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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 5, as operações Dangerous e Paschoal, para desarticular organização criminosa responsável por esquema bilionário de contrabando de grãos, especialmente soja e milho, e agrotóxicos trazidos da Argentina para o Brasil por meio de portos clandestinos localizados às margens do Rio Uruguai. Em nota, o Ministério da Agricultura disse que a ação mobiliza 200 policiais federais para o cumprimento de 59 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão nas cidades de Palmeira das Missões , Rodeio Bonito, Cerro Grande, Três Passos, Tiradentes do Sul, Horizontina, Crissiumal, Santo Ângelo, Condor, Tuparendi, Santana do Livramento, todas no Rio Grande do Su, além de Itapema (SC), Itaí (SP), Palmas (TO) e São Luís (MA).

"O volume de mercadorias internalizadas, aliada aos valores empregados para evasão de divisas e lavagem de capitais permitiram à organização criminosa movimentar cifra superior a R$ 3,5 bilhões nos últimos cinco anos", disse a pasta.

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Durante o período de investigação, foram apreendidas 171 toneladas de soja, farelo de soja e milho, presas 11 pessoas em flagrante e apreendidos caminhões, automóveis, vinhos e agrotóxicos.

Sobre a operação deflagrada, a Agricultura disse que também são executadas medidas de bloqueio de contas bancárias vinculadas a pessoas físicas e jurídicas, num total de aproximadamente R$ 58 milhões e sequestro e arresto de automóveis e imóveis de luxo e de uma aeronave com valor estimado em R$ 3,6 milhões.

Ainda segundo a pasta, as investigações começaram em 2022 e apuraram que a organização criminosa é formada por três núcleos que atuam de forma coordenada entre os detentores dos portos clandestinos, os beneficiários e revendedores das mercadorias contrabandeadas e os operadores financeiros. "Através de doleiros, o grupo realizava diversas operações cambiais à margem do sistema legal para promoção de evasão de divisas com a finalidade de pagar fornecedores da mercadoria no exterior, sendo que duas das empresas utilizadas com esse propósito adquiriram criptoativos na ordem de R$ 1,2 bilhão."

O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (4) proposta do Poder Executivo para reforçar os caixas dos Ministérios da Agricultura e Pecuária, da Educação, de Minas e Energia, da Saúde, e da Integração e do Desenvolvimento Regional, no valor de R$ 1,296 bilhão.

O projeto foi relatado pelo deputado federal Giacobo (PL-PR) e será encaminhado à sanção presidencial. 

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Pelo PLN 22/2023, os recursos estão sendo remanejados do orçamento aprovado para outros órgãos federais e não haverá aumento de despesas.

O dinheiro será usado para aquisição de materiais e equipamentos para o Colégio Pedro II e hospitais universitários federais, assim como para a manutenção administrativa de universidades e institutos federais pelo Ministério da Educação.

Além disso, haverá o custeio dos serviços de assistência hospitalar e ambulatorial pelo Ministério da Saúde e o fomento ao setor agropecuário pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.

Os recursos servirão também para apoiar projetos de desenvolvimento sustentável pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional; manter os contratos de vigilância, limpeza e apoio administrativo, adquirir veículos para as atividades de fiscalização, implementar e atualizar soluções tecnológicas para fiscalizar o setor mineral pelo Ministério de Minas e Energia.

*Da Agência Senado

A pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e pela consultoria KPMG indica que, no geral, a governança corporativa é conhecida e valorizada entre empreendedores da agropecuária. De acordo com o estudo, 85% consideram a governança importante ou muito importante para seu negócio. Apesar disso, a adoção das chamadas boas práticas ainda enfrenta desafios.

Dos empreendimentos rurais pesquisados, 55% não contam com acordo de sócios formalizado, por exemplo. A maior barreira para os produtores rurais é a falta de informações e de referências de boas práticas para o agronegócio, citada por 35% dos entrevistados. Logo em seguida, aparecem o receio de criar burocracia (33%), o receio de aumentar os custos (32%) e a descentralização do poder de decisão (28%).

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Entre as práticas de governança adotadas pelos empreendimentos, aparecem a existência de uma diretoria executiva (56%), a realização de assembleia ou reunião anual dos sócios (55%), o estabelecimento de políticas de remuneração dos sócios (58%) e a prestação de contas formal aos sócios ou conselho (53%).

Segundo Luiz Martha, gerente de Pesquisa e Conteúdo do IBGC, a sondagem traz uma surpresa positiva em relação às práticas já adotadas pelos empreendimentos. No entanto, ele afirma que ainda há um amadurecimento a ser atingido. "Apesar de 79% afirmarem existir instâncias de tomada de decisão, em 47% dos casos a decisão é tomada apenas pelo principal sócio, consultando ou não outros sócios. Talvez o sistema esteja implementado, existam estruturas, mas ainda não estão em prática 100%", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os auditores fiscais federais agropecuários repudiaram a proposta do governo federal de conceder reajuste de 5% aos servidores públicos federais. Em nota, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) diz que o porcentual divulgado "não repõe sequer a defasagem salarial, consequência de mais de cinco anos sem reposição das perdas inflacionárias", diz.

O Anffa Sindical representa mais de 4,5 mil auditores fiscais federais agropecuários. Na nota, a entidade reforça que "continuará lutando pela valorização da carreira e para que sua reestruturação seja efetivada".

