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Pouco citada quando se fala no tratamento do câncer de mama, a psicoterapia pode ser o ponto de partida para uma recuperação mais saudável. A campanha Outubro Rosa amplia o debate sobre como o acolhimento psicológico pode ser fundamental para a qualidade de vida dos pacientes.

A psicóloga e integrante da Comissão de Psicologia Clínica do Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco 2ª Região (CRP-PE), Thais de Lima, lamenta que a busca por esse apoio ainda é tímida. "A gente não vêm tanta presença. Querendo ou não, a gente ainda vê muito a questão de ver a psicoterapia e o cuidado com a saúde mental como algo secundário", observa.

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Na sua visão, a falta de reflexão sobre os benefícios do acolhimento psicológico influenciam na baixa procura. "Por o câncer ser uma doença muito agressiva, que traz um certo tabu, as pessoas costumam não querer falar sobre e isso cria uma dificuldade muito maior", apontou.

A nova rotina imposta pela doença deixa o paciente fragilizado e, em alguns casos, cria o sentimento de solidão. Nesse sentido, a psicoterapia se apresenta como um suporte para ajudar a lidar com os sentimentos de medo e incerteza causados por um tratamento tão desafiador.

"Nossa saúde mental também pode vir a alterar ou influenciar qualquer doença que a gente possa ter. É totalmente interligado", ressalta Thais. "Prestar atenção na saúde mental, principalmente quando a gente tá enfrentando uma doença muito agressiva, pode dar espaço para um tratamento menos danoso", complementou.

Para 2023, o Ministério da Saúde prevê 73.610 casos novos de câncer de mama no Brasil, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. Esse tipo de câncer é o que mais mata mulheres no país.

O objetivo do Outubro Rosa 2023 é divulgar informações sobre o câncer de mama e fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde para prevenção, diagnóstico precoce e rastreamento da doença. O período é celebrado no Brasil e no exterior com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização para contribuir na redução da incidência e da mortalidade pela doença.

Uma entidade terapêutica em Petrolina, no Sertão do estado, foi interditada, na última terça-feira (17), por meio de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), informou o órgão nesta quinta-feira (19). A diretoria do Centro de Recuperação Evangélicos Livres para Servir (CRELPS) foi demovida e a prefeitura da cidade se tornou encarregada de gerenciar e nomear um interventor. 

No local foram resgatadas 59 mulheres, sendo 32 idosas em situação de abandono e outras 27 com quadro de doenças mentais, depressão, dependência química e alcoólica. As pacientes estão sendo acompanhadas por órgãos de assistência social e de saúde do município para avaliar e encaminhá-las para a desinstitucionalização, processo de reinserção ao convívio familiar e em sociedade. 

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Os peritos também encontraram verduras e frutas em estado de putrefação, e medicamentos armazenados sem receituário nem documento para atestar as compras. Algumas receitas foram encontradas, sendo todas datadas do mesmo dia, e com os mesmos medicamentos prescritos. 

Segundo as promotoras da 3ª e 4ª Promotorias de Justiça da Cidadania, o contato com as famílias foi rápido e eficaz.

“A única coisa que elas queriam era falar com a família. E quando os familiares entenderam que elas estavam no lugar errado, de pronto, foram buscá-las. Ao contrário do que se propagou, lá estava sendo tirada a liberdade dessas internas, todas foram ouvidas com muito cuidado e elencaram uma série de situações”, afirmaram. 

Extorsão e trabalho análogo à escravidão 

As promotoras relataram ainda que familiares das internas teriam sido procurados pela antiga proprietária da Casa para pagamentos de valores de débitos inexistentes.

“Muitas dessas mulheres podem ter sido lesadas no que diz respeito a empréstimos, a compras realizadas com os cartões delas. Vários foram apreendidos e já estão com a polícia para investigação”, informaram. 

