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O índice que mede o volume de água armazenado no Sistema Cantareira caiu 0,1 ponto porcentual nesta segunda-feira, para 13,4% da capacidade, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Essa é pior marca já registrada desde o início da operação do sistema, em 1974.

A queda acontece mesmo após o volume de chuvas ter ultrapassado a média prevista para o mês. Ao longo do final de semana, choveu pouco mais de 20 milímetros sobre a região do Cantareira (na divisa entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais). Com isso, a pluviometria acumulada no mês de março chegou a 193,3 mm, volume 5% superior à média histórica de 184,1 mm.

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Já o sistema Alto Tietê, que desde janeiro passou a abastecer parte da zona leste da capital paulista, antes atendida pelo Cantareira, apresentou uma ligeira recuperação, passando de 37,4% para 37,6%.

Visando garantir o abastecimento de água na Grande São Paulo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e a diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena, anunciaram há pouco a ampliação da área contemplada pelo programa de descontos nas tarifas de água e esgoto. O bônus de 30% na conta, que era voltado exclusivamente às regiões abastecidas pelo sistema Cantareira, passa a valer para todos os 31 municípios da região metropolitana atendidos pela concessionária.

A meta é ampliar a economia de água gerada pelo benefício. Hoje, o programar reduziu o consumo em 4 metros cúbicos por segundo. Segundo Dilma, com a ampliação do bônus, a expectativa é chegar a uma diminuição de 6 m?/s.

Cálculos feitos pela própria Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) projetam um cenário ainda mais pessimista para o fim do "volume útil" do Sistema Cantareira. A empresa estima que, no pior panorama, a água represada acima do nível das comportas do manancial que abastece 47% da Grande São Paulo e a região de Campinas se esgote em 21 de junho, 9 dias após o início da Copa do Mundo.

Há duas semanas, o Estado revelou que o comitê anticrise que monitora o Cantareira havia antecipado de agosto para julho a previsão de esgotamento do "volume útil", que corresponde a 981,5 bilhões de litros. Ontem (28), o nível acumulado nos cinco reservatórios que compõem o sistema voltou a cair, atingindo apenas 13,8% da capacidade, segundo a Sabesp. Esta é a primeira vez na história que o índice fica abaixo dos 14%.

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De acordo com a Sabesp, "a previsão é feita tomando como base o cenário mais crítico das vazões mínimas registradas nos afluentes do Sistema Cantareira na série histórica de 1930 até hoje". A estiagem neste último verão foi bem mais severa do que a de 1953, que era considerada a pior da história até então.

O novo cenário pressiona ainda mais a Sabesp a concluir a instalação dos equipamentos para captar a água do chamado "volume morto" do Cantareira, cerca de 400 bilhões de litros que ficam no fundo dos reservatórios, abaixo do nível das comportas. Trata-se de uma reserva estratégica nunca utilizada e, por isso, a qualidade da água é questionada por alguns especialistas. Segundo a Sabesp, ela é perfeitamente tratável.

A companhia informou que estará apta a fazer a captação profunda entre maio e junho e, por isso, descarta racionamento de água generalizado no Estado. As obras começaram há duas semanas e estão orçadas em cerca de R$ 80 milhões. Ao todo, 17 conjuntos de bombas serão instalados nas represas Jaguari e Jacareí, em Joanópolis, e Atibainha, em Nazaré Paulista, para bombear 2 mil litros por segundo até 12 metros de altura, para atingir as comportas.

Segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o sistema vai captar até 196 bilhões de litros do "volume morto". Para a Sabesp, a quantidade é suficiente para abastecer as Regiões Metropolitanas de São Paulo e Campinas por cerca de quatro meses. Ou seja, até o fim de outubro, início da próxima temporada de chuvas.

Crise

Ontem (28), as represas Jaguari e Jacareí, consideradas o coração do Cantareira porque armazenam 82% da água do manancial, estavam com apenas 6,6% da capacidade, a mais baixa já registrada. Há um ano, o volume armazenado em todo o manancial correspondia a 61,9% da capacidade.

Já o Sistema Alto Tietê, que desde dezembro passou a abastecer parte dos imóveis da capital paulista que recebiam água do Cantareira, também caiu e atingiu o nível mais baixo nos últimos dez anos para o mês de março: 37,6% da capacidade.

Segundo a Sabesp, atualmente 2 milhões de imóveis paulistanos recebem água revertida dos sistemas Alto Tietê e da Guarapiranga, cujo nível está em 76,7%. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A recém-deflagrada disputa com o Rio para transpor água da Represa Jaguari, no Vale do Paraíba, para o Sistema Cantareira é apenas uma das brigas políticas que São Paulo terá de comprar para suprir a crescente demanda por abastecimento nos próximos 20 anos. O plano paulista com novas alternativas de captações necessárias até 2035 lista outras quatro obras em "zonas de conflito", onde há represas e rios que também abastecem outros Estados ou são fontes para gerar energia elétrica.