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No dia 13 de abril, pressionado pelo recrudescimento de greves e paralisações que ameaçam a atividade de diversos órgãos do governo, o presidente Jair Bolsonaro aprovou um reajuste de 5% para todos os servidores públicos federais a partir de julho.

O custo para oferecer esse aumento para todo o funcionalismo, como antecipou o Broadcast, será de R$ 6,3 bilhões em 2022 - ano em que o presidente tenta a reeleição. Apesar da decisão, representantes de sindicatos e associações afirmam que o porcentual não repõe as perdas inflacionárias nos últimos anos.

A Escola Agrotécnica do Cajueiro (EAC), ligada à Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), localizada em Catolé do Rocha, anuncia seleção do curso técnico em agropecuária. As vagas, 120 ao todo, são para a modalidade Integrado ao Ensino Médio e Subsequente ao Ensino Médio. As inscrições começam no dia 13 de novembro e seguem até 24 de dezembro por meio de formulário eletrônico, como também, presencialmente na instituição, das 8h às 12h.

A seleção será realizada através de análise do desempenho escolar em língua portuguesa e matemática do 8º ano do ensino fundamental II, para candidatos do curso Técnico Integrado ao Ensino Médio; e desempenho escolar em língua portuguesa e matemática no 3º ano do Ensino Médio, para candidatos do curso Técnico Subsequente ao Ensino Médio.

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Os estudantes selecionados serão divulgados no dia 7 de janeiro na secretaria da Escola Agrotécnica do Cajueiro e on-line. O período de matrícula será de 10 a 28 de janeiro, obedecendo a ordem de chamadas. Confira o edital.

Companhia atuante no setor de alimentos, a BRF realiza processo seletivo com 28 vagas para estagiários em agropecuária. Universitários que estejam no último semestre do curso de agronomia, medicina veterinária e zootecnia podem participar da seleção, cujas inscrições devem ser feitas, de maneira gratuita, até o dia 23 deste mês.

No total, o estágio terá duração de seis meses, com atuação prevista para as cidades com unidades da BRF, tais como Buriti Alegre (GO), Concórdia (SC), Dourados (GO), Faxinal dos Guedes (SC), Lucas do Rio Verde (MG), Marau (RS), Nova Mutum (MT), Toledo (PR) e Uberlândia (MG). Por causa da Covid-19, todo o processo seletivo será virtual.

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Avaliação de perfil comportamental, entrevistas com o setor de recursos humanos e painel com gestores da empresa estão entre as etapas da disputa. “Esse programa de estágio oferece uma jornada de desenvolvimento intensa visando preparar os selecionados para oportunidades na agropecuária. A BRF é reconhecida como uma grande escola do mundo agro e industrial. O estágio em agro vai acelerar o conhecimento prático e preparação desses novos profissionais”, comentou o head global de recrutamento da BRF, Roberto Shalabi, segundo a assessoria de imprensa da corporação.

De acordo com o cronograma do processo seletivo, a admissão dos selecionados será realizada em agosto deste ano. Outras informações podem ser obtidas por meio do site do programa de estágio.

Pernambuco já tem quatro registros de pessoas que receberam sementes misteriosas vindas da Ásia. O último caso notificado pela Superintêndência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Estado ocorreu no bairro da Várzea, na Zona Oeste do Recife, na quarta-feira (7).

Além desse registro na capital, a superintendência contabiliza um caso em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), também na quarta-feira (7), e outro em Águas Belas, no Agreste, há cerca de 20 dias. A Polícia Federal (PF) detectou outro envio, para uma residência em Barreiros, na Mata Sul do Estado. 

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No caso de Barreiros, a etiqueta indica que as sementes foram enviadas de Taiwan. O Mapa já identificou sementes vindas da China, Malásia e Hong Kong.

O Mapa solicita que as pessoas que receberem as sementes entrem em contato a Superintendência pelos telefones (81) 3226-8500/8534/8510/8540 ou pelo e-mail gab-pe@agricultura.gov.br. A população também pode fazer a notificação nas sedes do órgão. No Recife, ela fica localizada na Avenida General San Martin, 1000, bairro do Cordeiro, na Zona Oeste. Caso não haja unidades do Mapa no município, o cidadão pode procurar órgãos estaduais ou secretarias municipais de agricultura.

O Mapa confirmou até o momento 258 pacotes de sementes não solicitados em 24 estados e no Distrito Federal. Maranhão e Amazonas são os únicos estados sem registro. Na terça-feira (6), a Secretaria de Defesa Agropecuária informou ter encontrado fungos, bactérias e possibilidade de pragas quarentenárias (que não existem no Brasil) nos pacotes já analisados em laboratório.

As análises apontam a presença de ácaro vivo em uma amostra; três fungos diferentes em 25 amostras; bactéria em duas; possibilidade de pragas quarentenárias, como plantas daninhas, em quatro amostras. Os estudos são realizados no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás, referência no país. A orientação é que as sementes não sejam manuseadas.

O total de pessoas ocupadas na agropecuária atingiu 7,993 milhões no trimestre encerrado em maio passado. O resultado corresponde ao menor número de trabalhadores no setor observado para um trimestre desde o início, em 2012, da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foram analisados pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Em comparação com o trimestre imediatamente anterior, a redução foi de 2,1% ou de 173 mil pessoas e, em relação ao mesmo trimestre móvel de 2019, a queda foi de expressivos 6,8%, o equivalente a 580 mil pessoas.

