estilo de desenho típico da cultura do país asiático. Além disso, Raí, capitão do título, é a figura central do vídeo, tanto no anime como no "live action". As imagens fazem alusões ao anime "Super Campeões".

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A camisa é inspirada no agasalho utilizado por Telê Santana na decisão. Ela conta com duas faixas, branca e preta, predominante e detalhes em vermelho na manga e nos patrocinadores. "É difícil alcançar a perfeição, mas não é difícil aproximar-se dela", frase dita por Telê Santana e que conclui o vídeo.

"Em 1992, o São Paulo atravessou o mundo para conquistá-lo. Foi uma batalha inesquecível, que eternizou o Mestre Telê e seus campeões", afirma o clube na publicação. A camisa é vendida por R$ 299 na loja virtual do clube e da patrocinadora.

A estreia do novo uniforme em campo deve ocorrer neste domingo, diante do Red Bull Bragantino, às 16h (horário de Brasília), no Morumbi, pela 22ª rodada do Brasileirão.

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Na manhã deste sábado, o neto de Telê Santana estará comandando a equipe do Varginha Esporte Clube em um amistoso contra o Novorizontino, no estádio Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte. Seria mais uma estreia comum de um treinador desconhecido no futebol brasileiro, não fosse Diogo Tenuta Silva neto de mestre Telê, campeão do mundo com o São Paulo e comandante de uma das melhores versões da seleção brasileira que o planeta já viu, a da Copa do Mundo de 1982, com Júnior, Falcão, Sócrates e Zico.

"Este trabalho à frente do VEC vai ser um grande desafio. Gosto de comandar o grupo e, sem arrogância nenhuma, eu tenho certeza de que trago dentro de mim o legado de meu avô", disse Diogo, de 39 anos, que fez cursos para técnico na Itália, em Portugal e no Barcelona, modernizando concepções aprendidas no dia a dia de convívio com Telê. "Carrego dentro de mim o mesmo sentimento que ele tinha pelo jogo bem jogado. Ele tinha e eu também tenho adoração, paixão pelo dia a dia de trabalho com o futebol. É uma responsabilidade gostosa levar adiante esse legado de meu avô. E eu tenho a chance de modernizar os seus métodos".

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Diogo Tenuta diz que quer viver para o futebol. "Não viver do futebol, entende? Tive esta certeza quando voltei da Europa e trabalhei uns tempos no sub-14 do Cruzeiro. Foi amor à primeira vista: uma paixão que começou em minha casa com meu avô". Ele diz que é um sentimento diferente, passado de pai para filho, verdadeira herança dos tempos em que era um menino e conviveu com Telê na Arábia Saudita.

"Eu jogava com ele, que era tremendamente competitivo e fazia questão de ensinar como bater corretamente na bola. Ele fazia comigo o que fazia com os jogadores de todos os times que treinava: queria sempre aperfeiçoar o estilo de seus atletas. Eu vi meu avô transformando jogadores. Aperfeiçoando. Queria a partida de 90 minutos, sem nunca jogar para trás. Ele buscava o prazer do jogo", ressalta.

Do avô, Diogo traz também a busca pela perfeição. Telê não tinha problema algum em mandar seus atletas repetir jogadas até ele achar que estava bom. Naquele tempo, treinava-se mais. Sua perfeição começava com a qualidade do gramado. Telê era visto tirando gramas amarelas do campo. No jogo, ficava aborrecido quando as coisas não davam certo. "Ele não admitia erros de passes, cruzamentos e finalizações. É como dizemos em casa: esses erros são como se atores subissem ao palco do teatro sem saber suas falas, sem decorar suas atuações. Então a minha escola futebolística é a escola do meu avô, a escola Telê Santana, pena que ele não tenha posto no papel toda a sua metodologia".

Embora o time de Varginha seja modesto, Diogo quer que sua equipe jogue com alegria, buscando no coletivo o remédio para a inexperiência de um grupo quase totalmente formado por jogadores sub-24. "Nós vamos disputar o Módulo II do Campeonato Mineiro, com estreia marcada para o dia 27 contra o Uberaba. Faremos agora este primeiro amistoso com o Novorizontino, que vai jogar a Série B do Campeonato Brasileiro. Vai mostrar se estamos indo no caminho certo. É um trabalho que ainda está em sua fase inicial. Nossos jogadores ganham em média apenas R$ 2 mil. Mas, em compensação, o Campeonato Mineiro é uma grande vitrine para todos eles".

Quando menino, Diogo foi um centroavante dedicado. Seguia os conselhos do avô e do pai Renê Santana. Mas não deu muito certo. Sua carreira foi curta e sem glórias, diferentemente da de seu avô, que era um motorzinho no campo, como dizia o cronista Nelson Rodrigues. Telê no Fluminense "corria como os ponteiros dos segundos de um relógio".

"Eu jogava desde pequeno com meu avô e sempre escutava o que dizia. Falava do seu encantamento com a Hungria de 1954, com a Holanda da Laranja Mecânica, 20 anos depois. Eu ouvia e ia guardando seus ensinamentos. Tentava colocar tudo em prática".