Entre elas está um segundo projeto de transposição envolvendo o Rio Paraíba do Sul, responsável pelo abastecimento de 11 milhões de fluminenses. A proposta é captar água na região de Guararema e levá-la até Biritiba-Mirim para aumentar em até 4,7 mil litros por segundo a oferta na Bacia do Alto Tietê, que abastece 17,2% da Grande São Paulo. A obra custaria cerca de R$ 760 milhões e precisaria do aval da Agência Nacional de Águas (ANA) porque envolve captação em rio federal.

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Isso torna o projeto ainda mais polêmico que a transposição proposta na semana passada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Mesmo envolvendo a ligação de uma represa paulista (Jaguari), que é apenas afluente do Rio Paraíba, a obra foi contestada pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

Autoridades fluminenses temem que ela comprometa o abastecimento do Estado e cobram estudos de impacto. Nesse caso, porém, São Paulo não precisa de aval federal para fazer a ligação, orçada em R$ 500 milhões e prevista para 2015.

O presidente do Comitê da Bacia do Rio Paraíba do Sul, Danilo Vieira Júnior, critica a obra. "O projeto de São Paulo traz diagnóstico e potencial de impacto diferentes do nosso. Eles alegam que o rio tem uma qualidade melhor do que apuramos e uma quantidade de vazão para atender à demanda paulista divergente da disponibilidade hídrica", afirmou Vieira Júnior.

Os dois projetos estão no Plano Diretor de Recursos Hídricos que projeta a demanda por água nos próximos 20 anos em 180 cidades das Regiões Metropolitanas de São Paulo, Campinas, Baixada Santista, Vale do Paraíba e entorno. Será preciso aumentar a oferta em 60 mil litros por segundo, o equivalente a quase dois sistemas Cantareira, conforme o jornal O Estado de S. Paulo antecipou em fevereiro. A região tem 74% da população paulista - 30 milhões de pessoas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao contrário do informado durante o anúncio do projeto de interligação da bacia do rio Paraíba com o Sistema Cantareira, os investimentos exigidos pela obra não serão financiados integralmente pelo governo paulista. Ainda que parcial ou totalmente, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) será obrigada a participar financeiramente do projeto, inicialmente orçado em R$ 500 milhões. O investimento emergencial, avaliam analistas, é mais um fator de pressão sobre o resultado da concessionária em 2014.

Procurada pelo Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, a Sabesp confirmou que o investimento ficará sob sua responsabilidade, mas não informou se o montante contará com alguma participação do governo estadual, seu acionista majoritário. Ainda segundo a assessoria de imprensa, a companhia estuda fontes de recursos para a obra.

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Uma fonte do governo paulista afirmou que a estruturação do financiamento do projeto está sendo avaliada, mas declarou que "possivelmente" a concessionária assumirá os gastos da construção do canal para a interligação.

O plano de investimento da Sabesp para 2014, que não engloba as medidas emergenciais adotas para enfrentar a atual crise hídrica, soma R$ 2,623 bilhões. Segundo dados da Secretaria de Planejamento, desse total, R$ 1,414 bilhão é capital próprio da companhia, enquanto o restante, aproximadamente R$ 1,208 bilhão, seria obtido por meio de operações de crédito.

Especificamente para os serviços de abastecimento de água, a Sabesp esperava investir R$ 980 milhões. Somadas, apenas as duas obras emergenciais anunciadas (a de transposição e a de exploração do chamado volume morto do sistema Cantareira) totalizam R$ 580 milhões, quase 60% do capex inicialmente previsto. Há uma semana, o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da concessionária, Rui de Britto Affonso, informou que, devido aos gastos inesperados no início deste ano, a Sabesp deverá cortar despesas e rever alguns pontos do seu plano de investimentos. "Vamos tomar todas as providências para garantir que a solidez financeira da Sabesp não seja abalada", afirmou o executivo.

Na avaliação de analistas de mercado consultados pelo Broadcast, o projeto de transposição soma-se ao conjunto de fatores que devem pressionar o resultado da concessionária em 2014, especialmente no primeiro trimestre. Além das obras emergenciais, o resultado da concessionária deve sofrer o impacto dos descontos de 30% aplicados nas tarifas dos consumidores que reduzirem o gasto mensal em 20%. A medida, que visa incentivar a economia de água, é válida até o final do ano.

Para os profissionais, tais medidas, em conjunto com uma expectativa de redução de quase 12% no volume faturado pela Sabesp, deve reduzir o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Lilyanna Yang e Carlos Herrera, do UBS, calcularam em relatório que a queda na geração de caixa medida pelo Ebitda pode fazer a alavancagem da concessionária chegar a 5 vezes. Hoje, o endividamento da Sabesp medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda está em quase 2 vezes.

No entanto, um analista que preferiu não ser identificado ponderou que o aporte de R$ 500 milhões "não seria o fim do mundo" para a companhia. Segundo ele, após concluída, a obra ampliaria a base de ativos considerada pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp), o que posteriormente resultará num reajuste tarifário.

