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Uma análise de segurança feita na escadaria e na trilha da Praia do Sancho e da Baía dos Porcos, em Fernando de Noronha, indicou que a estrutura dos locais está sob alto risco de desmoronamento. O estudo foi encomendado pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), que é responsável pela área onde estão localizadas as duas praias. A informação é do G1. 

“O risco de desmoronamento no Sancho e na Baía dos Porcos é alto. São rochas soltas no paredão e na base da encosta. As rochas são angulosas porque vieram de cima, se desprenderam de algum lugar, de um paredão. Se existem rochas angulosas a indicação é não ficar nesses locais", afirmou o geólogo Fábio Reis, engenheiro civil que trabalhou na análise da área de Furnas, em Capitólio, Minas Gerais, onde o desabamento de pedras em um cânion deixou dez mortos. 

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Os especialistas envolvidos na análise em Noronha indicaram ações preventivas nas praias, que fazem parte do Parque Nacional Marinho. Entre as medidas indicadas, está a proibição do acesso em pontos de risco. A escadaria do Sancho está fechada para execução dos trabalhos preventivos desde o dia 24 de maio. A reabertura da praia acontece nesta quarta-feira (1º). 

“Demos início à limpeza da escada, vamos fazer um plano de subida e descida, com as pessoas mais distantes uma das outras. É preciso manutenção anual no Sancho e nas outras áreas onde existem rochas”, continuou Reis. 

Também estão previstas mudanças na visitação das praias, de acordo com o ICMBio. As falésias da Praia do Sancho estavam sem análise geológica há 12 anos. Os paredões têm cerca de 60 metros de altura e aproximadamente 855 metros de comprimento. O LeiaJá entrou em contato com o Instituto para obter mais informações sobre a análise e futuras ações, mas, até o momento desta publicação, aguardava o retorno do órgão. 

 

Três dias após o aniversário de 85 anos de Fidel Castro e 50 anos após o desembarque de tropas cubano-americanas na Baía dos Porcos, a Justiça dos Estados Unidos obrigou a Agência Central de Inteligência (CIA, por suas iniciais em inglês) a divulgar parte dos arquivos sobre uma das mais célebres operações militares da Guerra Fria. Os documentos revelados apontam erros do Departamento de Estado, do presidente John F. Kennedy e afirmam que a invasão foi ainda mais desastrosa do que se imaginava.

Segundo os arquivos, Grayston Lynch, principal agente da CIA, ordenou disparos contra aviões que os EUA tinham enviado para a proteção dos invasores, derrubando alguns. Washington havia fornecido aviões B-26 parecidos com os da Força Aérea cubana - caso fossem abatidos, a ideia era negar envolvimento norte-americano e alegar que os aviões eram pilotados por desertores cubanos. "Disparamos contra dois ou três, porque só víamos uma silhueta", afirmou Lynch.

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O episódio é uma das muitas revelações de quatro volumes escritos por Jack Pfeifer, historiador da CIA, entre 1974 e 1984. As 1,2 mil páginas foram divulgadas por ordem judicial, com base na lei de acesso à informação, a pedido do Arquivo de Segurança Nacional, um grupo privado ligado à Universidade George Washington - há um quinto volume que a CIA ainda se nega a liberar.

Entre os novos detalhes está o desvio de recursos da operação para pagar a máfia para assassinar Fidel Castro. Os planos eram tão secretos que nem Jacob Esterline, comandante da invasão fracassada, sabia. Apesar de a Casa Branca ter proibido o envolvimento direto de norte-americanos na ação, segundo os documentos, a CIA permitiu que pilotos sobrevoassem as praias de Cuba - quatro foram abatidos e mortos. Eles foram condecorados apenas em 1976, em cerimônias secretas.

Os documentos também detalham a participação de Richard Nixon, que era vice-presidente quando a operação começou (durante a presidência de Dwight Eisenhower) e acordos fechados com o então ditador da Nicarágua Anastasio Somoza para cooperar em troca de dinheiro.

Para historiadores, uma das mais importantes revelações é que nem mesmo a CIA acreditava no sucesso da operação sem intervenção direta dos EUA. Mais tarde, Kennedy teria dito a assessores que a agência apostava que ele não resistiria à pressão e enviaria apoio militar.

De acordo com Pfeifer, era "absurda" a tentativa de Kennedy de encobrir o envolvimento norte-americano na operação e teria sido um erro não enviar apoio aéreo para os invasores.

Em conversa com o então secretário de Estado, Dean Acheson, Kennedy estimava que seriam 1,5 mil invasores contra 25 mil oponentes. "Não precisa ser um gênio para saber que 1,5 mil é menos do que 25 mil", teria resmungado Acheson, em uma crítica discreta à ingenuidade do presidente. As informações são da Associated Press.

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