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O ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações Dalton Avancini, afastado do cargo porque foi preso pela Operação Lava Jato, declarou à Justiça Federal que, ao assumir uma das áreas da empreiteira, foi informado sobre um "compromisso" de propina para as diretorias de Abastecimento e de Serviços da Petrobras, então sob comando, respectivamente, dos engenheiros Paulo Roberto Costa e Renato Duque.

"Quando assumi a área a informação que se tinha é que existia um compromisso com as (outras) empresas de pagamento de 1% (de propina) para cada uma (diretoria da Petrobras) e que esse valor era para os partidos", afirmou Avancini, citando o PT e o PP, ao responder indagação, em audiência, se tinha conhecimento dos pagamentos para diretorias da estatal petrolífera.

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Avancini depôs nesta segunda feira, 18, em Curitiba, base da Lava Jato. Ele foi preso em novembro de 2014 pela Operação Juízo Final, fase da Lava Jato que alcançou o braço empresarial do esquema de corrupção montado na Petrobras entre 2003 e 2014. Para se livrar da prisão fez delação premiada e ganhou regime domiciliar, com tornozeleira eletrônica.

Segundo ele, na ocasião, "o que se dizia" é que a soma equivalente a 1% sobre cada grande contrato firmado com a Petrobras era repassada à Diretoria de Serviços, "em atendimento para o PT que a apoiava" e à Diretoria de Abastecimento, "a partir do PP".

Ante a pergunta sobre "como funcionava essa ideia de compromisso", Avancini afirmou. "Não havia explicitamente essa troca toma lá dá cá de coisas pontuais, havia um sistema que funcionava e que, aparentemente, esses diretores apoiavam e deixavam acontecer. O que eu acho é que, de fato, acontecia. Eles (diretores) faziam vistas grossas e isso funcionava para que as mesmas (empresas) fossem vencedoras, para que a licitação acontecesse dessa maneira."

Os pagamentos iam para os partidos e para os diretores?, foi perguntado ao empresário. Segundo ele, havia contratos com as empresas do lobista Julio Camargo, a Piemonte e a Treviso - empresas de fachada, segundo a Lava Jato, pelas quais fluía o dinheiro da propina. Julio Camargo é outro delator da Lava Jato. Ele seria o elo das empreiteiras com a diretoria então comandada por Renato Duque.

"Essas empresas (Piemonte e Treviso) eram usadas para pagamentos à Diretoria de Serviços. Eram a Piemonte e a Treviso, eram contratos de consultoria. A partir disso eram feitos os pagamentos como consultoria e o Julio Camargo repassava para a Serviços", disse o ex-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações.

Ele disse que a Camargo Corrêa "tentou não pagar durante um bom tempo", mas houve pressão para que os pagamentos fossem realizados. "Os contratos de consultoria tinham como finalidade só pagamento dessas comissões."

Segundo ele quem ficava responsável pelos repasses aos partidos políticos era o próprio Julio Camargo. "Ele cuidava (dos repasses aos partidos). Nosso contato era exclusivamente com ele e ele fazia dali para frente, ele cuidava do que era para os partidos."

Foi perguntado a Avancini que se ele tinha conhecimento de eventual participação do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto nos recebimentos de propinas para o PT. "Não conheço", declarou o empresário. Segundo ele, esses pagamentos aos partidos políticos se davam porque os partidos mantinham os diretores na Petrobras.

"O sistema funcionava dessa maneira. Os diretores colocavam que isso era uma obrigação e as empresas respeitavam isso como um dever. Os próprios diretores revelavam que tinham o apoio dos partidos. Eles diziam: para que se mantivessem (com os contratos em vigor com a Petrobras), as empresas deveriam fazer essas contribuições. Assim, cada empresa resolvia o seu problema individualmente."

O juiz Sérgio Moro, que conduziu a audiência, perguntou a Avancini se o pagamento de propinas era usual ou foi pontual. "Era usual em todos contratos nossos. Isso era uma exigência. Já existia isso e me foi passado quando assumi a área."

Ele disse que tem conhecimento que outras empresas efetuavam o pagamento de propinas. "Sim, efetivamente pagavam. Todos comentavam que isso existia."

Segundo Avancini, o porcentual incidia não apenas sobre o valor dos contratos, mas também sobre os aditamentos. O ex-presidente da Camargo Corrêa disse que a empresa "sofreu pressão" para pagar propinas.

"No caso da RNEST (Refinaria Abreu e Lima), quando assumi a área, havíamos acabado de vencer a licitação e percebemos um movimento interno para que o contrato não fosse assinado por parte da Diretoria de Serviços, principalmente. Houve reuniões com a Diretoria de Serviços para entender o porque (da demora na assinatura do contrato). Eu estive numa reunião, no final de 2009, estava o (Renato) Duque e o Eduardo Leite (ex-diretor da Camargo Corrêa). Ele (Duque) colocou uma série de problemas, mas ficou muito claro que não tinha motivo para retardar o contrato, a assinatura. Quando houve aproximação com o Julio Camargo o contrato foi assinado."

Segundo Avancini, "o poder que eles (diretores) têm é muito grande". "Basta não colocar na reunião da diretoria um aditivo, pode retardar por muitos meses algo que poderia ter sido resolvido com mais agilidade", afirmou Avancini. "A regra geral era pagamento de propina em todo aditivo. Nós éramos cobrados por dívidas com essas duas diretorias."

Ao ser questionado se os valores iam para os diretores (Costa e Duque), ele disse. "Era colocado para os partidos."

O ex-vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Hermelino Leite, afastado do cargo porque foi preso pela Operação Lava Jato, declarou à Justiça Federal que pagou propina e foi cobrado pelos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços) - indicados do PP e do PT, respectivamente - mesmo depois que eles deixaram os cargos na estatal petrolífera.

