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O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) negou habeas corpus ao presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, preso em caráter preventivo desde sexta-feira (19) quando foi deflagrada a Erga Omnes, 14ª fase da Operação Lava Jato. O empreiteiro está sob suspeita de formação de cartel e corrupção e foi preso por ordem do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Lava Jato.

"Com efeito, ao menos em juízo preliminar, comum às tutelas emergenciais, não vejo motivos para interferir liminarmente na compreensão registrada pela autoridade coatora", afirmou o desembargador João Pedro Gebran Neto ao indeferir o pedido de habeas corpus em favor de Otávio Marques de Azevedo. "Estão presos alguns dos líderes do esquema criminoso instalado no seio da Petrobras", assinala o desembargador.

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"Embora sejam muitos os envolvidos, alguns soltos e outros presos, a cessação das atividades ilícitas somente ocorrerá com a segregação dos principais atores. Eventual soltura permitirá a reorganização das atividades ilícitas, que foram praticadas até mesmo durante o ano de 2014, quando a 'Operação Lava Jato' já estava em curso, inclusive com a prisão de alguns dos líderes. O papel de proeminência dentro do grupo criminoso tem sido um dos critérios adotados pelo juízo da origem, o qual merece ser privilegiado por esta Corte Regional", sustentou o desembargador.

João Pedro Gebran Neto é taxativo: "Não se trata, portanto, de prisão para confissão ou delação, como querem fazer crer alguns, tampouco de juízo arbitrário ou seletivo. Há critérios para a decretação das prisões, os quais se fundam na garantia da ordem pública."

A defesa do executivo informou à Justiça que, nos últimos anos, Otávio Azevedo não se envolveu com questões referentes à construção civil, 'dedicando-se, exemplificativamente, à fusão entre a Oi e a Portugal Telecom'. Os advogados que o representam afirmaram, entre outros pontos, que nenhum dos delatores citou o nome de Otávio Azevedo como contato na empresa Andrade Gutierrez, que a venda de um barco ao lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador de propina foi legal e lícita, tendo sido tudo declarado às autoridades competentes, inclusive à Receita Federal, em 2012. O habeas corpus é subscrito por um grupo de criminalistas, entre eles o renomado advogado Edward Costa de Carvalho, estabelecido em Curitiba (PR).

Segundo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Lava Jato, a empreiteira Andrade Gutierrez pagava propina ao PMDB e ao PP em contratos da sua área, por meio do lobista Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano - preso desde dezembro de 2014, pela Lava Jato. Em declaração prestada aos delegados federais da força-tarefa, Costa afirmou que o suposto operador peemedebista chegou a manter US$ 4 milhões à sua disposição no exterior.

"Vale anotar, por oportuno, que não há somente os depoimentos dos delatores que reforçam os indícios de participação de Otávio Marques de Azevedo no esquema criminoso, mas outros elementos de convicção", afirmou Gebran Neto. "A reiteração das condutas delituosas demonstra não só a indiferença do paciente perante o direito, mas também revela maior risco à ordem pública e à necessidade de cessar a atividade criminosa."

Segundo revelou Costa, os valores "cobrados e geridos" por Fernando Baiano em nome da Andrade Gutierrez mudaram de mãos a partir de 2008 ou 2009. Até lá, a empreiteira tratava diretamente com o doleiro Alberto Youssef, operador do PP na Abastecimento.

Costa contou que a empreiteira, mesmo após "ganhar algum contrato" sob responsabilidade de sua diretoria "custava a depositar o valor devido ao PP". Com a substituição de Youssef por Fernando Baiano, o PMDB passou a ser contemplado com a propina. O delator apontou ainda a "proximidade" do lobista com empreiteiro Otávio Azevedo.

O criminalista Edward Rocha, que defende Otávio Azevedo diz que está estudando as medidas adequadas que serão tomadas. "Lutaremos até o fim pela soltura de uma pessoa inocente. Não existe absolutamente nenhum fundamento para a prisão preventiva. A decisão que nega a liminar não aborda nenhum dos fundamentos para prisão preventiva, porque eles não existem", afirmou o criminalista.

