Tópicos | TPII

Os juízes do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) absolveram nesta quinta-feira (31) o ultranacionalista sérvio Vojislav Seselj das nove acusações de crimes contra a humanidade e de guerra que pesavam sobre ele, uma sentença considerada vergonhosa pela Croácia. "Com esta absolvição das nove acusações", Vojislav Seselj é "um homem livre", afirmou o juiz Jean-Claude Antonetti.

Seselj, que assumiu sua própria defesa, não era "o chefe hierárquico" das milícias de seu partido e, portanto, segundo o veredicto, não pode ser considerado responsável penalmente pelos crimes cometidos. Os juízes não conseguiram descartar a possibilidade de que os discursos de Vojislav Seselj "estivessem destinados a reforçar a moral das tropas de seu grupo".

O Ministério Público acusava Seselj, conhecido por sua violência verbal, de ter "propagado uma política para reunir todos os territórios sérvios em um Estado sérvio homogêneo, que chamava de Grande Sérvia".

A reação da Croácia não demorou a chegar. O primeiro-ministro, Tihomir Oreskovic, a considerou uma "sentença vergonhosa". "É um fracasso do tribunal de Haia e do Ministério Público", acrescentou Oreskovic.

O Ministério Público afirmou que as vítimas das guerras que devastaram a ex-Iugoslávia nos anos 1990 "ficarão decepcionadas" e acrescentou que examinará a sentença para decidir se recorrerá dela.

Como era esperado, o acusado estimou que os juízes foram "honoráveis". "Depois de tantos julgamentos nos quais sérvios inocentes foram condenados a penas draconianas, houve agora dois juízes honoráveis e justos (...) que demonstraram que o profissionalismo e a honra estão acima das pressões políticas".

Desembargadores do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) reinstituíram a acusação de genocídio contra o ex-líder político servo-bósnio Radovan Karadzic, por assassinatos e maus tratos de não-sérvios no início da Guerra da Bósnia em 1992.

A decisão reverteu a absolvição do ex-presidente sérvio da Bósnia concedida no ano passado em uma das duas acusações de genocídio que ele enfrentou.

##RECOMENDA##

O presidente do júri, Theodor Meron, afirmou que os desembargadores acreditam que as evidências apresentadas durante o julgamento indicam que Karadzic tinha intenção genocida durante a campanha de 1992, removendo muçulmanos e croatas das cidades e vilas alegadas como território sérvio.

A decisão do julgamento considera que Karadzic orquestrou o maior massacre ocorrido em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial, em 1995, assassinando 8 mil muçulmanos, entre eles crianças, na cidade bósnia de Srebrenica.

A reinstituição da acusação de genocídio ocorre no mesmo dia em que os sobreviventes de Srebrenica recordam o 18º aniversário do massacre, sepultando novamente 409 conjuntos de restos humanos exumados para identificação.

O julgamento de Karadzic começou em 2009. O ex-político se defende de 11 acusações alegando que não há provas o suficiente para sua condenação, mas os juízes rejeitaram seu pedido de absolvição e restituíram a acusação de genocídio pelo assassinato e maus tratos de não-sérvios em 1992. Fonte: Associated Press.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando