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Gabriela Rosa, uma jovem concorrente no concurso da Polícia Militar do Distrito Federal, faleceu nesta segunda-feira, 29 de janeiro de 2024, após passar mal durante o teste de aptidão física (TAF) realizado no domingo anterior.

Durante o exame, Gabriela começou a sentir-se mal e foi prontamente levada ao hospital. Infelizmente, não resistiu, vindo a óbito no dia seguinte. Em resposta ao trágico evento, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) expressou seu pesar pela perda da candidata e solidarizou-se com a família de Gabriela.

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Contudo, a corporação assegurou em comunicado que todos os aspectos do TAF são de responsabilidade da banca examinadora.

Até o momento desta notícia, o G1 aguardava um posicionamento da banca sobre o ocorrido. O TAF, Teste de Aptidão Física, visa avaliar se os candidatos ao concurso possuem condições físicas adequadas para o desempenho de suas futuras funções.

Mutange, Bebedouro, Pinheiro, Bom Parto e Farol. Esses são os bairros “fantasmas” no entorno da lagoa do Mundaú, em Maceió, que foram evacuados pelo risco de desabamento recorrente da exploração mineral de sal-gema pela empresa petroquímica Braskem.

Desde 2019, quase 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas pelo medo dos tremores de terra que criaram rachaduras nos imóveis da região. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a exploração de 35 minas de sal-gema pela Braskem foi a responsável por deixar milhares de pessoas desabrigadas e transformar bairros antes movimentados e populosos em lugares praticamente desertos.

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Desde última quarta-feira (29), os moradores da parte dos bairros que não foram evacuados estão em alerta. Uma decisão judicial levou a retirada de 23 famílias que ainda resistiam ao despejo no bairro do Pinheiro. Segunda a Defesa Civil, a área da mina número 18 ameaça desabar a qualquer momento, com potencial de criar uma cratera maior que o estádio do Maracanã.

Mas em algumas ruas desses bairros o trânsito ainda é liberado. Seguranças particulares, contratados pela Braskem, vigiam os mais de 15 mil imóveis, hoje totalmente abandonados. Os locais passaram a ser propriedades da empresa após paga a indenização, que ainda é contestada por parte dos moradores.

Bairro "desapareceu"

Nessas ruas, casas, lojas e até prédios inteiros tiveram as portas e janelas substituídas por tijolo e cimento, criando muros que impedem a entrada de quem possa buscar algo de valor que os moradores tivessem deixado para trás. Em muitos casos, os imóveis foram cercados com placas de alumínio que cobrem as fachadas.

O mato cresce fora e dentro das casas, que apresentam sinais de desgaste e depredação. Os muros são marcados por uma série de números pintados em vermelho, que indicam os registros de desocupação. Em algumas fachadas, há também pichações; um protesto contra a Braskem e o poder público, ou mesmo desabafos, lamentos pela dor de quem teve que seguir a vida longe do lugar que amava.

A Rua Professor José da Silveira Camerino, que corta o bairro do Pinheiro e está na região da área da mina 18, é um retrato de desocupação e ao mesmo tempo de resistência. De um lado da rua, sem aviso de interdição, parte do comércio local ainda resiste, como um posto de gasolina e uma praça com ambulantes. Do outro do lado, o cenário é o inverso: tudo fechado. Nesta quinta-feira (30), até o Hospital do Sanatório, que fica também nessa rua, transferiu pacientes para outras unidades de saúde às pressas, diante da possibilidade de desabamento da mina 18.

O comerciante Mateus Costa tem uma loja de autopeças de um lado da Rua Professor José da Silveira Camerino e uma oficina mecânica do outro, uma na frente da outra. A oficina amanheceu, nesta sexta-feira (1), isolada, com aviso de interdição pela Defesa Civil. Seu sentimento é de desalento.

“Você imagina estar situado num bairro e o bairro todo desaparecer? Não existe mais o bairro, não tem mais nada. O comércio caiu 80%. A partir do momento que o seu faturamento cai, você já não consegue manter o mesmo padrão que você tinha. Isso mexe com você de todo jeito. Psicologicamente, eu estou arrasado. Falam que homem não chora, mas tem que chorar um pouquinho”, desabafa.

Mateus foi despejado de sua casa logo em 2019, mas conseguiu adquirir um imóvel com a indenização da Braskem no mesmo bairro, o que segundo ele hoje é tarefa bem difícil. O mercado imobiliário da cidade ficou inflacionado com o deslocamento forçado de tanta gente.

Manuela Rodrigues, de 79 anos, nascida e criada no Pinheiro, mora perto das lojas de Mateus. Enquanto os fundos do imóvel servem como casa, a frente abriga uma pequena mercearia, hoje bastante esvaziada. Não há clientes para movimentar o comércio.

“É triste para quem nasceu, viveu e ainda está vivendo aqui. O que está se tornando é uma tristeza. Eles estão dizendo que aqui, essa parte nossa, não tem área de risco. Fica uma interrogação, será que não vai acontecer nada aqui? Porque tem do outro lado da rua e no meu lado não tem? Aí eu fico pensando nisso”, questiona.

Manuela diz que a única alegria que ainda restou no lugar é a vista no bairro do Pinheiro. “Nosso pôr do sol ainda é muito lindo, você vê a lagoa [do Mundaú] e o pôr do sol”.

Cleber Bezerra também morou no bairro a vida toda e teve que sair quando os tremores começaram. Conseguiu comprar uma casa em uma região mais distante do Centro da cidade, o bairro do Tabuleiro dos Martins, depois de mais de um ano vivendo do aluguel pago pela Braskem. Aposentado, com 62 anos, visita os amigos com frequência no Pinheiro. Ele relata ter dificuldades para socializar no novo bairro.

“Para mim não foi bom não. Antes era 10 minutos até o centro [de Maceió]. Agora, onde eu moro é a 40 minutos. Tinha amizades, conhecimento, aqui era tudo perto. A gente foi obrigado a sair, né? Você nasce no bairro, cresce no bairro, faz as amizades. Quando você vai para outro bairro, começa tudo de novo, começa do zero, não é mais a mesma coisa”, lamenta.

Cena de guerra

Em frente ao Hospital do Sanatório, Mário dos Santos tem sua barraca de acarajé há 30 anos. Vendia até 200 unidades do quitute por dia antes do “pesadelo” da Braskem. Hoje, comemora quando consegue vender 50.

“Não tem mais movimento, fechou o hospital. Fica difícil a vida da gente. Já me pediram para sair daqui, a prefeitura avisou que aqui agora é da Braskem. É uma revolta, agora penso até sair daqui, já que vai fechar tudo e não vai ter ninguém. Parece uma cena de guerra aqui. A galera toda está com medo, medo de afundar e morrer todo mundo. No risco, a gente tem que ficar porque é o ganha-pão do dia a dia”.

A história se repete com o feirante Givanildo Costa. Ele teve que deixar sua casa no bairro do Bebedouro, vizinho ao Pinheiro. Ele diz que a situação abalou seu irmão, que tinha uma mecânica no Pinheiro. Com fechamento da loja, veio a tristeza e a depressão, o que piorou a situação da diabetes, que o levou à perda da visão.

“O meu irmão ficou em depressão porque ele tinha uma oficina que aqui no Bebedouro, ele tinha uma renda uns seis mil por mês, e [depois da mudança] chegou a ganhar nem um salário mínimo por mês, tudo por causa da Braskem. Está com depressão, diabetes, derrame, cego, só vê o vulto”.

Os dados da Defesa Civil apontam o afundamento da mina 18 em quase 2 metros de afundamento só nesta semana.

A Braskem confirma que pode ocorrer um grande desabamento da área, mas a mina também pode se acomodar. A Defesa Civil da prefeitura de Maceió pede que a população não circule pelas áreas de risco. A petroquímica diz que já foi pago R$ 3,7 bilhões em indenizações e auxílios financeiros para moradores e comerciantes desses bairros. Mas a única certeza, até o momento, é que parte da região continuará fantasma no meio da capital alagoana.