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O número de ocupados na agropecuária ficou bastante aquém do limite inferior do que pode ser considerado normal, conforme modelo do Cepea. "Esse cenário deve estar atrelado aos possíveis efeitos da pandemia de covid-19 sobre o setor", dizem os pesquisadores, em relatório. A população agropecuária observada no trimestre móvel encerrado em maio ficou 4,4% (ou 365 mil pessoas) abaixo do que era esperado para esse período. Esse contingente representa por volta de 4,5% do total de ocupados na agropecuária.

O pesquisadores do Cepea ressaltam que é usual observar choques de até 100 mil pessoas entre trimestres - até mesmo choques próximos de 200 mil pessoas já foram verificados, como no trimestre até abril de 2020. Mas, esta foi a primeira vez que o choque ficou superior a 300 mil pessoas, segundo o modelo do Cepea e considerando-se a série histórica da PNAD-C mensal.

O Cepea destaca que diversos setores agroindustriais podem ser prejudicados pela retração da demanda doméstica, com potencial impacto negativo sobre o nível de empregos. "À medida que dados oficiais se tornem disponíveis, o Cepea realizará o acompanhamento dessa situação", informam os pesquisadores.

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara aprovou nesta terça-feira, 26, a admissibilidade da proposta que permite exploração agropecuária e florestal em terras indígenas, a chamada PEC do Índio. Foram 33 votos a favor, 18 contra e uma abstenção.

A proposta altera a Constituição e diz que as comunidades indígenas podem, de forma direta, exercer atividades agropecuárias e florestais em suas terras, com autonomia para a administração dos bens e a comercialização dos produtos.

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Para ser aprovado, o texto precisa ainda passar por uma comissão especial e depois ir ao plenário da Câmara. Na segunda-feira, 26, no entanto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sinalizou que não deve dar celeridade ao processo. Cabe a ele criar essa comissão.

A votação na CCJ ocorreu após acordo em que a oposição desistiria da obstrução se a relatoria declarasse a inadmissibilidade de outra proposta que tramitava em conjunto, mais abrangente quanto à exploração agropecuária, mineral e hídrica em terras indígenas.

A sessão da CCJ foi acompanhada por lideranças indígenas e houve protesto. A deputada Joênia Wapichana (Rede-RR) disse que a proposta está na linha do atual "desmonte das políticas públicas indigenistas".

Ao assumir nesta quarta-feira (2) a pasta da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a ministra Tereza Cristina afirmou que o setor agrícola brasileiro é alvo de “acusações absolutamente infundadas” em questões relacionadas ao clima e à biodiversidade, e que o país é um “modelo a ser seguido, jamais um transgressor”.

“São relevantes as questões relacionadas ao clima, à sustentabilidade e à biodiversidade. A discussão honesta deveria partir de uma premissa básica: o Brasil é um país com legislação ambiental extremamente avançada e que mais soube preservar sua florestas nativas e matas ciliares. Nosso país é um modelo a ser seguido, jamais um transgressor a ser recriminado”, destacou Tereza Cristina em seu discurso de posse, na sede do ministério, em Brasília.

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“Acusações absolutamente infundadas partem de todos os lados, inclusive de organizações internacionais estabelecidas amistosamente aqui”, acrescentou ela, ao ser fortemente aplaudida por um auditório lotado.

Segundo ela, os ganhos de eficiência do setor agropecuário brasileiro causam "temores a outros participantes do mercado”.

Em seu discurso, Tereza Cristina destacou que a pasta deve ter mais proximidade com o setor empresarial da agricultura. Prometeu também atenção especial aos agricultores familiares, principalmente com esforço na regularização fundiária. Outra medida prioritária deve ser simplificar processos de fiscalização. “Simplificar não significa precarizar”, afirmou.

Nessa terça-feira (1º), por meio de medida provisória assinada pelo presidente recém-empossado Jair Bolsonaro, o Ministério da Agricultura passou a concentrar algumas atribuições, como a identificação, a delimitação e a demarcação de terras indígenas, que eram antes de responsabilidade da Fundação Nacional do Índio (Funai). Na mesma medida, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi transferido para a pasta da Agricultura.

Uma das primeiras mudanças na estrutura do ministério, anunciada ainda na fase de transição, em dezembro, foi a criação da Secretaria Especial de Assuntos Fundiários, que fica sob o comando do técnico em zootecnia Luiz Antônio Nabhan Garcia.

Segundo informações divulgadas em dezembro pela equipe de transição, ele deve ficar à frente de um conselho interministerial sobre o assunto, ainda a ser criado, e vai tratar da regularização fundiária, incluindo as atividades de identificação e demarcação de terras indígenas e quilombolas, o licenciamento ambiental e as políticas de reforma agrária.

Outro órgão que foi transferido para o ministério foi o Serviço Florestal Brasileiro, antes ligado ao Ministério do Meio Ambiente. Duas outras secretarias também foram criadas na Agricultura: a de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação e a de Agricultura Familiar. Retorna ainda à estrutura da pasta a Secretária da Pesca e Aquicultura.

Apesar de declarar que o Brasil vive um momento de muita dificuldade, o secretário de Agricultura e Reforma Agrária de Pernambuco, Nilton Mota, disse que Pernambuco tem o que comemorar. “Tivemos avanços significativos na nossa pasta. Basta ver o resultado do PIB no último trimeste: a agropecuária no estado cresceu 13,6% comparando com o ano passado”. 