Projeto

O projeto de transposição prevê a construção de um canal de 15 quilômetros para transposição das represas de Jaguari, na bacia do Paraíba, com os reservatórios do Atibainha, do Sistema Cantareira. A proposta apresentada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) na última quarta-feira, 19, pretende transpor água para o Cantareira toda vez que o nível das reservas atingir 35% da capacidade. "O inverso também vale", afirmou Alckmin.

O projeto precisa passar pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para avaliação. Isso porque a transposição, segundo estudos iniciais do governo de São Paulo, poderia reduzir a produção elétrica de Furnas em 2%. Também será necessária a obtenção de licitação, outorga do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) e licenças ambientais. Colaborou Carla Araújo.

Principal aposta de Geraldo Alckmin (PSDB) para salvar o Sistema Cantareira, a Represa Jaguari, em Igaratá, também apresenta níveis críticos. O reservatório no Vale do Paraíba está em 38% de sua capacidade, o índice mais baixo em 70 anos. Diante da proposta de transposição de águas, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), endureceu as críticas nesta quinta-feira, 20 - o Rio Jaguari é afluente do Paraíba do Sul, que abastece o Estado. Alckmin afirmou que a medida não vai afetar o Rio.

A construção de dutos de 15 km entre as Represas Jaguari e Atibainha, onde o nível está em 51,7%, deve ser concluída em dois anos. O presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas do Paraíba do Sul e prefeito de Guaratinguetá, Francisco Carlos (PSDB), disse que apenas 2,5% do volume de água será levado ao Cantareira - 200 m³ de água por segundo. "O bombeamento ocorrerá apenas quando o Sistema Cantareira registrar volume abaixo de 35%", afirmou.

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Representantes de municípios e empresas do interior paulista abastecidos pelo Sistema Cantareira estão reunidos nesta sexta-feira, 21, em Valinhos para discutir a atual crise hídrica do Estado e apresentar as medidas locais para contingenciar água. Os níveis do Cantareira chegaram nesta sexta-feira, 21, a 14,5% de sua capacidade - pior nível desde que ele foi criado em 1974.

O presidente do Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), o prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, abriu o encontro e defendeu o adiamento da renovação da outorga que permite a Sabesp explorar o sistema. Ela vence em agosto deste ano e União e Estado já discutem adiar para 2015 o processo.

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Os representantes do consórcio, entidade que representa municípios e empresas usuárias da água do PCJ, também vão apoiar a transposição da represa Jaguari, em Igaratá, que pertence à bacia do rio Paraíba do Sul, para socorrer o Cantareira. A proposta foi apresentada essa semana pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e provocou a reação de governo e entidades do Rio de Janeiro - que usa a água do Paraíba.

A proposta inclusive foi um dos itens que constou no documento "Mandamentos da Estiagem", com 25 medidas a serem disrcutidas e implantadas para evitar o esvaziamento dos reservatórios do Cantareira, que foi aprovado em 7 de fevereiro.

O item 23 da carta diz "Esstudo de viabilidade para transposição de bacias, em regimes de emergência, como por exemplo através dos reservatórios de Igaratá e Paraibuna". A 72ª reunião plenária do Consórcio do PCJ começou por volta das 9h de hoje.

O Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) e a Agência Nacional de Águas (ANA) devem adiar para agosto de 2015 a renovação da outorga do Sistema Cantareira, que dá direito à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) de retirar água de represas formadas por rios da região de Campinas e abastecer 47% da Grande São Paulo. Os órgãos vão se reunir para tomar a medida e evitar que a crise do sistema prejudique o debate.

"Estamos negociando ainda com a ANA. Nessa escassez, discutir outorga agora não tem clima", afirmou o diretor-presidente do DAEE, Alceu Segamarchi, nesta quinta-feira (20), em Campinas. A outorga vence em agosto deste ano. Segamarchi negou que seja uma decisão política. "É uma decisão conjunta. Todo mundo, os comitês, todos estão pensando a mesma coisa."

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A outorga foi renovada pela primeira vez em 2004. No processo, tanto a Sabesp como as cidades do interior fazem seus pedidos sobre o volume de água a ser usado. Hoje, a Grande São Paulo tem direito a até 31 mil litros de água por segundo e a região de Campinas a 5 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), falou nesta quinta-feira (20), em sua conta no Twitter sobre a possibilidade de transposição do rio Paraíba do Sul apresentada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Em nota, Cabral negou que tenha autorizado a captação na bacia do Paraíba do Sul.

"Jamais permitirei que se retire água que abastece o povo do estado do Rio de Janeiro. O governador (Geraldo) Alckmin, com quem tenho excelente relação, me ligou para expor essa ideia. Disse a ele que formalizasse a proposta e que eu enviaria aos órgãos técnicos. Mas já adianto: nada que prejudique o abastecimento das residências e das empresas do estado do RJ será autorizado".