O grupo Andrade Gutierrez manifestou, por meio de comunicado publicado em jornais, sua "profunda indignação" com a "desnecessária e ilegal" prisão dos executivos Otávio Azevedo e Elton Negrão, e dos ex-executivos Paulo Dalmazzo e Antônio Pedro Campello Dias.

"O grupo reafirma que nunca participou de qualquer cartel e que não existem fundamentos objetivos ou provas concretas que justifiquem essas prisões", informou a companhia.

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Sobre as investigações da Operação Lava Jato, a Andrade Gutierrez esclareceu que desde o início vem colaborando com a Justiça e que "não há nada contra Otávio Azevedo e Elton Negrão". A empresa esclarece, inclusive, que Azevedo jamais exerceu a função de presidente da construtora, ao contrário do que consta na decisão judicial.

A Andrade Gutierrez diz que os nomes de Azevedo e Negrão não foram mencionados nos depoimentos dos delatores e que a venda da lancha feita por Azevedo a Fernando Soares foi uma transação comercial, registrada nos órgãos competentes, e já havia sido informada à Polícia Federal. Sobre Elton Negrão, o grupo ressalta que não foram encontradas provas sobre irregularidade no contrato de prestação de serviço com a empresa Riomarine, em 2008.

"Causa espanto o argumento de que as prisões foram decretadas para garantir a ordem pública e evitar a repetição de atos ilícitos, uma vez que as empresas investigadas continuam prestando serviços para a administração pública", pontuou a Andrade Gutierrez.

A empresa destacou ainda que a prisão dos ex-executivos Paulo Dalmazzo e Antônio Pedro Campello Dias seguiu o mesmo padrão de falta de provas e "considera inadmissíveis as prisões com base em presunções genéricas e depoimentos inverídicos". A Andrade Gutierrez afirma ainda que está prestando todo o apoio aos executivos, ex-executivos e suas famílias.

Apontado pela Operação Lava Jato como diretor da empreiteira Andrade Gutierrez, Flávio Lúcio Magalhães depôs na segunda-feira (22) na Polícia Federal, e negou que tivesse ocupado o cargo. Magalhães foi preso pela Operação Erga Omnes, 14ª fase da Lava Jato, sexta-feira (19) sob suspeita de ter integrado o esquema de corrupção e propinas que se instalou na Petrobrás entre 2003 e 2014.

"Ele (Flávio Lúcio) foi preso sob acusação de ter sido diretor da Área Internacional da Andrade Gutierrez, mas nunca foi diretor da empresa. Ele nunca foi executivo da empresa, nem nunca foi nem funcionário da Andrade Gutierrez", declarou o advogado criminal Guilherme San Juan Araújo, sócio do San Juan Araújo Advogados, defensor do investigado.

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Para San Juan, "houve um equívoco". "A afirmação de que ele (Flávio Lúcio) ocupou tais cargos na Andrade Gutierrez é completamente equivocada. Esse homem está preso por um tremendo engano", disse Guilherme San Juan Araújo.

O advogado não comentou sobre o que a PF tem contra seu cliente. "Como tenho um respeito absoluto ao sigilo dos autos não posso comentar mais detalhes. Apenas faço questão de ressaltar que meu cliente nunca ostentou qualquer cargo na Andrade Gutierrez."

"Perplexo". "Pasmo". "Incrédulo". Esses foram alguns dos adjetivos utilizados por presidentes de empresas para definir a reação diante da prisão do presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht. Herdeiro de uma dinastia de empreiteiros, o empresário é neto de Norberto Odebrecht, que fundou o grupo em 1944, e filho de Emílio Odebrecht, que presidiu a companhia até 2001.