O secretário acredita que o contexto atual aponta para um cenário, em 2017, bem melhor. “Tendo em vista as chuvas que caíram durante este ano, principalmente na região do Agreste, que mostra um resultado muito importante para a nossa agropecuária. Embora a dificuldade seja grande, são seis anos de estiagem, mas a gente aponta vários resultados positivos. É o momento da gente fazer essa leitura e apontar para o futuro que interessa”. 

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“Tivemos neste ano no agreste, na região que mais sofria com a estiagem, índices pluviométricos bastante satisfatórios. São índices que aponta para uma grande produção de milho e de feijão. É um momento da gente reviver um novo tempo. Com certeza, será melhor que 2014, 2015 e 2016. É um ano animador, que requisita da gente mais esforços para alcançarmos resultados que a população espera”, disse. 

Nilton ressaltou que o setor foi o que mais cresceu no estado. “Nós Temos a fruticultura irrigada do São Francisco onde 90% das mangas e uvas exportadas no Brasil saem dali. A gente também vê que, em 2015, enquanto o estado de São Paulo fechava 80 usinas, Pernambuco conseguiu abrir três usinas graças ao processo de articulação comandado pelo governador. Um processo de sentar e apontar o futuro agropecuário do estado. Por conta disso, são momentos de dificuldade, mas ainda momento de comemoração quando Pernambuco foi recentemente colocado como o estado é o primeiro lugar na produção de ovo e frango no Nordeste”.

O Indicador de Atividade Econômica Serasa Experian registrou crescimento de 0,9% no primeiro trimestre de 2017. O índice, divulgado hoje (16), indica a retomada da economia do país, que não registrava crescimento desde 2015. 

Segundo o Serasa, a agropecuária foi o destaque positivo da atividade econômica no primeiro trimestre de 2017, com alta de 10,8% em relação ao último trimestre de 2016. O setor de serviços também teve desempenho positivo, com alta de 0,3% em comparação ao quarto trimestre de 2016. O setor industrial recuou 1,1% no primeiro trimestre de 2017. “É o fim da recessão econômica que se estendeu por dois anos, isto é, desde o início de 2015”, destacou o Indicador.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, em todo o País, a comercialização de produtos do Transmeat Logística Transportes e Serviços e da marca Novilho Nobre, ambos localizadas em Balsa Nova (PR). As duas marcas estão envolvidas na Operação Carne Fraca da Polícia Federal, que tem como foco a investigação de eventual prática de crimes de corrupção por agentes públicos em frigoríficos.

A decisão da Anvisa consta de resolução publicada no Diário Oficial da União (DOU) e ocorre depois que a agência recebeu os resultados das análises laboratoriais realizadas pelos Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagro) em produtos de origem animal dos estabelecimentos.

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A resolução proíbe a venda de hambúrguer e hambúrguer misto envelopado congelado (carne bovina e de frango) da Novilho Nobre e de hambúrguer congelado de bovino e hambúrguer de carne bovina da Transmeat.

A Polícia Federal indiciou 63 alvos da Operação Carne Fraca, no sábado (15) por crimes de corrupção, concussão, prevaricação, formação de organização criminosa e crime contra a saúde pública. Os alvos são funcionários do Ministério da Agricultura em Curitiba (PR) e Londrina (PR) e em Goiás, donos de frigoríficos e empresas de alimentos processados e executivos, entre eles nomes da JBS e da BRF.

O relatório parcial do caso foi entregue no sábado pelo delegado Maurício Grillo Moscardi, para o juiz federal Marcos Josegrei da Silva.

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Comandada por três delegados da PF, em Curitiba, a equipe da Carne Fraca - deflagrada em 17 de março em sete Estados - apontou esquema criminoso de indicações políticas, em cargos chaves do Ministério da Agricultura, em especial no Paraná e Goiás, que tinha como contrapartida a obrigação de arrecadar propinas para partidos como PMDB, PP e PDT com empresários do setor de carnes e embutidos.

"Após a deflagração da denominada operação 'Carne Fraca', o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no sentindo de corroborar com as investigações da Policia Federal implementou no âmbito de suas atribuições, uma força tarefa com a finalidade de fiscalizar as empresas indicadas como suspeitas da prática de crime contra saúde pública", registra o relatório de indiciamento.

As análises de alimentos produzidas pelo Ministério da Agricultura, nas 21 empresas alvos da Carne Fraca, que apontam adulteração em produtos, bem como os grampos que revelam tratativas dos empresários com os fiscais para liberar cargas de produtos enviados para China, Espanha e Itália, foram entregues ao juiz.

"O procedimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento visava constatar análises de fraude e risco sanitário", informou o delegado.

No relatório, os crimes foram separados por alvos e também houve individualização de conduta por unidades alvos da operação. "Tal medida permitirá esclarecer de maneira técnica, na sequência dos fatos relatados, as fraudes e crimes contra saúde pública comprovadas das análises periciais realizadas nas amostras colhidas tanto pelo Ministério da Agricultura, quanto pela Policia Federal."

Organização criminosa

Segundo o delegado, "as investigações demonstraram a existência de uma verdadeira organização criminosa atuante no Mapa/PR, composta por servidores do órgão e empresários sob fiscalização".

Os policiais trabalham na conclusão do cruzamento de dados das quebras de sigilos bancários e fiscais dos investigados - ainda não tornadas públicas - e dos 13 mil grampos telefônicos e telemáticos feitos em 2016, com o material apreendido nas buscas.