"Isso (pagamentos) era uma dívida referente a um acordo que havia sido firmado, as pessoas vieram cobrar essa dívida. A gente não tinha certeza que a saída dele (Paulo Roberto Costa) representava o fim do apadrinhamento dentro da Diretoria (Abastecimento). Então, o fato de não acertar a dívida, isso pode te gerar um problema. A gente estava navegando em um mar que a gente não sabia qual era a influência do que ia ocorrer", afirmou.

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Eduardo Leite foi preso pela Lava Jato em 14 de novembro de 2014, quando a Polícia Federal deflagrou A Operação Juízo Final, fase da Lava Jato que mirou exclusivamente o cartel de empreiteiras que se instalou na Petrobras. Para se livrar da cadeia, Leite fez delação premiada com a força tarefa da Lava Jato no Paraná.

Em depoimento à Justiça Federal nesta segunda feira, 18, Eduardo Leite afirmou que foram pagos valores a Costa, referente a propina devida ao PP, após sua saída da estatal, em 2012, mediante contrato de consultoria fechado com a empresa de consultoria aberta pelo ex-diretor, a Costa Global.

O executivo disse ainda que Renato Duque, braço do PT no esquema e preso desde fevereiro de 2015, chegou a encaminhar por e-mail um contrato de sua empresa D3TM, aberta após ele deixar a estatal, para que fosse pago o restante da propina devida na área de Serviços.

"Posteriormente, ele (Duque) me encaminhou um e-mail com a apresentação da empresa de consultoria dele para celebrar um contrato assim como a do Paulo (Roberto Costa)", afirmou Leite.

O empresário-delator disse já ter identificado o e-mail e garantiu que vai apresenta-lo à Justiça Federal como prova do que diz.

"É um e-mail em que ele (Duque) me encaminha o contrato social da empresa na qual ele havia me pedido pessoalmente para que a gente efetuasse o pagamento dos atrasados, depois que ele saiu da Petrobras", explicou Eduardo Leite, ao responder a uma pergunta do advogado de Duque na audiência.

Segundo Leite, o contrato não foi efetivado, nem os pagamentos. O ex-diretor de Serviços da Petrobras nega todas as acusações. Por seus advogados, Renato Duque afirma que nunca recebeu propinas.

Perguntado então pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, sobre a que se referiam esses pagamentos, Eduardo Leite respondeu: "O saldo devido de propina de quando ele saiu da Petrobras."

"Ele (Duque) teve uma reunião comigo na qual fez o pedido para que isso fosse feito através de uma consultoria dele. Me enviou o contrato, e esse e-mail é o envio desse contrato", completou Leite.

Ao final do depoimento, Sérgio Moro insistiu em saber os motivos que levaram a Camargo Corrêa a pagar propina a ex-diretor mesmo após sua saída do cargo na Petrobras.

"Nós não sabíamos quem era o beneficiário, de que forma seria dividido. E tinha um apadrinhamento por trás disso."

Segundo ele, no caso de Duque, o pagamento não chegou a ser efetivado apenas por uma "questão de timing".

"Nós não tínhamos a convicção de que o não pagamento não geraria nenhum tipo de ônus. A gente não sabia qual era a nova Petrobras que estava surgindo com a saída desses apadrinhados. Se entrariam outros apadrinhados pelos mesmos partidos e isso poderia gerar uma situação de desconforto para a gente."

Pagamentos a partidos

 

O procurador da República Roberson Pozzobon, da força-tarefa da Lava Jato, quis saber como Leite sabia que o dinheiro chegava aos destinatários: "partidos e aos ex-diretores".

"Quando não tinha reclamações. Apesar que as reclamações eram uma constante, porque sempre estávamos em atraso com os pagamentos. Mas a situação é que eu tentava evitar de ser cobrado, tentava ter uma agenda pró-ativa para conseguir performar meus contratos", explicou Leite.

O delator explicou ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos em primeira instância da Lava Jato, que o lobista Julio Camargo - réu como operador de propina e também delator - era quem fazia a ponte entre a Camargo Corrêa e os contratos da Petrobras em que ele atuou.

"A Camargo usava exclusivamente o Julio Camargo para tratar na área de Serviços", explicou. Os pagamentos eram feitos por meio de contratos de consultoria com duas empresas do lobista, a Piemonte e a Treviso.

O delator listou em juízo os contratos nas obras em que teria sido paga propina - refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, Repar, no Paraná, entre outras, e também em um gasoduto em Caraguatatuba (SP), em que Leite confessou ter intermediado o pagamento de valores por seis anos.

"A Camargo Corrêa pagou no período até 2013 R$ 110 milhões em propina sendo, R$ 63 milhões para a área de Serviços e R$ 47 milhões para a área de Abastecimento", afirmou.

No caso da diretoria de Abastecimento, controlada pelo PP, o juiz Sérgio Moro já condenou no mês passado Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e outros acusados por lavagem de dinheiro e arrecadação de 1% a 5% de propina.

Leite também já é réu em processo em que o ex-diretor de Serviços e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto também são acusados por corrupção e lavagem de dinheiro.

A CPI da Petrobras marcou dois depoimentos para esta quarta-feira (20). Serão ouvidos o diretor-presidente da Camargo Corrêa Engenharia, Dalton dos Santos Avancini, e o executivo da Galvão Engenharia Erton Medeiros Fonseca. A audiência está marcada para as 14h30, no plenário 14.

As oitivas foram requeridas por 16 deputados. Eles querem apurar a participação das empresas no chamado "clube" de empreiteiras que combinavam preços para a concorrência em licitações da Petrobras.

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“Segundo denúncia do Ministério Público, um consórcio criminoso era favorecido em contratos com a Petrobras por diretores corruptos da estatal. Em troca, o consórcio pagava propina a ‘operadores’ indicados por partidos da base do governo com o objetivo de financiar campanhas eleitorais”, explicaram os parlamentares Ivan Valente (Psol-SP) e Edmilson Rodrigues (Psol-PA) no requerimento.

