Em dois momentos da história, a morte do PT foi decretada. Em 2016, no auge da Operação Lava Jato. E, em 2018, em razão da vitória de Jair Bolsonaro para presidente da República. Afinal, o PT morreu?
O PT nunca morreu. O PT, em 2016, em virtude da Lava Jato, foi para UTI. Mas conseguiu sair. Em 2018, o PT perdeu a eleição presidencial, porém não saiu fortemente enfraquecido. A realidade socioeconômica do Brasil mantém o PT vivo. O sucesso ou o insucesso do governo Bolsonaro tem o poder de determinar o futuro do PT.
O lulismo reforçou o PT. Mas o PT existe sem Lula. Embora, o lulismo seja muito maior do que o PT. No auge do lulismo, no ano de 2010, o PT tinha a preferência de 26% dos eleitores brasileiros – Instituto Datafolha. Em 2016, quando a Lava Jato estava em pleno favor, apenas 9% tinham preferência pelo PT. A Lava Jato e o desempenho do governo Dilma possibilitaram o declínio do PT.
Após o impeachment, e a chegada à presidência da República de Michel Temer, o PT recupera fôlego. Isto ocorre também com o ex-presidente Lula. Em 2017, o PT readquire popularidade e obtém 17% da preferência dos eleitores. O ex-presidente Lula que tinha, em julho de 2016, 26% de intenções de voto, alcança, em novembro de 2017, 37% da preferência do eleitorado – Instituto Datafolha. Portanto, apesar da crise econômica e da Lava Jato, o PT e Lula reconquistaram eleitores.
O PT sofreu estresse, recuperou popularidade e sobreviveu. A derrota para Jair Bolsonaro enfraquece, aparentemente, o partido, mas, o PT obteve a oportunidade de ser ator relevante na oposição ao futuro presidente. E chegar, em 2022, com um candidato competitivo na eleição presidencial. Entretanto, tais chances dependem, obviamente, do desempenho de Bolsonaro.
O lulismo não perdeu para o bolsonarismo, mas para o antilulismo. O bolsonarismo é incipiente, pois, ao contrário do lulismo, não tem raízes no eleitorado, não tem memória, já quem não tem passado que faça com que os eleitores sintam saudade dele. O lulismo, ainda, provoca saudades. O bolsonarismo pode se consolidar e medir força com o lulismo, o qual pode declinar, se o PT não optar por preservar o lulismo, e, concomitantemente, abrir espaço para alianças e novos líderes.
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