A Fifa lamentou o atentado terrorista que vitimou ao menos dois torcedores da Suécia nesta segunda-feira, em Bruxelas, na Bélgica, antes de as seleções se enfrentarem pelas Eliminatória da Eurocopa. O presidente da entidade, Gianni Infantino, mostrou-se horrorizado com o caso e prestou condolências às famílias das vítimas.

Um atirador da Tunísia percorreu ruas de Bruxelas disparando tiros contra civis que estavam a caminho do estádio para ver o jogo. Dois torcedores suecos foram assassinados e o número pode ser ainda maior com feridos hospitalizados. A imprensa belga chegou a falar com cinco mortes e oito feridos.

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"Estou profundamente chocado e triste com as trágicas mortes de dois cidadãos suecos em Bruxelas, perto do estádio onde a Bélgica recebeu a Suécia num jogo de qualificação para o Uefa Euro 2024", afirmou Infantino, em nota oficial da Fifa.

"Em nome da Fifa e da comunidade global do futebol, apresento as minhas mais profundas condolências à família e aos amigos das vítimas. Os nossos pensamentos estão com o povo da Bélgica e da Suécia, com os respectivos jogadores das seleções nacionais e com as federações de futebol."

Na Casa do Futebol da Fifa, em Zurique, a bandeira da Suécia foi hasteada a meio mastro nesta terça-feira em sinal de respeito. A entidade ainda não definiu quando a partida será completada. As seleções disputaram somente o primeiro tempo, com o placar empatado por 1 a 1.

As comunidades que dependem dos cursos de água da floresta amazônica estão isoladas sem abastecimento de combustível, alimentos ou água filtrada. Dezenas de botos morreram e foram levados até as margens.E milhares de peixes sem vida flutuam na superfície da água.

Essas são apenas as primeiras imagens sombrias da seca extrema que assola a Amazônia brasileira. Os níveis historicamente baixos da água afetaram centenas de milhares de pessoas e animais, e, com a previsão dos especialistas de que a seca pode durar até o começo de 2024, os problemas tendem a se intensificar.

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Raimundo Silva do Carmo, de 67 anos, ganha a vida como pescador, mas atualmente vem tendo dificuldades de simplesmente encontrar água. Como a maioria dos moradores rurais da Amazônia brasileira, Carmo normalmente retira água não tratada dos abundantes cursos de água do bioma. Na manhã de quinta-feira, ele já estava fazendo sua quarta viagem do dia para encher um balde de plástico em uma cacimba no leito rachado do lago Puraquequara, a leste da capital do Amazonas, Manaus.

"É um trabalho medonho, ainda mais quando está assim, sol quente", disse Carmo à Associated Press. "A gente bebe, toma banho, e faz a comida (com a água). Sem água, não tem vida."

Joaquim Mendes da Silva, um carpinteiro naval de 73 anos que vive às margens do mesmo lago há 43 anos, diz que esta é a pior seca de que se recorda. As crianças da região pararam de ir à escola um mês atrás, porque ficou impossível chegar lá pelo rio.

Oito estados brasileiros registraram os menores índices pluviométricos dos últimos 40 anos no período entre julho e setembro, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, CEMADEN. A seca afetou a maioria dos principais rios do Amazonas, a maior bacia hidrográfica do mundo, que representa 20% da água doce do planeta.

Até sexta-feira, 42 dos 62 municípios do Amazonas haviam declarado estado de emergência. Cerca de 250 mil pessoas foram afetadas pela seca até agora, e esse número pode dobrar até o fim do ano, segundo a Defesa Civil do estado.

Na Reserva Extrativista Auatí-Paraná, cerca de 700km a oeste do lago Puraquequara, mais de 300 famílias ribeirinhas enfrentam dificuldades para conseguir comida e outros suprimentos. Apenas canoas pequenas com carga reduzida conseguem fazer o trajeto até a cidade mais próxima, e encontrar uma rota pelas águas rasas aumentou o tempo de viagem, de 9 para 14 horas. Além disso, os canais até os lagos onde elas pescam pirarucu, o maior peixe da Amazônia e sua principal fonte de renda, secaram, e carregar peixes de até 200kg por trilhas seria extremamente custoso.

"Se a gente correr o risco de pegar o peixe no lago e trazer, ele vai chegar estragado. Não tem como a gente pescar", diz Edvaldo de Lira, presidente da associação local.

Os períodos de seca fazem parte do padrão climático cíclico da Amazônia, com chuvas mais leves de maio a outubro na maior parte da floresta. A pluviosidade já menor está sendo ainda mais reduzida por dois fenômenos climáticos este ano: o El Niño, o aquecimento natural das águas superficiais na região do Pacífico Equatorial, e o aquecimento das águas tropicais do norte do Oceano Atlântico, explica Ana Paula Cunha, pesquisadora do CEMADEN.

O aquecimento global, impulsionado pela queima de combustíveis fósseis, é o pano de fundo da intensificação desses fenômenos. A elevação das temperaturas aumenta a possibilidade de condições meteorológicas extremas, embora a atribuição de eventos específicos às mudanças climáticas seja complexa e exija um estudo aprofundado. Ainda assim, à medida que as temperaturas continuam a subir e os efeitos das mudanças climáticas se tornam mais graves, a seca e suas consequências devastadoras podem ser um vislumbre de um futuro desolador, segundo os especialistas.

As temperaturas médias globais atingiram um recorde em setembro. Ondas de calor sufocantes atingiram grandes áreas do Brasil nos últimos meses, embora fosse inverno. No Rio Grande do Sul, enchentes catastróficas mataram dezenas de pessoas.

As secas se tornaram mais frequentes no rio Madeira, na região amazônica, cuja bacia se estende por cerca de 3.315km da Bolívia ao Brasil, e quatro dos cinco níveis mais baixos já registrados no rio aconteceram nos últimos quatro anos, diz Marcus Suassuna Santos, pesquisador do Serviço Geológico do Brasil.

O nível do rio Madeira em Porto Velho atualmente é o mais baixo desde que as medições começaram em 1967. Perto dali, a quarta maior hidrelétrica do Brasil, a usina de Santo Antônio, interrompeu as operações esta semana em razão da falta de água. É a primeira vez que isso acontece desde sua inauguração, em 2012.

Mais ao norte, na bacia do rio Negro, surgiu um outro padrão. O principal afluente do rio Amazonas sofreu sete das suas maiores inundações nos últimos 11 anos, sendo a pior em 2021. Mas, este ano, o rio Negro também está no rumo dos mais baixos níveis históricos de água.

"Já vivemos um cenário de clima alterado que oscila entre eventos extremos, seja de seca ou de fortes chuvas. Isso tem consequências muito graves, não só para o meio ambiente, mas também para as pessoas e a economia", diz Ane Alencar, diretora científica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, ou IPAM, uma organização sem fins lucrativos.

"Acho que há uma chance muito grande de que o que estamos vivendo agora, a oscilação, seja o novo normal", acrescenta ela.

O governo brasileiro criou uma força-tarefa para coordenar uma resposta. Ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitaram Manaus na terça-feira. O vice-presidente Geraldo Alckmin prometeu alimentos, água potável e combustível para as comunidades isoladas, e disse que os pagamentos do programa Bolsa Família seriam antecipados. A dragagem de trechos de dois rios - Solimões e Madeira - está em andamento para melhorar a navegabilidade.

Suspeita-se que o calor, juntamente com a redução dos rios, seja responsável pela morte de mais de 140 botos no lago Tefé, cerca de 520km a leste de Manaus, que chegou às manchetes do Brasil e do exterior, com imagens de urubus bicando as carcaças encalhadas. O calor excessivo pode ter causado falência de órgãos, segundo Ayan Fleischmann, hidrólogo do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.

Outra hipótese são as bactérias, e as águas excepcionalmente quentes podem servir de fator adicional de estresse.

