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Dar uma nova vida às pessoas que possuem transtornos mentais. Essa é a frase que rege o projeto "Navegar para Conhecer", desenvolvido pelo Centro de Atenção Psicossocial Nise da Silveira (Caps), localizado em Rio Doce, Olinda. Através dos cliques do mouse e do som das teclas, jovens, adultos e idosos aprendem uma nova maneira de se incluir na sociedade, já que, por trás das telas dos computadores, todos são iguais.

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As aulas serão ministradas a partir de janeiro em uma sala com onze computadores que foram doados pelo Centro de Recondicionamento de Computadores do Recife (CRC). Apesar de parecerem simples à primeira vista, através deles, os pacientes do Caps aprenderão noções de datilografia, a navegar na internet e também a utilizar programas, como o Paint, por exemplo.

E os pacientes do núcleo estão animados com a oportunidade. Para o estudante Rafael Viana, de 18 anos, a esquizofrenia, que, muitas vezes, atrapalha suas atividades cotidianas, não será um obstáculo quando ele quiser acessar a internet para acompanhar as notícias do seu campeonato de futebol favorito, a Champions League.

“Também adoro usar o computador para pesquisar assuntos sobre história. Outra coisa que gosto é baixar jogos pela internet. Eu estou muito animado e sei que mexer no computador vai me ajudar no futuro”, prevê o jovem. Ele, que possui uma curiosidade natural sobre o tema tecnológico, afirma que ainda não sabe transferir dados do computador para dispositivos USB. “Essa será uma das minhas perguntas no primeiro dia de aula”, ressalta.

Já Laudiceia Maria, 52, que sofre de depressão, conta que pretende utilizar as aulas para aprofundar seus conhecimentos sobre política e enviar mensagens para parentes e amigos. “Um dos meus sonhos era aprender a utilizar um computador e eu consegui isso. Agora, quero aprofundar meus conhecimentos e pretendo aproveitar esse projeto para isso, não vou perder nenhuma aula”, pontua Laudiceia.

E o projeto também engloba pacientes que nunca tiveram a chance de manusear um computador. Para alguns, como o aposentado Rinaldo Avelino, que, aos 61 anos, nunca teve a oportunidade de estar à frente de uma tela, a internet ainda é um mundo inexplorado, mas nunca é tarde para aprender. “Não tenho nem ideia do que posso aprender. Sei que será um mundo novo, que vou me ocupar com uma nova coisa e isso me anima”, afirma.

A expectativa dos futuros alunos é reforçada pela positividade da gerente do Caps e idealizadora do projeto, Silvia Lyra. Segundo ela, esta é uma maneira de trazê-los para uma realidade diferente da terapia. “Dentro da informática trabalhamos arte, concentração e coordenação motora. Com isso, eles vão fazer uma viagem no mundo do conhecimento e vão aprender a potencializar seus interesses pessoais, podendo até realizar pesquisas sobre suas respectivas doenças para entendê-las melhor e entender a si mesmos”, finaliza. 

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (23) a liberação de R$ 50 milhões para a construção de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em todo o país. Segundo a pasta, serão priorizados os serviços de atendimento 24 horas a dependentes de álcool e drogas e as unidades de acolhimento.

A orientação do governo é para que os gestores interessados em construir um Caps ou uma Unidade de Acolhimento (UA) acessem a Portaria 615, publicada na semana passada, para dar início ao processo. O valor dos incentivos para financiamento varia de acordo com o tipo de estabelecimento (de R$ 500 mil e R$ 1 milhão).

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De acordo com o Ministério da Saúde, esta é a primeira vez que o governo federal repassa recursos para a construção desses serviços. Antes, a edificação ou aluguel dos espaços cabia ao município, o que dificultava a expansão da rede, muitas vezes por falta de locais adequados.

Dados do ministério, dão conta de que existem hoje 1.891 Caps em funcionamento, com o objetivo de oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social de usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.

Já 60 as unidades de Acolhimento foram instituídas para oferecer atendimento voluntário e cuidados contínuos para pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, em situação de vulnerabilidade social e familiar e que demandem acompanhamento terapêutico e proteção em rede.

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