Adriano Oliveira

Adriano Oliveira

Conjuntura e Estratégias

Perfil:Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE - Departamento de Ciência Política. Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE.

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Vamos falar em 2014

Adriano Oliveira, | sex, 19/08/2011 - 09:15
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Prognosticar cenários é necessário. São os cenários que orientam a ação dos atores. Cenários são hipóteses, as quais são comprovadas ou falseadas. Costumeiramente atores políticos definem o que irão fazer no futuro sem o auxílio de cenários. Por conta disto, perdem tempo e se decepcionam.

Olho para 2014. Vislumbro cenários para a disputa presidencial e para o governo de Pernambuco. No âmbito da disputa presidencial, atores apostam no retorno de Lula. É um cenário plausível. Mas não tão plausível como a candidatura de Dilma a reeleição. É plausível também prognosticar o papel ativo que Eduardo Campos exercerá na disputa presidencial. Ele poderá ser vice ou candidato à presidente.

Não será surpresa se Eduardo Campos for vice numa chapa do PSDB. Como também não será surpresa, se Eduardo for candidato à presidente com a benção de Lula. Isto é possível? Sim, basta que o governo Dilma não esteja bem avaliado, mas que ela seja candidata a reeleição. Diante de um impasse no PT e o receio de Lula de perder a eleição caso seja candidato, Eduardo se apresentará como a terceira via. E será uma opção ao PT no Nordeste. E uma opção ao PSDB no Sul e Sudeste.

Em Pernambuco, três pólos de poder existem. O primeiro pólo, o qual é o mais forte, é o de Eduardo Campos. O segundo pólo, com poder mediano, é o de Armando Monteiro. E o terceiro pólo, com menor força, é o do PT. Todos estes pólos exercem uma força centrípeta junto aos atores/competidores – atraem aliados.

Eduardo Campos está numa situação privilegiada. Ele pode exercer forte controle sobre o PT. Basta que ele apóie João da Costa e o reeleja. Com isto, Eduardo irá dizer a Lula e a qualquer outro: “Em 2014 quem manda sou eu”. Em razão da sua capacidade de diálogo, Eduardo tem condições de atrair membros do DEM e do PSDB.

O PT só será ator principal e favorito em 2014 caso mantenha a prefeitura do Recife e se o PT nacional, em razão de Eduardo Campos desejar, abrir espaço para o PSB na disputa de 2014. Se isto não ocorrer, o PSB é favorito para manter o controle do governo do Estado em 2014.

E Armando Monteiro? Aos poucos ele constrói a sua candidatura. Entretanto, ele precisa de um aliado na capital. João Paulo é uma opção. Mas João Paulo sairá do PT? Outro problema para Armando é se a disputa em 2014 ocorrer com três atores: PT, PSB e PTB. O ideal é que o PT lhe apóie contra o PSB. Por enquanto, esta hipótese não é factível.

E a oposição? A reconstrução desta passa pela eleição do Recife. Caso vença, ela poderá ofertar um candidato ou se aliar ao candidato de Eduardo Campos em 2014. Esta última hipótese ocorrerá, caso Eduardo se alie nacionalmente ao PSDB.

Enfim, em 2014 descubram se acertei os meus prognósticos.

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