Avancini seria um dos articuladores do cartel. Já Erton Fonseca teria efetuado pagamentos ao empresário Shinko Nakandakari para evitar que a Galvão Engenharia fosse prejudicada em contratos que mantinha com a estatal. Nakandakari é apontado como operador da Diretoria de Serviços da Petrobras, à época comandada por Renato Duque.

Com informações da Agência Câmara.

A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou a empreiteira Camargo Corrêa a indenizar em R$ 100 mil, por danos morais, um pedreiro portador do vírus HIV, demitido sem justa causa. Sua dispensa foi considerada discriminatória, pela Justiça, e ele deverá ser reintegrado. Para o TST, a empresa ainda tentou fraudar o pedido de demissão do funcionário.

Na ação, o pedreiro contou que trabalhou por menos de um ano na empresa em Rondônia. Ele disse que foi vítima de discriminação por ser portador do HIV e por ter outras doenças, entre elas câncer de estômago. O funcionário alegou que chegou a passar mal no trabalho e foi atendido algumas vezes pelo médico da empresa, que sabia do seu estado de saúde. Após uma hemorragia digestiva, ele ficou afastado pelo INSS por 15 dias e, ao retornar, foi demitido pela construtora.

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"Foi médico da reclamada (Camargo Corrêa) no ano de 2011 até o ano de 2012; que a especialidade do depoente é clínica médica e infectologia, mas foi contratado na reclamada para ser médico de emergência; que atendeu o reclamante (pedreiro); que inicialmente atendeu o reclamante e o acompanhou, vindo a descobrir a Aids no decorrer dos atendimentos; como médico da Camargo Corrêa sabia da doença do reclamante (Aids); também atendeu o reclamante em seu consultório em Porto Velho", afirmou o médico em depoimento.

A Camargo Corrêa alegou que desconhecia o estado de saúde do pedreiro e que foi surpreendida quando procurada por ele, que teria entregado uma carta assinada solicitando o desligamento. O empregado afirmou que nunca teve vontade de rescindir o contrato de trabalho e não reconheceu a carta apresentada em juízo, mas admitiu que a assinatura era idêntica à dele. Ele disse que, ao ser demitido, assinou diversos documentos apresentados pela empresa.

A decisão foi unânime e transitou em julgado. As informações foram divulgadas pelo site do Tribunal Superior do Trabalho na sexta-feira, 08.

Segundo o TST, a contradição foi esclarecida com o depoimento da preposta da empresa, que afirmou ter fornecido o documento relativo ao "pedido de demissão". Ao observar que a carta foi redigida pela empresa e continha um "X" para indicar o local da assinatura, o juízo de origem identificou a fraude.

Por considerar a atitude da empresa "desleal, indigna, desumana e antiética", a sentença considerou nula a rescisão e determinou a reintegração do trabalhador e o restabelecimento imediato do plano de saúde, impondo ainda a condenação por danos morais.

No TST, a Camargo Corrêa sustentou que desconhecia que o trabalhador era soropositivo. Mas para o relator, ministro Alberto Bresciani, ficou claro a conduta ilícita da empregadora. Ele destacou que, com o objetivo de combater a dispensa discriminatória, o TST editou a Súmula 443, que determina a reintegração ao emprego nos casos de despedidas configuradas como preconceituosas.

Procurada para comentar o caso, a construtora Camargo Corrêa afirmou que "lamenta a referida ocorrência, que não está em conformidade com seu Código de Conduta nem com as políticas de atuação responsável e valorização de seus profissionais."

O ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Santos Avancini, e o ex-vice-presidente, Eduardo Hermelino Leite, réus da Operação Lava Jato, confirmaram nesta segunda-feira, 4, à Justiça Federal que a empreiteira pagava propina nas diretorias de Serviços e de Abastecimento da Petrobras. Ouvidos pela primeira vez pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, eles confirmaram o pagamento de R$ 110 milhões ao longo de seis anos nas duas áreas. Leite revelou que, na assinatura dos contratos, a empreiteira tinha que "sinalizar com aceitação" de acertos.

"Para a Diretoria de Serviços R$ 63 milhões e para a Diretoria de Abastecimento R$ 47 milhões", afirmou Leite, vice-presidente afastado da Camargo Corrêa Construções e Participações.

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"Essa informação da área comercial, o número que se fala é entorno de R$ 110 milhões, que foram pagos pela Camargo de propina", informou Avancini ao juiz Sérgio Moro.

Perguntado pelo juiz Sérgio Moro - que conduz os processos da Lava Jato em primeira instância - quais motivos levavam a Camargo Corrêa a pagar a propina, Leite disse que havia um pacto assumido e que a empreiteira poderia ser prejudicada nos recebimentos.

"Primeiro porque isso havia sido pactuado", explicou Leite - que foi preso no dia 14 de novembro de 2014 e desde março cumpre prisão preventiva em regime domiciliar, após fazer acordo de delação premiada.

"Do ponto de vista da vantagem, eu diria que se não pagasse você teria muita dificuldade na gestão contratual com a Petrobras. Então era uma condição para você celebrar o contrato", explicou o executivo.

Leite é acusado de ser o principal contato do esquema de lavagem de dinheiro do doleiro Alberto Youssef - peça central da Lava Jato - e a Camargo Corrêa. Réu do processo envolvendo outros dois executivos da empreiteira, ele detalhou ao juiz como era feito os pagamentos.

Segundo ele, por conta dos projetos mal feitos havia necessidade de negociações de pagamentos imprevistos, que dependiam de aprovação da Petrobras.

"Você não paga na celebração, você paga depois durante a obra. Mas você tinha que sinalizar a aceitação e depois, como os contratos e as obras tinham projetos muito ruins, foram contratadas com projetos básicos muitos ruins, a variação de preço no andamento da obra levava distorções significativas. E você tinha que discutir com os clientes essas distorções. Tinha algumas questões de aceitação do cliente sobre a interpretação de uma distorção", exemplificou.

