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O Tribunal Regional de Berna, na Suíça, anulou a sentença que condenou o técnico Cuca por manter relação sexual sem consentimento com uma menina de 13 anos. O caso aconteceu no hotel Metrópole, na capital suíça, quando o treinador era jogador do Grêmio, em 1987, durante um excursão do time ao país europeu. A informação foi publicada inicialmente pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão.

A defesa de Cuca solicitou à Justiça da Suíça abertura de um novo processo para rever o caso, argumentando que o treinador não contou com um representante legal e foi julgado à revelia. O pedido de um novo julgamento foi aceito pela juíza Bettina Bochsler em 22 de novembro, mas o Ministério Público alegou não ser possível realizá-lo pelo fato de o crime ter prescrito. O órgão, então, sugeriu a anulação da pena e o fim do processo. A juíza acatou a decisão do MP no dia 28 de dezembro e a extinção da sentença foi publicada nesta quarta-feira.

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Apesar da extinção da sentença, não se trata de uma mudança de veredicto. Isso porque o mérito do caso não foi reavaliado pela Justiça da Suíça. Assim, é errado afirmar que Cuca foi inocentado. Com a anulação de sentença e prescrição do processo, não poderá haver novo julgamento. Foi determinado, ainda, uma indenização de 13 mil francos suíços (cerca de R$ 75 mil) - atualizado para 9,5 mil francos suíços (R$ 54,8 mil) após cumprimento de despesas. Procurados pelo Estadão, os advogados da vítima ainda não se manifestaram.

"Hoje eu entendo que deveria ter tratado desse assunto antes. Estou aliviado com o resultado e convicto de que os últimos oito meses, mesmo tendo sido emocionalmente difíceis, aconteceram no tempo certo e de Deus", disse Cuca, em nota oficial.

Cuca contratou advogados para tentar um novo julgamento após sua demissão do Corinthians, ocorrida em 27 de Abril de 2023. Apesar da rejeição da torcida, o presidente Duilio Monteiro Alves bancou a contratação. Contudo, a passagem do treinador pelo clube durou apenas seis dias. À época, o técnico pediu demissão citando um "massacre" das redes sociais e afirmou que estava atendendo um pedido da família.

ENTENDA O CASO "ESCÂNDALO DE BERNA"

Alex Stival, o Cuca, Henrique Arlindo Etges, Eduardo Hamester e Fernando Castoldi, então atletas do Grêmio, foram detidos sob a alegação de terem tido relações sexuais com uma garota de 13 anos sem consentimento, em 1987. O caso ocorreu no hotel Metrópole, em Berna, na Suíça, quando o time gaúcho fez uma excursão pela Europa.

De acordo com a investigação da polícia local, a garota pediu autógrafos e camisetas para os jogadores, que, então, a levaram para dentro do quarto e abusaram dela. Ela registrou queixa na polícia horas depois sob a alegação de ter sofrido violência sexual

Segundo publicou o Estadão em 7 de agosto de 1987, a versão do Grêmio, naquela época, era de que a jovem invadiu o quarto em que estava os atletas para pedir flâmulas, camisetas e autógrafos e depois saiu. No mesmo dia, o Estadão publicou que Eduardo e Henrique haviam admitido ter tido relação sexual com a garota, mas de forma consensual. Fernando e Cuca negavam qualquer participação. O advogado da vítima, porém, contesta a versão e afirma que a menina reconheceu, sim, o então jogador do Grêmio como um dos que participaram do ato.

Tanto Cuca quanto os outros três colegas do Grêmio permaneceram em cárcere por 30 dias. Depois desse período, retornaram para o Brasil após darem depoimento por mais de uma vez e ser encerrada a fase de instrução do processo.

Cuca, Henrique e Eduardo foram condenados em 1989, portanto dois anos depois do episódio. A Justiça suíça condenou os brasileiros a 15 meses de prisão e a pagamento de US$ 8 mil. Mas eles nunca cumpriram a pena estipulada para o crime, que prescreveu em 2004. Fernando foi condenado a três meses de prisão e ao pagamento de U$ 4 mil por ser considerado cúmplice.

Cuca foi enquadrado no antigo artigo 187 do Código Penal da Suíça, que prevê prisão de até cinco anos por envolvimento em um ato sexual com uma criança menor de 16 anos. A Justiça entendeu que não houve violência por parte de Cuca e dos outros jogadores, mas sim "coerção" e "fornicação", segundo afirmou ao Estadão uma porta-voz do Tribunal Superior de Berna, responsável por dar a sentença há 34 anos.

Na última semana, o Grêmio demitiu o preparador de goleiros do time sub-14, Eduardo Hamester, condenado por atentado ao pudor e uso de violência ao lado do treinador Cuca, nos anos 1980. Com a saída de Cuca do Corinthians após protestos da torcida, o clube gaúcho vinha sendo pressionado por conselheiros e sócios pelo desligamento de Hamester. 

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Saída de Hamester vinha sendo cobrada por conselheiros e sócios do Grêmio. (Reprodução/Instagram)

O preparador atuava na base do Grêmio desde 2015. Ele foi campeão gaúcho três vezes pelo clube. 

Entenda o caso 

Durante uma excursão do Grêmio à Europa, em 1987, Cuca, Hamester, Fernando Castoldi e Henrique Etges foram detidos na Suíça por acusação de terem tido relações sexuais com uma garota sem consentimento. De acordo com o inquérito policial, a menina foi ao quarto dos jogadores acompanhada de amigos. O quarteto, então, puxou a jovem e praticou os abusos.  

Após menos de uma semana desde que foi escolhido como comandante do Corinthians, Cuca anunciou sua saída do comando técnico na madrugada desta quinta-feira, em coletiva após a classificação na Copa do Brasil. Róger Guedes, com quem trabalhou durante sua passagem pelo Palmeiras, lamentou a decisão do treinador e saiu em sua defesa, além de criticar "ataques" de membros da imprensa, em especial a comentarista Ana Thaís Matos, da TV Globo.

"Ontem mesmo fiquei uma hora na sala dele. O cara chorar na sua frente é f.... Infelizmente, vivemos num momento em que as pessoas julgam, colocam muito o dedo e não deixam a pessoa provar sua inocência", afirmou o jogador, em zona mista após a vitória sobre o Remo. "As pessoas precisam rever as falas. A Ana Thaís (Matos, comentarista da Globo) fala bastante. Particularmente em mim ela bate bastante, sem motivo algum."

