Ex-atletas da Chapecoense que atualmente defendem as cores de clubes pernambucanos, o zagueiro Danny Morais e o lateral Apodi revelam que a ficha sobre a perda de amigos que defendiam o time catarinense ainda não caiu. Abalados, os atletas compartilham da ideia de que não há mais clima para o futebol neste ano após a tragédia que chocou o mundo esportivo resultando em homenagens nos mais diversos países.

Danny, que vestiu a camisa da Chapecoense em 2014, revela que tem sido complicado lidar com o acidente e relembra que o próprio Santa Cruz fez a mesma viagem para a Colômbia há pouco tempo, quando o clube enfrentou o Independente Medellín, pela Copa Sul-Americana. “Está sendo muito difícil lidar com esse sentimento. É complicado, pensar em está ali em campo e vem as lembranças, não tem como não se colocar no lugar das pessoas porque é o nosso dia-a-dia. Fizemos essa mesma viagem há um mês atrás”, recorda o defensor coral.

A sua passagem por Chapecó, há dois anos, lhe rendeu amigos na cidade, e o zagueiro tenta por meio de palavras confortar os familiares e a cidade abalada pela tragédia. “Conhecia do roupeiro ao presidente, a maioria dos jogadores, alguns bem próximos, e é um sentimento muito ruim. Não tem nem como descrever. Nesse momento o que podemos fazer, como colegas de profissão e como seres humano é dar apoio aos familiares e à cidade que vive pelo futebol. O sentimento é que parece que a ficha não caiu ainda, você vê imagens das pessoas e não consegue acreditar”, lamentou.

Com passagem bem mais recente por Santa Catarina, tendo defendido a Chapecoense em 2015, o agora rubro-negro Apodi relembra a união que tinha com o grupo de atletas. “Até agora quero não acreditar. Eu tinha muitos amigos lá. Passei uma temporada com um grupo sensacional. Eram amigos de verdade, saíamos para jantar com as esposas, os filhos deles me adoravam”, diz, saudoso.

A notícia do acidente chegou até o lateral de madrugada, e ele comenta logo ter começado a procurar notícias sobre a situação dos amigos, mas assim como Danny ressalta que ainda não consegue acreditar na tragédia. “Recebi a notícia de madrugada, do meu cunhado, que ainda mora em Chapecó. Eu não acreditei e liguei a televisão, procurei na internet. Até agora, não sei se, inconscientemente, eu não quero acreditar. Eu tinha muitos amigos lá, de verdade”, pontuou.

O atleta do Sport recorda ter relação próximas com alguns atletas como Ananias, Thiego, Neto e Gil. Com este último, inclusive, tinha conversado havia pouco tempo: “Falei com alguns deles depois do jogo da classificação para a final, antes do jogo contra o Palmeiras. Até com Gil eu falei e ele disse que ia falar comigo quando chegasse lá na Colômbia. Tínhamos o grupo do vídeo game”.

O jogador é mais um a reforçar o sentimento de que não há mais ambiente para voltar a atuar no brasileirão. “O clima hoje não existe. Se fosse possível acho que ninguém queria mais entrar em campo. Mas é o nosso trabalho e a gente sabe que tem que ser feito. O Sport precisa entrar para ganhar e permanecer na primeira divisão. Temos que virar a chave para fazer o que tem que ser feito”, concluiu.

LeiaJá também

--> Ex-Chapecoense, corintiano Vilson chora por amigos

--> Cavani homenageia Chapecoense no campeonato francês

--> Liberado de viagem, goleiro decide encerrar a carreira

O Sport tem um desafio grande pela frente na Série A. Próxima segunda-feira (7), o Leão enfrenta o Grêmio, em Porto Alegre. Para o duelo, o técnico Daniel Paulista não poderá contar com o lateral direito Samuel Xavier, suspenso, e já confirmou que Apodi será o substituto. Melhor para o rubro-negro, que escala um atleta 'familiarizado' com o terreno.

Em 2015, mais especificamente, no dia 18 de outubro, o Grêmio recebeu a Chapecoense na Arena do Grêmio pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, o Tricolor foi surpreendido pelo time catarinense, que venceu a partida com um gol de Apodi já no finzinho. "Foi já aos 50 do segundo tempo, quando eu consegui fazer um gol muito bonito e importante para a minha equipe. Depois muitas pessoas falavam comigo sobre esse lance", relembrou.

Naquela ocasião, o lateral estava jogando mais avançado e, no reencontro, Apodi volta a cumprir sua função de origem. Coisa que ainda não tinha acontecido no Sport. "Eu joguei praticamente a minha carreira toda como lateral. Mas também no meio, ou mais adiantado. Aqui vou ter a minha primeira oportunidade na lateral e espero me sair bem", disse.

O Leão entra em campo às 19h (20h no horário de Brasília). O Grêmio é o 8º colocado na classificação com 49 pontos, o Sport está em 14º, com 40.

LeiaJá também

---> Rodney e Renê celebram parceria na esquerda

---> Samuel Xavier renova e mira títulos pelo Sport

---> No Sub-20, Sport bate o Atlético e chega nas semifinais

Mesmo tendo participado do início dos trabalhos para a partida contra o Santa Cruz nesta segunda-feira (29), o meia Diego Souza ainda não é presença 100% confirmada para o Clássico das Multidões da próxima quarta-feira (31), na Copa Sul-Americana. O desfalque do camisa 87 nos últimos quatro jogos do Leão causou uma perda ofensiva pelo lado direito de campo, segundo o técnico Oswaldo de Oliveira. E, para a próxima partida do rubro-negro, caso continue sem contar com o meia, o principal objetivo do técnico é dar maior sustentabilidade ao setor.

Na partida contra o Internacional, a solução encontrada por ele foi a utilização do lateral direito Apodi jogando mais adiantado, na vaga de Éverton Felipe no meio de campo. A atuação improvisada do jogador na última partida agradou ao comandante, que levanta a possibilidade de mantê-lo na posição, caso não tenha o retorno de Diego. “Apodi é um jogador que sabe jogar do lado direito com velocidade. Ele chega bem na área, é combativo, cruza bem as bolas e pressiona os adversários, tanto que ganhou várias vezes a bola na frente. Já contra o Flamengo ele entrou bem também, mas naquela oportunidade numa circunstância mais defensiva. Ele tem qualidades ofensivas boas, inclusive fazendo gols”, destacou o treinador.

Contudo, apesar de já estudar algumas possibilidades, o técnico do Sport afirmou a expectativa de poder contar com Diego Souza no Clássico. “São situações que vou pensar (opções para a vaga de Diego Souza), mas acredito na volta do Diego na quarta. Com ele vamos reestabelecer nosso lado direito, fazer funcionar da maneira que sempre funcionou”, comentou.

Independente das mudanças que serão feitas na equipe, Oswaldo destaca que nenhuma será novidade já que vem trabalhando algumas formações para o jogo desde a última semana. “Desde a quarta feira passada eu já posso fazer trabalhos para esse jogo, porque estamos jogando duas competições diferentes então pude dedicar alguns momentos da preparação para esse jogo. É um jogo diferente, um jogo de classificação, e claro que temos nos preocupado e procurado organizar alguma coisa nesse sentido. Assistimos o jogo do Santa Cruz contra o Cruzeiro para fazermos uma análise e na quarta vamos tentar a classificação”, concluiu.

LeiaJá também

--> Oswaldo elogia Vinícius Araújo e crítica torcida do Sport

--> Árbitro relata reclamação de André Zanotta em súmula

O Sport anunciou nesta segunda-feira (18) sua mais nova contratação. Depois de um tempo parada no que diz respeito a reforços, a diretoria leonina concretizou Apodi como o novo lateral direito leonino. O jogador estava no futebol russo e assinou contrato até o final do ano.

Natural do Rio Grande do Norte, Apodi tem 29 anos e possui grandes atuações em seu currículo. Entre os times por onde passou estão Cruzeiro, Santos, Bahia, Vitória e Chapecoense. No Sport, o atleta chega para reforça o lado direito rubro-negro, que contava apenas com Samuel Xavier.

Apodi revelou que em outros momentos esteve perto de assinar com o Rubro-Negro. Otimista, mas sem garantir que chega para ser titular, o lateral afirma que vai ajudar o elenco de Oswaldo de Oliveira. "Estou muito feliz por essa oportunidade de estar aqui. Já estive perto de vir para o Sport outras vezes, mas graças a Deus agora as coisas deram certo. Espero poder ajudar nessa caminhada no restante do Campeonato Brasileiro. Vou dar o meu melhor dentro de campo para ajudar o clube a conquistar seus objetivos", declarou Apodi, conforme informações da assessoria de imprensa do Sport.

No Brasil, o último clube de Apodi foi a Chapecoense, onde atuou durante o Brasileirão do ano passado. O lateral chegou a marcar quatro gols.

LeiaJá também

--> Edmílson não descarta briga do Sport no topo da tabela

--> "A gente está em casa e se sente fora às vezes", desabafa Oswaldo