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A transposição das águas do rio Paraíba do Sul precisa ser autorizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) que ainda não recebeu pedido formal para análise da proposta.

O racionamento de água no Sistema Cantareira deixou de ser decretado em janeiro porque foi autorizada pela União e pelo Estado uma liberação maior de água do que ele poderia produzir sem comprometer os níveis. A medida pode ter agravado o esvaziamento das represas e é investigada pelo Ministério Público Estadual e Federal.

Um documento de janeiro da Agência Nacional de Águas (ANA) já alertava sobre a necessidade de racionamento no Cantareira. Chamado de Boletim de Monitoramento dos Reservatórios do Sistema Cantareira, ele aponta que o Cantareira poderia produzir dentro de uma margem de segurança 25,8 mil litros por segundo em janeiro. Nesse item, há a observação "RACIONAMENTO" em vermelho.

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A ANA explicou que a quantia seria inferior à vazão mínima estipulada de 27,8 mil litros de água por segundo para garantir o abastecimento público dos 8,8 milhões de pessoas da Grande São Paulo e 5,5 milhões do interior. São 24,8 mil litros por segundo para a Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) abastecer 47% da Região Metropolitana e 3 mil litros por segundo para as cidades da região de Campinas.

Segundo a ANA, a liberação maior de água para a Sabesp bem como o uso do chamado "banco de água" (uma reserva do sistema que é usada nos períodos de estiagem) evitou o racionamento registrado no documento. "Foi autorizado (a retirada de) 27,8 mil litros por segundo mais a vazão disponível no banco de água. Por isso, não houve racionamento", confirmou a ANA, em nota.

O documento da agência foi anexado ao inquérito civil aberto em novembro pelo Ministério Público Estadual, que juntamente com o Ministério Público Federal investiga as medidas de partilha da água autorizadas à Sabesp. "Questionamos a ANA em Brasília sobre essa observação de racionamento e eles não souberam explicar na ocasião. O que fica claro é que desde que começou a crise a ANA e o Estado não têm respeitado a curva de aversão a risco, que estipula o quanto se pode usar de água do Cantareira para não secá-lo, e têm adotado decisões que fogem ao critério técnico", afirmou a promotora Alexandra Facciolli Martins.

No documento da ANA, a Sabesp solicitou vazão média de 29,2 mil litros de água por segundo para janeiro e foi atendida integralmente. As cidades do interior solicitaram 7 mil litros de água por segundo e tiveram liberados 3 mil litros por segundo. "Isso mostra que foi feita uma divisão desigual entre as partes e que liberações maiores do que as permitidas pela outorga têm sido feitas para evitar o racionamento, mas agravando o risco de o sistema secar. O problema é que a estiagem ainda vai começar", diz a promotora.

Sem comentários

O Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), do Estado, informou que não comenta as medidas. A Sabesp, por meio de nota, informou que segue as determinações dos órgãos reguladores e o abastecimento nas cidades está sendo mantido. Citou ainda as medidas de incentivo à economia como ações para evitar o racionamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira registrou mais uma queda nesta terça-feira, 18, de 0,1 ponto porcentual, passando para 14,9% da sua capacidade total, novo recorde negativo. De acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), há um ano o índice era de 59,4%.

A escassez prolongada deste verão é a principal causa para os baixos níveis do sistema. Em janeiro, choveu apenas 36% da média histórica prevista para o mês. No mês de fevereiro, a pluviometria acumulada sobre o Cantareira alcançou apenas 33,8% do previsto. Em março, o volume de precipitações está dentro da média, tendo chovido até hoje cerca de 79% do esperado para o mês. As chuvas, no entanto, não foram suficientes para a recuperação dos mananciais.

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A maior preocupação do comitê anticrise, formado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), é com o início do período seco, agora em abril. Com a redução do volume já insuficiente de chuvas, os níveis críticos do Cantareira devem cair ainda mais. Se mantido o pior cenário de escassez, o comitê estima que o esgotamento do volume útil do sistema acontecerá em julho, mês da Copa do Mundo.

A alternativa passaria a ser a exploração do volume morto, que fica abaixo dos níveis operacionais das reservas. A Sabesp já anunciou o investimento de R$ 80 milhões para explorar os cerca de 400 milhões de metros cúbicos armazenados nos fundos do reservatórios. A previsão é de que as obras terminem em maio.

Paralelamente, a concessionária adotou uma série de medidas para garantir o abastecimento da Grande São Paulo. Além de incentivar a redução do consumo de água com descontos nas tarifas, a Sabesp vai transferir o atendimento de até 3 milhões dos 8,8 milhões de consumidores abastecidos pelo Cantareira para os Sistemas Alto Tietê e Guarapiranga. Nesta terça, o índice do Alto Tietê estava em 37,8%, e o do Guarapiranga em 76,1%.

