Os preços das passagens aéreas voltaram a subir na segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) deste mês e contribuíram para a pequena aceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que saiu de 0,40% em outubro para 0,43% em novembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Entre os alimentos, os produtos in natura avançaram mais um pouco, mas os laticínios mais baratos ajudaram a aliviar a pressão sobre o bolso dos consumidores.
Ao todo, cinco das oito classes de despesa pesquisadas no IPC ganharam força. A principal delas foi Educação, Leitura e Recreação (-0,31% para 0,41%). É nesta classe que estão as passagens aéreas. Depois de ficarem 14,84% mais baratas na segunda prévia do IGP-M de outubro, elas subiram 3,33% em novembro.
##RECOMENDA##Neste mês, também aceleraram os grupos Habitação (0,40% para 0,53%), Despesas Diversas (0,12% para 0,24%), Vestuário (0,70% para 0,73%) e Transportes (0,29% para 0,31%). As maiores contribuições vieram dos itens tarifa de eletricidade residencial (0,64% para 1,13%), alimentos para animais domésticos (-0,15% para 1,12%), calçados (0,75% para 1,42%) e tarifa de ônibus urbano (-0,20% para 0,23%), respectivamente.
No sentido contrário, o grupo Alimentação perdeu força e subiu 0,40% em novembro, após alta de 0,55% na segunda prévia do índice de outubro. A batata-inglesa chegou a ficar 26,55% mais cara no período, mas os laticínios cederam 1,43%, o que contribuiu para o alívio no grupo, já que no mês anterior eles haviam subido 0,53%.
Também desaceleraram os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,53% para 0,45%) e Comunicação (0,68% para 0,31%). Nestes grupos, destacam-se os itens medicamentos em geral (0,40% para -0,03%) e tarifa de telefone móvel (1,18% para 0,27%), respectivamente.
Construção
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou alta de 0,14% na segunda prévia do IGP-M de novembro, após avanço de 0,15% em igual índice de outubro. A influência para este movimento veio do índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços (0,31% para 0,30%), já que o custo da mão de obra ficou estável (0,00%) pelo terceiro mês consecutivo. A segunda prévia do IGP-M captou preços entre os dias 21 de outubro e 10 de novembro.
Atacado
As matérias-primas agropecuárias continuam a pressionar a inflação no atacado. Soja, milho e bovinos intensificaram o ritmo de avanço de preços na segunda prévia do IGP-M de novembro. Além delas, os alimentos in natura também aceleraram e empurraram o índice para cima.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,93% na leitura anunciada hoje, após aumento de 0,03% na segunda prévia do índice de outubro. Esse resultado foi impulsionado principalmente pelas matérias-primas brutas (-0,12% para 1,56%). Ficaram mais caros a soja (-2,89% para 5,09%), o milho (-0,74% para 8,50%) e os bovinos (1,69% para 4,71%). Apesar disso, trouxeram um pouco de alívio café (5,62% para -4,23%), leite in natura (-0,21% para -3,06%) e mandioca (7,98% para -0,78%).
A alta da soja já vem sendo inclusive repassada para seus derivados, entre eles o farejo de soja. Na segunda prévia do IGP-M de novembro, o item avançou 7,30%, após recuo de 2,73% no mês passado. Isso ajudou na aceleração do grupo de bens intermediários (-0,12% para 0,93%), que ainda foi impulsionado pelo subgrupo materiais e componentes para a manufatura (-0,37% para 1,22%).
Nos bens finais (0,31% para 0,41%), os alimentos também são a maior fonte de pressão. Na leitura divulgada hoje, a maior contribuição de alta partiu do subgrupo alimentos in natura (-1,68% para 1,57%). Só a batata-inglesa ficou 70,32% mais cara no atacado. Por outro lado, o tomate cedeu 19,49%. A segunda prévia do IGP-M captou preços entre os dias 21 de outubro e 10 de novembro.