Marcelo Odebrecht é considerado um dos homens de negócios mais bem formados e influentes do Brasil e sob sua gestão o grupo atingiu a marca de R$ 100 bilhões em faturamento. Arrojado, foi ele o responsável por fazer a empresa avançar na petroquímica, com a consolidação da Braskem, na construção de grandes hidrelétricas, e na internacionalização, abrindo novos canteiros de obras em 21 países, incluindo os controversos Cuba e Venezuela, onde o grupo atua com apoio financeiro do BNDES. Sua fortuna pessoal, avaliada em R$ 15 bilhões, o coloca na lista dos 10 mais ricos do País, segundo levantamento do banco UBS em parceria com a Wealth-X.

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Não foi à toa que a notícia de sua prisão ontem causou um furor em investidores no Brasil e também pelo mundo. As ações da Braskem caíram 9%. Os títulos externos, que somam R$ 30 bilhões, também foram afetados.

Os bancos fizeram as contas e fecharam as torneiras imediatamente. Os concorrentes já começam a falar em fim do modelo de concessões, proposto há pouco menos de um mês pela presidente Dilma Rousseff.

O baque sobre os ânimos dos executivos do setor leva em consideração justamente a teia de conexões do empresário, bem como o peso e a influência dos negócios do grupo. "Se prenderam o Marcelo, eles devem ter muito mais do que batom na cueca: têm fotos, filmes, digitais, têm de tudo", disse o presidente de uma grande empresa. "Se uma Odebrecht tiver problemas, ela vai levar tudo com ela: bancos, empresas, governo. Vai ser um arrastão."

Um ex-executivo da companhia vaticina: "Se ele quiser, derruba todo mundo. Tudo que está aí". "Mas não acredito que vá fazer", afirma, lembrando a passagem de Ailton Reis, um diretor da Odebrecht que, por volta de 1994, teve uma série de documentos que poderiam comprometer a construtora apreendida em sua casa, em Brasília. Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Anões do Orçamento, que investigava propinas pagas a parlamentares para obtenção de emendas, Ailton foi firme, apesar dos documentos, segundo esse executivo.

"A Odebrecht cuida de seus funcionários, dá suporte à família, paga os melhores advogados." A empresa não teve nenhuma acusação confirmada.

Bancos

Ontem (19), o temor entre executivos era de que os bancos restrinjam ainda mais a oferta de crédito - não só para Odebrecht e Andrade Gutierrez, agora alvos da Lava Jato, mas para todo o setor. "Vai ficar mais difícil para a infraestrutura", disse o executivo de uma companhia que não é investigada, mas atua na área. Executivos de bancos confirmaram o temor: "A redução de crédito tende a ser generalizada", disse um deles. Já um executivo que teve a empresa investigada nas primeiras fases lamentava: "Se tivesse sido todo mundo junto no começo, não teria afetado ninguém. Mas dividiram... nós já sofremos e agora são eles que vão sangrar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A empreiteira Andrade Gutierrez emitiu nota oficial nesta sexta-feira, 19, e declarou que 'não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato'. O presidente da empreiteira, Otávio Azevedo, e os executivos César Ramos Rocha e Flávio Lúcio Magalhães, também da empresa, estão entre os presos da 14ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela manhã. Há ainda outro executivo da empreiteira com mandato a ser cumprido pela Polícia Federal.

"A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato, e espera poder esclarecer todas os questionamentos da Justiça o quanto antes", diz trecho da nota. "A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. Este tem sido, inclusive, o procedimento da companhia desde o início das investigações, atendendo a convocações da Justiça ou comparecendo voluntariamente para apresentar documentos e prestar esclarecimentos, causando estranheza as prisões."

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Azevedo será levado ainda hoje para Curitiba, sede das investigações. A expectativa é que todos os presos cheguem a Curitiba às 18h.

Segundo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, a empreiteira Andrade Gutierrez pagava propina ao PMDB e ao PP em contratos da sua área, por meio do lobista Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano - preso desde dezembro de 2014, em Curitiba.

Em declaração prestada aos delegados federais da Operação Lava Jato, Costa afirmou que o suposto operador peemedebista chegou a manter US$ 4 milhões à sua disposição no exterior.

"Deste montante, entre US$ 2 milhões e US$ 2,5 milhões eram oriundos de valores pagos pela Andrade Gutierrez", afirmou Costa, em depoimento no dia 5 de setembro de 2014.