Uma vez, em 1998, quando jogava pelo Tupinambás de Itabirito, Diogo disputava uma bola na área adversária, justo no momento em que o avô entrava no estádio. Telê ouviu um barulho estranho e embora estivesse bem longe do lance, sentenciou: "O Diogo quebrou a perna... foi fratura". Dito e feito. "Fraturei a tíbia".

Telê tinha um grande poder de observação e conhecia ou reconhecia tudo o que se passava no mundo do futebol. "Ele tinha uma percepção aguçada, sabia de tudo o que ocorria em campo. Analisava e adaptava tudo à sua forma de jogar, de colocar em prática o futebol: foi um autodidata genial".

Diogo ainda jogou profissionalmente no Patrocinense e no Mamoré, em Minas Gerais, e depois atuou na Itália. Ele estudou futebol nos tempos em que estava morando na Europa, onde fez também cursos da Uefa. Tem muito de teórico em sua cabeça de treinador, mas também traz a certeza de que futebol é um espetáculo. "Meu avô sempre falava que a partida é como um show. Não se pode parar de propor o jogo porque estamos ganhando de um, dois ou três gols. O jogo tem 90 minutos. E o objetivo é ganhar sempre".

Então Diogo cita a Copa de 1982 na Espanha. "Muita gente criticou o meu avô, porque o Brasil poderia ter jogado pelo empate contra a Itália. Mas para ele não bastava. Não era isso que meu avô pregava. E eu sigo a sua lógica, os seus métodos adaptando aos dias atuais".

Nesta semana, ele preparou o time para o amistoso. Fez alguns bons coletivos no Varginha. O time treina no CT Bola Preta, que fica perto da cidade, na vizinha Elói Mendes. "Lá é um CT com a cara do meu avô: tem três campos que parecem um tapete. Estávamos treinando lá, marcando pressão no treinamento e o time titular fez 1 a 0. Um jogador recém-chegado perguntou para mim se a partir do 1 a 0 era para baixar a marcação, baixar a linha, recuar. E eu disse que não. Jogamos assim o tempo todo, dentro do possível. Fizemos um, vamos tentar o segundo e assim por diante. Temos de propor sempre o jogo".

O neto de Telê não sabe se sua carreira de treinador terá o mesmo sucesso do seu avô, mas está disposto a tentar. De vez em quando, ele se pega "conversando" com o avô, pedindo conselhos, sugestões ou até uma luz para solucionar um problema da equipe. "Quem me dera poder falar com ele de verdade!" Mas a inspiração às vezes chega. Do avô, além das lições e exemplos, Diego leva sempre junto com ele no bolso ou na mochila o apito já amarelado que Telê Santana usava na Copa da Espanha. "O apito está todo gasto, todo mordido, mas ainda apita."

Telê Santana usava o apito para comandar os treinos de uma seleção inesquecível. "Não é superstição, é saudade! Meu avô era um visionário, um gênio, alguém que estava realmente à frente de seu tempo. Quer saber? O Telê ia delirar com todas essas novidades tecnológicas que chegaram ao futebol. Os valores futebolísticos são os mesmos, só mudou a metodologia para se chegar onde se quer".

Recentemente, o ex-jogador e ídolo do São Paulo, Rogério Ceni, foi anunciado como treinador do Tricolor Paulista. Vale lembrar que esta é a segunda passagem do “mito” pelo clube como treinador, visto que a primeira ocasião aconteceu em 2017. Ao longo do tempo, é quase que tradição ter ex-jogadores que buscam especialização na área de treinador de futebol. Por isso,  o LeiaJá relembra  cinco ex-jogadores que voltaram a vestir a camisa do clube tempos depois, mas desta vez, como técnico. Confira:

Cuca – Palmeiras

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Alexi Stival, mais conhecido como Cuca, teve uma breve passagem em 1992 pelo Verdão. Ao total, o ex-meia fez 24 jogos vestindo a camisa do Palestra Itália e chegou a marcar sete gols. Apesar da passagem rápida, Cuca disputou a final do Paulistão daquele ano contra o São Paulo, mas não conseguiu ser campeão. Anos mais tarde, em 2016, quando já havia se tornado técnico de futebol, Cuca voltou a assinar contrato com o Palmeiras e não ficou por muito tempo. Mesmo que a passagem pelo clube tenha sido rápida, a eliminação na Libertadores da América não abalou o treinador que, mais tarde, pôde ser campeão do Brasileirão com Fernando Prass, Zé Roberto, Dudu e Gabriel Jesus.