Segundo Leite, uma greve prolongada no decorrer das obras era um tipo de custo imprevisto que necessitava de negociação entre a empreiteira e a Petrobrás para que fosse liberados pagamentos que cobrissem esse prejuízo.

Confirmação

Ouvidos pelas primeira vez pelo juiz federal Sérgio Moro, Leite e Avancini confirmaram formalmente o esquema de cartel, corrupção e propina na Petrobras. Segundo os processos da Lava Jato, PT, PMDB e PP dividiam as indicações políticas nas diretorias da estatal, para arrecadar de 1% a 5% de propina nos contratos com empresas do cartel.

Leite e Avancini fizeram acordo de delação premiada com os investigadores da Lava Jato, em março. Foram ouvidos e receberam o direito a cumprir prisão preventiva em regime domiciliar, por conta do acordo.

Nas delações, Leite já havia apontado o recebimento dos R$ 110 milhões em propinas pelos ex-diretores de Renato Duque (Serviços) e Paulo Roberto Costa (Abastecimento). Leite voltou à afirmar nesta segunda-feira, diante do juiz Sérgio Moro, que os dois ex-diretores da Petrobras - já denunciados criminalmente - eram indicações do PT e do PP, no esquema de corrupção na estatal.

O vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, afirmou em sua delação premiada, nos processos da Operação Lava Jato, que o esquema de corrupção e pagamento de propinas em troca de contratos na Petrobras passou a ser sistemático a partir de 2007.

"A partir de 2007 se instalou uma sistemática de pagamentos de propina pela Camargo Corrêa em favor da Diretoria de Serviços e de Abastecimento da Petrobras, por conta de cada contrato firmado entre a construtora e a estatal", afirmou Leite, em um dos termos de delação tomados pela força-tarefa da Lava Jato, entre os dias 6 e 13 de março.

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Com 32 contratos fechados com a estatal, Leite apontou que em dez deles houve corrupção. O pagamento era a garantia de que representantes da Camargo Corrêa seriam recebidos pelos diretores e que a empreiteira não seria prejudicada em suas contratações.

A afirmação do vice-presidente da Camargo Corrêa confirma o que disse outro executivo que aceitou fazer delação premiada, Augusto Ribeiro Mendonça, da Setal Engenharia e Toyo Setal, no ano passado. Ele havia apontado atuação efetiva do cartel de forma sistematizada a partir de 2007.

Leite afirmou que entre 2007 e 2012 foram pagos R$ 110 milhões referentes a dez contratos assinados com as diretorias de Serviços e Abastecimento - braços do PT e do PP, respectivamente, no esquema de corrupção desbaratado pela Lava Jato.

Sistemática

Um dos medalhões da área de Óleo e Gás da Camargo Corrêa - que mantém relações institucionais coma Petrobras -, Leite especificou que, além das obras nas refinarias Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Henrique Lage (Revap), em São Paulo, já sob apuração, houve esquema em outras obras.

Listou a ampliação de um oleoduto entre São Sebastião e Cubatão (OSBAT 24), em São Paulo, a Usina Termelétrica Euzébio Rocha, em Cubatão, Gasoduto Caraguatatuba-Taubaté (SP), uma unidade de tratamento de gás em Caraguatatuba e obras da sede administrativa em Vitória (ES).

"Esses contratos geravam uma obrigação contra a Camargo Corrêa no sentido de que a construtora pagasse vantagens indevidas às diretorias", registraram MPF e PF no termo 1, prestado pelo vice-presidente da Camargo Corrêa, no dia 6 de março. "Eram cobrados porcentuais sobre o valor dos contratos, sendo que 1% para a área de Serviços e, quando fosse da área de Abastecimento, mais 1% para a área", explicou Leite.

O empreiteiro Dalton Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações, deixará a Custódia da Polícia Federal em Curitiba (PR) na tarde desta segunda feira, 30, e seguirá escoltado por agentes direto para sua residência, em São Paulo, onde aguardará o processo da Lava Jato em regime de prisão domiciliar. A exemplo de seu colega de empreiteira, Eduardo Leite - vice-presidente da Camargo Corrêa -, Avancini também vai ter a companhia de uma tornozeleira eletrônica.

Avancini fez 11 depoimentos nas últimas semanas no âmbito de delação premiada. O acordo foi homologado pela Justiça Federal no Paraná, base da Operação Lava Jato.

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O empreiteiro foi preso no dia 14 de novembro de 2014 pela Operação Juízo Final, sétima etapa da Lava Jato que mirou o braço empresarial do esquema de corrupção que se instalou na Petrobras.

A força tarefa da Lava Jato descobriu que o cartel tomou conta de contratos bilionários da Petrobras no período entre 2003 e 2014. Em troca de propinas para políticos - pelo menos 50 deputados, senadores e governadores estão sob investigação - e para ex-dirigentes da estatal petrolífera, as empreiteiras distribuíam valores, inclusive para o caixa de partidos.

Avancini relatou aos investigadores detalhes da ação do cartel na Petrobras e também em outras áreas do governo federal.

Há duas semanas, Eduardo Leite foi removido para casa, em São Paulo, de tornozeleira eletrônica. Na tarde desta segunda feira, Avancini fará o mesmo roteiro e com o mesmo equipamento preso ao tornozelo, por meio do qual ficará sob monitoramento dia e noite.

Ele assumiu o compromisso de continuar colaborando com a Justiça, prestando novos depoimentos sempre que intimado.

"Dalton Avancini colaborou e vai continuar colaborando com a Justiça", disse o criminalista Pierpaolo Bottini, que defende o empresário. "O importante é que Dalton Avancini vai para casa. É o fim de um tormento."