O presidente da Construtora Norberto Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foi preso na manhã desta sexta-feira, 19, pela Polícia Federal, nas mais recente fase da operação Lava Jato. Também foi detido Otávio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez. A ação da PF em duas das maiores empreiteiras do Brasil também prendeu os executivos Márcio Farias, Alexandre Alencar e Rogério Araújo, da Odebrecht.

Todos os detidos estão sob suspeita desde setembro do ano passado, quando foram citados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras como responsáveis pelo pagamento de US$ 23 milhões de propina da Odebrecht para uma conta aberta na Suíça.

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Batizada da Operação Erga Omnes, a nova fase cumpre 59 mandados judiciais em quatro Estados - 38 mandados de busca e apreensão, nove mandados de condução coercitiva, oito mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária. Cerca de 220 policiais federais participam da operação. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.

Investigadas na operação Lava Jato, da Polícia Federal, as empresas Alumni Engenharia, GDK, Promon Engenharia, Andrade Gutierrez, Fidens Engenharia, Sanko Sider, Odebrecht, Odebrecht Óleo e Gás, Odebrecht Ambiental e SOG Óleo e Gás são alvo agora de processo administrativo de responsabilização, aberto nesta quarta-feira (11) pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Caso a CGU confirme que as dez empresas tiveram participação em esquemas de corrupção em contratos com a Petrobras, elas poderão ficar impedidas de celebrar novos contratos com o poder público, estarão sujeitas a aplicação de multas e outras penalidades na esfera administrativa. De acordo com a CGU, há possibilidade de novos processos serem abertos contra outras empresas investigadas na Lava Jato.

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Em dezembro, a CGU já havia instaurado processos semelhantes contra oito empresas envolvidas no esquema de corrupção em contratos com a Petrobras investigado pela Operação Lava Jato: Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Iesa, Mendes Junior, OAS, Queiroz Galvão e UTC-Constran. Além disso, os executivos dessas empresas, alguns presos preventivamente na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, são réus em ações penais que tramitam na Justiça Federal no Paraná.

A Andrade Gutierrez publica comunicado nesta segunda-feira (26) nos jornais a respeito de notícias veiculadas na imprensa envolvendo o executivo Otavio Azevedo com o esquema de corrupção na Petrobras. Segundo a empresa, desde o seu ingresso na Andrade Gutierrez o executivo atuou na área de telecomunicações e mais tarde assumiu a presidência do grupo de infraestrutura, do qual faz parte a construtora. "Dessa forma é importante esclarecer que o executivo não exerceu nem exerce atualmente cargo na Construtora Andrade Gutierrez", afirma.

A companhia destaca ainda que a relação entre Azevedo e Fernando Soares ou Fernando Baiano, como é conhecido, envolvido no escândalo da Petrobras, se deu exclusivamente na venda de uma lancha - bem que encontrava-se à venda e teve Fernando como interessado. A empresa afirma que a transação foi devidamente registrada nos órgãos competentes e seus valores recebidos e declarados à Receita Federal, assim como registrada a transferência na Capitania dos Portos apenas após a efetivação do pagamento integral da lancha.

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"Antes mesmo que o assunto fosse divulgado pela imprensa e que Fernando Soares prestasse depoimento à PF, a informação sobre essa transação comercial tinha sido informada à Polícia Federal pelo próprio Otavio Azevedo", diz. Segundo a empresa, essa foi a única transação comercial realizada entre os dois não existindo mais nenhum "negócio em comum" como foi divulgado pela imprensa, com base no depoimento de Paulo Roberto Costa", afirma.

A empresa esclarece ainda que Fernando Soares manteve sim diversos contatos comerciais com a Construtora Andrade Gutierrez, sempre representando grupos de infraestrutura internacionais, com a intenção de realizar projetos em conjunto. Segundo a companhia, esses contatos já foram confirmados pela empresa no passado. "No entanto, nenhum projeto chegou a ser devidamente efetivado, mas foram sim estudados por ambas as partes", afirma.

