Adriano Oliveira

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Conjuntura e Estratégias

Perfil:Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE - Departamento de Ciência Política. Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE.

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Oposição e a (im)possível chapa Aécio/Eduardo

Adriano Oliveira, | seg, 05/12/2011 - 17:33
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Costumeiramente, em qualquer país democrático, realizar oposição a um governo representa a discordância e o confronto. Os atores da oposição ficam atentos as ações do governo. Críticas e propostas surgem, as quais se contrapõem as práticas da situação.

No Brasil, o PT realizou uma oposição sábia a FHC. Com o apoio dos movimentos sociais, o PT denunciou atos de corrupção, apelidou o governo de FHC de neoliberal, criticou o Plano Real e, em nenhum instante, estendeu a mão ao PSDB.

Em 2002, o presidente Lula conquistou a presidência da República. A política econômica de FHC foi mantida e aperfeiçoada. Em razão disto, a oposição, ou melhor, o PSDB, ficou, inicialmente, sem discurso para enfrentar o governo do PT. Em alguns momentos, o PSDB criticou o governo, mas a crítica não contagiou a opinião pública.

No ano de 2005, o então deputado Roberto Jefersson, pertencente à coalizão partidária que sustentava o governo Lula, denunciou a existência do mensalão. Segundo Jefersson, parlamentares de variados partidos recebiam mesadas para apoiar o governo Lula. Diante desta denúncia, a popularidade do governo Lula decresce. Variados atores políticos e analistas apostaram que o presidente Lula não se reelegeria.

Através de um sábio discurso em cadeia nacional, onde admitiu o caixa-dois e negou o mensalão, Lula inicia a sua jornada para reconquistar a opinião pública e ser reeleito. Por meio do seu carisma, do Bolsa família e da ampliação do consumo, o então presidente Lula cria euforia de consumo e sensação de bem-estar junto aos eleitores e conquista novamente a presidência.

O segundo mandato de Lula não sofre fortes ataques da oposição. Um novo escândalo da dimensão do mensalão não surgiu. E a euforia do consumo e o bem-estar dos eleitores chegam ao ápice da satisfação. Diante desta conjuntura, Lula contribui para o sucesso eleitoral de Dilma em 2010.

Dilma terá um mandato turbulento nos âmbitos político e econômico. Os meses iniciais de 2011 revelam isto. Entretanto, vislumbro que ela chegará com condições de ser reeleita. Mas a oposição terá chances de derrotá-la.

Neste instante, Aécio Neves e Eduardo Campos são os atores principais que podem derrotar o PT em 2014. Unidos ou separados, as condições existem para impedir a continuidade do governo do PT. Porém, considero que a chapa Aécio/Eduardo agregaria capital político e eleitoral e dificultaria, consideravelmente, a possível reeleição de Dilma.

A chapa Aécio/Eduardo não seria tipicamente de oposição a Dilma ou a Lula. Ela pode sugerir ser oposição ao PT. Aécio/Eduardo poderão mostrar para o eleitor

que representam a continuidade das coisas boas, o futuro do Brasil, a renovação da política diante de vários anos de PT no governo, o diálogo com o outro (PT), a boa relação com Lula, as novas práticas de gestão em busca do estado eficiente e a esperança de que as recentes conquistas continuarão.

Portanto, a chapa Aécio/Eduardo seria de oposição ao governo do PT, mas de continuidade e esperança para os eleitores.             

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