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Seis empresas anunciaram, neste sábado (12), a criação de uma organização que se dedicará a atividades de restauração, conservação e preservação de florestas no Brasil. São elas: Itaú Unibanco, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale.

A iniciativa, chamada de Biomas, tem planos de recuperar 2 milhões de hectares de áreas degradadas a partir do plantio de 2 bilhões de árvores nativas. No futuro, a partir de 2025, a coligação pretende atingir um espaço protegido de 4 milhões de hectares em diferentes ecossistemas - que incluem Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado -, o que equivaleria à extensão do território do Estado do Rio.

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A aliança foi lançada na Cúpula do Clima das Nações Unidas, a COP-27, e prevê retirar da atmosfera aproximados 900 milhões de toneladas de carbono equivalente em duas décadas. O CO2 equivalente é uma forma de mensurar todos os gases estufa em uma mesma medida. Segundo estimativas do grupo, mais de 4 mil espécies de animais e plantas serão preservados.

Cada uma das empresas envolvidas investirá, inicialmente, R$ 20 milhões, que serão dedicados aos primeiros anos de atividade da nova organização, que quer também estimular o desenvolvimento regional e fortalecer comunidades locais. Um dos principais objetivos é promover um modelo de negócio sustentável também do ponto de vista financeiro, com base na comercialização de crédito de carbono.

Criados pelo Protocolo de Kyoto, em 1997, créditos de carbono se baseiam na não emissão de CO2. Ou seja, países, cidades ou organizações que absorvem mais do que emitem dióxido de carbono podem vender esse crédito para outros com maiores despejos do gás na atmosfera, que vão compensar esse excesso de emissões.

ESG

A Biomas deve ser parte dos esforços dos grandes grupos para mitigação das mudanças climáticas. "O investimento reforça nosso compromisso com a agenda ESG (sigla em inglês que significa sustentabilidade, social e governança)", diz Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco. "Temos como meta zerar nossas emissões de carbono, incluindo das nossas carteiras, até 2050", afirma.

Walter Schalka, presidente da Suzano, destaca que a ação é pioneira. "Reunimos a força dessas empresas em algo inédito no mundo para promovermos um movimento benéfico, com condições efetivas de gerar e compartilhar valor com comunidades locais e o meio ambiente."

Mapeamento

A etapa inicial da Biomas começará com a identificação de áreas para produção em escala de árvores nativas e engajamento de comunidades locais.

Juntamente com isso, serão propostas algumas parcerias com plataformas de certificação de crédito de carbono e a implementação dos projetos-piloto.

Após a primeira fase, deverá haver a expansão para um espaço de 4 milhões de hectares, prevista a partir de 2025. Para a operação ser concluída, serão necessárias aprovações regulatórias usuais para essa extensão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para marcar o Dia da Árvore, comemorado nesta quarta-feira (21), a Associação Caatinga lança o projeto Restaura Caatinga, com o objetivo de difundir conhecimento técnico, treinar coletores de sementes e restaurar florestas de ecossistemas degradados. A data foi instituída a fim de conscientizar e ajudar os brasileiros a refletirem sobre a importância das florestas para os seres vivos. 

A ideia, segundo a associação, é a “alinhar técnicas inovadoras de restauração florestal, capacitação de pessoal e promoção da rede de sementes para proteção do bioma”. Entre as atividades programadas está a restauração florestal do entorno da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Neném Barros, localizada no município de Crateús (CE).

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“A ação vai beneficiar 20 hectares ao redor da área, contribuindo com a recomposição de uma região degradada e protegendo ainda mais a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)”, explica o coordenador-geral da Associação Caatinga, Daniel Fernandes.

“Isso tudo amplia a oferta dos serviços ecossistêmicos gerados a partir da floresta em pé, como o estoque e a remoção de carbono e a segurança hídrica”, acrescentou ao informar que o Restaura Caatinga contempla quatro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU): o ODS 4 (Educação de qualidade); o 11 (Cidades e comunidades sustentáveis); o 13 (Ação contra a mudança global do clima); e o 15º (Vida terrestre).

De acordo com a associação, o projeto também está alinhado à Década de Recuperação dos Ecossistemas (2021-2030), estabelecida pela ONU. O projeto é dividido em três atividades, sendo uma voltada à realização de curso de restauração ecológica da Caatinga, em formato online, “para atores envolvidos na cadeia da recuperação do bioma”.

A segunda atividade é a consolidação da Reserva Natural Serra das Almas, localizada entre os municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI), como ponto de treinamento de coletores de sementes.

“A terceira é a restauração de 20 hectares de ecossistemas da caatinga da RPPN Neném Barros, em Crateús, a partir de técnica desenvolvida pelo Laboratório de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)”, informa a associação.

De acordo com um estudo realizado por 30 pesquisadores de diferentes instituições, aproximadamente 17 milhões de vertebrados morreram no ano de 2020, em decorrência das queimadas no Pantanal, bioma localizado na divisa dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que corresponde a 2% do território brasileiro.

A pesquisa é baseada no uso da “técnica de amostras de distâncias em linhas”, ou seja, os pesquisadores percorreram mais de 114 quilômetros de trilha, entre o início de agosto e metade de novembro de 2020, com as áreas sendo vasculhadas em até 72 horas depois do início do fogo causado pelos focos de incêndio.

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Dentre as maiores vítimas deixadas pelas queimadas, estão as pequenas cobras, em específico, as aquáticas. Ao todo, foram 9 milhões, número que corresponde a 60% de todos os animais mortos. O motivo pelo qual o número abrange esses répteis, é devido à baixa capacidade de locomoção, que acaba dificultando a fuga no momento do incêndio.