Joel Santana – Vasco da Gama

Joel Natalino Santana atuou como zagueiro no Cruz-Maltino entre a década de 1960 e 1970, e chegou a competir em alto nível em jogos nacionais. Dentre as conquistas mais importantes, está o Brasileirão de 1974, que foi o primeiro título nacional da história do clube carioca, e tinha Roberto Dinamite como a principal referência. Após se aposentar como jogador, Joel Santana se formou em educação física e se tornou treinador. Ao todo, foram cinco passagens pelo Vasco como comandante (1986, 1992, 2000, 2003 e 2014). Além disso, Joel também esteve à frente de outros times cariocas, como Flamengo, Fluminense e Botafogo. Por conta disso, o treinador é considerado até hoje como o “Rei do Rio”.

Renato Gaúcho – Grêmio

Renato Portaluppi está marcado na história do Tricolor Gaúcho como um dos maiores. O ex-atacante estava presente em conquistas importantes do clube, como a primeira conquista da Libertadores da América em 1983, e o Mundial de Clubes no mesmo ano, quando bateu o Hamburgo da Alemanha, que até então, era o atual campeão da Europa. Já como técnico, Renato teve duas passagens, sendo a primeira em 2010 e a segunda em 2016. Nessa segunda ocasião, o treinador teve um dos melhores momentos de sua carreira, visto que Renato conquistou títulos importantes como a Copa do Brasil em 2016, a Libertadores em 2017 e as competições estaduais em 2018, 2019 e 2020.

Telê Santana – Fluminense

Apesar de ser muito lembrado por estar à frente da Seleção Brasileira na década de 1980, e no São Paulo em sua fase mais vitoriosa da história, na década de 1990, Telê Santana possui uma grande história com o Fluminense, seja como jogador ou treinador. Sua história como atleta começou em 1950 e perdurou até 1961. Nesse período, Telê ficou conhecido pela torcida do Rio de Janeiro como o “Fio de Esperança”, devido ao seu corpo franzino e sua característica de marcar gols e decidir partidas nos últimos minutos de campo. Para completar sua história no clube, Telê retornou ao time das Laranjeiras ao final da década de 1960 e conquistou competições estaduais e o Campeonato Brasileiro em 1970.

Zagallo – Botafogo

Mário Jorge Lobo Zagallo também está marcado na história do futebol, principalmente por sua trajetória na Seleção Brasileira, já que em 1958 e 1962 conquistou a Copa do Mundo como jogador, em 1970 como treinador, e em 1994 como integrante da coordenação técnica. Entretanto, o “Velho Lobo” teve uma passagem marcante pelo Botafogo, seja como atleta ou comandante. Na época em que atuava em campo, dividiu o vestiário do clube carioca com grandes lendas do futebol, como Garrincha (1933 – 1983) e Didi (1928 – 2001). Já em sua fase como treinador, Zagallo ajudou o Botafogo a conquistar o primeiro Campeonato Brasileiro da história, em 1968.

 

 

Sem futebol ao vivo, o período da quarentena tem sido de nostalgia com reprises de jogos históricos nas grades dos canais de televisão. Nadando a favor da corrente, a Band irá televisionar a final do Mundial de Clubes de 1992 vencida pelo São Paulo. A transmissão será no domingo (19), às 14h, com a narração original de Luciano do Valle. 

A programação anterior mostrava um outro jogo marcado entre Barcelona e Compostela que ficou eternizado com um golaço de Ronaldo Fenômeno. Mas a emissora optou por mudar o cronograma.

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Embora siga sendo contestado como técnico do São Paulo e hoje conviva com o risco de eliminação já na fase de grupos da Copa Libertadores, Ney Franco atingiu uma marca expressiva no último sábado, quando o time bateu o Bragantino por 2 a 0 e chegou aos 32 pontos na liderança isolada do Campeonato Paulista. Com o triunfo, ele quebrou o recorde de jogos seguidos de invencibilidade no Morumbi que até então dividia com Telê Santana.

Antes da vitória sobre a equipe de Bragança Paulista, os dois treinadores ostentavam 23 vitórias consecutiva cada um no estádio são-paulino. Agora, Ney acumula 24 partidas seguidas sem perder no local, fato que foi celebrado pelo comandante.

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"É um dado muito interessante e que me deixa satisfeito. Superar uma marca de um mito como o Telê Santana, técnico que cravou seu nome na história do clube, tem sim um significado importante. Reforça nossa tese de jogar pra frente, de ter um time competitivo, buscando sempre as vitórias. É uma marca expressiva", ressaltou o técnico, ao site oficial do São Paulo, em declaração publicada nesta segunda-feira.

No Morumbi, Ney Franco tem um aproveitamento de 78,5% no São Paulo, fruto de 20 vitórias, seis empates e duas derrotas em 28 confrontos no estádio, sendo que o último revés do clube no local aconteceu em 12 de agosto do ano passado, quando o Grêmio venceu de virada, por 2 a 1, pelo Campeonato Brasileiro.

Desde daquele confronto, o São Paulo acumulou 18 vitórias e seis empates no Morumbi, o que significa um aproveitamento de 83,3% dos pontos disputados no estádio, sendo que neste período a equipe disputou jogos pelo Brasileirão, pela Copa Sul-Americana, pelo Campeonato Paulista e pela Libertadores.

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