O nível de água nos reservatórios que constituem o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de quase 9 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo, continua caindo. Nesta segunda-feira, 17, o volume armazenado recuou para 15,0%, novo recorde de baixa. No domingo, a reserva era de 15,2%. Já há um ano, a marca era de 58,9%, de acordo com dados de monitoramento feito pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

O principal motivo para a queda é a escassez prolongada de chuva sobre as reservas, que se estendem desde o norte da cidade de São Paulo até o sul do Estado de Minas Gerais. A quantidade de chuva sobre essa região atingiu 128,2 milímetros (mm) em março, o equivalente a apenas 69% da média histórica no mês. No começo do ano, a estiagem foi ainda mais grave. Em fevereiro e janeiro choveu apenas 36,0% e 33,8% da média nesses meses, respectivamente.

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Apesar da situação ainda crítica, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), negou na sexta-feira, 14, que a Sabesp esteja reduzindo o fornecimento em algumas partes da cidade de São Paulo por causa dos baixos níveis de reserva do Sistema Cantareira. No entanto, alguns moradores reclamam que o corte de água vem se repetindo nos últimos dias.

No começo de fevereiro, a Sabesp anunciou uma campanha para estimular a redução no consumo, oferecendo desconto de 30% na conta de quem economizar 20% do seu consumo de água, devido a falta de chuvas. Além disso, a companhia está providenciando a instalação de equipamentos para captar a água do chamado "volume morto" do Sistema Cantareira, um volume adicional que fica no fundo dos reservatórios.

Diante de uma estiagem bem mais severa do que a pior já registrada na história, o comitê anticrise que monitora a situação do Sistema Cantareira antecipou para julho - mês da Copa do Mundo - a previsão de esgotamento do chamado "volume útil" do manancial que abastece 47% da Grande São Paulo e a região de Campinas.

Na estimativa anterior, feita há quase um mês, o grupo afirmava que se a seca fosse tão grave quanto à de 1953 a água acabaria em agosto.

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O novo cenário pressiona ainda mais a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a instalar os equipamentos necessários para captar a água do chamado "volume morto" do Sistema Cantareira. Trata-se de cerca de 400 bilhões de litros que ficam no fundo dos reservatórios, uma reserva estratégica nunca utilizada. A Sabesp informou que iniciará a operação em maio, dois meses antes do possível fim do "volume útil", que é a quantidade represada acima do nível das bombas.

Em fevereiro, após determinação da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), que lideram o comitê anticrise, a Sabesp contratou duas empresas por R$ 52 milhões para realizarem obras emergenciais para uso do "volume morto" nas represas Jaguari e Jacareí, em Joanópolis, e Atibainha, em Nazaré Paulista. As duas primeiras são consideradas o coração do Cantareira e armazenam 82% da água do manancial, mas estão com apenas 9,4% da capacidade.

A companhia também comprou 17 bombas flutuantes por R$ 5,3 milhões de uma empresa de Santa Catarina, além de tubos, cabos, painéis e geradores. O custo total da operação é estimado em R$ 80 milhões. Desde o início de março, o uso do "volume morto", que antes era tratado como eventual, tornou-se inevitável para que o racionamento não seja generalizado.

Parâmetros

As perspectivas ficaram mais pessimistas porque a seca atual do Cantareira é mais crítica que a de 1953, até então a pior da história e que servia de parâmetro para os técnicos dos governos estadual e federal. Desde janeiro deste ano, a quantidade de água que entrou nos reservatórios do Sistema Cantareira corresponde a 15% da média histórica, mesmo com a volta das chuvas neste mês. Em 1953, o pior índice foi o de janeiro: 39%.

Naquele ano, a vazão média de água que abastecia as represas oscilou entre 24,5 mil litros e 26,7 mil litros por segundo no primeiro trimestre. Em fevereiro deste ano, a vazão foi de apenas 8,5 mil litros e neste mês estava em 15,2 mil litros até sexta-feira, ou seja, 43% menor do que a pior média registrada.

Por outro lado, no mesmo período, a quantidade de água liberada para abastecer cerca de 14,3 milhões de pessoas das Regiões Metropolitanas de São Paulo e Campinas foi de 29,7 mil litros por segundo, ou seja, déficit de 14,5 mil litros por segundo. O pior é que até agora nenhuma das medidas anunciadas pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) foi suficiente para brecar a queda do "volume útil" do Sistema Cantareira, que ontem caiu mais um pouco, chegando a 15,2% da capacidade.

Outras estratégias

Quando a Sabesp lançou o plano que dá desconto de até 30% na conta para quem reduzir ao menos 20% do consumo, o sistema estava com 21,9% da capacidade. A partir de então, o governo de São Paulo passou a adotar uma série de estratégias.