"É uma tragédia sem precedentes. Aqui na região, ninguém tinha visto nada parecido", diz Fleischmann. "Foi um choque para todo mundo."

A previsão é que a precipitação fique abaixo da média até o fim do ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe. O impacto da seca já está se propagando para além dos cursos de água da Amazônia e atingindo a floresta.

As áreas de floresta ao longo das margens dos rios acumulam uma espessa camada de serrapilheira, o que as torna especialmente suscetíveis a incêndios florestais, segundo Flávia Costa, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Inpa.

No Estado do Amazonas, quase 7 mil incêndios foram registrados só em setembro, o segundo maior índice para o mês desde que o monitoramento por satélite começou, em 1998.

A fumaça resultante está sufocando os mais de 2 milhões de habitantes de Manaus, que também enfrentam o calor escaldante. No domingo passado, a cidade registrou a temperatura mais alta desde que as medições regulares começaram, em 1910.

O aumento da frequência dos eventos climáticos extremos acentua a necessidade de coordenação entre os níveis federal, estadual e municipal de governo, para preparar e criar um sistema de alertas que mitigue os impactos.

"De agora em diante", diz Alencar, "as coisas vão piorar".

(Contribuíram para esta matéria Fabiano Maisonnave, de Brasília, e Eléonore Hughes e Diane Jeantet, do Rio de Janeiro, repórteres da AP.)

A polícia civil de Minas Gerais concluiu o inquérito sobre a queda do avião que matou a cantora Marília Mendonça e mais 4 pessoas, em novembro de 2021. Segundo a investigação, os culpados pela tragédia foram os pilotos da aeronave. As informações foram repassadas nesta quarta-feira (4), em entrevista coletiva.

Segundo o delegado Ivan Lopes, responsável pelo caso, houve negligência e imprudência dos pilotos, que não contactaram outros profissionais que antes de fazer seu primeiro pouso no aeródromo de Piedade de Caratinga, no interior de Minas Gerais, um procedimento comum entre pilotos de avião.

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Foram descartadas como causas do acidente falhas mecânicas na aeronave; possibilidade de mal súbito do piloto e do copiloto; e risco devido à existência de torres de tensão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), sendo que neste último caso ficou comprovado que não havia necessidade de sinalização em tais torres, pois se localizam fora da zona de proteção do aeródromo e das superfícies de decolagem, aproximação e aterrissagem, além de terem altura inferior a 150 metros, o que dispensa sinalização obrigatória.

“Assim, as torres não representavam risco ou efeito adverso à segurança, conforme o laudo do Cenipa”, completou Sales.

Manobra

Segundo o delegado Sávio Assis, apesar de os pilotos terem grande experiência de voo - cerca de 30 anos na condução de aeronaves - , “houve imprudência da tripulação por ter alongado a perna base, que é a perna do vento, e ter saído da zona de proteção”.

Foi explicado que a manobra considerada imprudente ou inadequada na operação da aeronave foi o alongamento da perna do vento em uma distância significativamente maior do que a esperada para o tipo de aeronave em procedimento de pousos visuais, fato também constatado no relatório do Cenipa.

O delegado regional esclareceu que a perna de vento pode ser feita dentro ou fora da área de proteção, mas, quando a manobra é realizada no perímetro estipulado, o piloto dispõe de uma cartilha com todos os obstáculos encontrados. “Caso a aeronave saia dessa área, não há obrigatoriedade e cabe ao piloto visualizar os riscos no entorno”, pontuou Ivan Sales.

Por fim, segundo o delegado Sávio Assis, houve falha na análise prospectiva durante o plano de voo por parte do piloto e do copiloto.

“Tudo leva a crer que eles não tomaram ciência das cartas aeronáuticas, que previam a linha de transmissão da Cemig, bem como não seguiram os procedimentos operacionais padrões previstos para a aeronave. Restou comprovado que era possível eles terem previsto e ter conhecimento da existência das linhas, onde ocorreu o acidente, o que levou à tipificação de homicídio culposo por parte da tripulação”, concluiu.

Os dois pilotos seriam indiciados por homicídio culposo, mas como também morreram na ocasião, o caso será arquivado com extinção da punibilidade.

O presidente Lula foi às redes sociais, neste domingo (20), para prestar solidariedade aos familiares das vítimas de um acidente que matou sete torcedores do Corinthians, na madrugada de hoje. As vítimas estavam em um ônibus que ia para Belo Horizonte para apoiar a equipe durante a partida contra o Cruzeiro, no último sábado (19).

O ônibus que transportava os  torcedores do Corinthians tombou na madrugada deste domingo (20) na Rodovia Fernão Dias (BR-381), na altura do km 525,4 da BR-381, em Brumadinho (MG). Segundo a concessionária responsável pela via, a Arteris, o acidente registou sete vítimas fatais.

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Através de sua conta oficial no Twitter, o presidente Lula lamentou a tragédia e se solidarizou com os familiares e amigos das vítimas. Confira.

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As equipes de emergência prosseguiam nesta quarta-feira (16) com as missões de busca por vítimas entre os escombros dos incêndios devastadores no Havaí, que provocaram 106 mortes até o momento.

O governador do arquipélago, Josh Green, alertou que o balanço final do incêndio que devastou na semana passada a cidade de Lahaina - o mais letal nos Estados Unidos em mais de um século - pode "dobrar".

As autoridades do condado de Maui anunciaram na terça-feira à noite o balanço atualizado de 106 vítimas fatais. Dois mexicanos morreram nos incêndios, informou o governo do país latino-americano.

Até o momento, apenas 25% da área afetada em Lahaina, no litoral oeste da ilha de Maui, foi rastreada por cães farejadores treinados para missões de busca por corpos, segundo Green.

Um necrotério provisório, com vários contêineres refrigerados instalados ao redor da ilha, foi criado pelas autoridades, que também convocaram funcionários do Departamento de Saúde para tentar agilizar o complicado processo de identificação das vítimas.

Green destacou que as autoridades farão todo o possível para evitar que promotores imobiliários tentem aproveitar a situação para comprar terrenos.

"Nosso objetivo é ter um compromisso local - para sempre - com esta comunidade, enquanto reconstruímos", disse.

"Vamos garantir que faremos todo o possível para evitar que a terra caia nas mãos de pessoas de fora", acrescentou.

- Identificação difícil -

O processo para identificar as vítimas avança lentamente. As autoridades coletaram amostras de DNA de 41 pessoas com parentes desaparecidos na tragédia.

Apenas cinco mortos foram identificados até o momento.

Funcionários do condado de Maui divulgaram dois nomes de vítimas fatais depois que as famílias foram notificadas.

Centenas de pessoas ainda são consideradas desaparecidas, mas o número diminui à medida que os sistemas de comunicação são restabelecidos na ilha.

Em Lahaina, que tinha 12.000 habitantes antes da tragédia, mais de 2.000 edifícios foram destruídos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que pretende viajar ao Havaí com a primeira-dama Jill "assim que possível", mas destacou que não deseja interferir os trabalhos de resgate.

O chefe de Estado assinou uma declaração de catástrofe natural para permitir a liberação de recursos às equipes de emergência e reconstrução.

A gestão da crise foi muito criticada e vários moradores afirmaram que se sentiram abandonados pelas autoridades.

- Negligência -

"O que aconteceu, na minha opinião, beira a negligência (...) Só estou aqui porque me salvei sozinha", declarou à AFP Annelise Cochran, uma mulher de 30 anos que sobreviveu às chamas ao pular no mar.

Quando se viu cercada pelas chamas em Lahaina, esta nadadora experiente não pensou duas vezes e, como centenas de pessoas, percebeu que entrar no mar era a única alternativa.

Ela passou de cinco a oito horas na água, agarrada à parede de pedras que margeia o final do calçadão, antes de ser resgatada.

Mais de uma semana após o incêndio devastador, as autoridades de Maui tentam proporcionar abrigo aos sobreviventes que perderam quase tudo. Quase 2.000 alojamentos (quartos de hotel, estabelecimentos Airbnb ou de particulares) estão acessíveis de modo gratuito para os residentes por pelo menos 36 semanas.