A Procuradoria da República pediu ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato, que a empreiteira Camargo Corrêa apresente cópia de todos os contratos celebrados com a empresa JD Assessoria e Consultoria LTDA, controlada pelo ex-ministro José Dirceu (Casa Civil do governo Lula). A empreiteira, investigada no esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobrás e desbaratado pela força-tarefa da Lava Jato, firmou contratos com a consultoria de Dirceu no valor de R$ 844.650, pagos parceladamente entre maio de 2010 e fevereiro de 2011.

"Como é de conhecimento deste Juízo, no curso das investigações e dos processos criminais da assim denominada Operação Lava Jato restou evidenciado a prática, por parte de gestores e administradores da Construções e Comércio Camargo Corrêa, de diversos atos de corrupção e de lavagem de dinheiro em período concomitante às supostas "consultorias" e "assessorias" prestadas pela empresa JD", sustenta a Procuradoria.

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Em 18 de dezembro de 2014, a Procuradoria pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal de José Dirceu, de seu irmão Luiz Eduardo de Oliveira e Silva e da JD Assessoria. O objetivo, segundo o Ministério Público Federal, era identificar "pagamentos suspeitos decorrentes de contratos, supostamente simulados, de ‘consultoria’ e ‘assessoria’ celebrados, com as empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato".

Os pedidos de afastamento de sigilos tiveram como base a identificação, por parte da Receita Federal, de "vultuosa movimentação financeira" entre estas empreiteiras e a JD, "sob as rubricas genéricas de ‘consultoria’ e ‘assessoria’".

Depois de 130 dias atrás das grades, o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, deixou nesta terça feira, 24, a Custódia da Polícia Federal em Curitiba (PR), base da Operação Lava Jato, e viajou para São Paulo, onde reside. Ele vai ficar no mínimo um ano em prisão domiciliar, sob monitoramento, usando uma tornozeleira eletrônica. É o primeiro empreiteiro que deixa a Custódia da PF. Outros executivos de gigantes da construção continuam presos.

Leite, réu em ação penal da Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, fez delação premiada e contou detalhes do esquema de cartel e propinas no âmbito da Petrobrás. Ele apontou o tesoureiro do PT João Vaccari Neto como beneficiário de pagamentos ilícitos.

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O vice da Camargo Corrêa foi preso no dia 14 de novembro pela Operação Juízo Final, sétima etapa da Lava Jato. Em fevereiro ele se dispôs a fazer delação premiada para se livrar da carceragem da PF.

O acordo prevê que Eduardo Leite pode até sair de casa, mas num raio máximo de 50 metros. Ele terá de comparecer a todos os atos processuais para depor, sempre que intimado.

O vice presidente da Camargo Corrêa declarou à força tarefa da Operação Lava Jato que o tesoureiro do PT o procurou "por volta de 2010" e pediu R$ 10 milhões. O relato de Eduardo Leite foi tomado no âmbito da delação premiada que ele firmou com os procuradores da República e os delegados da Polícia Federal que conduzem a grande investigação sobre cartel e fraudes na Petrobras.

O executivo da empreiteira afirmou que, naquele ano, Vaccari lhe disse que "tinha conhecimento, por meio da Área de Serviços da Petrobras, que a Camargo Corrêa estava atrasada no pagamento das propinas relativas a contratos (com a Petrobras".

O Ministério Público Federal manifestou-se favorável à concessão da prisão domiciliar para Eduardo Leite, diante da extensão da delação que fez.

O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Eduardo Leite, disse que o empreiteiro "está muito abatido". Experiente criminalista, Mariz de Oliveira é contra a delação premiada. "Não sou a favor da delação, mas entendo que ela era a única saída para a liberdade (de Eduardo Leite). Não me refiro especificamente às ordens de prisão decretadas pelo juiz Sérgio Moro (que conduz as ações da Lava Jato). Mas a delação poderá se tornar porta de entrada e porta de saída das prisões", alerta Mariz de Oliveira. "Prende-se para delatar e delata-se para sair da cadeia."

O vice presidente da empreiteira Camargo Corrêa, Eduardo Leite, declarou à força tarefa da Operação Lava Jato, que o tesoureiro do PT João Vaccari Neto o procurou "por volta de 2010 e pediu R$ 10 milhões. O relato de Eduardo Leite foi tomado no âmbito da delação premiada que ele firmou com os procuradores da República e os delegados da Polícia Federal que conduzem a grande investigação sobre cartel e fraudes na Petrobrás.

O executivo da empreiteira afirmou que, naquele ano, Vaccari lhe disse que "tinha conhecimento, por meio da Área de Serviços da Petrobrás, que a Camargo Corrêa estava atrasada no pagamento das propinas relativas a contratos (com a Petrobrás".

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Na extensa denúncia contra 27 alvos, entre eles Vaccari e o ex-diretor Renato Duque, o Ministério Público Federal é taxativo ao se referir ao tesoureiro do PT. "Não há qualquer dúvida de que João Vaccari tinha plena ciência, na qualidade de tesoureiro e representante do Partido dos Trabalhadores, do esquema ilícito e, portanto, da origem espúria dos valores." A denúncia transcreve trecho da delação de Eduardo Leite.

"Eduardo Leite relatou que João Vaccari o procurou, por volta de 2010, dizendo que tinha conhecimento, por meio da Área de Serviços da Petrobras, que a Camargo Correa estava atrasada no pagamento das propinas relativas a contratos com a Petrobrás, e solicitou que a propina atrasada fosse paga na forma de doações eleitorais, em montante superior a R$ 10 milhões."

Os procuradores federais da Lava Jato suspeitam de enriquecimento ilícito de Vaccari. Eles estão convencidos do envolvimento do tesoureiro do PT no vasto esquema de corrupção que se instalou na Petrobras. "Além de tudo isso, no tocante a João Vaccari, há evidências de que os esquemas estabelecidos no seio da Petrobrás serviam a partidos políticos e a projetos pessoais de enriquecimento ilícito de detentores de cargos públicos, inclusive dele próprio."