As apurações ainda levantam a suspeita de trabalho análogo à escravidão no local, devido à falta de documentação e contratos trabalhistas por parte das funcionárias. Também foi constatado que muitas das pessoas que trabalhavam no espaço eram ex-internas que nunca saíram de lá depois da alta clínica.

“Não há nenhum registro em carteira de trabalho, e os contratos que o interventor encontrou foram assinados em 2 de setembro deste ano, após as inspeções e interdições”, destacaram as Promotoras. 

A fiscalização do CRELPS começou ainda em 2020, quando foi instaurado procedimento investigatório. Desde então foram levantados problemas de gestão do espaço, e as investigações já apontaram casos de violência psicológica, agressões físicas, injeções sedativas, trancafiamento de pacientes, corte do contato com familiares, retenção de objetos pessoais e falta de itens de higiene pessoal básica. 

Histórico 

A primeira interdição do local foi feita em outubro de 2021, tendo como premissa principal a proibição da entrada de novas internas. Em novembro de 2022, um reforço de alerta foi feito pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), pelos riscos ao qual as internas estavam expostas. As ações mais enfáticas foram realizadas apenas a partir de setembro de 2023, quando a gestão do local foi transferida para a prefeitura de Petrolina, e a interdição total foi feita.

Durante entrevista ao Domingo Espetacular, Maitê Proença refletiu sobre a carreira artística e sua história de vida. Em 1970, em um crime brutal, o pai da atriz assassinou a mãe por ciúmes. Na época, Maitê tinha 12 anos de idade e ele foi absolvido por legítima defesa da honra. Anos depois, o pai e o irmão tiraram a própria vida.

Na juventude, a artista passou por uma forte depressão e teve dificuldades em lidar com o que passou.

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"Eu ainda precisava daquelas emoções para emprestar aos personagens. Quando eu ia para o personagem e chegava em mim, tinha que buscar naquele lugar perigoso. Quando vi o que estava acontecendo, não dei conta sem drogas. Precisei delas para dar uma aliviada", disse.

Ao relembrar o casal que ajudou a ela e seu irmão após a perda dos pais, a famosa se emocionou: "Quando minha mãe se foi, fui parar num pensionato de luteranos, eles eram de Minnessotta. Lá fiquei três anos e meu irmão quatro. Me acolheram no momento de maior tristeza da minha vida. Fui para Minnessotta anos depois e falei como eles tinham sido importantes na minha vida e como tinham salvado a gente de não ter ninguém, não ter nada. Não tinha pai, não tinha mãe, não tinha casa, não tinha para onde ir, nada. Aquelas pessoas, de puro amor, acolheram a gente e deram o que a gente precisava, uma família. Pude falar isso para eles. Foi uma choradeira. Até hoje são meus irmãos aquelas pessoas, quando viajo eu conto".

Maitê também comentou o fato de ter feito a primeira cena de nudez em horário nobre da história da televisão brasileira.

"Era um nude que não tinha problema nenhum com aquilo. As cenas de nu eram bonitas, era divertido de fazer ainda que a gente trabalhasse 16 horas por dia. Chegava e tinha que decorar 60 cenas", disse.

Hoje (20) é comemorado o Dia Mundial dos Refugiados e o Governo de São Paulo promove uma ação voltada às crianças refugiadas no centro de acolhimento em Guarulhos, com a presença da ONG Palhaço Sem Fronteiras. O grupo realiza apresentações com pedagogia especializada no atendimento das crianças em situação de crise humanitária.

Inaugurada em fevereiro deste ano em resposta à crise humanitária dos refugiados, especialmente do Afeganistão, o centro de acolhimento em Guarulhos “Casa de Passagem Terra Nova Guarulhos” já acolheu 142 refugiados e abriga atualmente 48 afegãos. O principal objetivo é oferecer abrigo e apoio para estrangeiros em processo de integração à sociedade brasileira.