As polêmicas sobre a gestão da crise são cada vez maiores. Muitos moradores afirmam que algumas equipes de bombeiros não conseguiram atuar rapidamente porque os hidrantes estavam secos ou com fluxo muito baixo.

A operadora Hawaiian Electric também é criticada por não ter desligado a energia elétrica, apesar do elevado risco de incêndio e dos fortes ventos procedentes de um furacão que passava ao sudoeste de Maui.

Os incêndios acontecem em um verão (hemisfério norte) marcado por eventos extremos em todo o mundo, como os incêndios sem precedentes no Canadá, todos relacionados com as mudanças climáticas, de acordo com os cientistas.

Um vídeo de uma animação 3D que mostra detalhes da implosão do submarino Titan alcançou mais de 10 milhões de visualizações desde que foi publicada no YouTube, há 13 dias. O vídeo, que tem cerca de 6 minutos, foi publicado pelo AiTelly, um canal do YouTube que produz animações de engenharia 4K e 3D originais.

O submersível, da empresa OceanGate Expeditions, desapareceu no dia 18 de junho, com cinco pessoas bordo, cerca de duas horas depois de mergulhar em uma expedição para ver de perto os destroços do Titanic. A morte dos tripulantes foi confirmada no dia 22, em decorrência de uma implosão. Os restos do Titan foram localizados a cerca de 3.810 metros de profundidade e a cerca 488 metros do Titanic. Uma investigação está em andamento para entender as circunstâncias do caso.

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Um porta-voz da AiTelly explicou ao The New York Post que a animação foi criada usando um software de código aberto chamado Blender. A produção da animação foi possível por meio de informações sobre o Titan publicadas no site da OceanGate e no Google e, em seguida, conectando-o ao software de modelagem 3D do Blender. O processo levou 12 horas.

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O vídeo começa explicando o que é uma implosão e diferenciando o fenômeno de uma explosão. A narração descreve que a implosão é "um processo de destruição por colapso para dentro do próprio objeto. Onde a explosão se expande, a implosão se contrai". Eles atribuem o incidente a alta pressão hidrostática em volta do submersível. Na profundidade onde está o Titanic, "há cerca de 5.600 libras por polegada quadrada de pressão", diz o vídeo. "Isso é quase 400 vezes a pressão que experimentamos na superfície."

A narração ainda aponta que um dos motivos da falha que levou à implosão do Titan é o fato de que o veículo foi construído com fibra de carbono. "A tecnologia existente é baseada em aço, titânio e alumínio. Isso é o que impediu que outros submarinos fossem esmagados. Mas o Titan teve um design experimental", disse o vídeo.

A animação ainda destaca que o Titan se trata de um submersível, e não um submarino, por depender de uma nave mãe. Ao recriar o interior da embarcação, o vídeo mostra cinco pessoas sentadas durante oito horas, frisando que, se for necessário ir ao banheiro durante a expedição, há uma privada na parte frontal do submersível, separada do restante da tripulação apenas por uma cortina. "Este é provavelmente um dos submarinos mais básicos de mergulho profundo que você já viu", diz o vídeo.

Após quase três meses do incêndio que deixou quatro pessoas mortas — sendo três crianças e uma cuidadora – no Lar Paulo de Tarso, bairro do Ipsep, Zona Sul do Recife, a solidariedade somou forças para que um importante passo fosse dado. Nessa segunda-feira (10), começaram as obras de restauração do local que abriga crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

Juntamente com a prefeitura do Recife, entidades sem fins lucrativos, instituições privadas e profissionais se uniram de forma voluntária, e traçaram um novo ambiente que possibilitará mais conforto e segurança.

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Doações

De acordo com a voluntária Sílvia Meneses, toda a ajuda é muito bem-vinda. No entanto, ainda falta material de construção para a reforma. Quem quiser ajudar a ampliar essa rede de solidariedade, basta entrar em contato pelo Instagram @iclarpaulodetarso ou doar pela chave pix CNPJ: 35.618.933/0001-21(Instituição de Caridade Lar Paulo de Tarso).

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O serviço de trens e passageiros foi retomado nesta segunda-feira (5) na região do pior acidente ferroviário em três décadas na Índia, que teve o balanço revisado pelas autoridades para 275 mortos - no fim de semana foram anunciadas 288 vítimas fatais.

Os trens circularam ao lado dos destroços dos vagões envolvidos no acidente de sexta-feira (2) nas proximidades Balasore, no estado de Odisha (leste do país), que segundo as autoridades foi provocado por falhas no sistema de sinalização.

O governo do estado de Odisha reduziu o balanço de mortes para 275 e explicou que a revisão aconteceu porque alguns corpos haviam sido contabilizados duas vezes por engano.

Dos 1.175 feridos, 382 permanecem hospitalizados, vários deles em estado grave, anunciaram as autoridades.

Após a catástrofe, grandes redes verdes foram posicionadas ao longo dos trilhos para ocultar os vagões destruídos, que foram empurrados para as margens dos aterros.

O ministro dos Transportes Ferroviários, Ashwini Vaishnaw, afirmou no domingo que as autoridades identificaram a "causa do acidente e as pessoas responsáveis". Ele disse que o acidente foi provocado por uma "mudança na sinalização eletrônica".

Nesta segunda-feira, o ministro permaneceu em sinal de oração quando um trem de carga (com carvão) passou pela área do acidente, na retomada do serviço após 51 horas.

O jornal The Times of India, que cita uma investigação preliminar, afirmou no domingo que uma "falha humana" pode ter provocado um dos piores acidentes ferroviários da história do país.

O 'Coromandal Express', que viajava entre Calcutá e Chennai, recebeu luz verde para circular pela via principal, mas foi desviado por uma falha humana para um trilho onde um trem de carga estava estacionado, de acordo com o jornal.

O trem de passageiros colidiu com a composição de cargas a uma velocidade de 130 km/h. Três vagões tombaram no trilho anexo e atingiram a parte final de um trem expresso de passageiros que seguia de Bangalore para Calcutá.

- Hospitais lotados -

O primeiro-ministro indiano Narendra Modi visitou o local da tragédia e passageiros hospitalizados. "Nenhum responsável pelo acidente ficará impune", prometeu.

Os feridos em estado crítico foram transferidos para hospitais maiores em outras cidades, mas várias pessoas permanecem internadas no principal hospital público de Balasore.

Gura Palai, 24 anos, morador do estado de Jharkhand, sofreu vários ferimentos em uma perna e no ombro. A família está preocupada com os próximos meses.

"Ele tem que ser operado na perna e os médicos afirmam que a recuperação levará algum tempo", declarou o tio do jovem, que não quis revelar o nome, ao lado da esposa e do filho de Palai.

"Ele é o único integrante que trabalha em sua jovem família. Como vão sobreviver?", questionou.

Este foi o o pior acidente ferroviário na Índia desde 1995, quando uma colisão entre dois expressos perto de Agra, cidade onde fica o Taj Mahal, provocou mais de 300 mortes.

O acidente mais letal na história da Índia aconteceu em 6 de junho de 1981 no estado de Bihar (leste), quando sete vagões de um trem caíram de uma ponte no rio Bagmati, uma tragédia que provocou entre 800 e 1.000 mortes.

Em entrevista ao LeiaJá, moradores de edifícios com estruturas parecidas com o que desabou na madrugada desta sexta-feira (28), em Jardim Atlântico, Olinda, informaram que estão com medo de continuar em suas residências. Eles, porém, não têm condições financeiras para deixarem os imóveis.

Uma mulher, que não quis ser identificada, moradora do edifício Rinaldo Maia Júnior, a 100 metros do local onde aconteceu a tragédia, disse que o sentimento é de medo. "Moro em um prédio que também é condenado, por isso, depois da tragédia, estou mais na rua do que dentro do prédio. Estamos todos com medo", afirmou.