O presidente e o vice da empresa Camargo Corrêa, Dalton Avancini e Eduardo Leite, devem prestar nesta quinta-feira, 5, o primeiro depoimento aos investigadores da Polícia Federal e do Ministério Público Federal como parte do acordo de delação premiada na Operação Lava Jato. Os executivos não devem revelar nenhum nome de político "graúdo", porque só teriam como comprovar a relação de executivos de outras empresas na formação de cartel para ganhar, fraudar e superfaturar concorrências em obras públicas feitas com recursos federais.

A expectativa do Ministério Público é que mesmo sem implicar diretamente nomes relevantes do meio político, a delação dos executivos vai ajudar os investigadores a rastrear o caminho percorrido pelo dinheiro fruto de desvios em contratos com o setor público.

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O ponto forte das revelações da dupla estará na participação da companhia em outras construções, especialmente na área de energia, como Belo Monte e Jirau. O centro dessas informações estará na formação de cartel e serão implicados executivos de outras empresas (construtoras ou não) e seus operadores.

Em troca de colaborar com as investigações, Avancini cumprirá um ano em prisão domiciliar sem poder sair de casa. Depois, o executivo ficaria outro período, provavelmente inferior a cinco anos, em um regime pelo qual poderia sair de sua residência para trabalhar durante o dia. Ele também se comprometeu a pagar uma multa de R$ 2,5 milhões ao erário, valor equivalente a cerca de metade de seu patrimônio pessoal.

Esses benefícios pré-combinados com a força-tarefa da Lava Jato ainda precisam ser aprovados pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na Justiça de primeira instância. Procurado, o advogado de Avancini, Pierpaolo Bottini, disse que não pode se manifestar até que o acordo seja homologado, o que deve ocorrer em cerca de duas semanas.

Os executivos da Camargo Corrêa já reuniram todos os documentos para ajudar a comprovar crimes envolvendo o esquema que atuava na Petrobrás e devem começar a apresentá-los no depoimento de hoje.

O levantamento das provas que revelam esquema de corrupção em contratos com o setor elétrico ainda está sendo realizado. Serão apresentados e-mails e atas de reuniões, e os delatores estão repassando entre eles o relato detalhado das ações de corrupção presenciadas pelos dois executivos.

Prisão

Avancini e Leite foram presos em caráter preventivo no dia 14 de novembro do ano passado. Desde então, estão sob custódia na carceragem da Polícia Federal de Curitiba. Eles começaram a negociar os termos da delação premiada antes mesmo de serem encarcerados. Mas só chegaram a um consenso com o Ministério Público na madrugada de sexta para sábado da semana passada.

A Camargo Corrêa é acusada de integrar um "clube" de empreiteiras que atuavam em esquema de cartel para vencer licitações públicas e repassar propina a executivos da Petrobrás e a partidos políticos como PT, PP e PMDB.

Outros executivos já aceitaram confessar os crimes e colaborar com as investigações, mas Avancini e Leite são os primeiros de uma grande empreiteira a colaborarem com os investigadores. Antes deles, Augusto Ribeiro de Mendonça e Julio Camargo, da empresa Toyo Setal, fecharam acordos de delação. Este último declarou ter pago mais de R$ 130 milhões em propina.

Ricardo Pessoa, sócio da empresa UTC Engenharia, chegou a avançar nas negociações para fechar um acordo de delação premiada, mas as conversas empacaram. Agora, de acordo com fontes ligadas ao empresário, ele retomou as conversas com a Procuradoria. Considerado um "homem-bomba", ele também está preso desde novembro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os empreiteiros da Camargo Corrêa alvos da Operação Lava Jato desistiram de todos os pedidos de habeas corpus e recursos que haviam apresentado contra o decreto de prisão que pesa contra ambos. A desistência faz parte do acordo de delação premiada que Dalton Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações S/A, e Eduardo Leite, vice presidente da empresa, fecharam com a força tarefa da Procuradoria da República.

Avancini e Leite foram presos em caráter preventivo dia 14 de novembro de 2014 pela Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato que mirou o braço empresarial do esquema de corrupção que se instalou na Petrobras entre 2003 e 2014.

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Na sexta feira, 27, os executivos fecharam acordo de delação premiada com a força tarefa da Lava Jato. Presos há 108 dias eles decidiram colaborar com as investigações em troca de prisão domiciliar. Antes de deixarem a Custódia da Polícia Federal em Curitiba (PR), base da Lava Jato, eles ainda vão depor e contar o que sabem.

"O acordo não prevê a restrição do regular exercício da defesa dos colaboradores, porque seria contrário à posição do próprio Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema", disse o criminalista Pierpaolo Bottini, que defende Dalton Avancini.

Pierpaolo Bottini observou que "o acordo prevê a desistência dos habeas corpus porque tratam da prisão preventiva, que deixará de existir em breve".

O ministro Teori Zavascki, relator dos casos envolvendo a Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de liberdade dos executivos Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, da Camargo Corrêa.

A defesa dos executivos recorreu contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que indeferiu em caráter liminar (provisório) a liberação dos investigados por participação no esquema de corrupção na Petrobras. Nesta segunda-feira, 23, Zavascki negou seguimento ao habeas corpus levado ao STF.

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Os advogados argumentavam que existe similaridade entre o caso dos executivos da Camargo Corrêa e o do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, que teve liberdade confirmada pela 2ª Turma do STF no último dia 10. Zavascki entendeu, contudo, que não a situação não é semelhante, pois a prisão dos dois não se fundamentou na presunção de fuga - caso de Duque.

O ministro do STF apontou que Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler tiveram prisão preventiva decretada com base na "gravidade concreta" do delito praticado, vez que os dois teriam sido os responsáveis dentro da Camargo Corrêa pelo suposto cartel que atuava na Petrobras.

