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O Governo de Pernambuco voltou atrás e cancelou a desapropriação de três dos cinco engenhos da Usina Cruangi. A decisão foi divulgada, nesta quarta-feira (18), pela Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP). O presidente do órgão, Alexandre Lima, recebeu a confirmação através do secretário de Articulação Social e Regional, Aloísio Lessa. 

Nesta terça (17), os produtores fecharam a BR-408 com um caminhão e dois reboques, complicando o trânsito no local. Após o protesto, a AFCP afirmou que na segunda-feira (23) uma nova mobilização iria ser feita pelos trabalhadores, desta vez em frente à Procuradoria Geral do Estado, no bairro de Santo Antônio, no Recife. Com o recuo do Governo, a Associação decidiu cancelar a manifestação. 

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Algumas das terras são arrendadas pelos agricultores e, segundo Alexandre Lima, não haverá desapropriação onde houver arrendatários. Portanto, os engenhos Jussarinha, Jussara e Trincheira da Usina Cruangi, em Timbaúba, permanecem na posse dos canavieiros.  Outra questão levantada pelos agricultores é a dívida da usina Cruangi com os fornecedores de cana, num total de R$ 5 milhões. 

Sobre esta pendência, um acordo foi firmado no final da manhã desta quarta (18), entre representantes da usina, dirigentes da AFCP e do Sindicato dos Cultivadores de Cana de Pernambuco (Sindicape). A usina entregará o engenho Boa Vista, em Timbaúba, como modo de quitar o débito. As duas entidades da classe dos produtos já receberam a posse provisória da área; a definitiva só pode acontecer na assembleia de recuperação judicial da usina, marcada para fevereiro de 2014. 

Indignados com as desapropriações de cinco engenhos da usina Cruangi, produtores e fornecedores de cana de Pernambuco preveem novo protesto na próxima segunda-feira (23), em frente à Procuradoria Geral do Estado, no bairro de Santo Antônio. Na manhã desta terça (17), um grupo fechou a BR-408, em Nazaré da Mata, com um caminhão e dois reboques da própria usina, para contestar a inércia do governo na resolução dos problemas da área. 

“A desapropriação nos pegou de surpresa. Há engenho, inclusive, que estava arrendado por fornecedores e agora o que será dos bens deles? Vão ficar sem nada? Perdem-se mais áreas para o pessoal trabalhar”, informou o vice-presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), Paulo Tapety Reis.  

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O protesto foi encerrado no meio da tarde desta terça, porém o trânsito no local continua com desvio por conta do caminhão que bloqueia a via; os pneus foram furados e a Polícia Rodoviária Federal aguarda guincho para poder liberar o tráfego de veículos.  Na próxima segunda, o presidente da AFCP, Alexandre Lima, afirma que cerca de 200 fornecedores estarão presentes.

“Marcamos para as 10h, em frente à Procuradoria. Vamos protestar para cobrar do procurador uma resposta para resolver nossa questão. Há uma dívida de mais de R$ 5 milhões com os fornecedores”, afirmou Lima. Uma comissão com cinco representantes já foi definida para uma possível reunião com  o procurador Thiago Norões. 

Segundo as informações da Associação, as áreas desapropriadas são os engenhos Cumbe, Juliãozinho, Jussara, Jussarinha e Trincheiras, todos da usina Cruangi. Houve também a desapropriação nos engenhos Arranca e Almecega, da unisa Pumaty. Para Alexandre Lima, a venda destas terras não auxilia em nada os pequenos fornecedores de cana. As mobilizações contam também com o apoio do Sindicato dos Cultivadores de Cana do Estado (Sindicape). 

 

Está agendada para a próxima terça-feira (4), a próxima audiência do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco para tratar o impasse da Usina Cruangi em relação ao pagamento dos trabalhadores da empresa, que está em atraso há três meses. A procuradora do Trabalho Lívia Arruda conduzirá a sessão, que será assistida pelo procurador-chefe do Trabalho, Fábio André de Farias. 

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Na última audiência, realizada nesta sexta-feira (31), foi discutida a possibilidade de a Cruangi vender a cana-de-açúcar às usinas Petribu e Olho D'Água e, com parte do dinheiro arrecadado pela venda, pagar uma parcela dos salários atrasados dos trabalhadores. 

A outra parte do lucro seria destinada ao funcionamento da empresa, tais como gastos com combustível para os caminhões utilizados para o transporte da cana-de-açúcar, as contas de energia e luz, o reparo de máquinas e pagamento dos fornecedores.

Na ocasião, ficou acertado que os advogados das usinas Petribu e Olho D'Água levariam as propostas às direções das empresas para avaliação. Participaram da sessão, os advogados das usinas Petribu e Olho D'Água, Sérgio Aquino e Marcelo Brandão, respectivamente, e o advogado da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Pernambuco (Fetape), Bruno Ribeiro.

 

A situação da Usina Cruangi tema do debate promovido pelo deputado Aluisio Lessa (PSB) nesta quarta-feira (15), às 10h30, em um grande expediente na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Estarão em pauta: a dívida da Usina com salários dos funcionários de R$ 4,2 milhões e com os prestadores de serviço é de R$ 800 mil, além do débito de R$ 500 mil ao sindicato e R$ 8 milhões aos fornecedores de cana.

As dívidas da empresa se acumularam apesar de ela ter obtido a terceira maior moagem do Estado na última safra com 1,420 milhão toneladas de cana, que foram transformadas em açúcar e álcool.

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A direção da Usina relata que os bens da empresa estão bloqueados desde dezembro de 2011 por causa de uma disputa judicial entre os acionistas. De acordo com a direção, a maioria das usinas tem o financiamento da entressafra feito por meio de antecipações de operações de venda.

Com a disputa judicial, a empresa está limitada e com grandes dificuldades de fazer estas operações. Os dirigentes ressaltam ainda que essa situação foi quem levou à atual crise financeira, com atraso de salários e impossibilidade de honrar seus compromissos.

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