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Ela também informou que a prefeitura de Olinda condenou sua residência no mesmo período em que o edifício Leme foi notificado. Ela ressaltou que "não tem para onde ir", por isso ainda não abandonou o local.

A enfermeira Mariana Azeredo, 48 anos, que também mora na rua Acapulco, disse que já entrou no edifício Leme e os moradores reclamavam da estrutura do local. "No prédio existia uma rachadura de quatro dedos, que entrava uma mão. Quando chovia, o edifício balançava bastante. Porém as pessoas humildes não tinham para onde ir, por isso se arriscavam", disse.

Até o momento, as equipes do Corpo de Bombeiros já confirmaram três mortes em decorrência do desabamento. As vítimas são uma mulher de 52 anos, identificada como Maria José Barbosa da Silva, um adolescente de 13 anos, Heverton Benedito dos Santos, e um homem de 31, chamado Rodolfo Henrique Pereira da Silva.

A cantora Nayara Vilela, de 32 anos, foi encontrada morta na última segunda (24), em sua casa, localizada em Rio Branco (AC). A Polícia Civil investiga se a artista foi incentivada pelo marido a tirar a própria vida ou se trata-se de um caso de feminicídio. A morte foi confirmada por familiares e amigos de trabalho pelo Instagram.

Nayara era natural de Mato Grosso e ficou conhecida por cantar músicas de estilo piseiro em festas e bares da noite da capital acreana e cidades vizinhas. Ela havia se casado com o empresário Tarcísio Araújo, que gerenciava sua carreira, há apenas um mês. O casal tinha um filho de oito anos de idade.

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Conhecido como Tarcísio Som, o empresário é atirador esportivo e tem uma arma em casa, legalizada e com situação de registro adequada. Em imagens que circulam na internet, é possível ver uma possível discussão entre o casal, momentos antes da morte de Nayara. Ele já deu seu depoimento à Polícia Civil que investiga se o caso se trata de suicídio induzido ou feminicídio. 

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Como denunciar violência contra a mulher

A violência doméstica pode ser denunciada através da Central de Atendimento à Mulher, no telefone 180, em todo o território nacional. Também é possível denunciar por meio do aplicativo Direitos Humanos Brasil, bem como na página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).  As denúncias ainda podem ser feitas pelo número 190, da emergência da Polícia Militar.



 

Em lágrimas, o diretor Gezsler Carlos, que administra o Lar Paulo de Tarso, no Recife, relatou o sentimento que tomou conta dele e de seus colegas de trabalho, após serem informados sobre um incêndio de grande porte na casa de acolhimento infantojuvenil. "A dor rasga o coração", declarou Gezsler

O lar, que foi fundado há mais de 30 anos, funcionava há três anos no endereço do incidente, que ocorreu na madrugada desta sexta-feira (14), na rua Jerônimo Heráclio, no bairro do Ipsep, na Zona Sul do Recife

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"O sentimento é de dor profunda, rasgando o coração, mas também de uma fé em Deus inabalável. A gente tem o lema de 'ser cada vez mais um lar que acolhe, sendo cada vez menos uma instituição que abriga'. Temos eles como filhos do coração. Esses dias, com uma das crianças, de 11 anos, notei que quando ela chegou aqui, ela não gostava de tirar fotos e não sorria. Perguntei o que mudou na vida dela e ela me disse 'Tio Geo, aprendi aqui no lar que a vida é bela'. E apesar de toda essa catástrofe e dessa dor profunda, a vida é bela. Nossa fé em Deus é inabalável e vamos continuar amando intensamente as crianças em necessidade no nosso estado', continuou o diretor.

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De acordo com a coordenação do local, residiam no lar 17 pessoas, sendo duas cuidadoras e 15 crianças, com idades entre dois e 11 anos. O lar Paulo de Tarso é filantrópico e tem como base a doutrina espírita. Lá, são acolhidas crianças e adolescentes em situação de alta vulnerabilidade e que aguardam voltar para suas famílias ou a inserção de novas famílias, através do processo de adoção.

"Elas vêm para cá através do Conselho Tutelar ou juizado da Infância e da Juventude, por estarem em condições de risco social de alta complexidade. Elas moram conosco até o juíz decidir. Segundo o ECA, a primeira tentativa é ver se volta pra família original e a segunda é ver se tem extensão familiar, como um tio ou um avô, e se não tiver jeito, o juizado inscreve no Cadastro Nacional de Adoção. Até lá, elas ficam conosco”, finalizou Gezsler.

O incêndio

Segundo Grauzio Diego, de 40 anos, o incêndio começou por volta das 3h. Ele é o vizinho do lar e o primeiro a iniciar o resgate das crianças junto a outros moradores. O homem informou que o incêndio parece ter começado pela sala, que era próximo do primeiro quarto, de onde as crianças foram removidas mais rapidamente. No segundo quarto, porém, precisaram aguardar os bombeiros para o resgate, por questões de segurança. Três crianças morreram e uma das cuidadoras também. As demais vítimas foram hospitalizadas.

A Defesa Civil do Recife e o Corpo de Bombeiros iniciam a perícia e a vistoria até a tarde desta sexta-feira (14). Ainda não é possível falar na causa do incidente.

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Sem tempo para entregar obras que diminuam o risco de novas enchentes em Pernambuco, mais uma vez, o governo do estado se apega a medidas de prevenção e prepara a Defesa Civil para casos emergenciais. Preocupado com a insuficiência do sistema de macrodrenagem do estado, desenvolvido na década de 60, o secretário de Recursos Hídricos Almir Cirilo estuda um “plano ambicioso” com a construção de novas barragens. Sem a expectativa de resultados a curto prazo, a previsão de chuvas acima da média pode fazer de 2023 um ano de novas tragédias. 

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Há 100 dias no comando da pasta, o secretário informou que drones vêm detectando locais de risco em morros e nas regiões baixas da Região Metropolitana do Recife (RMR) e das Zonas da Mata Norte e Sul para traçar ações emergenciais ainda neste ano. Com mais um inverno rigoroso pela frente, Almir afirmou que o início de obras de grande porte depende de negociações e seus efeitos só serão percebidos a médio e longo prazo. 

"Não dá para concluir obras. O governo acabou de começar. Nós revisamos projetos de barragens, revisamos orçamentos, estamos em tratativas possíveis para antecipar contratações. Então, o que é possível fazer, nós estamos lutando. Mas não temos como ter obras de porte significativo para esse momento", explicou. 

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A solução defendida pelo governo passa pela construção de novas barragens. Considerado "um plano ambicioso" pelo próprio idealizador, a intenção é iniciar a construção de 19 barragens. Um pacotão voltado à infraestrutura hídrica foi submetido ao Governo Federal na espera pelo aporte necessário para realizar essas e outras obras da pasta. Almir também destacou o esforço da governadora Raquel Lyra por empréstimos para estimular as intervenções.  

A solução passa pela construção de novas barragens

Um dos responsáveis pelo processo de conclusão da barragem de Serro Azul, na Mata Sul, o secretário apontou que o equipamento evitou uma nova catástrofe na cidade de Barreiros. Em menos de um ano após a inauguração, a barragem reteve 40% do volume de água que ia chegar aos municípios da região, segundo o gestor.

"Ela efetivamente salvou as cidades da Mata Sul de uma catástrofe sem precedentes. A enchente que aconteceu em 2017, seis meses depois da conclusão de serro azul, foi pior que a de 2010, aquela grande catástrofe que está nas mentes de todos nós", recordou. 

LeiaJá também: O que as prefeituras têm feito para evitar os alagamentos?

A princípio, a ideia é entregar duas barragens que não foram concluídas e que já contam com recursos. Uma das prioridades é o Rio Cotunguba, um dos principais afluentes da margem direita do Rio Capibaribe na porção do Agreste.

Almir explicou que o equipamento terá a finalidade de acumular a água das enchentes e abastecer as cidades da região com carência de água. Esse modelo de "multiuso" deve se repetir na escolha das cidades que vão receber novas barragens. 