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A contratação de Cuca pelo Corinthians para o lugar de Fernando Lázaro recolocou em evidência o escândalo de Berna, na Suíça, que aconteceu em 1987. O técnico era jogador do Grêmio à época e foi condenado em 1989, pela Justiça do país europeu, por manter relação sexual com uma menina de 13 anos em um quarto de hotel.

"Não sei como essas pessoas dormem em casa com tanto ódio no coração. Infelizmente, conseguiram o que queriam. Parte da imprensa, não todos, mas parte da imprensa, de torcedores daqui e de outros clubes. Essas pessoas que têm tanto ódio estão felizes, e a gente, que é de coração bom, está triste porque queria o resultado, conseguimos com a força do trabalho dele", disse Guedes.

Após a classificação do Corinthians, nos pênaltis, os jogadores abraçaram Cuca à beira do gramado, como um gesto de despedida e agradecimento pelo treinador. Segundo o próprio camisa 10 da equipe, "foram poucos dias, mas ele (Cuca) plantou o que queria".

"Fico triste por conhecer a pessoa que ele é, principalmente por vê-lo chorar, esposa, filhas tristes com isso, sendo atacados nas redes sociais. Não é ser humano a pessoa que faz isso. Espero que prove a inocência. Acredito nele, confio nele", afirmou.

A família teria pedido para Cuca abandonar o cargo pela pressão das redes sociais. Tite e Vanderlei Luxemburgo são dois nomes apontados para assumirem a função. O próximo jogo do Corinthians é sábado, às 18h30, diante do Palmeiras, no Allianz Parque.

Cuca não é mais o técnico do Corinthians. Durou seis dias a passagem do treinador, que não suportou a pressão de parte da imprensa e da torcida por causa da sombra do passado, condenado por estupro de uma menor na Suíça, em 1989. O anúncio foi feito 1h30 após a vitória sobre o Remo na Copa do Brasil, por 2 a 0, no tempo normal e 5 a 4 nos pênaltis.

A família pediu para Cuca abandonar o cargo por causa da pressão. Tite e Vanderlei Luxemburgo são dois nomes apontados para assumirem o cargo. O próximo jogo do Corinthians é sábado, às 18h30 diante do Palmeiras, no Allianz Parque.

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Outro técnico a ficar pouco tempo no clube foi Júnior, em 2004, que saiu após dez dias no comando, com duas derrotas por 3 a 0 para São Caetano e São Paulo.

Cuca fez um pronunciamento: "Foi um jogo demais. Pela primeira vez pude sentir o pulsar da Fiel, da Arena. Foi maravilhoso com a conquista desta vaga. Foi um dia vivido como um sonho, foi maravilhoso."

O técnico então passou a falar da pressão que sofreu fora de campo. "Foi quase um massacre, um pesadelo. Eu estava muito concentrado para este decisão com o Remo. Os jogadores me emocionaram, eles sentiram o que eu estava passando. Não quero ser vítima de nada, mas foi a pior coisa que se pode passar, quando invadem a rede social de suas filhas, de sua mulher com ameaças, ofensas descabidas... vou fazer 60 anos, você pesa o que vale a pena e o que não vale. Vale a pena minha família, a coisa mais importante para mim. Não esperava esta avalanche, coisas passadas há muito tempo, fui julgado e punido pela internet, mas não quero entrar em detalhes."

Por fim, o treinador anunciou sua saída. "Não era o que queria, foi um pedido de minha família. Amanhã (quinta-feira) estarei em casa, vou cuidar de vocês", disse Cuca, que falou da contratação de advogados. "Quem, julga pode ser julgado", afirmou. "Quero agradecer o presidente (Duílio Monteiro Alves), já havia tomado esta decisão ontem (terça-feira). Ele é um cara do bem, é como se fosse mais um, simples, humilde... ele está sofrendo pressão enorme não é justo deixar ele, os jogadores, a diretoria sob esta pressão. Agradecer os jogadores também que compraram minhas ideias... se Deus quiser eu volto um dia para fazer um trabalho do começo ao fim."

O técnico Cuca não irá mais se pronunciar publicamente sobre a condenação por estupro à qual foi submetido na Suíça, no final da década de 1980. Em nota divulgada à imprensa, a advogada Ana Beatriz Saguas e o advogado Daniel Leon Bialski, responsáveis pela representação do treinador, informaram que qualquer manifestação sobre o caso será feita apenas por eles. O texto também diz que a defesa conta com representantes na Suíça.

"O treinador Cuca esclarece que está totalmente concentrado e empenhando toda a sua energia para o jogo decisivo que o time enfrentará nesta quarta-feira (26/04) e, diante das notícias veiculadas nos últimos dias a seu respeito, comunica que, a partir desta nota, ele se manifestará e será representado exclusivamente por meio de seus advogados que contam com representantes na Suíça", diz a nota.

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O comunicado ainda reforça o discurso de inocência adotado por Cuca durante sua apresentação no Corinthians, na semana passada, quando disse que não foi reconhecido como um dos agressores pela vítima. "Desta forma, refuta as acusações que lhe são atribuídas, que remontam há mais de trinta anos e que foram investigadas e apuradas na ocasião. O treinador segue desempenhando seu trabalho com lisura e honradez há décadas e, por esta razão, não deverá tolerar afrontas e ofensas contra sua idoneidade, caráter e integridade", finaliza.

O pronunciamento veio após um fato novo aumentar ainda mais a pressão por parte da torcida que pede a demissão de Cuca. Willi Egloff, advogado que representou a vítima de estupro na Suíça, em 1987, desmentiu as afirmações do treinador do Corinthians, em entrevista ao UOL, e afirmou que a menina, então com 13 anos, reconheceu o então jogador do Grêmio como um de seus agressores.

O advogado também validou as notícias publicadas pelo jornal Der Bund, de Berna, em 1989. A publicação apontou que o sêmen de Cuca foi encontrado na garota. De acordo com Egloff , o exame foi feito pelo Instituto de Medicina Legal da Universidade de Berna.

Em depoimentos à época, a vítima narrou ter sido segurada à força pelos quatro jogadores do Grêmio (Cuca, Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi), que permaneceram em cárcere por 30 dias. Fernando foi o primeiro a ser liberado, já que a sua participação no ato não foi comprovada. Em 1989, Cuca acabou condenado a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil.

O julgamento foi feito à revelia, já que ele e os outros gremistas envolvidos no caso já haviam voltado ao Brasil depois de serem liberados ao fim da fase de instrução no processo. O processo está sob sigilo de 110 anos, protegido pela lei de proteção de dados da Suíça.