A companhia diz ainda que causa estranheza o teor e as circunstâncias das informações nas quais a Andrade Gutierrez e seus executivos têm aparecido nos depoimentos seletivamente vazados para a imprensa nos últimos meses e destaca que em todos os contextos nunca há uma acusação direta. A empresa destaca que são sempre declarações que iniciam com expressões do tipo "ouvi dizer"; "acredito que seja"; "alguém comentou"; "era sabido por outros".

"Diante desse cenário, repudiamos veementemente a tentativa de - apenas por meio de ilações - nos envolver nos fatos hoje investigados pela Operação Lava Jato. A insistência em nos envolver nos fatos em tais atos parece ser fruto de uma necessidade de nos incluir na lista do cartel, independente da existência de culpa e, menos ainda, de provas", afirma.

A empresa lembra que em depoimentos de Alberto Youssef e Fernando Soares, já vazados à imprensa, o primeiro deixa claro que não tratava de nenhuma assunto com a Andrade Gutierrez e seus executivos e o segundo declarou que manteve contato comercial com a empresa (fato já confirmado pela AG), mas que nunca intermediou pagamento de valores da AG para o referido esquema de favorecimento a partidos políticos.

Por último, a Andrade Gutierrez reitera que a empresa e seus executivos nunca participaram de nenhum esquema de favorecimento envolvendo partidos políticos e a Petrobras. "O contratos em que a Construtora AG figura como parte foram conseguidos com estrita observância das regras e legislação aplicável", diz no comunicado.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Operação Lava Jato, afirmou que a empreiteira Andrade Gutierrez pagou propinas para o PMDB. Segundo Costa, os valores foram "cobrados e geridos" pelo empresário Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como lobista e operador do partido no esquema de corrupção que se instalou na estatal petrolífera.

O delator afirmou à Polícia Federal, em relato de 7 de setembro de 2014, que a partir de 2008 ou 2009 a cobrança à Andrade Gutierrez passou a ser feita por Fernando Baiano, não mais pelo doleiro Alberto Youssef - personagem central da Lava Jato. Paulo Roberto Costa contou que a empreiteira, mesmo após "ganhar algum contrato" sob responsabilidade de sua diretoria "custava a depositar o valor devido ao PP".

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Costa foi indicado para o comando da Abastecimento em 2004 pelo então deputado José Janene (PP/PR), morto em 2010. O PP, segundo o delator, era o destinatário de porcentual sobre contratos fraudulentos afetos à Diretoria de Abastecimento.

Com a substituição de Youssef por Fernando Baiano, o PMDB passou a ser contemplado com a propina.

Ele relatou que Fernando Baiano mantém "proximidade" com o empreiteiro Otávio Azevedo, presidente da holding Andrade Gutierrez. Ele declarou ainda que o lobista "tem algum negócio em comum" com Azevedo.

Andrade Gutierrez

Em nota, a Andrade Gutierrez contestou com veemência a versão do delator da Lava Jato. A empresa afirmou que nunca fez parte de qualquer acordo de favorecimento envolvendo partidos políticos.

Leia a íntegra do esclarecimento da Andrade Gutierrez:

"A Andrade Gutierrez nega e repudia as acusações - baseadas em ilações e não fatos concretos - feitas pelo sr. Paulo Roberto Costa em seu depoimento divulgado hoje (23) e afirma, como vem fazendo desde o início das investigações, que nunca fez parte de qualquer acordo de favorecimento envolvendo partidos políticos, a Petrobrás e a empresa. Cabe lembrar que em depoimentos já concedidos à Polícia Federal pelos srs. Alberto Youssef e Fernando Soares e divulgados pela imprensa, os mesmos deixaram claro que não há qualquer envolvimento da companhia e seus executivos com os assuntos relacionados às investigações da Operação Lava Jato. A Andrade Gutierrez reitera mais um vez que não tem ou teve qualquer envolvimento com os fatos relacionados com as investigações em curso."