A importância da microdrenagem na Região Metropolitana Recife

“Há um estudo que nós já iniciamos e deverá se transformar em obra em um futuro próximo com a construção de mais algumas barragens aqui na Mata Norte e na própria bacia do Rio Capibaribe”, anunciou.

Sobre a possibilidade dessa mobilização ser atraída à RMR, como nas bacias dos rios Beberibe e Tejipió, o secretário apontou a dificuldade de tocar obras em regiões com densidade populacional elevada. Ele enfatizou o papel das prefeituras em intensificar a resposta ao assoreamento das calhas fluviais através da coleta dos resíduos sólidos lançados pela população. 

O Fundo Social de São Paulo e a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil distribuem, nesta terça-feira (21), 7,5 toneladas de doações de itens de ajuda humanitária às vítimas dos temporais que castigaram o litoral norte do estado no fim de semana. Os insumos foram recolhidos no primeiro dia de doações da campanha organizada pelo órgão.

A primeira-dama do Estado de São Paulo, Cristiane Freitas, e o coordenador estadual da Defesa Civil, Coronel Henguel Ricardo Pereira, participam da entrega dos alimentos, roupas e itens de higiene e limpeza para as pessoas desabrigadas e desalojadas no município de São Sebastião.

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Além de donativos como alimentos não perecíveis, água mineral e roupas limpas e em bom estado para uso, os interessados também podem fazer depósitos, transferência ou PIX para auxiliar as famílias desalojadas ou desabrigadas de São Sebastião, por meio de duas contas do Fundo Social de São Paulo. Saiba mais clicando aqui.

Estradas

O Departamento de Estradas e Rodagem (DER) liberou parcialmente o tráfego em diversos pontos que antes estavam totalmente obstruídos na rodovia Rio-Santos (SP-055), no trecho entre São Sebastião e Ubatuba.

Atualmente, as equipes seguem trabalhando para liberar o tráfego na altura da Praia Preta. No restante da via no sentido de São Sebastião, os usuários conseguem seguir com a operação pare e siga. A Rodovia dos Tamoios permanece totalmente liberada ao tráfego.

Neste momento, as seguintes rodovias administradas pelo DER estão com pontos de interdição total e parcial:

Total:

Rodovia Dr. Manoel Hyppólito Rego (SP-055)

Km 174+500 – queda de barreira

Parcial:

Rodovia Dr. Manoel Hyppólito Rego (SP-055)

Km 061 – queda de barreira;

Km 066 – queda de barreira;

Km 084 – queda de árvore;

Km 87– queda de barreira e árvores;

Km 095 – alagamento;

Km 95 ao 96 – queda de barreira;

Km 116 – queda de barreira;

Km 142 – queda de barreira e árvores;

Km 136 ao 142 – queda de barreira e árvores;

Km 157 ao 162 – queda de barreira;

Km 164 – queda de barreira;

Km 180 – queda de árvore;

Km 188 – erosão.

Mogi-Bertioga (SP-098)

A Rodovia Mogi-Bertioga (SP-098) segue interditada, em razão do rompimento de tubulação, na altura do km 82, em Biritiba Mirim. Também há interdição parcial nos km 90 e 91, devido à queda de barreira; e no Km 87, devido a uma erosão. Nesta terça-feira (21), uma equipe do DER inicia os serviços de recuperação no local. O investimento previsto é de R$ 9,4 milhões e prazo de execução é de até 180 dias.

Segundo informou o governo do estado, será realizada a recuperação completa da pista; novo sistema de drenagem, com escada hidráulica e linha de tubo; novo muro de arrimo; e reforço do muro existente.

Caso necessário o deslocamento, os motoristas devem usar como rotas alternativas as rodovias do Sistema Imigrantes/Anchieta (SP-160 e SP-150). Devido a uma queda de barreira no km 174+500 da SP-055, na Praia do Juqueí, o acesso a uma rota alternativa pela Rodovia dos Tamoios está interditado para quem está entre Bertioga e Juqueí.

Oswaldo Cruz (SP-125): Km 11 – queda de barreira; Km 13 – queda de barreira; Km 58 – queda de barreira.

Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA)

Equipes do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) prestam apoio na região. Grupos de trabalho estão nos municípios de São Sebastião e Caraguatatuba para auxiliar no socorro às vítimas.

Rodovias Concessionadas

A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP) informa que não há interdição nas rodovias estaduais concedidas. As principais rodovias que dão acesso ao litoral paulista e ao interior do Estado de São Paulo não apresentam congestionamentos na manhã desta terça-feira (21).

Rodovia dos Tamoios – Tráfego normal, sem congestionamentos.

Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) – Tráfego normal, sem congestionamentos. Operação 5×5 permanece nas Rodovias Imigrantes e Anchieta.

Sistema Castello Branco-Raposo Tavares – Tráfego normal, sem congestionamentos.

Sistema Anhanguera-Bandeirantes – Tráfego normal, sem congestionamentos.

Rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto – Tráfego normal, sem congestionamentos.

Identificação das vítimas

Até o momento, 40 óbitos foram confirmados, sendo 39 em São Sebastião e um em Ubatuba. Equipes do município com psicólogas e assistentes sociais fazem um trabalho de acolhimento dos familiares das vítimas. Sete corpos já foram identificados e liberados para o sepultamento. São dois homens adultos, duas mulheres adultas e três crianças.

Os trabalhos de busca, resgate e salvamento seguem ininterruptamente na região. Atualmente, são 1.730 desalojados e 766 desabrigados em todo Estado.

Atendimento médico

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que 18 adultos e cinco crianças vítimas das chuvas foram atendidas, até o momento, no Hospital Regional do Litoral Norte (HRLN). Deste total, seis estão em estado grave e 13 estáveis. Outros dois pacientes já receberam alta hospitalar e outras duas, uma grávida e uma puérpera, foram transferidas para o Hospital Stella Maris.

Desde domingo, as unidades de Saúde do Estado no Litoral Norte estão em alerta para receber os possíveis feridos do desastre que atingiu a região. Outras unidades de saúde da Baixada Santista, Alto Tietê e da Capital também estão aptas a receber os feridos.

A SES acrescenta que, dos 23 pacientes que já passaram pelo HRLN, um não teve a família localizada. Esta paciente, uma mulher de 42 anos, deu entrada nesta madrugada e o serviço social da unidade trabalha para localizá-los.

Além de reforçar o atendimento, a SES-SP encaminhou um conjunto de insumos ao atendimento às vítimas desse desastre. Foram encaminhadas, 36 ampolas de soro antiofídico para cobras, 5 mil frascos de hipoclorito de sódio, 940 bolsas de glicose, 900 bolsas de soro, 180 kits intravenosos, 30 kits de sutura, 30 talas para imobilização, além de sedativos e outros medicamentos.

Abastecimento de água

Os técnicos da Sabesp seguem trabalhando para o restabelecimento dos sistemas de abastecimento de água no Litoral Norte e Baixada Santista. Em São Sebastião e Ilhabela, 40 caminhões-tanque da companhia realizam o abastecimento emergencial até a regularização total dos sistemas.

Nesta manhã (21), equipes de operação e de manutenção já estão em Boiçucanga para tentar o reparo do sistema de produção de água. Caminhões-tanque também estão a caminho. A produção de água em Maresias já foi retomada e mais de 8 mil imóveis já estão com o abastecimento em recuperação (Maresias e Barra do Una).

Em Caraguatatuba e Ubatuba, os sistemas de abastecimento continuam em processo de recuperação. Ao todo, 104 técnicos da companhia estão empenhados nesse trabalho, com o apoio de caminhões de hidrojateamento e alto vácuo, seis retroescavadeiras e outros veículos.

Previsão do tempo

Segundo os serviços meteorológicos, a terça-feira (21) começa com sol entre nuvens no Litoral Norte e as temperaturas sobem rápido. A partir do final da manhã, áreas de instabilidade se formam e favorecem a formação de nuvens carregadas sobre a região.