Os patrocinadores do time masculino do Corinthians sabem das ameaças de boicote por parte dos torcedores do time após a contratação de Cuca para o lugar de Fernando Lázaro, na semana passada. Mesmo assim, eles preferiram não se manifestar no momento, adotando o silêncio como resposta às manifestações de torcedores contra o treinador.

O técnico foi condenado pela Justiça suíça por estupro em caso ocorrido em 1987, na cidade de Berna. Em sua versão, declarou ser inocente e comentou que se lembrava vagamente do que se passou naquele quarto, quando estava com outros companheiros do Grêmio, diante de uma menina de 13 anos.

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Apenas dois dos nove patrocinadores que estampam suas marcas no uniforme do time masculino do Corinthians, incluindo a gigante americana Nike, fornecedora de material esportivo da equipe há 20 anos, se posicionaram sobre a escolha da diretoria por Cuca: Banco BMG e a Ale, distribuidora de combustíveis.

O BMG, por meio de publicação nas redes sociais, demonstrou apoio à luta feminina. "O Banco BMG reitera que não compactua com atos violentos e, acima de tudo, respeita, preza e luta pela igualdade das mulheres", informou o banco, que tem contrato com o clube até dezembro de 2025.

A instituição financeira não acenou com a possibilidade de romper seu acordo comercial com o clube, bem como a Ale, que se limitou a informar que "mantém um rigoroso programa de compliance e é comprometida em operar segundo fortes princípios éticos". Na mesma linha do BMG, também admitiu que "não compactua com qualquer tipo de violência e preza para que seus colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros sigam dentro desses mesmos princípios".

Já Nike, Neo Química, que dá nome à arena corintiana, Pixbet, Cartão de Todos, Spani Atacadista, UniCesumar e Lukma permaneceram em silêncio sobre o caso Cuca. O Estadão procurou todas as empresas por mensagens, ligações e e-mails. Em caso de retorno, as manifestações do parceiros corintianos serão atualizadas na reportagem.

PROTESTOS EM SÉRIE

Nos últimos dias, houve protestos de todos os tipos e de mais de um grupo de corintianos contra Cuca e sua permanência no clube. Foram manifestações nas redes sociais e presenciais também. Na sexta-feira, data da apresentação do treinador, coletivos de torcedores, a maioria deles compostos por mulheres, mostraram indignação do lado de fora do CT Joaquim Grava enquanto, no interior do CT, o técnico se explicava sobre a condenação relacionada ao caso de violência sexual na Suíça.

Uma delas, Luciana, contou que uma amiga, vítima de abuso infantil, não teve forças para se manifestar porque o caso de Berna gerou gatilhos nela. "Duílio e patrocinadores, o que é 'respeito às minas' para vocês"? questionou Luciana. "Respeito às minas não é fazer campanha no Dia da Mulher, Dia das Mães, levar mulher à arena e fazer uniforme para mulher comprar".

Alguns grupos seguem pressionando o clube e ameaçam boicote às empresas que patrocinam o time caso o contrato de Cuca não seja rescindido. O movimento 'Toda Poderosa Corinthiana', por exemplo, propôs um boicote à Nike. "Se é marketing para venda, saiba que não mais consumiremos artigos de uma campanha falida, mentirosa e hipócrita. O mundo do futebol está condenando estupradores e justamente o Corinthians, por causa de uma gestão incompetente, segue na contramão da vanguarda progressista", protestou o grupo de torcedoras.

O time feminino do Corinthians se manifestou sobre o caso durante a partida de estreia do treinador, no fim de semana, contra o Goiás. "Respeita as minas" é uma bandeira levantada pelo clube contra qualquer desrespeito às mulheres.

O Corinthians arrecadou R$ 107 milhões com patrocínios em 2022. Neste ano, projeta faturar R$ 146 milhões. É uma fatia importante de suas receitas durante as temporadas. Vale lembrar que a seleção brasileira viveu situação parecida com seus patrocinadores quando o presidente da CBF, Rogério Caboclo, foi acusado de assédio moral e sexual contra uma colaboradora da entidade. Ele foi afastado do cargo.

A ESCOLHA POR CUCA

Em 25 anos como técnico, Cuca já comandou diversos clubes, incluindo os rivais do Corinthians - Palmeiras, São Paulo e Santos - mais de uma vez. No Santos e no Atlético Mineiro, enfrentou pressão em razão de seu envolvimento no caso de violência sexual a uma menor idade, de 13 anos, na Suíça, mas nunca como agora.

Isso porque o Corinthians tem histórico importante de movimentos sociais, como a Democracia Corinthiana e movimentos que apoiam a luta feminina, caso do "Respeita as minas", criado em 2018 com o objetivo de sensibilizar a sociedade para o combate ao assédio sexual e a violência contra a mulher. Além disso, existe uma forte presença feminina nas arquibancadas. Segundo pesquisa do Ibope Repucom, a torcida é formada em sua maioria por mulheres (53%). E a sociedade tem cobrado com mais ênfase medidas contra o machismo e a misoginia.

Por que, então, Duílio Monteiro Alves decidiu optar por Cuca para substituir Fernando Lázaro? O presidente do Corinthians sempre aprovou o trabalho do técnico, campeão brasileiro no arquirrival Palmeiras em 2016, mas considerava que ele jamais poderia treinar o time alvinegro pela condenação por participação no estupro a menina de 13 anos. Isso mudou após, segundo ele próprio, uma apuração dos fatos.

Antes de tomar sua decisão, Duílio conversou com Cuca e foi convencido pelo técnico, que se declarou inocente e usou como argumento o fato de a vítima não ter reconhecido o então meio-campista do Grêmio como um de seus agressores, versão que o advogado da vítima contestou. Ele também argumentou que o caso foi julgado à revelia, já que Cuca estava no Brasil enquanto o Corte tomava sua decisão na Suíça. A sentença foi de 15 anos de prisão e US$ 8 mil em multa. Mas ele nunca cumpriu a pena estipulada para o crime, que prescreveu em 2004.

O dirigente disse ter consultado os departamentos jurídico, de marketing e de compliance do clube. Também afirmou ter conversado com a diretora do futebol feminino, Cris Gambaré. Todos, segundo Duílio, avalizaram a contratação de Cuca.

DANOS À IMAGEM

A diretoria do Corinthians crê na inocência do técnico e destaca que ele, então jogador do Grêmio, foi julgado à revelia, isto é, sem comparecer ao julgamento na Suíça. Para a diretoria corintiana, o fato de Cuca comandar o Corinthians não mancha a história de lutas sociais do clube. Renê Salviano, CEO da Heatmap, empresa especializada em marketing esportivo e que faz captação de contratos envolvendo marcas com clubes e atletas, discorda.