Primeiro, começou a remanejar água das Bacias do Alto Tietê e Guarapiranga para 3 milhões de pessoas antes abastecidas pelo Cantareira. Em seguida, contratou uma empresa por R$ 4,5 milhões para produzir chuva artificial sobre os reservatórios que estão secos, liberou a exigência de gasto mínimo dos grandes consumidores e reduziu em 10% a vazão máxima para a Grande São Paulo. Na última semana, o governo de São Paulo cortou em 15% a quantidade de água vendida para São Caetano e Guarulhos - essa última cidade anunciou que promoveria racionamento por falta de água para distribuir à população. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Embora a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tenha negado ao jornal O Estado de S. Paulo, na semana passada, estar fazendo racionamento de água, moradores de bairros da zona norte da capital e da Região Metropolitana continuam relatando falta de abastecimento durante as madrugadas.

"Nesta semana fiquei todos os dias sem água da meia-noite às 10h. Quero ver até quando isso vai continuar", disse a cabeleireira Ana Souza, moradora da Rua dos Filhos da Terra, no Jaçanã. "Só consigo tomar banho por causa da caixa d’água. E a descarga não enche. Então, de manhã, eu e meu filho temos de usar o banheiro para só depois dar a descarga", relata.

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A cerca de 6 quilômetros dali, na Vila Ede, região da Vila Gustavo, a diarista Morgana Cristina Moreira Lopes enfrenta o mesmo problema. "Eu tomo banho nas casas das patroas. Mas meus filhos estão tendo de se virar com balde e uma canequinha. Ainda bem que está calor."

Moradora de Osasco, na Região Metropolitana, a zeladora Kátia Simões teme perder eletrodomésticos. "Se eu ligar a máquina de lavar e não tiver água, ela vai ‘pifar’. E a Sabesp é que não vai me dar outra", reclama. "Enquanto isso, nos bairros ricos tem gente lavando a calçada com mangueira."

Procurada pela reportagem, a Sabesp alegou não ter tempo hábil para enviar técnicos aos endereços citados e verificar o que acontecia. Na semana passada, quando o jornal O Estado revelou os problemas no abastecimento, quatro endereços foram enviados para que a companhia verificasse o porquê da falta d’água e até hoje não houve resposta. Colaborou Fabiana Cambricoli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A redução no fornecimento de água por parte da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para a cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, é considerada racionamento e pode ser contestada legalmente pela prefeitura do município afetado.

A opinião é do professor Paulo Affonso Leme Machado, especialista em direto ambiental e de recursos hídricos. "Evidentemente quando você deixa de fornecer água, e aí no caso é contratual, é claro que você está estabelecendo uma diminuição, que em português significa racionar. Racionamento."

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Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o especialista afirmou que os municípios que forem afetados, por meio de suas procuradorias, podem acionar na Justiça a Sabesp por tratamento desigual. "Não tenho a pretensão de dizer o que eles têm de fazer, mas acredito que eles podem fazer é bater às portas da Justiça."

Equidade

Para Paulo Affonso, o argumento jurídico possível é o desrespeito ao princípio de equidade, usando a Constituição Federal e a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9433/97). Pelo princípio, a medida só poderia ser adotada se fosse para todas as cidades.

Ao diminuir o fornecimento de água para Guarulhos, a Sabesp alegou que a medida foi necessária para atender a determinação da Agência Nacional das Águas (ANA) e do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), do Estado, de redução de uso do Sistema Cantareira, pela companhia estadual, para abastecer cidades da Grande São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mesmo com as chuvas do último final de semana, o índice que mede o volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira retornou ao pior nível já registrado desde o início de sua operação, em 1974. Segundo dados da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), o índice nesta terça-feira corresponde a somente 15,8% da capacidade total das reservas, mesma marca da última sexta-feira (7).

Ainda de acordo com as informações disponibilizadas pela concessionária, não há registro de chuvas sobre a região do Cantareira nesta terça-feira. No mês, o volume de chuvas acumulado soma 92,8 milímetros (mm), o que representa pouco mais de 50% da média prevista para março.

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O Sistema Cantareira é responsável pelo abastecimento de mais de 10 milhões de usuários. Desses, 8,8 milhões são clientes da Sabesp. Para evitar o racionamento após a redução da vazão de captação máxima do sistema de 31 mil litros por segundo para 27,9 mil litros por segundo, a concessionária anunciou a transferência do abastecimento de cerca de 2 milhões de consumidores para os sistemas Alto Tietê e Guarapiranga.

Nesta terça-feira, o índice do Alto Tietê teve alta 0,1 ponto porcentual, para 38,4%, enquanto o Guarapiranga subiu de 71% para 71,2%.

Ontem, o consórcio PCJ, que representa as demais cidades que dividem a outorga do Sistema Cantareira com a Sabesp, divulgou nota considerando que "tais reservatórios são insuficientes para garantir o abastecimento da Grande São Paulo, sobretudo na estiagem". Ainda segundo a entidade, a alternativa apresentada pelo governo estadual e pela concessionária "levou à falsa impressão de que a Região Metropolitana de São Paulo está totalmente protegida e que possui um sistema interligado, de vários reservatórios, que garante seu abastecimento em qualquer situação".