São 195 malotes carregados de documentos, agendas, anotações, provas que estão sob análise. Por isso, o relatório ainda é parcial e será aumentado. "As interceptações telefônicas, diligências de campo e laudos periciais evidenciam diversos atos de corrupção e concussão, bem como a associação entre diversas pessoas para atender interesses específicos, tanto das empresas - facilitação em fiscalizações, substituição de fiscais indesejados, agilidade em procedimentos, aprovação de práticas irregulares, assinatura de certificados de remessas de cargas nacionais e internacionais sem a presença do Fiscal, etc - quanto dos servidores, tanto no recebimento de valores como na manutenção em determinados postos estratégicos ou ascensão a cargos superiores."

Núcleos

A PF também dividiu o indiciamento em três núcleos: os dos funcionários do Mapa em Curitiba, os de Londrina e os de Goiás.

Segundo o delegado, a "organização criminosa é liderada por Daniel Gonçalves Filho, que foi superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná por boa parte da investigação". O alvo tem como braço direito, diz a PF, Maria do Rocio Nascimento, "importante contato dos empresários corruptos para realização de atos de interesse das empresas interessadas".

"Diante de todo o exposto, da clara divisão de tarefas para o cometimento de crimes, do fim no lucro ou vantagens especiais (cargos e posições) que também remetem a lucro, da infiltração no Poder Público, da hierarquia estrutural, do alcance regional e nacional, todas características específicas do conceito de organização criminosa e presentes no caso analisado, considerando que Daniel Gonçalves, Maria do Rocio e Gil Bueno, da parte dos servidores públicos corruptos e, de outro lado, Flavio Evers Cassou e Roney Nogueira, da parte das empresas corruptoras, formam o topo da cadeia de comando da referida organização criminosa", afirma o delegado.

Cassou e Nogueira são os homens da JBS e da BRF - maiores empresas do setor alvo da Carne Fraca - entre os indiciados da Operação Carne Fraca.

No caso de Londrina, a PF apontou que "Roney Nogueira dos Santos, diretor de Relações Institucionais da BRF, permitiu detectar que o modo de atuação da empresa no Paraná era repetido em pelo menos mais dois Estados da Federação, Goiás e Minas Gerais". "Em Goiás, constatou-se, além de diversas irregularidades em plantas da empresa no Estado - como a presença de salmonela em produtos alimentícios - a relação espúria com servidores públicos federais lotados no Mapa daquele Estado. Tal relação ficou evidente nos diálogos reproduzidos ao longo deste documento, principalmente tendo Roney e André Luiz Baldisserra, diretor da BRF para o Centro-Oeste à frente das negociações."

O delegado afirmou ao juiz que ficou "claro que a BRF prometeu apoio financeiro para partido político responsável pela indicação de cargos no Mapa, em situação comandada por Dinis Lourenço da Silva, então chefe do Sipoa/Mapa/GO".

Parcial

O juiz federal Marcos Josegrei abriu prazo para que o Ministério Público Federal se manifeste sobre o caso.

No relatório, a PF informa que o volume de informações e peças produzidas na operação - que teve sete bases operacionais, com cumprimento de mais de 150 mandados judiciais - não houve possibilidade de esgotar todas as diligências necessárias no exíguo prazo de 30 dias legalmente estabelecido. "Assim sendo, restam pendentes perícias nas mídias e aparelhos de telefonia celular apreendidos, a análise do material apreendido, bem como reanálise de todos os diálogos interceptados, considerando o conhecimento agora adquirido sobre todas as organizações criminosas, bem como fatos novos que surgem. A bem da verdade, desde a deflagração dos trabalhos, policiais atuam verificando documentos, revisitando as conversas interceptadas, sendo que algumas dessas análises já corroboram as conclusões da investigação."

O delegado informa ainda que serão abertos "novos inquéritos para complementar situações pendentes, que demandam novas diligências, tais como o cometimento de crime de lavagem de dinheiro por alguns investigados ou fatos já conhecidos que não envolviam réus presos, portanto, não tratados aqui neste relatório".

Defensiva

A JBS informou, por meio de assessoria de imprensa, que "opera de acordo com a legislação e mantém rígidos padrões e processos para garantir a qualidade dos seus produtos" e que "não compactua com qualquer desvio de conduta de seus funcionários e tomará as medidas cabíveis".

A BRF informou que "não compactua com práticas ilícitas e refuta qualquer insinuação em contrário". "Ao ser informada da operação da PF, a companhia tomou imediatamente as medidas necessárias para a apuração dos fatos. Essa apuração será realizada de maneira independente e caso seja verificado qualquer ato incompatível com a legislação vigente, a BRF tomará as medidas cabíveis e com o rigor necessário."

A auditoria que o Ministério da Agricultura fez nos 21 frigoríficos que foram alvo da operação Carne Fraca encontrou produtos que poderiam prejudicar a saúde da população. De um total de 302 amostras analisadas, uma tinha a bactéria estafilococo, que pode causar vômito e diarreia, e sete tinham salmonela. Alguns tipos de salmonela também causam esses sintomas, mas não as que estavam nos hambúrgueres.

Todas as amostras com salmonela eram de hambúrguer comercializado como Novilho Nobre, produzido pela Transmeat, cuja linha de produção foi interditada. Já a estafilococo foi encontrada em uma amostra de linguiça da Frigosantos. Nesse frigorífico, o problema foi descoberto nesta quinta-feira (6), por isso as providências ainda estavam em curso, mas a linha também será interditada. Os produtos serão apreendidos e descartados.