No início da tarde voltam as condições para pancadas de chuva, com risco de temporais, raios e até chance de granizo em pontos isolados. Essa situação pode ocorrer de forma intermitente até o início da noite. Diante dos volumes previstos, a orientação para a região do litoral norte é de atenção devido ao solo encharcado e das ocorrências de deslizamentos já verificadas nos últimos dias.

 

Após dez anos da tragédia que tirou a vida de 242 pessoas na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, ninguém foi responsabilizado. Familiares e vítimas da tragédia, que completa uma década nesta sexta-feira (27), ainda aguardam o desfecho judicial.

Os sócios da boate Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos; e o auxiliar Luciano Bonilha Leão foram acusados de homicídio pelo Ministério Público do Estado (MPE). Em 2021, eles foram condenados pelo Tribunal do Júri a penas de 18 a 22 anos de prisão. Sob o argumento de descumprimento de regras na formação do Conselho de Sentença, o Tribunal de Justiça do estado anulou a sentença e revogou a prisão em agosto do ano passado. O MPE recorreu da decisão.

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O delegado regional de Santa Maria, Sandro Luís Meinerz, que conduziu a investigação do caso, lamenta a demora da justiça.

“Estamos fechando agora no dia 27, dez anos dessa absurda tragédia e, infelizmente, nenhuma resposta final desse processo foi dada para sociedade e, principalmente, para os pais e familiares dessas vítimas que morreram, fora aquelas que ficaram sequeladas”, disse.

A defesa de Luciano Bonilha afirma que a sentença do júri, que foi anulada, era injusta. O advogado Jean Severo espera uma solução no fim deste ano. Já o advogado de Mauro Londero, Bruno Seligman de Menezes espera que a anulação seja mantida e que um novo julgamento tenha uma sentença justa.

Segundo a advogada do vocalista Marcelo Santos, Tatiana Vizzotto Borsa, o músico segue trabalhando em São Vicente do Sul, enquanto aguarda a decisão de tribunais superiores. A defesa de Elissandro Spohr não quis se manifestar.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul disse, em nota, que além dos quatro réus por homicídio, 19 pessoas, entre bombeiros e ex-sócios da boate, foram acusadas por crimes como falsidade ideológica e negligência.

Outras 27 pessoas foram denunciadas por falsidade ideológica, porque assinaram documento dizendo morar a menos de 100 metros da boate, o que foi comprovado como mentira.

Mudanças na legislação

A tragédia escancarou a fragilidade nos critérios de segurança em casas noturnas e exigiu uma resposta dos legisladores. Em 2017, entrou em vigor uma nova lei federal, conhecida como Lei Kiss. O texto estabeleceu normas mais rígidas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndios em estabelecimentos de reunião de público em todo território nacional. 

Entre as mudanças na lei, aspirante a oficial do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e pesquisadora do caso Kiss, Kirla Pignaton, destaca a determinação de que cada estabelecimento tenha a lotação máxima na porta de entrada. Outro ponto foi a inclusão de noções de segurança contra incêndio e pânico nos cursos de engenharia e arquitetura. 

Entretanto, ao sancionar a lei, o então presidente Michel Temer vetou 12 trechos, nos quais estão a criminalização do descumprimento das ações de prevenção e combate a incêndio e a proibição do uso de comandas em casas noturnas.

Segundo Kirla Pignaton, o caso de Santa Maria não é inédito. Outras nove situações similares aconteceram antes em outros países. Para a pesquisadora, a tragédia mostrou a importância de informações sobre a segurança do local. 

"[O consumidor passou a] se atentar que não pode ficar em um estabelecimento [sem segurança]. Ele também pode entrar no site do Corpo de Bombeiros e fazer uma denúncia para que eles vão até o local para façam vistoria para verificar se está tudo conforme o projeto, se o projeto de segurança foi executado", disse a pesquisadora.

No Rio Grande do Sul, ainda em 2013, mesmo ano do incêndio na Kiss, uma lei aumentou o rigor na prevenção contra incêndios. Mas no fim do ano passado, a Assembleia Legislativa aprovou uma lei enviada pelo Executivo que dispensa a necessidade de alvará para 730 tipos de imóveis.

Nesta semana faz quatro anos que rompeu a barragem da mineradora Vale, em Brumadinho (MG). Entre as famílias das 270 vítimas da tragédia, três seguem à espera de uma chance de ter velório, enterro e uma despedida: os corpos não foram achados sob o mar de lama. Na esperança de dar ponto final a este capítulo, a força-tarefa de bombeiros e policiais mantém buscas e trabalhos de análise dos vestígios coletados no lugar que um dia foi a Mina do Córrego do Feijão.

"Nossos amados não pertencem ao lugar da tragédia. As buscas são uma forma de reparação com as vítimas sendo recuperadas", diz Patrícia Borelli, filha de Maria de Lurdes da Costa Bueno, de 59 anos, corretora de São José do Rio Pardo (SP) que estava hospedada em uma pousada em Brumadinho. Ela, o marido, dois enteados e a nora, grávida, foram soterrados junto com mais hóspedes, funcionários e os donos do local. Os planos eram de fazer uma visita ao museu Inhotim.

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As famílias de Nathália de Oliveira Porto Araújo, de 25 anos, e de Tiago Tadeu Mendes da Silva, de 34, - ela estagiária e ele funcionário da Vale - são as outras que seguem à espera. Com o passar do tempo, a preocupação dos bombeiros e da Polícia Civil é de que se perca a qualidade do material ainda existente, por causa das chuvas e da decomposição, prejudicando que se encontrem resquícios das demais vítimas.

Em campo

Quase 6 mil bombeiros militares atuaram nas sete fases de buscas. Hoje, a 8ª etapa atua com cinco estações, que consistem em equipamentos de peneiramento, acompanhados de bombeiros que verificam fragmentos. São processadas cerca de 200 toneladas por hora em cada máquina. Desde 2019, duas interrupções atrapalharam: a pandemia e as fortes chuvas que assolaram a Grande Belo Horizonte no fim de 2021 e início de 2022. O trabalho continua diariamente.

Se para muitos soa improvável ainda achar restos mortais, uma notícia no último dezembro reavivou a esperança: foi identificada a supervisora da Vale Cristiane Antunes Campus, de 35 anos - a 267ª vítima.

Familiares dos desaparecidos criaram a Comissão dos Não Encontrados - no início eram 11 - e fazem a ponte entre as instituições (como polícia, bombeiros e Ministério Público) e os parentes dos outros. "Toda família merece sepultar o seu. Ninguém pode ficar lá perdido. Pode demorar, a gente não sabe que dia, é tudo no tempo de Deus", diz Natália de Oliveira, professora em Brumadinho e irmã de Lecilda, identificada no fim de 2021.

Ela e dois parentes de outras vítimas, Josiana Resende, mais conhecida como "Jojo", e Geraldo Resende, levam informações às outras famílias, mesmo após os seus entes queridos já terem sido localizados.

"Sempre me emociona muito, eles têm carinho com minha família, sempre representam e homenageiam minha mãe na minha ausência", conta Patrícia, que vive nos Estados Unidos e quer visitar o grupo em Brumadinho em abril.

No laboratório

Por causa do tempo, o material biológico que sai da mina e chega ao Instituto Médico-Legal (IML) vem mais deteriorado, relata o médico legista responsável pelas identificações de 2019 até agosto de 2022 na Polícia de Minas, Ricardo Araújo. Ele era da diretoria do IML até o desastre, quando foi designado para realizar identificações e manter contato com as famílias.

Dentre os métodos científicos usados, estão a papiloscopia (impressão digital), o exame da arcada dentária e o de DNA. Na primeira semana, a impressão digital foi capaz de reconhecer 79 vítimas, e no primeiro mês, cerca de 120. Mas, diante do tipo de acidente, muitos foram mutilados, o que faz com que diversas partes da mesma pessoa sejam encontradas em momentos distintos.