"Vejo que existe, sim, um dano momentâneo à imagem do clube, e por isso é tão importante que a instituição sempre se posicione sobre atitudes de gestão que são tomadas, ainda mais quando tocam em assuntos que a sociedade em geral tem lutado para combater há tantos anos", explica.

"As instituições desportivas possuem uma força grande de comunicação, de engajamento, tudo isto foi construído com o amor dos fãs e nada como devolver para eles em forma de apoio iniciativas que tragam um mundo melhor a todos."

Novas revelações trazidas pelo UOL, nesta terça-feira (25), pelo advogado de defesa da vítima de estupro na Suiça desmente Cuca. O técnico do Corinthians afirmou não ter sido reconhecido pela vítima. Mas segundo Willi Egloff, que representou a jovem na ocasião, além de identificar Cuca, ela ainda teve o sêmen dele encontrado no corpo.

Como o caso aconteceu em 1987 na Suíça, aqui no Brasil as informações sobre o ocorrido são poucas. Mas a fala do advogado que defendeu a vítima que na época tinha 13 anos desmentem a versão do treinador que alega ser inocente. 

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“A declaração de Alexi Stival (Cuca) é falsa. A garota o reconheceu como um dos estupradores. Ele foi condenado por relações sexuais com uma menor", disse o advogado Egloff, em entrevista ao UOL. Cuca ainda não se pronunciou após a revelação.

Torcedores organizados e comuns do Corinthians picharam os muros do Parque São Jorge nesta sexta-feira para manifestar revolta contra a contratação de Cuca para comandar a equipe no lugar de Fernando Lázaro, demitido do cargo na quinta-feira, mesmo dia em que o novo técnico foi anunciado.

Horas antes da apresentação de Cuca, marcada para o fim da tarde desta sexta, corintianos expressaram por meio de pichações o descontentamento com a escolha da diretoria pelo técnico ex-técnico de Atlético-MG, Palmeiras, Santos e São Paulo. "Fora Cuca" e "diretoria incompetente" são algumas das frases estampadas nos muros do Parque São Jorge.

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Cinco organizadas ligadas ao Corinthians - Camisa 12, Pavilhão 9, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e a Fiel Macabra - publicaram comunicados em seus perfis nas redes sociais protestando contra a chegada de Cuca. A Gaviões da Fiel, mais importante das uniformizadas, não se manifestou.

Outra fase mais forte dizia: "Queremos títulos, não estuprador". Essa manifestação diz respeito à principal razão da revolta dos torcedores: o fato de Cuca ter sido condenado por estupro em Berna, na Suíça, em um episódio que ocorreu em 1987.

Então meio-campista do Grêmio, ele foi detido com os também atletas Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, sob a acusação de "manter atos sexuais" com uma menina de 14 anos.

Os jogadores permaneceram em cárcere por 30 dias. Fernando foi o primeiro a ser liberado, já que a sua participação no ato não foi comprovada. Dois anos mais tarde, Cuca acabou condenado a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil. Em matéria publicada à época pelo Estadão, o treinador disse que o episódio o fez adquirir "experiência e maturidade".

A vítima narrou ter sido segurada à força pelos quatro jogadores do Grêmio. O processo permanece em sigilo na Suíça até hoje. Cuca nega ter cometido abuso ou violência sexual contra a mulher e alega que não teve a oportunidade de se defender. Segundo ele, o julgamento foi feito "à revelia", já que ele e os outros gremistas envolvidos no caso já haviam voltado ao Brasil.

O Corinthians ficou por pouco tempo sem técnico. Depois de tirar Fernando Lázaro do cargo, a diretoria agiu rápido e acertou a contratação de Cuca para o comando técnico da equipe. Aos 59 anos, será a primeira passagem do treinador, que já dirigiu mais de uma vez Palmeiras, São Paulo e Santos. O contrato é válido até 31 de dezembro deste ano.

Junto a Cuca, chegam Cuquinha, seu auxiliar técnico, e Daniel dos Santos Cerqueira, analista de desempenho, que se juntarão à comissão técnica permanente do clube, para a qual voltou Fernando Lázaro depois de uma experiência curta como técnico do time alvinegro.

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Cuca se tornará o oitavo técnico da história a treinar os quatro grandes de São Paulo. Vai se juntar a Aymoré Moreira, Carlos Alberto Silva, Émerson Leão, Nelsinho Baptista, Osvaldo Brandão, Oswaldo de Oliveira e Rubens Minelli.

Com um currículo de quase 25 anos como técnico, Alex Stival, o Cuca, tem em sua galeria de conquistas uma Libertadores e uma Copa do Brasil pelo Atlético Mineiro, clube em que registrou sua passagem mais vitoriosa, e o Brasileirão, que conquistou pelo Palmeiras.

Natural de Curitiba, o treinador tem mais de duas décadas de carreira à beira do gramado. Ele começou sua trajetória como treinador em 1998 no Uberlândia. Até 2013, quando ergueu o troféu da Libertadores, carregava a pecha de azarado, por montar bons times, mas sempre bater na trave.

As críticas mais recentes direcionadas ao técnico dizem respeito à sua disposição em interromper seus trabalhos, como fez no Palmeiras, Santos e Atlético Mineiro. Posteriormente, ele retornou aos três e, em todas as ocasiões, as suas equipes não renderam como antes e ele acabou demitido.

Cuca também é conhecido por suas superstições e seu lado folclórico. Nos tempos de Palmeiras, não tirava a calça vinho, uma espécie de talismã, por entender que dava sorte e chegou a proibir os ônibus de seus times de entrar de ré no estádio em dia de jogo porque considerava dar azar. Católico fervoroso, usava com frequência uma camisa alusiva à Nossa Senhora e sempre carregava consigo um terço.

"Tenho até um episódio que foi na minha maior vitória na China. Eu estava com a camisa de Nossa Senhora, o jogador me perguntou quem era aquela mulher bonita. Expliquei para ele que era a mãe de Jesus. Fomos campeões e esse zagueiro fez o gol aos 48 minutos do segundo tempo. Ele me abraçou, eu estava com a camisa e ele disse: ‘my mother’ (minha mãe). Isso me arrepia", contou Cuca em uma entrevista.

CONDENAÇÃO POR RELAÇÃO SEXUAL COM MENOR DE IDADE

Cuca se envolveu em controvérsia ainda quando era jogador. Em 1987, em Berna, na Suíça, o então meio-campista do Grêmio foi detido com os também atletas Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, sob a acusação de manter relação sexual com uma menina menor de idade, de 14 anos.