Vale lembrar que 17 milhões de mortes de animais é uma estimativa que pode estar aquém do que realmente aconteceu já que, durante o trajeto, os pesquisadores não consideraram encontrar carcaças dentro de tocas ou espaços ocos nas árvores, além de pequenos vertebrados que podem ter sido dizimados com as queimadas sem deixar registro.

Quando a conta considera ainda  os bichos que  sofreram sequelas com as queimadas, a estimativa aumenta para mais de 65 milhões de animais vertebrados afetados no Pantanal, além de outros 4 bilhões de invertebrados. Os dados são do artigo científico “Pantanal está pegando fogo e só uma agenda sustentável pode salvar a maior área úmida do mundo”.

O ano de 2019 tem sido marcado por notícias a respeito das queimadas recorrentes na região da floresta amazônica, e já são inúmeros os impactos e perdas ambientais irreversíveis. Segundo dados da ONG WWF Brasil, cerca de 265 espécies oriundas das áreas atingidas pelos incêndios estão ameaçadas de extinção, incluindo 180 da fauna e 85 da flora.

Segundo Roberta Oliveira Raiol, licenciada plena em Biologia pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), e mestra em Zoologia com concentração em Ecologia e Conservação, o primeiro prejuízo para as espécies ameaçadas da fauna amazônica é a alteração que ocorre no meio onde elas se encontram. “Toda essa alteração do ambiente pode prejudicar e muito a permanência dessas espécies ameaçadas e até mesmo contribuir para a sua extinção”, afirma.

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Segundo a zoóloga, dependendo do quanto se alastram, as queimadas podem vir a auxiliar a extinção de espécies ainda sequer conhecidas pela ciência. “Talvez, dentre esses grupos, existam aquelas espécies que ainda nem mesmo foram conhecidas pela ciência, visto que o bioma amazônico tem uma grande biodiversidade, e grande parte dessa biodiversidade ainda se encontra inexplorada, devido às dificuldades geográficas que se tem”, informa.

O ecossistema amazônico, segundo Roberta, corre um grande risco de se perder, em partes, visto que a floresta possui uma estrutura e as suas espécies que vão apresentar diferentes funções ecológicas: “Em muitos desses ambientes, a gente já pode enxergar um clímax, ou seja, um equilíbrio, uma maturação muito grande dessas estruturas, e, com as queimadas, isso provoca um grande desequilíbrio nessas funções, nessas relações ecológicas”. Ela afirma que a recuperação de tais funções ambientais pode levar muitos anos, e até mesmo alguns séculos, para que possamos enxergar o clímax hoje observado.

A bióloga ainda alerta para a grande perda sofrida na questão social, referindo-se aos grupos tradicionais imersos no território amazônico, tal como os indígenas: “Além da biodiversidade florística, faunística, a gente ainda tem aí uma perda da nossa cultura”.

Por Afonso Serejo.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) emitiu uma recomendação ao prefeito de Carnaíba, no Sertão de Pernambuco, para que substitua o plantio da árvore Nim por outra espécie nativa da região do Pajeú. Segundo o texto, a árvore, que é de origem da Índia, pode causar um prejuízo à biodiversidade da caatinga, com a consequente eliminação de plantas nativas.

O Nim Indiano está espalhado pela cidade de Carnaíba, em ruas e prédios públicos. Segundo o MPPE, o próprio poder público e organizações da sociedade civil estão utilizando o Nim Indiano para arborização das cidades. "Em alguns casos, esta planta pode eliminar as plantas nativas da região, o que não é nem um pouco louvável", diz texto assinado pelo promotor Ariano Tércio Silva de Aguiar.

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A recomendação também cita análise de biólogo da Universidade Federal do Ceará, Marcelo Freire Foro. Ele diz: "Além de reduzir a biodiversidade, as plantas exóticas invasoras competem com as plantas nativas, podendo causar alterações de estrutura e composição das comunidades vegetais nativas e até mesmo a sua extinção".

O Nim tem se adaptado com sucesso ao clima semiárido, respondendo bem mesmo quando não recebe água regularmente. "Isto se deve ao fato da árvore conseguir acessar a água nas camadas mais profundas do solo, com seu sistema radicular eficiente. Possui crescimento relativamente rápido, fornecendo sombra com poucos meses após o plantio. O crescimento rápido, a copa vistosa e o perfume de suas flores têm convencido cada vez mais os moradores a plantarem o Nim em suas calçadas", aponta outro trecho.

Na recomendação, o promotor pede que o prefeito faça a substituição do Nim por árvores nativas do bioma Caatinga na arborização da cidade "sabendo que muitas espécies da Caatinga são capazes de oferecer sombra em nossas calçadas, e ainda não oferecem risco à encanação, pois possuem raízes pivotantes, que crescem verticalmente".

Ainda de acordo com o promotor, a substituição não deve ser súbita. À medida que a espécie nativa for crescendo, uma poda preventiva poderá ser realizada no Nim Indiano. Deverão ser evitadas queimadas, carvoarias e demais atos degradadores ambientais. A população deverá ser instigada a seguir a recomendação. "Vamos ajudar nosso bioma! A Caatinga precisa da ajuda de todos nós. E esta é uma forma simples e objetiva de contribuir com a natureza", solicita a recomendação.

Listado como Patrimônio Mundial da Unesco, a Grande Barreira de Corais tem uma extensão de 2.300 quilômetros e é um dos principais pontos turísticos da Austrália. Mesmo ameaçado pelas mudanças climáticas, o local ainda tem um imenso potencial turístico - o que gera um núcleo de empregos com cerca de 64 mil postos de trabalho.

Com tanta história e beleza, a Deloitte Access Economics, empresa de consultoria, resolveu fazer calcular o valor social e econômico do local, a pedido da fundação da Grande Barreira. A estimativa é de quer ecossistema como um todo valha a bagatela de US$ 56 bilhões.

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