Também em nota, a Sabesp informou que sistema integrado de abastecimento da Grande São Paulo é suficiente para o abastecimento de água. "A empresa esclarece que está tomando todas as providências para manter a normalidade do abastecimento dos 20 milhões de habitantes na Grande São Paulo". Em resposta às críticas do consórcio PCJ, o órgão disse que investiu desde 2004 mais de R$ 9,2 bilhões para ampliar a oferta de água na região.

A crise na gestão hídrica do Sistema Cantareira já é apontada pelo Ministério Público Estadual como o maior conflito pela água no Brasil. De acordo com o promotor Ivan Carneiro Castanheiro, do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) de Piracicaba, os interesses envolvem diretamente mais de 14 milhões de pessoas e superam proporcionalmente os conflitos gerados pela transposição do Rio São Francisco, na região nordeste. Segundo ele, a estiagem deste ano evidenciou as falhas na gestão do sistema e o risco a que estão sujeitos tanto os municípios localizados na bacia doadora, formada pelos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, como a população abastecida pela receptora, a Bacia do Alto Tietê e Região Metropolitana de São Paulo.

O Cantareira foi construído em 1974 para auxiliar no abastecimento público da Grande São Paulo, mas até agora não houve redução de dependência da Bacia do Alto Tietê em relação à bacia do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), segundo o promotor. Ações previstas no Plano Diretor de Aproveitamento Hídrico da Macrometrópole Paulista, como a captação de água em outros sistemas, não foram efetivadas. "As consequências incidem em maior gravidade e proporção para a bacia doadora", afirmou. Além de vários municípios já terem adotado o racionamento, ocorreram mortandades de peixes por falta de água, como a que matou seis mil toneladas de várias espécies no Rio Piracicaba em fevereiro.

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Uma das propostas da promotoria é que a outorga tenha o prazo reduzido de dez para cinco anos. "O MPE pleiteia a retomada das discussões da renovação da outorga no Sistema Cantareira em novas bases, nas quais se estabeleçam mecanismos claros e objetivos quando às regras operativas, bem como as condicionantes a serem cumpridas". Segundo ele, busca-se incluir na proposta guia definida pela Agência Nacional de Águas (Ana) visando à renovação, entre outras questões, vazões progressivas para a Bacia do PCJ, buscando manter as vazões ecológicas - mínimas condições ambientais para a sobrevivência dos peixes -, e possibilidade de fazer frente ao crescimento econômico da região, que já cresce em índices mais elevados que a Região Metropolitana de São Paulo.

O governo paulista não se manifesta oficialmente, mas não mostra interesse em alterar as proporções na divisão da água. Até este domingo, 9, a Região Metropolitana utilizava 31 mil litros de água por segundo, enquanto as regiões de Piracicaba e Jundiaí recebiam 4 mil litros por segundo. A partir desta segunda-feira, 10, a Grande São Paulo passa a receber 27,9 mil litros e o interior, 3 mil litros. O governo promete construir até 2018 as barragens de Duas Pontes, em Amparo, e de Pedreira, no município do mesmo nome, para aumentar o suprimento de água nas regiões de Campinas e Piracicaba.

O MPE tem dúvida em relação ao cumprimento do prazo e quer assegurar a construção do anel adutor, ainda não contratado pelo governo. As audiências públicas para renovar a outorga, que vence no dia 5 de agosto, foram suspensas em razão da crise no abastecimento. "Este cenário de escassez hídrica decorre, em grande parte, da falta de planejamento e do descumprimento das condicionantes da outorga de 2004", disse Castanheiro. Segundo ele, as discussões devem ser estendidas ao Estado de Minas Gerais, onde estão as nascentes que abastecem o Cantareira. "É premente que tais questões sejam discutidas com toda a sociedade."

Além dos 8,8 milhões de moradores da Grande São Paulo que receberam estímulo com desconto na conta para economizar água, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) apelou para uma carteira especial de clientes.

Comércio e indústria que consomem mais de 500 mil litros por mês foram chamados a ajudar na tentativa de evitar o racionamento generalizado na Região Metropolitana por causa da seca histórica do Sistema Cantareira. São fábricas, shoppings, supermercados, hotéis e outros grandes estabelecimentos que mantêm contratos específicos com a Sabesp para consumir um volume mínimo de água por mês em troca de tarifas mais baixas. Na prática, quanto maior o consumo, menor o valor do metro cúbico cobrado. Mas, se a empresa não atinge o gasto mínimo dentro da faixa de consumo escolhido, ela é obrigada a pagar pelo volume total.

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Por causa da seca no Cantareira, a Sabesp suspendeu a exigência de consumo mínimo para esse grupo, chamado de clientes de demanda firme. Com isso, as empresas e indústrias que mantêm esse tipo de contrato, que têm duração de um ano e são renováveis, podem diminuir o consumo de água para um volume abaixo do mínimo acordado sem ter prejuízo financeiro. A medida foi adotada pela Sabesp no início do mês passado, juntamente com o plano de bônus para os moradores da Grande São Paulo, que dá até 30% de desconto na fatura para quem economizar ao menos 20% de água no mês. O prazo de duração também é o mesmo: até setembro ou até a normalização do Cantareira.