Os jogadores permaneceram em cárcere por 30 dias. Fernando foi o primeiro a ser liberado, já que a sua participação no ato não foi comprovada. Dois anos mais tarde, Cuca acabou condenado a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil. Em matéria publicada à época pelo Estadão, o atual treinador disse que o episódio o fez adquirir "experiência e maturidade". Ele nega qualquer participação.

O lateral-direito Daniel Alves, de 39 anos, foi detido nesta sexta-feira enquanto prestava depoimento à polícia espanhola por um suposto caso de abuso sexual que teria ocorrido em uma casa noturna de Barcelona. Esta não é a primeira vez que um jogador de futebol tem o nome envolvido em um caso de assédio. O atacante Robinho e o técnico Cuca já estiveram na mira da Justiça, por exemplo.

O caso de Daniel Alves teria ocorrido na madrugada do dia 30 de dezembro, na discoteca Sutton, em Barcelona. Segundo informado pelo jornal espanhol ABC, o lateral-direito de 39 anos colocou a mão entre a roupa íntima da mulher que fez a acusação. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do suposto assédio.

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A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã, que colheu depoimento da vítima. Ela também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves deixou o local antes da chegada dos policiais.

Segundo a imprensa espanhola, câmeras do estabelecimento mostram que Daniel Alves e uma mulher vão ao banheiro. Cerca de 47 segundos depois, ambos saem do local. Em seguida, o jogador e seus amigos deixam a casa noturna. A mulher começa a chorar, é amparada pelas amigas e relata ter sido assediada sexualmente pelo atleta.

ROBINHO

Em janeiro de 2022, o atacante Robinho foi julgado e condenado em última instância a nove anos de prisão, na Itália, por estupro de uma mulher albanesa em 2013, quando atuava no Milan. Segundo as investigações e condenação na Justiça italiana, o brasileiro e cinco amigos estupraram uma jovem em um camarim da boate milanesa Sio Café, onde ela comemorava seu aniversário. O jogador afirmou que toda a relação que teve com a denunciante foi consensual e ressaltou que seu único arrependimento foi ter sido infiel a sua mulher.

Em entrevista ao Estadão, o advogado da vítima, Jacopo Gnocchi, revelou à época que ela poderia ter solicitado o pagamento de aproximadamente R$ 400 mil (60 mil euros) por danos morais, mas optou por aguardar o andamento dos procedimentos jurídicos. Na sua visão, o tribunal de Milão que condenou Robinho fez uma análise correta do caso.

Transcrições de interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram que Robinho revelou ter participado do ato que levou uma jovem de origem albanesa a acusar o jogador e amigos de estupro coletivo, em Milão, na Itália. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações para condenar o atacante em primeira instância a nove anos de prisão.

Além das gravações telefônicas, a polícia italiana instalou um grampo no carro de Robinho e conseguiu captar outras conversas. Para a Justiça italiana, as conversas são "auto acusatório". As escutas exibem um diálogo entre o jogador e um músico, que tocou naquela noite na boate e avisou o atleta sobre a investigação.

Robinho e seu amigo Ricardo Falco, também investigado, foram condenados com base no artigo "609 bis" do código penal italiano, que fala do ato de violência sexual não consensual forçado por duas ou mais pessoas, obrigando alguém a manter relações sexuais por sua condição de inferioridade "física ou psíquica".

Os advogados de Robinho afirmam que o atleta não cometeu o crime do qual é acusado e alegam que houve um "equívoco de interpretação" em relação a conversas interceptadas com autorização judicial, pois alguns diálogos não teriam sido traduzidos de forma correta para o idioma italiano.

CUCA

Técnico de sucesso no futebol brasileiro, Cuca se envolveu em polêmica ainda quando era jogador. Em caso ocorrido em 1987, em Berna, na Suíça, o então meio-campista do Grêmio foi detido com os também atletas Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, sob a acusação de "manter atos sexuais" com uma menina de 14 anos.

Os jogadores permaneceram em cárcere por 30 dias. Fernando foi o primeira a ser liberado, já que a sua participação no ato não foi comprovada. Cuca nega qualquer participação. Ele acabou condenado a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil. Em matéria publicada à época pelo Estadão, o atual treinador disse que o episódio o fez adquirir "experiência e maturidade".

CRISTIANO RONALDO

Cristiano Ronaldo cobra na Justiça uma indenização de US$ 626 mil (R$ 3,2 milhões) após a retirada de uma acusação de estupro contra ele. O caso teria ocorrido em 2009, em Las Vegas. A modelo Katheryn Mayorga trouxe o caso à tona em 2018, cobrando do craque português a quantia de 64 milhões de euros (R$ 335 milhões).

O caso foi arquivado em junho, de acordo com o canal britânico Sky News, depois do advogado da modelo ter utilizado documentos confidenciais na defesa. O caso demorou a se tornar público por conta de um suposto acordo concretizado entre as partes. A modelo ficaria em silêncio pela quantia de US$ 375 mil (cerca de R$ 2 milhões), mas ela decidiu anular o documento assinado e pedir a indenização milionária.

BENJAMIN MENDY

O jogador francês Benjamin Mendy, do Manchester City, foi inocentado de seis acusações de estupro e uma agressão sexual pelo júri popular no Reino Unido. Suspenso há mais de um ano, ele ainda será julgado novamente em junho, por duas denúncias que não tiveram um veredicto.

O atleta é acusado de sete casos de estupro, uma tentativa de estupro e um assédio sexual. O lateral-esquerdo de 28 anos passava por julgamento no tribunal de Chester, norte da Inglaterra, desde o início de agosto. Uma das possibilidades de pena era de prisão perpétua. O júri popular, composto por sete homens e quatro mulheres, foi dispensado na última sexta-feira, após deliberar por quase 70 horas em 14 dias. Um jurado foi dispensado no meio do julgamento.

Mendy negou, desde o princípio, as 10 acusações feitas contra ele referentes a supostos acontecimentos ocorridos entre outubro de 2018 e agosto de 2021, em sua casa de Prestbury, Cheshire. Antes de ser julgado, o jogador chegou a ter sua prisão preventiva decretada pela Justiça, entre agosto de 2021 e janeiro de 2022

O juiz Steven Everett, que analisa o caso, marcou uma audiência preliminar para tratar das duas acusações restantes sobre o jogador. A sessão está marcada para o dia 27 de janeiro, antes de iniciar o julgamento em junho, que deve durar cerca de três semanas.

MASON GREENWOOD

Revelação do futebol inglês, Mason Greenwood foi preso em janeiro de 2022 acusado de agressão física e violência sexual por sua então namorada. À época, Harriet Robson publicou um vídeo nas redes sociais para denunciar o jogador do Manchester United. Ela aparece com a boca ensanguentada e hematomas pelo corpo. Ele deixou a prisão no último dia 19 após pagar fiança.

