Tópicos | Assembleia Geral das Nações Unidas

Os talibãs pediram para se dirigir à Assembleia Geral das Nações Unidas, celebrada esta semana em Nova York, informou um porta-voz da organização. O comitê de credenciais terá que decidir sobre o caso, disse à AFP o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, recebeu a carta do grupo na qual "solicita participar" no debate de alto nível, disse Dujarric. A missiva tem data de segunda, 20 de setembro, acrescentou o porta-voz.

É assinada por Amir Khan Muttaqi na qualidade de "ministro das Relações Exteriores", que informa que o representante anterior, Ghulam Isaczai, "não representa mais" o Afeganistão nas Nações Unidas.

Isaczai era o representante permanente do governo afegão deposto em agosto, coincidindo com a retirada das tropas americanas do país, pondo fim a 20 anos de ocupação. A carta assegura que os talibãs nomearam seu porta-voz estabelecido em Doha, Suhail Shaheen, como novo embaixador do Emirado Islâmico do Afeganistão na ONU.

O novo "ministro das Relações Exteriores" talibã assegura que Ashraf Ghani foi "deposto" em 15 de agosto, no dia em que o então presidente deixou o país.

"Países em todo o mundo já não o reconhecem como presidente", diz a carta, segundo a ONU. O porta-voz da ONU também garantiu que o secretário-geral recebeu outra carta de Isaczai, datada de 15 de setembro, com a lista da delegação afegã.

"Após consultas com o gabinete do presidente da Assembleia Geral, a secretaria enviou as duas cartas aos membros do comitê de credenciais da 76ª sessão da Assembleia Geral", informou.

O comitê é integrado por Rússia, China, Estados Unidos, Suécia, África do Sul, Serra Leoa, Chile, Butão e Bahamas. Não é certo que o comitê vá se reunir antes da segunda-feira, quando estava prevista a intervenção do Afeganistão no fórum multilateral.

Os Estados Unidos buscarão apoio internacional contra o Irã na Assembleia Geral das Nações Unidas, enquanto acusam o país de atacar duas instalações de petróleo na Arábia Saudita, disse o chefe de diplomacia dos EUA, Mike Pompeo, neste domingo.

"O presidente (Donald Trump) e eu queremos dar à diplomacia todas as oportunidades de sucesso", disse Pompeo à ABC.

"Estou em Nova York, estarei na ONU a semana toda para falar sobre isso", acrescentou o secretário de Estado. "Esperamos que as Nações Unidas adotem uma posição firme".

A ONU "foi criada exatamente para esse tipo de coisa, quando um país ataca outro país, e esperamos que a ONU se mobilize", disse Pompeo

No entanto, o presidente dos EUA disse no domingo não ter intenção de se reunir com seu equivalente iraniano, Hasan Rohani, na ONU.

"Nada está totalmente excluído, mas não tenho a intenção de me encontrar com o Irã", afirmou.

O Irã nega qualquer responsabilidade por esses ataques aéreos contra duas grandes instalações petrolíferas na Arábia Saudita, em 14 de setembro, que foram reivindicadas pelos rebeldes huthis apoiados por Teerã no Iêmen.

As tensões aumentaram constantemente entre Teerã e Washington desde a retirada unilateral dos Estados Unidos em maio de 2018 do acordo nuclear iraniano alcançado em 2015, seguida pela restauração de fortes sanções contra o Irã.

O G7 prometeu nesta segunda-feira (26) liberar US$ 20 milhões em caráter de urgência para enviar aviões-tanque para combater os incêndios na Amazônia.

Além de enviar uma frota aérea para lutar contra as chamas, à qual a França prestará apoio militar com suas forças na Guiana Francesa, o G7 concordou com um plano de ajuda destinado ao reflorestamento, com participação da ONU. Este texto deverá ser finalizado durante a Assembleia Geral das Nações Unidas no final de setembro.

Essa "Iniciativa para a Amazônia" precisará do consentimento do Brasil e de outros oito estados amazônicos, em conexão com ONGs e populações locais.

"Os países amazônicos precisam urgentemente de brigadas de incêndio e bombardeiros especializados", afirmou o presidente chileno, Sebastián Piñera, convidado do G7.

Essas decisões refletem a vontade do presidente francês de fazer da Amazônia uma prioridade do G7, segundo os dois presidentes.

"A segunda etapa, na qual devemos ter consentimento dos países amazônicos, será no âmbito da próxima Assembleia Geral da ONU, para implementar uma fase que consiste em proteger florestas, biodiversidade e reflorestar essas regiões do mundo", afirmou Piñera.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou, por sua vez, que seu país propõe ajudar na luta contra os incêndios, "enviando um avião-tanque e contribuindo com cerca de 15 milhões de dólares".

Antes dele, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, já havia prometido nesta segunda-feira 10 milhões de libras para ajudar a reflorestar a Amazônia.

A número um mundial do luxo LVMH se comprometeu a contribuir com cerca de 10 milhões de euros para a iniciativa, fazendo um apelo a "todos que compartilham (...) a convicção de que a Amazônia, tesouro do patrimônio natural mundial, deve ser protegida, que participem".

Presente no G7, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu à comunidade internacional que se mobilize com mais força.

"Espero que possamos mobilizar mais recursos para ajudar os países da Amazônia", disse Guterres.

- Polêmico status internacional

O presidente francês até questionou a conveniência de conferir um status internacional à floresta amazônica, caso os líderes da região tomem decisões prejudiciais ao planeta.

Uma clara alusão ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que acusou Macron de ter uma "mentalidade colonialista" por exigir uma ação internacional a respeito da região.

Associações e ONGs levantaram a questão de definir um status internacional para a Amazônia.

"Este não é o quadro da iniciativa que estamos tomando, mas é uma questão real que se impõe, se um Estado soberano tomar medidas concretas que obviamente se opõem ao interesse de todo planeta", alegou Macron.

"As conversas entre Piñera e Bolsonaro não vão nessa direção. Acho que ele está ciente desse assunto. Em qualquer caso, quero viver com essa esperança", afirmou ainda, sugerindo que o presidente brasileiro não se oporia ao envio de aviões de combate a incêndios, graças à mediação chilena.

Mas esse status "é um caminho que permanece aberto e continuará a florescer nos próximos meses e anos, porque a questão é tal no plano climático que não podemos dizer 'este é um problema só meu'. É o mesmo para aqueles que têm espaços glaciais em seu território, ou que impactam o mundo inteiro", insistiu.

Ele garantiu, no entanto, que construiu a iniciativa que será proposta às Nações Unidas "para respeitar a soberania de cada país".

Também confirmou que o líder indígena Raoni, opositor declarado de Bolsonaro, estava na região, mas à convite de ONGs. Se o cacique desejar, Macron disse que está pronto para recebê-lo novamente.

O presidente francês fez da situação na Amazônia uma das prioridades da cúpula do G7, lançando um apelo a "todas as potências" para se mobilizarem contra os incêndios e em favor do reflorestamento.

Quase 80.000 incêndios florestais foram registrados no Brasil desde o início do ano, incluindo pouco mais da metade na Amazônia.

Sob pressão internacional, o Brasil finalmente entrou em ação no domingo na Amazônia, enviando em particular dois aviões C-130 Hercules.

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