Os postulantes João Paulo (PT) e Fernando Bezerra Coelho (PSB) fizeram questão de rebater a colocação da adversária, Albanise Pires (PSOL), que colocou os partidos como defensores das mesmas teses e candidaturas. Ao participarem de um debate para candidatos a senador, promovido pelo Clube de Engenharia de Pernambuco, nesta terça-feira (29), os ex-aliados não pouparam ironias e críticas um contra o outro e afirmaram ser inviabilizada "qualquer aproximação futura do PT com o PSB".
Levando em consideração que alguns brasileiros ainda não absorveram a ruptura entre as duas siglas, João Paulo sugeriu ser esta eleição é o estopim para fechar as portas de diálogo entre PSB e PT. "A sociedade não absorveu esta ruptura com o governo do PT. Será que nós com esta eleição, vamos fechar todas as portas do nosso relacionamento? Pode ser que sim. Tem relações na política que não tem como conciliar mesmo. Não se pode querer ser um cínico na política. Tem relações que vão se romper mesmo, no ponto de vista da política", ponderou.
##RECOMENDA##Ironizando o petista, Bezerra Coelho alertou aos presentes pela diferença entre as legendas e não poupou críticas contra a gestão do adversário na administração da Prefeitura do Recife. "É uma enorme diferença (entre o PT e o PSB). E a comparação que a gente pode fazer é que foram 12 anos de PT na prefeitura do Recife e apenas uma do PSB que se inicia. Nos primeiros quatro anos de João Paulo o investimento foi inferior a R$500 milhões e no primeiro ano de Geraldo mais de R$500 milhões", exemplificou o socialista.
Com o debate acalorado e deixando a entender que tinha esperança de retomar a aliança com os socialistas, João Paulo elencou os posicionamentos de Bezerra Coelho como "um esforço de tentar inviabilizar qualquer aproximação futura do PT com o PSB". "Este tipo de ataque a Dilma e a nossa gestão que eles participaram e foram beneficiados com secretarias, o desqualifica para relações futuras da política", cravou.
Reforçando a tese do "novo ciclo político", o candidato socialista afirmou que as críticas a Dilma e ao adversário não são para desqualificar. "É preciso falar menos e fazer mais. Não desqualifico ninguém, apenas mostro a verdade dos fatos da administração petista. O PT é muito bom de fala, mas muito ruim de entrega e realização. Ele é muito rápido em querer adjetivar o debate político, mas faltam substantivos ao que ele fala", alfinetou.
João Paulo ainda afirmou que talvez seja pela falta de identidade política que a candidatura do PSB esteja "patinando tanto". " Antes Dilma era a princesa, era a rainha, porque ela fez muito por Pernambuco. Depois só vieram críticas. Agora uma crítica a Lula ele (Eduardo Campos) não faz e nós (PTB e PT) não vamos ter política nenhuma diferente que possa desconstruir o governador Eduardo Campos".