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Os fiscais também detectaram, nas salsichas e linguiças dos frigoríficos Peccin e Souza Ramos, uso de ácido sórbico - conservante permitido, mas não em embutidos, pois pode maquiar uso de matéria-prima próxima ao vencimento.

Em 31 amostras, foram encontradas fraudes econômicas, como excesso de água no frango processado pela BRF em sua planta em Mineiros (GO) e no produto da Frango DM, de Arapongas (PR). Nas salsichas da Peccin e da Souza Ramos, havia amido acima do permitido.

Após divulgar os resultados, o secretário executivo da pasta, Eumar Novacki anunciou que, como resultado da auditoria, o ministério iniciou procedimentos para cassar o registro de três frigoríficos: Peccin, Souza Ramos e Central de Carnes - este, por fraudes de caráter econômico, segundo o ministério. Além disso, esses frigoríficos poderão ter problemas na esfera criminal. A pasta vai encaminhar os indícios de crime para a PF e para o Ministério Público.

Defesas

A Transmeat divulgou uma nota técnica na qual explica que o hambúrguer é feito com carne bovina e gordura suína (toucinho), o que é permitido. E, na carne suína, é permitida uma presença mínima de salmonela. O ministério havia informado mais cedo que não é tolerada a presença de salmonela em hambúrgueres.

A Frigosantos informou por nota que a produção "é fundada nos mais rigorosos controles de qualidade e higiene." A BRF e a Frango DM questionaram o resultado e informaram haver solicitado contraprova à Agricultura. A reportagem não conseguiu contato com a Peccin. A Central de Carnes pediu cancelamento de sua inscrição no Serviço de Inspeção Federal (SIF). A Souza Ramos encerrou suas atividades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo da Eslováquia informou que retirou toneladas de carne de frango brasileira de seu mercado, depois que o produto foi alvo de exames que detectaram salmonela e outros problemas. O anúncio foi feito às vésperas de uma reunião nesta segunda-feira (3), entre ministros de Agricultura da Europa para avaliar se devem ou não tomar medidas contra os produtos brasileiros depois da eclosão da Operação Carne Fraca. Os testes foram realizados depois que as autoridades de Bruxelas instruíram cada um dos 28 governos do bloco a manter vigilância sobre os produtos brasileiros.

A decisão do governo eslovaco já havia sido tomada na sexta-feira (31) enquanto o recolhimento dos produtos foi realizado neste fim de semana. "A carne brasileira foi importada para a Eslováquia pela Holanda e Polônia", confirmou a ministra de Agricultura do país, Gabriela Matecna, indicando que o volume chegaria a 21 toneladas. "Nossos veterinários imediatamente ordenaram que a carne fosse retirada do mercado, já que ela tinha sido distribuída a 54 restaurantes", disse, em um comunicado.

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O governo optou por suspender imediatamente as vendas de carnes brasileiras no país. Desde o caso da fraude no Brasil, Bratislava indica que já examinou 341 produtos vindos do País. 17 deles estavam fora dos padrões. "Vamos continuar a fazer as inspeções, focadas em especial em armazéns que são postos de comercialização para consumidores e restaurantes", disse o chefe do serviço veterinário da Eslováquia, Jozef Bires.

"Os exames mostraram que dois produtos de origem brasileira e que estavam implicados no escândalo foram importados, mesmo depois das garantias da UE de que esses produtos não entrariam em nossos mercados", disse a ministra.

De acordo com ela, dos 66 testes sensoriais realizados, dez não foram aprovados e envolviam carne de frango.

O caso eslovaco foi identificado depois que a Europa ordenou que 100% das importações de carnes brasileiras fossem controladas nas fronteiras. Bruxelas quer garantias ainda de que o sistema de controle sanitário no Brasil seja independente.

Depois de reuniões em Brasílias, a Comissão Europeia informará nesta segunda-feira o que ouviu das autoridades brasileiras. O tema será um dos principais entre os ministros de Agricultura. A reportagem apurou que não se espera uma decisão. Mas os comentários dos 28 governos devem ser fundamentais para que a Comissão examine um embargo total.

Por enquanto, apenas as 21 empresas citadas na Operação Carne Fraca estão impedidas de exportar.

No plenário do Parlamento Europeu, o tema também será tratado nesta segunda-feira. Deputados vão questionar a Comissão Europeia sobre as medidas adotadas. Bruxelas admite que deve sofrer pressões por parte de deputados, principalmente de representantes de países exportadores de carne e que competem com o Brasil.

De acordo com documentos obtidos pela reportagem, entre janeiro de 2016 e março de 2017, 55 carregamentos de carnes brasileiras foram detectados com problemas sanitários na Europa.

A Polícia Federal considera ter reunido elementos para indiciar na próxima semana os 37 alvos da Operação Carne Fraca, por supostos crimes de corrupção, advocacia administrativa e fraudes em fiscalizações federais e vai individualizar os apontamentos de supostos crimes à saúde pública e contra o consumidor.

Os investigados são funcionários do Ministério da Agricultura, executivos e donos de frigoríficos e empresas de alimentos processados, entre elas, nomes da JBS e da BRF, alvos das prisões e buscas do dia 17 de março, realizadas em 7 estados: São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.