As reidentificações, desde o início, já ultrapassaram o número de primeiras identificações. Significa que foram encontradas mais partes de uma mesma vítima do que de pessoas diferentes. São 1.003 casos levados pela frente de busca até dezembro, de um total de 270 atingidos, reflexo da segmentação dos corpos.

Foi preciso criar um banco de dados com as digitais dos desaparecidos, para fazer o reconhecimento por meio de leitor biométrico. Houve ainda entrevistas com as famílias para saber características, como tatuagens, tratamentos odontológicos, coleta de DNA e busca ativa em hospitais e clínicas por exames das vítimas.

Agora, impressões digitais e elementos dentários não funcionam mais e se usa o exame de DNA. Mas como o material biológico usado também se decompõe, é preciso analisar tecidos duros, como ossos. Para Araújo, será possível identificar todos. "Tecnologicamente estamos preparados e não trabalhamos com data-limite".

Há ainda famílias que acompanham as buscas com a expectativa de que mais partes dos familiares sejam achadas. "O que se encontrou do familiar deles era tão pouco que não quiseram por no caixão", afirma Natália, da Comissão.

Divergência entre Vale e parentes dos mortos adia abertura de memorial

O memorial que vai homenagear os 270 mortos na barragem em Brumadinho teve a sua inauguração adiada por causa de uma divergência entre parentes das vítimas e a mineradora Vale. A previsão inicial era de que o espaço fosse aberto ao público em janeiro.

As famílias dizem que a empresa tenta impedir que elas administrem o memorial. "O impasse é que infelizmente não conseguimos acertar com a Vale a questão da governança do memorial. Ela quer fazer parte, e nós não aceitamos. Não faz sentido a empresa que matou integrar a governança de um espaço que vai homenagear as vítimas", afirma a técnica em Química Nayara Cristina Porto Ferreira, de 30 anos.

Ela integra a diretoria da Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum) desde a sua fundação, em 2019, e é viúva de Everton Lopes Ferreira, que era operador de empilhadeira da Vale. Ele deixou também uma filha de 11 anos, do seu primeiro relacionamento.

Já a Vale afirma, em nota, que está "em constante diálogo" com a Avabrum, que representa as famílias. Ainda segundo a empresa, o diálogo tem a participação do Ministério Público de Minas Gerais sobre todos os aspectos necessários à gestão do espaço e houve escuta ativa dos familiares.

Proposta

Em relação às obras do memorial, a parte estrutural está nos ajustes finais, e a próxima fase é montar a expografia (o conteúdo a ser exposto). Com 1,2 mil m² de área construída, o espaço foi erguido em terreno cedido pela Vale, que custeou as obras, de frente para a serra onde ficava a barragem que desmoronou, no Córrego do Feijão.

O projeto é rico em simbologia. O pavilhão de entrada tem forma distorcida e fragmentada e representa o sonho das vítimas, descreve em seu site o arquiteto mineiro Gustavo Penna, que projetou o memorial. Na sequência, um ambiente escuro, iluminado por frestas no teto apenas, representa a invasão da lama. No concreto, estão incorporadas algumas peças metálicas retiradas dos escombros, dando sombra e proteção. Foram plantados ainda 272 ipês amarelos, "para que cada lamento possa ser ouvido", segundo Penna. São 270 mortos no total, mas as famílias também incluem na conta dois bebês, uma vez que duas vítimas estavam grávidas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma cadela cavou para indicar o local em que o corpo do dono estava soterrado, na tragédia que aconteceu em Rodeio, Santa Catarina. O vídeo com a cena comovente foi registrada pelo Corpo de Bombeiros na manhã desta sexta-feira (20), quando encontraram o corpo de Alaerte Borba de Paula, de 50 anos, já sem vida. Ele é a quarta vítima da tragédia na cidade. 

A vítima foi arrastada pela força da água e estava sendo buscada desde terça-feira (17). O corpo foi encontrado a cerca de 100 metros de onde o homem desapareceu, na Rua Santa Polônia, em meio aos destroços de um rancho.

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Os bombeiros ainda buscam uma menina de um ano e meio que está desaparecida.  [@#video#@]

O incêndio na cidade de Viña del Mar, na costa central do Chile, que já deixou pelo menos dois mortos e 130 casas destruídas, ainda não foi totalmente controlado, embora três focos tenham sido contidos.

As primeiras luzes do dia revelaram o panorama de destruição deixado pelo fogo, que começou na tarde de quinta-feira (22) nas colinas da cidade localizada 120 quilômetros a oeste de Santiago.

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"Perdemos tudo, documentos, veículo. O que mais sinto são os cachorros que ficaram. Estão lá, mortos", disse à AFP o morador Óscar González.

Nesta sexta-feira (23), o governo chileno garantiu que, com as atuais condições climáticas e os recursos mobilizados, seria possível controlar o incêndio ainda hoje.

As autoridades confirmaram a morte de duas pessoas: uma mulher de 85 anos e um homem de 62.

O vice-secretário do Interior, Manuel Monsalve, informou que os números oficiais sobre o incêndio — que começou na zona alta desta cidade e avançou pela serra — são de 30 feridos e cerca de 130 casas e 125 hectares destruídos.

"Tivemos que sair com a roupa do corpo. (...) Conseguimos encher baldes e nos molhar um pouco, mas foi um inferno", contou a moradora Evelyn Arancibia.

"O fogo começou lá cima, pelo (setor de) Rodelillo. Quando vimos, o fogo já estava aqui embaixo. As casas foram pegando fogo uma atrás da outra, até chegar na minha, e passou para o outro lado. Está tudo queimado. Praticamente todo o povoado queimou", detalhou Daniel Velázquez, de 66 anos.

- Várias casas -

A prefeita de Viña del Mar, Macarena Ripamonti, informou que está em andamento "a consolidação do número" de casas destruídas.

"Trabalhamos com entre 200 e 500 casas (afetadas). Às 5h, tínhamos 131 homologadas, mas há muito mais", disse.

As autoridades detalharam que o fogo continua ativo em três zonas florestais, e que trabalham para controlá-lo com 11 brigadas terrestres, 10 helicópteros e mais dois aviões-tanque que chegarão em breve.

"Há muitas áreas em que não se pode entrar, porque o incêndio não acabou, e temos fontes ativas", comentou a ministra do Interior e Segurança, Carolina Tohá, que se deslocou para a região de Valparaíso.

Tohá também anunciou a visita do presidente Gabriel Boric à região.

Para facilitar o trabalho de combate ao incêndio, socorrer as vítimas e proteger as casas que tiveram que ser evacuadas, o governo decretou estado de emergência na região de Valparaíso.

"Precisamos de caminhões para que tirem todo entulho que temos aqui, para que possamos limpar nossas casas. Ficamos sem nada, tudo queimado", desabafou a professora Javiera Lagos, de 29 anos.

A tragédia, que começou como um incêndio florestal, teve início nas colinas de Viña del Mar. Avivadas por fortes rajadas de vento, as chamas avançaram até atingir os setores habitados, a maioria de baixa renda, com casas de construção leve e ruas estreitas.

Três irmãos morreram afogados em um açude no município de Passira, no Agreste de Pernambuco, na tarde do domingo (5). O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas as vítimas já estavam sem vida quando a equipe chegou ao local.

Os corpos dos irmãos Analice, de 10 anos, Albertina, de 14, e Wilson, de 16, foram encontrados no açude do Sítio Cajá, localizado na comunidade Pedra Tapada. O Samu foi acionado por volta das 15h30 e enviou duas ambulâncias, uma do próprio município e uma da cidade vizinha de Limoeiro. A suspeita é que os irmãos tenham morrido enquanto tentavam socorrer um deles que se afogava.

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Por meio de nota, a Prefeitura de Passira prestou solidariedade aos familiares e amigos. "A Prefeitura de Passira lamenta profundamente o falecimento de Analice, Albertina e Wilson, pertencentes à mesma família. Neste momento de saudades, a gestão municipal manifesta solidariedade aos familiares e amigos pela irreparável perda. Descansem em paz!".

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