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Em menos de um mês, o livro Toda Poesia, que reúne a obra poética do escritor paranaense Paulo Lemisnki, esgotou três reimpressões e alcançou espaço na lista dos mais vendidos ultrapassando a trilogia de E. L. James (Cinquenta Tons de Cinza, Cinquenta Tons de Liberdade e Cinquenta Tons Mais Escuros), que há mais de um ano dominava a primeira posição do ranking. Além disso, a obra de Iminski é o mais caro (R$ 46) entre a lista dos 10 mais vendidos, provando que poesia vende.

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Lançado em março pela editora Companhia das Letras, Toda Poesia possui 424 páginas e reúne seis livros já publicados totalizando 600 poemas do autor curitibano.

Poeta, romancista e tradutor, Paulo Leminski nasceu em Curitiba em 24 de agosto de 1944 e tornou-se um dos mais importantes nomes da poesia brasileira do século 20. Casou-se com a poeta Alice Ruiz em 1968 e teve três filhos: Miguel Ângelo (que morreu aos dez anos), Áurea e Estrela (compositora, escritora e cantora da banda Música de Ruiz – formada por ela e seu marido Téo Ruiz). Seu trabalho foi marcado pela influência da cultura oriental — tanto pela produção de haicais, os pequenos poemas japoneses , quanto a sua paixão pelo judô, esporte no qual era faixa preta. Em sete de junho de 1989, morreu vítima de cirrose hepática.

Confira entrevista exclusiva que sua filha Estrela Iminski concedeu ao LeiaJá:

A sua mãe, a poeta Alice Ruiz, teve papel importante no processo da obra. Você sabe como se deu esse trabalho? Chegou acompanhar esse diálogo?

Sim, na verdade a obra dele estava esparsa em outra editora, que mudou o perfil e por isso as pessoas não encontravam mais os livros. Decidimos fazer essa mudança, e para isso todo um período com a burocracia para retirar as obras de lá. Chegamos juntas (nós duas e minha irmã) que reunir a poesia seria uma boa, e pensamo na Cia das Letras, por toda a relação pessoal do meu pai com o luis Shcwarz que é o diretor hoje. Toda o resto do processo foi feito pela minha mãe, que este ao lado dele durante toda a sua produção.

Qual foi sua reação ao saber que o livro do seu pai bateu recordes de vendas em menos de duas semanas nas livrarias brasileiras? (Após mais de vinte anos da morte dele)

Nos pegou de surpresa. Sabíamos que o público estava recebendo bem mas o fato de um livro de poesia se tornar best seller foi uma vitória coletiva. Muita gente começou a gostar de poesia através da obra dele.

Esse alto índice de vendas te fez pensar que a poesia não morreu? Que as pessoas ainda gostam dessa arte?

As pessoas gostam de poesia. Bem mais que os críticos. E mais que isso, que as pessoas ainda gostam do objeto livro. Porque apesar de não estar nas livrarias a poesia do meu pai nunca teve tão acessível graças a internet. Percebemos que ele continua atual, tem muitos leitores novos indo atrás de tudo dele. Prova que a obra dele continua muito atual.

O livro Toda Poesia possui um posfácio inédito realizado pelo músico José Miguel Wisnik sobre a obra musical de Leminski. Que influências o seu trabalho (musical) com o Téo Ruiz, seu marido, tem em relação ao seu pai?

Essa é a maior influência pra mim, porque era o momento mais social e compartilhado de criação dos meus pais. A escrita é um ato solitário, mas quando eles estavam compondo envolviam a gente. As canções do meu pai são parte da minha trajetória, e por isso meu próximo disco será só com as música dele (letra e música) para as pessoas poderem ter acesso ao seu lado cancionista.

 

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