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Comandada por três delegados da PF, em Curitiba, a equipe da Carne Fraca tem a convicção de ter descoberto um esquema criminoso de indicações políticas, em cargos chaves do Ministério da Agricultura, em especial no Paraná e Goiás, que tinha como contrapartida a obrigação de arrecadar propinas para partidos como PMDB, PP e PDT com empresários do setor de carnes e embutidos.

O delegado Maurício Moscardi Grillo - que trabalha junto com os delegados Roberto Biasoli e William Tito - iniciou o relatório parcial de indiciamento dos alvos para apresentar ao juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal, em Curitiba, até o dia 17 - dos alvos, 26 estão presos preventivamente.

Os policiais trabalham na conclusão do cruzamento de dados das quebras de sigilos bancários e fiscais dos investigados - ainda não tornadas públicas - e dos 13 mil grampos telefônicos e telemáticos feitos em 2016, com o material apreendido nas buscas. São 195 malotes carregados de documentos, agendas, anotações, provas que estão sob análise.

O relatório de indiciamento dos alvos deve trazer, entre outros elementos, as análises de alimentos produzidas pelo Ministério da Agricultura, nas 21 empresas alvos da Carne Fraca, que apontam adulteração em produtos, bem como os grampos que revelam tratativas dos empresários com os fiscais para liberar cargas de produtos enviados para China, Espanha e Itália.

Corrupção sistêmica

A suspeita da polícia é que o esquema descoberto envolvendo fiscais do Paraná, Goiás e Minas Gerais, pode ter sido espelhado nas demais superintendências do Ministério da Agricultura, nos Estados, e nos serviços de inspeção de produtos de origem animal (Sipoas). Nas duas últimas semanas foram ouvidos depoimentos de produtores rurais, agentes públicos e outras testemunhas que indicaram nomes de fiscais, políticos que seriam os responsáveis por suas indicações e fatos específicos de fraudes. O material será enviado aos Estados de origem dos fatos, para abertura de novas investigações.

"É como se fosse uma Lava Jato da área de Agricultura", afirmou um investigador, com acesso aos inquéritos. O ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná Daniel Gonçalves Filho, apontado na Carne Fraca como um dos líderes do esquema e preso desde o dia 17, iniciou negociação com a polícia para fazer um acordo de delação premiada e pode ampliar o foco da Carne Fraca.

Sob ataque

O impacto da operação no mercado internacional, decorrente da forma como ela foi divulgada no dia da deflagração, provocaram um efeito devastador nas vendas de carnes e embutidos nacionais. Nas últimas duas semanas, as exportações despencaram, fruto de embargos dos países compradores, o consumidor nacional ficou apavorado e governo e setor produtivo reagiram duramente.

Em 12 anos de Polícia Federal, o delegado Maurício Moscardi vive seu momento de maior tensão da carreira. Desde o dia em que comandou a deflagração da Carne Fraca, ele virou o principal alvo dos ataques contra a operação, inclusive de entidades de classe da polícia.

Fuzilado publicamente por ter gerado prejuízos - ainda incalculáveis - à cadeia produtiva de carnes e embutidos do Brasil, Moscardi fechou a porta da sala 211, no segundo andar da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, para a imprensa. Tem evitado atender jornalistas e vira as noites acordado para concluir o relatório de indiciamento dos alvos - três deles ligados a BRF e JBS.

Os bloqueios internacionais à carne brasileira anunciados nos quatro cantos do hemisfério fizeram o presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, acusarem publicamente a PF de erros na condução da operação. Coordenador da Carne Fraca e também um dos cabeças da Operação Lava Jato, não é a primeira vez que o delegado vira alvo de ataques.

Em 2013, ele conduziu a Operação G7, deflagrada no Acre, que levou para cadeia empresários e pessoas do governo do Estado ligados ao governador Tião Viana (PT). No escândalo Petrobrás, ele também foi alvo de dossiê que o acusava de agir politicamente contra o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto com outros delegados da força-tarefa.

A interlocutores próximos, Moscardi tem dito que a conclusão do inquérito provará que há riscos decorrentes da corrupção que a Carne Fraca investiga, no Ministério da Agricultura. E que houve falha na interpretação da imprensa sobre as afirmações que fez sobre uso de papelão nas linhas de produção das empresas alimentícias, uso de substâncias cancerígenas se aplicas em altas doses e sobre os riscos à saúde. E tem negado erros nas investigações.

Em palestra na última semana, o delegado falou sobre os ataques. "Críticas virão, mas devemos ter foco no trabalho. Meu trabalho visa atender à coletividade e a sociedade como um todo. Não são fáceis as críticas, mas tenham a certeza que trabalharei sempre para melhorar nosso País. Se precisar ser criticado muitas vezes mas tiver a certeza que a vida dos brasileiros irá melhorar, continuarei neste caminho. Aprender a lidar com críticas faz parte do jogo."

Defensiva

A JBS informou, por meio de assessoria de imprensa, que "opera de acordo com a legislação e mantém rígidos padrões e processos para garantir a qualidade dos seus produtos" e que "não compactua com qualquer desvio de conduta de seus funcionários e tomará as medidas cabíveis".

A BRF informou que "não compactua com práticas ilícitas. "Ao ser informada da operação da PF, a companhia tomou imediatamente as medidas necessárias para a apuração dos fatos. Essa apuração será realizada de maneira independente e caso seja verificado qualquer ato incompatível com a legislação vigente, a BRF tomará as medidas cabíveis e com o rigor necessário". Informou ainda que "todas as medidas tomadas pela empresa e seus técnicos estão plenamente de acordo com os mais elevados níveis de governança e compliance e de forma nenhuma ferem qualquer preceito ético ou legal do Brasil e dos países para os quais ela exporta seus produtos".