Com o bônus, a Sabesp disse que a população diminuiu a demanda de água em 2,4 mil litros por segundo, volume suficiente para atender mais de 800 mil pessoas - a população de São Bernardo do Campo. A companhia, contudo, não informou nem o número de clientes de demanda firme nem o volume de água que teria sido economizado por eles.

Para um cliente assinar esse tipo de contrato é preciso que o imóvel seja um comércio ou uma indústria, com volume médio de água nos últimos 12 meses igual ou superior a 500 mil litros e este consumo seja mantido durante a vigência do contrato. Ao todo, são sete faixas de consumo oferecidas. Para quem gasta mais de 40 milhões de litros por mês, por exemplo, a tarifa é 34% mais barata do que para quem consome 500 mil litros mensais.

Segundo a Sabesp, todos os clientes de demanda firme "foram visitados pessoalmente e receberam orientações para evitar o desperdício e contribuir para a redução de consumo" desde fevereiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mesmo com as chuvas registradas no início deste mês, o volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira permanece em queda. Nesta quinta-feira, 6, o índice caiu para 16% ante o nível de 16,1% registrado ontem, 5. A marca é a pior já registrada na história do sistema.

Ao longo dos seis primeiros dias do mês, choveu 47,4 milímetros (mm) na região do Cantareira, na divisa entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais. O volume já representa mais de 25% da média histórica para março. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), de hoje até sábado deve chover de 40 a 100 milímetros no leste e nordeste do Estado, atingindo a região dos reservatórios.

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O volume de chuvas dos próximos dias deve ser determinante para adoção ou não de um racionamento de água na capital paulista. Na última semana, a presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, afirmou que se as chuvas ficarem dentro da média, o abastecimento na Grande São Paulo não deverá ser comprometido. "Se chover nos próximos meses a média de cada vez, a média, não mais, não será necessário usar o volume morto. Somente com gestão de demanda, com o bônus que temos dado, e com a gestão do sistema, passaremos o ano muito bem", garantiu.

Desde o início do ano, a Sabesp colocou em prática uma série de medidas a fim de evitar um corte no abastecimento. No dia 1º de fevereiro, a concessionária anunciou um programa de bonificação para os clientes que economizarem em 20% o seu gasto médio mensal. O desconto nas tarifas, de 30%, será mantido até agosto ou até a normalização dos níveis dos reservatórios.

A Sabesp anunciou ainda o investimento de R$ 80 milhões na compra de bombas e em obras de infraestrutura para a exploração de uma reserva adicional de 400 milhões de metros cúbicos abaixo dos níveis operacionais de captação do sistema, o chamado volume morto. Sozinho, o Sistema Cantareira é responsável pelo abastecimento de 8,8 milhões de clientes da concessionária.

Apesar das chuvas do feriado, o nível de água dos reservatórios do sistema Cantareira teve nova queda nesta quarta-feira (5). De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o índice é de 16,1% - volume 0,1% menor que no dia anterior.

O sábado (1°) foi o dia que mais choveu durante o Carnaval, com 39,2 mm de precipitação, o que corresponde a 21,3% da média histórica de precipitação para março. O acumulado dos cinco primeiros dias do mês é de 44,7 mm. Durante fevereiro choveu apenas 36% do previsto para a época.

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No sistema Alto Tietê, que abastece a Zona Leste da capital e alguns municípios da região metropolitana, também houve queda da quantidade de água de terça-feira (4) para quarta. A escassez de chuvas na região fez com que o nível dos reservatórios baixasse de 38,4% para 38,3%.

Apesar das fortes chuvas que caíram na Grande São Paulo nos últimos dias, as reservas de água do Sistema Cantareira voltaram a diminuir. Segundo dados disponíveis no site da Sabesp, neste sábado (1°) o índice que mede o volume armazenado do sistema que abastece quase metade da Grande São Paulo caiu de 16,6% da capacidade ontem para 16,5% hoje. No acumulado do mês, a pluviometria totaliza 39,3 mm. A média histórica de chuvas para março é de 184,1 mm.

O cálculo considera a manutenção das vazões de afluência dos rios e da captação de água da Sabesp e dos municípios do Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), entidade que representa as demais empresas e cidades que também utilizam o Sistema Cantareira para abastecimento de água. O total do volume de chuvas necessário soma 1.000 milímetros, praticamente o dobro do que costuma chover entre fevereiro e março.

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Já no sistema Alto Tietê, que abastece a Zona Leste e alguns municípios da Grande São Paulo, o nível de armazenamento passou de 38,9% para 38,8%. A pluviometria acumula no mês um total de 27,6 mm, enquanto a média histórica de chuvas para o mês nesse sistema é de 175,4 mm.

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