Em um áudio, também divulgado por Harriet naquela oportunidade, Greenwood estaria discutindo com a modelo enquanto tenta forçá-la a fazer sexo. Enquanto a influenciadora diz que não quer praticar o ato, é possível ouvir ameaças como: "Abra suas pernas. Cale a boca. Eu não me importo se você quer fazer sexo comigo. Me empurre mais uma vez e você vai ver o que acontece". Atualmente, Greenwood está liberado sob fiança e aguarda o julgamento. Ele está suspenso pelo Manchester United desde o momento da sua prisão

O Atlético-MG tem novo treinador. Em 2023, a equipe mineira será comandada por Eduardo Coudet. O argentino, de 48 anos, já passou pelo futebol brasileiro, quando treinou o Internacional em 2020. Ele terá a missão de substituir Cuca após uma temporada frustrante, sem conquistas de expressivos troféus e com a classificação modesta para a fase prévia da próxima edição da Copa Libertadores.

O mais recente trabalho de Coudet foi no Campeonato Espanhol, dirigindo o Celta de Vigo. No início do mês, ele foi desligado do clube galego após uma sequência de maus resultados.

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O Celta está na 17ª posição na tabela de classificação no momento. Sob o comando de Coudet, a equipe terminou a temporada 2020/21 em oitavo, enquanto em 2021/22 ficou apenas em 11º.

A saída de Eduardo Coudet do Internacional em 2020 foi bastante lamentada, já que a equipe vinha brigando pela ponta do Campeonato Brasileiro quando o argentino decidiu partir para o futebol espanhol.

O time colorado passou a ser comandado pelo técnico Abel Braga e foi vice-campeão brasileiro, lutando até a última rodada pelo título da competição com o Flamengo.

Antes de passar pelo Inter, Coudet já havia treinado os argentinos Rosario Central e Racing de Avellaneda. No México, o comandante argentino trabalhou no Tijuana.

Eduardo Coudet tem importante ligação com o Brasil. Seu tio Filpo Núñez foi histórico treinador do Palmeiras, comandando a Primeira Academia, que encantou o País nas décadas de 1960 e 1970.

O empate de 2 a 2 com o São Paulo nesta terça, pelo Campeonato Brasileiro, evidenciou ainda mais a oscilação do Atlético-MG desde o retorno de Cuca ao comando da equipe. Com 52 pontos, o time mineiro pode ser ultrapassado pelo Athletico-PR (que recebe o Goiás) e ver ainda a aproximação de rivais como o América-MG e o Fortaleza na briga por uma vaga direta à Libertadores do ano que vem. Diante de tal cenário, o treinador preferiu manter o foco nesta reta final.

Desde a sua volta, em substituição ao argentino Turco Mohamed, o atual treinador convive com altos e baixos. Em 17 jogos são cinco vitórias, seis empates e seis derrotas. Realista, ele disse não saber sobre o seu futuro.

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"Os caras vão querer o Cuca com a campanha como está? Não sei. São coisas que vão ser decididas ao natural. Vamos acabar bem, esse é o pensamento", afirmou o treinador após o empate desta terça no Morumbi.

Restando três rodadas, o time mineiro tem dois jogos diante de sua torcida para tentar melhorar sua posição na classificação. Na próxima segunda recebe o Botafogo e no meio de semana terá pela frente o Cuiabá. O último confronto acontece no domingo que vem, diante do Corinthians, na Neo Química Arena.

"A realidade do Atlético é que faltam dez dias para acabar o Campeonato Brasileiro e a gente não pode perder espaço para nada que seja concentrar, treinar e nos preparar para pegar os adversários que restam", afirmou o treinador.

O futebol é dinâmico. De maior indicado a substituir Tite no comando da seleção brasileira após a Copa do Mundo, o próprio Cuca descarta a possibilidade de assumir o cargo no ano que vem, após o fraco desempenho nos últimos dois meses na direção do Atlético-MG.

"Em 2021, eu era um dos candidatos a ser treinador da seleção. Hoje não sou mais, por causa deles (jogadores). Mas eu era candidato por causa deles também. Então não posso reclamar. Estamos juntos no barco. Vamos seguir juntos ou vamos afundar juntos, eu não largo não. Depois, se os números não estiverem bons é natural ter a troca", afirmou Cuca, nesta quarta-feira, após a derrota para o Palmeiras, por 1 a 0, em duelo válido pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro.

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Desde de 26 de julho, quando retornou ao comando do Atlético-MG, Cuca soma duas vitórias, quatro empates e cinco derrotas, com 30,3% de aproveitamento. Muito longe do trabalho exemplar do ano passado, quando se sagrou campeão brasileiro e da Copa do Brasil.

Apesar do sexto jogo sem vitória no Brasileirão, Cuca considerou que o Atlético-MG fez uma boa partida nos primeiros 45 minutos. "Dói empatar o primeiro tempo assim", disse o treinador, referindo às oportunidades criadas.

Segundo o técnico atleticano, o time mineiro, sétimo colocado, com 40 pontos, poderia até ter obtido uma vitória tranquila diante do líder do campeonato, dono de 20 pontos a mais na classificação. "Se faz o primeiro, você também faz o segundo e o terceiro, pois o jogo estaria à nossa feição."

Herói das conquistas do Brasileiro e da Copa do Brasil do ano passado, Cuca retornou nesta temporada ao Atlético-MG com o rótulo de salvador da pátria. A continuação desse enredo, porém, tem sido decepcionante: em dez jogos, foram apenas duas vitórias e um aproveitamento pífio de 33,3%.

O baixo rendimento tirou o Atlético-MG da briga pelo título. A realidade agora é buscar uma reação imediata para, ao menos, garantir uma vaga na Libertadores de 2023. Com 40 pontos, os atleticanos já estão sob ameaça de América-MG e Goiás, logo atrás na classificação do Nacional.

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Após a derrota deste sábado para o Avaí, o treinador disse estar incomodado com a fase atual, mas cogitou uma possível extensão do seu vínculo com o clube.

"O Atlético está para virar uma SAF e se os números continuam como estão, é natural que não me queiram. Sou prático e realista. Só que eu não vou ficar com esses números aqui. Vou mexer o doce, vou fazer virar, custe o que custar", afirmou o treinador.

De time a ser batido no ano passado a apenas coadjuvante no cenário atual, o Atlético-MG vive hoje um ambiente cercado pela tensão. Peça fundamental nessa transformação, Cuca disse estar trabalhando muito junto aos jogadores.