Zavascki também apontou, na decisão, a incidência no caso de súmula do Supremo que impede a análise do habeas corpus enquanto o tema não for esgotado em outro tribunal superior, caso do STJ.

O juiz Sérgio Moro, responsável pela condução dos processos da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, negou nesta segunda-feira, 26, o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa do vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite.

Na parte final da decisão, o juiz considera que não há base legal para conceder prisão domiciliar para o executivo. "Sem querer menosprezar os males sofridos pelo acusado, hipertensão arterial (pressão alta) e o suposto transtorno bipolar são tratados com medicamentos e, a toda evidência, não autorizam conclusão de que o acusado estaria "extremamente debilitado por motivo de doença grave", nos termos da lei. Assim, não há base legal para a concessão da prisão domiciliar pretendida", diz Moro no documento.

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Na última quinta-feira, 22, os advogados de Leite apresentaram à Justiça Federal um atestado médico que afirma que o executivo tem transtorno afetivo bipolar. No documento, é feito o pedido para que Leite tivesse tratamento fora do sistema prisional uma vez que a instabilidade do quadro psiquiátrico poderia interferir no de hipertensão arterial sistêmica apresentado pelo vice-presidente da Camargo Corrêa. Leite é acusado de integrar o suposto cartel que realizou desvios de recursos de obras na Petrobras e está preso preventivamente desde novembro do ano passado.

Na decisão, Sérgio Moro ressalta também que não há motivos para que Leite seja transferido para regime domiciliar. E que, inclusive, já havia enviado um documento ao Supremo Tribunal Federal (STF), no qual relata que o executivo "tem boas condições de saúde". Numa primeira tentativa, a defesa do executivo da Camargo Corrêa entrou com um pedido de habeas corpus no STF no último dia 15, pedindo que a prisão fosse revogada sob a justificativa de que Leite sofre de hipertensão.

"Consignei, em síntese, que o estado de saúde do acusado, que sofre de hipertensão arterial, não justificava a concessão de prisão domiciliar, máximo quando noticiado pela autoridade policial responsável pela custódia que o acusado estaria em boas condições de saúde e com acesso pleno aos medicamentos necessários, sequer apresentando reclamações e sem notícias de recentes intercorrrências", lembra Moro no despacho de hoje. "Agreguei, ainda, que caso ocorra alguma crise, há, como apontado pela autoridade policial, condições de atendimento emergencial rápido na Polícia Federal e, se necessário, pronto deslocamento a um hospital privado", ressalta.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido de habeas corpus a três dirigentes da construtora Camargo Corrêa presos na sétima fase da Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.

A vice-Presidente do STJ, ministra Laurita Vaz, indeferiu pedidos de liminares em habeas corpus para Eduardo Hermelino Leite, diretor vice-presidente, Dalton dos Santos Avancini, diretor presidente da Camargo Corrêa, e João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da empresa. A ministra Laurita Vaz é a presidente em exercício do STJ, que está em período de recesso.

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Os três executivos estão presos preventivamente na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba desde novembro do ano passado, quando foi deflagrada a última fase da Lava Jato.

A defesa do vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) requerendo que a prisão do acusado seja revogada. Em petição protocolada na quinta-feira, 15, o advogado de Leite argumenta que o executivo sofre de hipertensão e pede ou a reconsideração da prisão ou que Leite possa cumprir prisão domiciliar devido aos problemas de saúde.

Em despacho nesta sexta-feira, 16, o presidente do STF, o ministro Ricardo Lewandowski, pediu que sejam apresentadas informações sobre o Estado de saúde de Leite e as condições "da estrutura de atendimento médico a ele disponibilizada na unidade prisional em que custodiado" para que ele emita sua decisão. O pedido de reconsideração da prisão já havia sido negado pelo Superior Tribunal de Justiça no último dia 14.

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Leite foi preso na sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, no dia 14 de novembro do ano passado. Desde então, ele permanece na sede da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná. Leite já foi internado em novembro após ter passado por uma crise de hipertensão, alguns dias depois de ter sido detido.

A defesa do vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, pediu à Justiça Federal que rejeite a denúncia da Procuradoria da República - que o acusa de integrar organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro - e decrete sua absolvição sumária no processo da Operação Lava Jato. Os defensores alegam que a denúncia é inepta e sustentam que Leite não praticou ilícitos nem fez parte do suposto cartel de empreiteiras na Petrobras.

O pedido da defesa do executivo da Camargo Corrêa foi protocolado no dia 23 de dezembro na Justiça Federal no Paraná, base da Lava Jato. É a primeira defesa escrita entregue à Justiça no âmbito da Juízo Final, sétima fase da operação da Polícia Federal que mira, especificamente, no braço empresarial do esquema, e resultou em cinco denúncias contra a cúpula das maiores construtoras do País.

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"O acusado (Leite) foi denunciado por organização criminosa tão somente pelo fato de ser diretor da Camargo Corrêa e não por ter cometido alguma conduta criminosa", reage o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. "Ele (Leite) está respondendo à ação penal pelo que é, e não pelo que efetivamente teria feito."

Mariz de Oliveira argumenta que os depoimentos dos delatores da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, "devem ser vistos com ressalvas, na medida em que também são réus nessa ação penal ou investigados em outros expedientes". O criminalista ainda questiona. "Em qual parte da estrutura ordenada da pretensa organização criminosa o acusado se encontra? Qual tarefa lhe incumbia? Qual foi a vantagem obtida?"