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De acordo com site da Prefeitura, o acolhimento tem o funcionamento 24 horas e o espaço oferece apoio social, psicológico e jurídico, com atividades de convivência, pedagógicas e culturais. O acolhimento também ensina a língua local para os afegãos aprenderem a se comunicar com os outros. Os refugiados recebem suporte para acessar serviços e políticas públicas, como benefícios de assistência social e acompanhamento médico. 

Desde o início do ano, o Estado de São Paulo atendeu, acolheu e encaminhou cerca de 800 refugiados afegãos. Também de acordo com o site da Secretaria do Desenvolvimento Social, foi investido R$ 2,5 milhões na abertura da casa de acolhimento em Guarulhos e em imóveis compartilhados por refugiados na capital. A iniciativa da gestão estadual zerou o número de afegãos que estavam acampados no Aeroporto Internacional de Cumbica naquele momento.

O equipamento, que é vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, funciona como um ponto de apoio ao posto humanizado da Prefeitura de Guarulhos. O abrigo faz parte da Proteção Especial da Assistência Social e é gerido pela Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude (OSC Asbrad).  

São considerados refugiados aqueles que, em razão de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, encontram-se fora de seu país de origem. 

 

Além de todo mundo que brinca durante o Carnaval, há também quem aproveite o período para garantir o sustento familiar. Pensando em dar segurança e tranquilidade para esses trabalhadores, a Prefeitura do Recife inaugurou a Casa do Pequeno Folião, um espaço de acolhimento para os filhos dos autônomos e dos catadores que vão trabalhar durante o carnaval. 

A Casa, que vai oferecer um lugar seguro, com atenção especializada, funcionará em horário integral na Escola Municipal Nossa Senhora do Pilar, no Bairro do Recife, a partir das 17h da sexta-feira (17) até a quarta-feira de cinzas (22). O prefeito João Campos esteve no local nesta quinta-feira (16).

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“Muitas pessoas que vão trabalhar no carnaval e que estão em situação de vulnerabilidade não têm onde deixar seus filhos e filhas pequenos. Então, para as crianças de 0 a 6 anos, filhos dos catadores, trabalhadores informais, ambulantes, a gente está fazendo uma busca ativa e colocando à disposição esse equipamento, que fica localizado numa creche escola”, detalhou João Campos. 

“De maneira permanente, essas crianças poderão ficar sob os cuidados desses profissionais e garantir que o pai, a mãe ou o responsável possam trabalhar no carnaval e ter a sua renda sabendo que a vida da criança estará protegida, que ela estará segura e será bem acolhida com todos os profissionais para dar esse suporte”, acrescentou.

A Casa do Pequeno Folião, que é uma iniciativa das secretarias de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas, Saúde e de Educação, irá acolher integralmente 50 crianças de 0 a 6 anos de idade, filhos de catadores e ambulantes que foram previamente cadastrados.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas, Ana Rita Suassuna, a medida é uma novidade importante da Prefeitura do Recife. 

“Na Casa do Pequeno Folião, a gente vai atender a famílias de catadores cadastrados e que querem, espontaneamente, deixar os seus filhos para irem trabalhar. A gente vai proteger a criança, num espaço de acolhida, e o pai e a mãe vão trabalhar com mais tranquilidade. Isso é um serviço novo. As crianças de 0 a 6 anos terão seis refeições diárias e vão contar com atividades pedagógicas, atividades lúdicas e brincadeiras”, explicou. 

Durante os dias de acolhimento, as crianças terão direito a seis refeições diárias, que incluem café da manhã, almoço, jantar e três lanches. Como o espaço funciona em horário integral, também haverá estrutura para as crianças dormirem. Além disso, haverá áreas de convivência para a realização de atividades lúdico-pedagógicas e de lazer. 

Ao todo, cerca de 90 profissionais das áreas da educação, saúde e assistência social devem trabalhar na Casa do Pequeno Folião. A alimentação será preparada na cozinha da escola sob orientação direta de nutricionistas. Além disso, uma equipe composta por psicólogos e assistentes sociais estará disponível para prestar todo apoio e suporte necessário às crianças e suas famílias. E a Guarda Municipal do Recife vai garantir a segurança dos acolhidos e dos funcionários.