"O torcedor pode ficar tranquilo que os caras estão sendo cobrados, até além do que a gente pode. Ninguém aqui está de braços cruzados, e ninguém aqui está contente. As cobranças são internas, todos nós perdemos juntos", afirmou.

E nesta reta final do Brasileiro, Cuca disse esperar uma resposta de seus comandados já na próxima partida. O problema é que o adversário será justamente o Palmeiras, líder isolado da competição.

"Temos ainda 11 rodadas e, quem sabe a partir do próximo jogo, contra o Palmeiras, a gente comece a arrancada para a Libertadores direto."

O empate com o Palmeiras no Mineirão causou desânimo no Atlético-MG, mas não abalou a confiança de Cuca. O treinador acredita que o confronto das quartas de final da Copa Libertadores está aberto e que sua equipe tem todas as condições de buscar a classificação no jogo da volta, na quarta que vem, no Allianz Parque.

Diante de um Mineirão lotado, com recorde de público para o Atlético neste ano, o time da casa fez bonito ao abrir 2 a 0. Mas permitiu a reação palmeirense, que garantiu o empate nos acréscimos do segundo tempo. "O 2 a 1 e 2 a 2 são muito próximos e eu tenho comigo que tudo que Deus faz é bom. Na quarta-feira a gente vai fazer de tudo pra buscar a classificação lá dentro do Allianz Parque. Tá em aberto, quarta-feira que vem, vamos ver o que acontece", disse Cuca.

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O treinador não escondeu o desânimo pelo empate com "gosto de derrota" em casa. Mas evitou apontar culpados pelo tropeço. "A gente lamenta o resultado, e é o que a gente fez lá dentro (do vestiário), mas tem que enaltecer a partida que o Atlético fez", afirmou. "Não adianta achar culpados. A responsabilidade por este empate/derrota é de todos. Tomamos o gol nos acréscimos, dolorido."

Cuca se mostrou mais incomodado com a reação de parte dos 57.140 torcedores que estiveram presentes no Mineirão. Alguns vaiaram o time da casa por ter perdido a vantagem de 2 a 0 no placar. "O torcedor irá para casa e refletir que não merecemos a vaia. Deixamos tudo no campo", declarou.

"Tomamos um gol nos acréscimos, o que dói o dobro, e o torcedor acabou o jogo vaiando. Ele tem razão, ele tinha o 2 a 0 e tomou 2 a 2, mas ele indo pra casa ele vai refletir e dizer 'vaiei, mas os caras não mereceram a vaia'. Mereceram pelo resultado, mas não pelo que apresentaram. Eles deixaram tudo no campo. E é isso que a gente cobra. Só que não tem como deixar tudo 90 minutos na mesma intensidade."

Agora é oficial: Cuca está novamente à frente do comando técnico do Atlético-MG. Clube e treinador já tinham acertado o retorno na sexta-feira, mas na manhã deste sábado, o time mineiro anunciou o retorno do comandante que, em 2021, levou a equipe aos títulos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil.

Cuca chega para substituir o argentino Antonio Mohamed. Ele já vinha tendo o trabalho questionado há algum tempo e a eliminação para o Flamengo, nas oitavas de final da Copa do Brasil, complicou ainda mais a sua situação.

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O estopim para a sua queda foi o empate diante do Cuiabá, na última quinta-feira. Cuca retorna a Belo Horizonte sete meses após pedir demissão. O vínculo assinado com a diretoria termina em dezembro e vai selar a terceira passagem do profissional pelo Atlético-MG.

O Atlético briga pelas primeiras posições do Campeonato Brasileiro. No entanto, com o tropeço na última rodada, a diferença para o líder Palmeiras agora é de quatro pontos (32 a 36).

Nos últimos cinco jogos pela competição, a equipe alvinegra mostrou oscilações e obteve três vitórias e dois empates. Além do Nacional, o Atlético-MG também está na Libertadores e tem um desafio complicado nas quartas de final. O duelo vai ser contra o Palmeiras.

O primeiro jogo acontece no próximo dia 3 de agosto e vai ser disputado no Mineirão. A partida de volta será no dia 10, em São Paulo. As duas partidas têm sabor de revanche já que, na edição do ano passado, os paulistas eliminaram os atleticanos nas semifinais. Na sequência, o Palmeiras acabou campeão do torneio continental ao derrotar o Flamengo na decisão.

Campeão Brasileiro, Estadual e da Copa do Brasil em 2021, Cuca não vai comandar o Atlético-MG na próxima temporada. O treinador se reuniu com a diretoria atleticana na segunda-feira e anunciou que está deixando o clube. Ele alegou problemas de ordem familiar para se despedir da equipe mineira. A informação foi veiculada pela rádio Itatiaia, no início da madrugada desta terça-feira. Segundo o Atlético-MG, Cuca afirmou que não vai trabalhar em nenhuma outra equipe em 2022.

No começo do ano, em fevereiro, o treinador usou o mesmo argumento, de problemas familiares, para não renovar com o Santos. Ele deixou o cargo de treinador do time da Vila Belmiro em um momento em que a mulher e as filhas estavam internadas com covid-19. Na saída, o técnico, que levou a equipe ao vice-campeonato da Libertadores, foi homenageado pelo clube.

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Um mês depois, Cuca assumiu o comando do Atlético-MG, em substituição ao argentino Jorge Sampaoli. Na segunda passagem pelo time, faturou a chamada Tríplice Coroa, por conta das conquistas do Campeonato Mineiro, do Brasileirão e da Copa do Brasil. Ele ainda liderou o time à semifinal da Copa Libertadores.

No total, foram 71 jogos nesta passagem pela equipe, somando 48 vitórias, 14 empates e nove derrotas. Trata-se de um aproveitamento de 74,1% dos pontos conquistados. A primeira passagem de Cuca pelo clube aconteceu entre 2012 e 2013. Somando os dois períodos, Cuca acumula 224 jogos, com 128 vitórias, 48 empates e 48 derrotas, e um aproveitamento de 64,2%.

Na primeira passagem, o treinador comandou a equipe nas conquistas do bicampeonato mineiro, em 2012 e 2013, e da Copa Libertadores. O título continental em 2013 levou a equipe ao Mundial de Clubes, no qual o Atlético ficou em terceiro lugar. Na sequência, o treinador se transferiu para o Shandong Luneng, da China.

Mesmo com o sucessor de Cuca ainda não definido, a reapresentação do time está marcada para o dia 17 de janeiro, enquanto a estreia do Atlético no Campeonato Mineiro de 2022 acontecerá no dia 26 do mesmo mês.