O PMDB afirmou que não autoriza ninguém a falar em nome do partido e que está à disposição da justiça para qualquer esclarecimento.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, corrigiu nesta noite de quarta-feira, 29, o equívoco do presidente Michel Temer (PMDB), que, momentos antes, em cerimônia no Planalto, anunciou a reabertura do mercado do Irã à carne brasileira. "Tecnicamente não houve embargo do Irã à carne brasileira, houve suspensão dos abates", disse.

Maggi explicou que pelo fato de o Irã ser um país islâmico e ter um procedimento de abate diferenciado, chamado de halal, que é feito pelos próprios membros dessa religião dentro dos frigoríficos, o processo foi suspenso durante a Operação Carne Fraca.

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O secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Rangel, lembrou que o Irã havia apenas pedido informações ao Brasil sobre os problemas relativos às investigações e que o fluxo de comércio de carnes entre os dois países deve ser retomado ainda esta semana. Maggi, que participou de um evento de assinatura do novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa), disse que a Operação Carne Fraca não influenciou no decreto assinado hoje por Temer.

O ministro reafirmou que, apesar do fim das suspensões de importações anunciado por vários países, a União Europeia (UE) ainda cobra explicações do governo brasileiro sobre as investigações em frigoríficos envolvidos e ainda a ação de fiscais agropecuários. "A União Europeia quer saber a extensão de envolvimento dos 33 técnicos do ministério", relatou.

Maggi confirmou ainda que ele e o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, farão missões a grandes países importadores de carne brasileira.

Há risco de a União Europeia endurecer os controles sobre a importação de carnes e derivados do Brasil, disse na terça-feira (28) o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, após reunir-se com o comissário europeu para Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis. "Ele me disse claramente: há uma pressão muito forte por parte de países-membros, que querem uma atitude mais dura por parte da Comunidade Europeia", relatou. "Ele está tentando nos ajudar, então cabe a nós, agora, sermos muito proativos nesse processo."

Na reunião, o europeu propôs a Maggi a realização de uma auditoria externa no sistema de controle sanitário brasileiro. "Por mim, não tem problema", disse o ministro. Ele disse que vai analisar o assunto.

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Desde que a Polícia Federal deflagrou a operação Carne Fraca, a Europa manteve seu mercado aberto para o produto brasileiro, com exceção daqueles exportados pelos 21 frigoríficos que foram alvo da operação. Porém, ainda restam muitas dúvidas e há países insatisfeitos.

"Por enquanto, vamos manter a fiscalização reforçada nos pontos de entrada e enviar auditorias assim que possível", disse o comissário. Ele acrescentou que haverá uma nova reunião na quinta-feira para prosseguir com o detalhamento das medidas adotadas pelo governo. De posse dessas informações, e também de exames que os europeus estão fazendo com a carne brasileira, "vamos reavaliar medidas conforme as coisas forem evoluindo."

Para Andriukaitis, é preciso reassegurar aos europeus que eles podem confiar no sistema de controle sanitário oficial. "Nos controles oficiais independentes", disse frisando a última palavra. "A suspeita de corrupção é inaceitável. Ainda mais quando diz respeito à saúde das pessoas, aqui e na Europa."

O comissário disse esperar que as autoridades brasileiras implementem ações corretas para restaurar a credibilidade rapidamente: "Está nas mãos deles."

Questionado se o Brasil está num bom caminho para recuperar a confiança, ele disse que ainda é difícil determinar se o problema no controle sanitário brasileiro é pontual ou sistêmico. Mas que, até o momento, está satisfeito com as medidas adotadas pelo governo brasileiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A JBS, maior processadora de carnes do mundo, informou nesta quarta-feira (29), que concederá férias coletivas de 20 dias, a partir da próxima segunda-feira (3), para 10 de suas 36 unidades de abate de bovinos no Brasil - uma em São Paulo, três em Mato Grosso do Sul, uma em Goiás, quatro em Mato Grosso e uma no Pará. As férias coletivas podem se estender por mais dez dias.

Segundo a empresa, a medida é necessária em virtude das suspensões temporárias impostas à carne brasileira por alguns dos principais países importadores, assim como pela retração nas vendas de carne bovina no mercado interno nos últimos dez dias.

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A companhia afirmou, em nota, que é imprescindível ajustar os volumes de produção para normalizar os níveis de estoques de produtos destinados ao mercado interno, assim como reescalonar a programação de embarques de produtos para os clientes do mercado externo que ficaram represados durante esse período, de forma a não sobrecarregar os sistemas de recebimento e estocagem dos mesmos.

Na terça, a empresa afirmou que havia retomado os abates, após suspender por três dias a produção de carne bovina em 33 das 36 unidades e que reavaliava a retomada da capacidade produtiva, após o fim dos bloqueios temporários de importadores, como China, Chile, Egito e Hong Kong.

Atualmente, as unidades operam com uma redução de 35% na sua capacidade de produção. Maior produtora de carnes do mundo, a JBS tem uma capacidade diária de abate de bovinos no Brasil estimada em cerca de 35 mil cabeças de gado, o equivalente a mais de 40% da produção brasileira.

As ações da empresa são reflexos direto da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, deflagrada em 17 de março e que acabou resultando na redução da demanda por carne, principalmente pelo bloqueio das exportações.

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