Fernando Baiano

Em depoimentos à Polícia Federal, Fernando Baiano negou que tenha pago propina na Petrobras. O criminalista Nélio Machado, que o defende, afirmou que só vai se manifestar sobre o teor dos depoimentos de Paulo Roberto Costa no âmbito de seu acordo de delação após ter acesso à íntegra do teor dos depoimentos.

PMDB

O partido vem negando que tenha participado do esquema de pagamento de propinas na Petrobras e também nega que Fernando Baiano seja operador da sigla.

A empresa de infraestrutura Andrade Gutierrez encerra, nesta sexta (30), as inscrições para o Programa Internacional de Trainees. Para participar da seleção, a empresa exige que os candidatos sejam formados a partir dezembro de 2011 ou que ainda irão concluir curso de nível superior até dezembro de 2013. Além disso, os interessados devem ter conhecimentos no pacote office, inglês avançado e disponibilidade para trabalhar em outras cidades do Brasil e do mundo.

Na seleção, haverá testes online e presenciais (dinâmica/entrevista, testes/business game), e entrevista final. Os aprovados começam a trabalhar no 1º dia útil de janeiro e a duração do programa é de 18 meses.

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A Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados do Rio investiga se uma retroescavadeira da empresa Andrade Gutierrez, usada na construção da Transcarioca, obra da prefeitura, foi a responsável pelo rompimento de um cano da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) em Vicente de Carvalho, zona norte da capital fluminense.

O incidente foi por volta das 4 horas, na Avenida Vicente de Carvalho, no entroncamento com a Rua Pastor Martin Luther King. O vendedor Edson Barreto, de 47 anos, morador do residencial Vicente de Carvalho, que fica em frente à obra, afirmou que não acordou com o barulho, mas o porteiro interfonou para moradores retirarem automóveis que poderiam ser inundados. Os carros estavam em frente ao conjunto de prédios. "Para fazer essa obra, eles tinham de ter planta da Cedae. Mas fazem de qualquer jeito", criticou. No momento, equipes da Cedae estão no local que ainda está com bastante água.

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O ministro do Trabalho da Argentina, Carlos Tomada, anunciou nesta sexta-feira a tentativa de uma medida de conciliação para a Vale. Até o dia 11, a Vale tem de fechar um acordo sobre o futuro dos trabalhadores do projeto de potássio Rio Colorado. Durante este período, Vale e suas empresas contratadas, como Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Techint, além de outras companhias menores, estão proibidas de demitir qualquer empregado.

Na segunda-feira (11), a Vale informou a suspensão da implementação do projeto Rio Colorado, na Argentina. Na ocasião, a companhia anunciou que comunicou ao governo argentino que, "no contexto macroeconômico atual, os fundamentos econômicos do projeto não estão alinhados com o compromisso da Vale com a disciplina na alocação de capital e criação de valor".

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Nesta sexta-feira, a empresa não compareceu à audiência convocada pelo Ministério do Trabalho do país. A reunião havia sido marcada nesta quarta-feira (13), para as 10 horas desta sexta-feira. Porém, a direção da Vale na Argentina pediu para postergar a audiência para as 15 horas. A companhia havia se comprometido a dar explicações sobre o futuro dos empregados do projeto Rio Colorado. O governo argentino havia pedido o pagamento de um ano de salário.

O governador de Mendoza, Francisco Perez, afirmou que estuda rescisão do contrato de concessão da Vale. Perez disse que se, a companhia quiser vender a concessão, tem de trazer a proposta para a mesa de negociação. "Que traga à mesa", disse. Tanto ele quanto Tomada e o ministro do Planejamento, Julio De Vido, expressaram que a ausência da Vale na audiência desta sexta-feira foi um desrespeito ao país e aos argentinos. "A audiência estava marcada para as 10 da manhã e, a pedido da Vale, postergamos para as 15 horas, mesmo assim, nenhum representante da companhia apareceu, nem deu nenhuma justificativa", disse o ministro do Trabalho da Argentina. As autoridades argentinas afirmaram que a Vale descumpre todas as normas trabalhistas de investimentos e ambientais.

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