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A irmã da ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, Anielle Franco comemorou em suas redes sociais o anúncio feito, nesta quinta-feira (10), pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckimin (PSB) de que ela integrará a equipe de transição do presidente eleito Lula (PT). 

Em suas redes ela se disse muito honrada pelo convite feito pela equipe do presidente eleito Lula e pontuou os desafios a serem superados nas pautas de políticas públicas para as mulheres brasileiras, especialmente as negras. "Recebi muito honrada o convite para integrar a equipe de transição do Gov @LulaOficial , mas ciente da grande responsabilidade e dos desafios postos, após os últimos anos de retrocesso de direitos das mulheres, sobretudo das mulheres negras, cis e trans, indígenas e quilombolas".

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  A escritora também fez questão de ressaltar o legado de sua irmã, assassinada em 14 de março de 2018. "Importante ressaltar que não adentro a equipe de transição sozinha, chego com o legado de Marielle e com a trajetória das mulheres negras. Isso mostra que somos muito maiores que qualquer discurso de ódio, desinformação e violências", frisou.

  A defesa pelo protagonismo feminino nos espaços de poder também fez parte das mensagens publicadas nas redes sociais por Anielle. "Também é importante que nós, mulheres e pessoas negras, estejamos em todos os espaços de decisão de forma transversal. Somos qualificadas para estar em todos ministérios e secretarias. Vamos construir o Brasil do futuro, da esperança, para todas, todes e todos", celebrou. "São muitos desafios mas trabalharemos pelos direitos de todas as mulheres", completou.

O grupo técnico que discutirá políticas para as mulheres da equipe de transição de Lula tem nomes como Roseli Faria, Roberta Eugênio, Maria Helena Guaresi, Eleonora Menecutti e Aparecida Gonçalves.

Sobre Anielle Franco

Anielle Franco, 37 anos, nasceu no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro. A irmã da vereadora assassinada no Rio foi quem organizou o livro "Cartas para Marielle" e dirige o Instituto Marielle Franco, que foi criado em homenagem a ex-vereadora após a sua morte.

Ela tem mestrado em Jornalismo e em Inglês pela Universidade da Flórida A&M e atualmente é mestranda em Relações Étnico-Raciais pela UFRJ. Anielle é bacharel em Jornalismo e em Inglês pela Universidade Central da Carolina do Norte e é bacharel-licenciada em Inglês/Literaturas pela UREJ.

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A irmã da vereadora Marielle Franco (PSOL), Anielle Franco, informou durante entrevista ao El País que tem planos de se filiar ao partido da irmã assassinada e, possivelmente, se candidatar à vereadora do Rio de Janeiro nas próximas eleições de 2020.

“Estou pensando em me candidatar à Câmara de Vereadores do Rio, mas ainda faltam algumas conversas. Até o final do ano, me decidirei”, afirmou Anielle, que tem 35 anos, mas ainda sem trajetória na política.

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A irmã da vereadora foi convidada pela Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2019 e pelo Sesc para lançar o livro ‘Cartas para Marielle’, uma coletânea que ela fez, onde reúne textos escritos pela família para a vereadora.

“Quero defender a ideia de mulher-raça, com ‘r’ maiúsculo, que foi a campanha dela em 2016. Eu sempre senti e ainda sinto o peso do estereótipo da mulher negra raivosa. Me dizem ‘ah, você é muito nervosa, tem que calar a boca’, ‘ah, porque é preta, é favelada’. Então, se eu entrar na política, é para fazer coisas para o meu povo e, principalmente, para todas as mulheres. Mulher negra da favela, essa seria minha linha”, pontuou.

Marielle Franco foi assassinada na noite do dia 14 de março de 2018 no centro do Rio de Janeiro, após uma emboscada. Ela e seu motorista, Anderson Gomes, morreram na hora.

"Sei que como mulher, negra, tendo uma irmã homossexual, hoje eu estou em perigo" no Brasil, declara à AFP Anielle Franco, de 34 anos, durante a Cúpula Mundial de Defensores dos Direitos Humanos que acontece em Paris.

Sua irmã, Marielle Franco, vereadora do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) que denunciava o racismo e a violência policial e lutava pelos direitos das mulheres e da comunidade LGBT foi assassinada a tiros aos 38 anos, em 14 de março deste ano, dentro de um carro no bairro do Estácio, no centro do Rio de Janeiro.

Pergunta: Qual é a sua reação depois da eleição de Jair Bolsonaro como presidente do seu país?

Resposta: Eu estou muito assustada com que o que ele vai fazer, mas também tenho medo da atitude das pessoas que votaram nele. Desde domingo houve muitos incidentes de violência no Rio, pessoas xingando, brigando.

Bolsonaro disse que ia "limpar" - foi a palavra que ele usou - do país os homossexuais, os pobres e os negros. Então, sim, eu estou com medo dele, mas também do que os militares acham que terão direito de fazer. Tenho medo das pessoas "normais", que acham que agora terão a permissão de portar armas, que pensam que a família tradicional é superior a qualquer outro tipo de família e que as famílias homossexuais não têm direito de existir.

Eu acho que as pessoas se escondiam atrás das suas opiniões e Bolsonaro lhes deu direito de gritar suas loucuras. Então, sim, estamos muito assustados e em perigo.

Acho que uma parte da população estava cansada do PT, de Lula e todos os outros. Você pode ficar cansado da corrupção, mas não pode perder a democracia. Os seus partidários dizem que votaram em Bolsonaro para acabar com a corrupção, mas não se dão conta de que votaram em alguém que espalha o ódio entre as pessoas, e que isso restringirá os seus direitos e liberdades.

Eu gostaria de fazer um pedido às ONGs e organizações de defesa dos direitos humanos para que vigiem a situação no Brasil e continuem nos ajudando apesar da chegada de Bolsonaro ao poder.

P - A sua família está ameaçada?

R - Nós recebemos diferentes tipos de ameaça: cara a cara e on-line. Há aproximadamente três semanas, por duas vezes, eu estava com a minha filha em um shopping no Rio e algumas pessoas com camisas do Bolsonaro começaram a gritar, assustando a milha filha que só tem dois anos. Gritavam: "Bolsonaro está chegando e você não vai ter lugar aqui", "Você deveria calar a boca e parar de falar da sua irmã", "Você pode ser a próxima morta". E nas redes sociais, nossa família é muitas vezes ameaçada, como, por exemplo, quando disseram "cala a boca e volta para a escravidão".

Não sabemos como reagir, enviamos cópias dessas ameaças para os nossos advogados. A nossa família não está sob nenhuma medida especial de segurança desde que mataram Marielle. O que é estranho é que temos amigos que nos dizem "Amamos você, estamos com você, sentimos muito por Marielle", mas que votaram em Bolsonaro.

Sei que como mulher, negra, tendo uma irmã homossexual, eu estou em perigo.

Mas tenho certeza que as organizações de defesa dos direitos LGBT no Brasil não vão se esconder, vão continuar lutando.

P - A investigação sobre a morte de sua irmã avançou?

R - Não temos nenhuma pista até agora. E estou muito triste por ter que dizer isso, mas hoje, com Bolsonaro e seu séquito à frente do Brasil, não sei se algum dia chegaremos a saber quem a matou. Não acho que Bolsonaro se importe com quem matou Marielle. Infelizmente, parece um "crime perfeito". Sem câmeras de segurança, sem testemunhas, a polícia não nos diz nada há quase oito meses.

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