Nove meses depois, a temporada 2021 do Atlético-MG chega ao fim nesta quarta-feira. Em busca do título da Copa do Brasil, o clube mineiro enfrenta o Athletico-PR, na Arena da Baixada, em Curitiba, e o técnico Cuca aproveitou para olhar para a trajetória percorrida até aqui. Ele destacou o trabalho árduo do dia a dia, desde o início da temporada, até esta partida que encerra um ano de glórias.

"Faltando um ou dois dias para acabar o ano, é fácil falar. Mas o dia a dia é muito complicado, difícil, você está mexendo com a vaidade, o ego de vários jogadores, que são consagrados, titulares de seleção. Grande parte não sabendo o que é um Brasileirão, um Atlético-MG. Não é fácil, mas os caras compraram a briga, entenderam e, sem vaidade, remou até chegar ao nosso objetivo, que era ser campeão brasileiro", destacou.

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Cuca não quer ver o Atlético-MG tirando o pé justamente agora. No jogo de ida, o time mineiro construiu uma boa vantagem, com uma vitória por 4 a 0, no último domingo, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Apesar disso, o treinador pregou cautela na volta.

"A gente se sente realizado pelo trabalho, mas falta essa última página. É fazer um grande jogo, mas sabendo que vai ser um jogo duro. Foi 4 a 0? Foi, conquistamos isso. Mas com 40 mil na casa do adversário, tem que saber entender o jogo", pontuou Cuca.

Caso conquiste a Copa do Brasil, Cuca se tornará o segundo treinador a vencer a competição, o Brasileirão e a Copa Libertadores pelo mesmo clube. O primeiro foi Felipão, que realizou o feito com Grêmio e Palmeiras. Apesar das glórias individuais, preferiu valorizar o ano especial do Atlético-MG, que pode ter seu terceiro título na temporada.

"Todo título tem uma importância. A gente não pensa no individual, no Cuca. Até porque ela não vai ficar comigo. A gente pensa no clube, que sem a torcida não existe. Então a gente pensa no torcedor. Levar o Brasileiro para o torcedor, o Mineiro. Fizemos uma grande Libertadores, mas ficamos fora. E temos uma chance boa na Copa do Brasil. A gente pensa primeiro no torcedor", finalizou.

Neste meio de semana acontecem mais jogos válidos pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro e um dos jogos que mais chamam a atenção é o duelo entre Palmeiras e Atlético-MG, que acontece nesta terça-feira (23), a partir das 21h30 (horário de Brasília) no Allianz Parque. Apesar do confronto ser entre duas potências do futebol brasileiro, o Verdão estará com o time reserva em campo, justamente por conta da grande decisão do próximo sábado (27): a final da Libertadores contra o Flamengo.

A atual situação do Palmeiras preocupa os torcedores, já que as últimas três partidas do Verdão no torneio nacional foram de derrotas: 2 a 1 contra o Fluminense, 2 a 0 contra o São Paulo e 1 a 0 contra o Fortaleza. Ainda assim, o técnico Abel Ferreira exaltou o que o elenco apresentou no segundo tempo no Estádio Castelão no último sábado (20), e disse que a sequência de resultados negativos não é parâmetro para os próximos jogos que virão, seja no Brasileirão ou na Libertadores.

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Já para o Galo, o momento é apenas de festa e, matematicamente, as chances de conquistar o título desta edição de Brasileirão são altíssimas. O alvinegro mineiro precisa contar apenas com seu próprio empenho para vencer as últimas partidas do campeonato, e torcer para que outros clubes no topo da tabela não conquistem pontos, para assim, se tornar bi campeão brasileiro. Para isso, o técnico Cuca sabe que pode contar com o artilheiro Hulk para marcar gols e vencer jogos.

 

 

Cuca não escondeu a alegria após a vitória sobre o Grêmio por 2 a 1, na noite de quarta. O resultado aumentou ainda mais a vantagem do Atlético-MG na liderança do Brasileirão. Ao fim da partida, o treinador explicou o motivo da sua comemoração no Mineirão. Pelas suas contas, o time está no caminho certo rumo aos 75 pontos, meta que estabeleceu para a conquista do título.

"Temos nove jogos, 27 pontos possíveis. Se somarmos 13 pontos, batemos 75, e dificilmente alguém vai alcançar este número. Por mais que Flamengo e Palmeiras tenham grandes elencos, ninguém aguenta", explicou Cuca, ao expor suas contas. O jogo disputado na quarta era atrasado da 19ª rodada. Assim, o Atlético se equiparou ao Palmeiras no número de partidas.

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Líder e vice-líder têm agora 29 jogos cada e uma diferença de dez pontos na tabela: 62 contra 52. O Flamengo aparece em terceiro, com 50, mas tem dois jogos a menos. Se vencer estas partidas atrasadas, a equipe carioca ficaria a seis pontos do Atlético.

Em suas contas, Cuca usa como referência o aproveitamento de cada um dos três times. O Atlético lidera neste quesito também, com 71,3%. Mas é o Flamengo que aparece em segundo, com 61,7%, à frente do Palmeiras, com 59,8%.

"Hoje o Palmeiras e o Flamengo têm (cerca de) 62% de aproveitamento, um pouco menos o Palmeiras, que tem dois jogos a mais. Para chegarem a 74 pontos, eles vão ter que ter 73% de aproveitamento. Ou seja, 11% a mais do que têm hoje. E, neste momento do campeonato, é muito difícil estabelecer uma alta. A instabilidade é geral em termos físicos, desgaste, cartão, isso para todos", projetou.

Para o treinador, a "gordura" acumulada pelo Atlético deve ser determinante na cansativa reta final da temporada. "Nós também estamos (jogando) domingo e quarta, quarta e domingo. Mas, em contrapartida, estamos com 72% (aproveitamento). Nós podemos dar uma caída hoje para 50% dos pontos", explicou.

Cuca admitiu que as contas se tornaram parte integrante da sua vida nas últimas semanas. "Eu adoro falar de números, porque eu só fico com eles na cabeça. Acordo de madrugada e é número, vai de manhã e são números. A gente é uma calculadora, vive pensando em números", comentou.

Apesar da empolgação com as cifras, o técnico do Atlético diz manter a cautela. "Se você pensar que domingo tem o América-MG e quarta-feira, o Corinthians, não fica nada claro. Então não adianta os caras falarem: 'ah, todo mundo acha que o Galo é campeão, menos o Cuca'. Mas não mesmo! Temos que jogar jogo a jogo", afirmou.

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