Simultaneamente, a defesa de Eduardo Leite ingressou com um recurso denominado exceção de incompetência em que alega que os autos da Lava Jato e seus desdobramentos não deveriam estar sob tutela da Justiça Federal no Paraná. "A alegada ‘conexão inicial’ simplesmente não existe. Não existe nada a atrair o bloco como um todo a esse Juízo", dizem os criminalistas Mariz de Oliveira e Sérgio Eduardo Mendonça de Alvarenga. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça Federal abriu na tarde desta terça-feira, 16, a quinta ação criminal contra as empreiteiras que, segundo denúncia da Procuradoria da República, tomaram o controle de contratos bilionários na Petrobras. Desta vez, os réus são executivos da Camargo Corrêa, formalmente acusados por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa, mesma imputação dada aos dirigentes das empreiteiras OAS, UTC Engenharia, Galvão Engenharia, Engevix Engenharia e Mendes Júnior. O número total de réus chegou a 36 na 7ª fase da Operação Lava Jato.

Ao todo, são 10 os novos réus, entre os quais estão o presidente da Construções Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini, o presidente do Conselho de Administração do grupo, João Ricardo Auler, e o vice-presidente-executivo Eduardo Leite. Eles estão presos desde 14 de novembro, quando foi deflagrada a Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato que mirou exclusivamente as empreiteiras do cartel. O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa também são réus nesta ação - eles são acusados em todas as outras ações contra a cúpula das empreiteiras.

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"No aprofundamento das investigações sobre o grupo dirigido por Alberto Youssef, foram colhidas provas de que ele dirigia verdadeiro escritório dedicado à lavagem de dinheiro e que a operação de lavagem, consumada em Londrina (PR), inseria-se em contexto mais amplo", assinala o juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato.

"Alberto Youssef estaria envolvido na lavagem de recursos provenientes de obras da Petróleo Brasileiro S/A - Petrobras e esses valores, após lavados, seriam utilizados para pagamento de vantagem indevida a empregados da Petrobras do alto escalão, como o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. Na continuidade das investigações, colhidas provas de que as maiores empreiteiras do Brasil estariam envolvidas no esquema criminoso."

"As empreiteiras, reunidas em algo que denominavam de 'Clube', ajustavam previamente entre si qual delas iria sagrar-se vencedora das licitações da Petrobras, manipulando os preços apresentados no certame, com o que tinham condições de, sem concorrência real, serem contratadas pelo maior preço possível admitido pela Petrobras", observa o magistrado. "Para permitir o funcionamento do cartel, as empreiteiras corromperam diversos empregados do alto escalão da Petrobras, entre eles os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Renato de Souza Duque (Diretoria de Serviços)."

A denúncia da Procuradoria destaca que a Camargo Corrêa apresentou documentos falsos para justificar contrato com uma empresa de consultoria de Paulo Roberto Costa, a Costa Global. "Intimada a empresa pelo Ministério Público Federal para esclarecer as suas relações com a empresa Costa Global, ela apresentou contratos e notas fiscais fraudulentas, sem fazer qualquer ressalva quanto ao seu caráter fraudulento, mesmo tendo ciência dele o que, segundo a denúncia configuraria crime de uso de documento falso perante a Justiça Federal."

"Em relação aos agentes da Camargo Corrêa, há diversas razões especificadas na denúncia para a imputação, como o depoimentos dos colaboradores, o envolvimento deles na celebração dos contratos fraudulentos, o fato de figurarem em comunicações eletrônicas com o grupo dirigido por Alberto Youssef ou o próprio resultado da busca e apreensão", assinala o juiz Sérgio Moro, ao abrir a ação penal contra a cúpula da empreiteira.

A denúncia recebida pelo juiz descreve o papel de cada acusado. "Dalton dos Santos Avancini, Diretor Presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações S/A, João Ricardo Auler, Presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa Construções e Participações S/A, e Eduardo Hermelino Leite, vulgo Leitoso, Diretor Vice-Presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações S/A, são apontados pelos criminosos colaboradores como os principais responsáveis, na Camargo Corrêa, pelos crimes. Dalton ainda assinou os contratos das obras nas quais as fraudes foram constatadas e também assinou o contrato celebrado com a Costa Global, consultoria de Paulo Roberto Costa, utilizado para ocultar e dissimular o pagamento de vantagem indevida que havia ficado pendente. Eduardo Leite é, por sua vez, referido pelo apelido 'Leitoso' em diálogo que foi interceptado durante a investigação, principalmente entre Alberto Youssef e Márcio Bonilho, como envolvido no esquema criminoso".

O diretor-vice-presidente da empreiteira Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, um dos presos da Operação Lava Jato, recebeu na tarde desse sábado (22) alta do hospital Santa Cruz, em Curitiba, onde ficou internado devido a um quadro de hipertensão. Segundo a assessoria do hospital, ele está bem e já foi conduzido à carceragem da Polícia Federal.

O executivo, que está preso na Superintendência da Polícia Federal, passou mal e foi internado na noite de sexta-feira (21). Segundo a assessoria do hospital, ele chegou de ambulância e permaneceu o tempo todo escoltado por policiais federais. Na quarta-feira (19), o executivo – acusado de pagar propina para conseguir contratos com a Petrobras, manteve silêncio durante depoimento prestado na Superintendência da PF.

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O diretor-vice-presidente da empreiteira Camargo Corrêa Eduardo Hermelino Leite, um dos presos da Operação Lava Jato, passou mal e foi internado às 19h30 dessa sexta-feira (21). Segundo a assessoria do Hospital Santa Cruz, ele chegou de ambulância, escoltado pela Polícia Federal, está sob custódia e não tem parentes ou advogados acompanhando.

Hermelino Leite estava preso na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba quando passou mal. Segundo boletim médico, o executivo teve um quadro de hipertensão, mas agora passa bem. Ele está com a pressão adequada, controlada por remédios e continua internado para exames complementares a serem feitos ainda hoje. Não há previsão de alta.

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Na quarta-feira (19), o executivo – acusado de pagar propina para conseguir contratos com a Petrobras, manteve silêncio durante depoimento prestado na Superintendência da PF.

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