Da assessoria

 

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A UNINASAU Belém vai lançar, nesta sexta-feira (18), o projeto de extensão "Acolher: o Brincar nas Trilhas do Saber". Trata-se de um espaço dedicado a receber crianças, filhos de acadêmicos e de funcionários durante permanência deles na unidade. Nesse primeiro momento, serão inscritas crianças de 1 a 10 anos de idade.

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O projeto é organizado pelo curso de Pedagogia da UNINASSAU Belém e ficará como atividade permanente de Responsabilidade Social da Instituição de Ensino Superior (IES). Estagiários e monitores da graduação vão se revezar para dar suporte no acolhimento e realizar atividades pedagógicas e de lazer.

Segundo a coordenadora do curso de Pedagogia da UNINASSAU Belém, Ingrid Cruz, esse trabalho é inédito entre as instituições de ensino superior do Estado. "O projeto de extensão 'Acolher' surgiu com um olhar empático e inédito, por entender a dificuldade de pais universitários e de colaboradores que precisam estudar ou trabalhar e, por vezes, não têm onde deixar os filhos. A ideia é ajudar para que eles não faltem ou não precisem abandonar os estudos por conta das crianças. Em contrapartida, garantirá condições de estágio obrigatório sob gestão dos docentes do curso", disse a professora.

Os acadêmicos e os colaboradores que queiram inscrever os filhos no projeto "Acolher" podem encaminhar o pedido pelo e-mail pedagogia.bel@mauriciodenassau.edu.br e preencher um cadastro. Outra opção é ir presencialmente à coordenação do curso, no segundo andar da unidade Quintino, em Belém. Outras informações, acesse: uninassau.edu.br.

Da Ascom UNINASSAU.

 

 

Para apoiar a população LGBTQIAP+ na busca por emprego, a TIM lançou o aplicativo SOMOS+. A proposta é apontar vagas em todo o Brasil e oferecer informações úteis voltadas a acolhimento, direitos e saúde. Esta terça-feira (28) marca o Dia do Orgulho LGBTQIAP+.

A plataforma de inclusão é gratuita e não gasta da franquia de internet dos clientes da operadora. "A iniciativa reforça nosso compromisso e ações concretas para a evolução da cultura inclusiva e a contribuição para a transformação também da sociedade. O botão ‘Emprego’ do app já começa com o link do nosso banco de talentos LGBTQIAP+ e vagas do programa Transforma TIM, de contratação de pessoas trans”, comentou o gerente de Diversidade e Inclusão da TIM, Alan Kido.

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Desenvolvido pela JUMP Mobile com apoio de mais de 100 funcionários da operadora que integram o grupo de afinidade Orgulho+, o aplicativo também promete orientar em temas jurídicos e médicos com as abas 'Direito' e 'Saúde'.

O app também visa facilitar doações para instituições em defesa da pauta e disponibiliza a ferramenta 'Perigo', que aciona imediatamente até três pessoas de confiança do usuário e emite uma mensagem de socorro, além da sua geolocalização em caso de ameaça de LGBTI+fobia. 

Para quem foi expulso de casa ou deixou a família após sofrer LGBTI+fobia, a aba "Mapa de Cidadania" aponta locais de acolhimento no país.

Em um estacionamento ao lado de seu escritório no norte de Israel, o prefeito de Nof Hagalil, Ronen Plot, atende telefonemas enquanto voluntários descarregam cobertores e roupas doados para os refugiados que fugiram da guerra na Ucrânia.

"Nof Hagalil foi construída pela imigração", diz Plot, de 67 anos, que veio da Moldávia para Israel há quase meio século. "Vamos receber o maior número de pessoas que pudermos".

Após o início da invasão russa, Plot convidou no Facebook os "olim" ucranianos, ou imigrantes judeus, para sua cidade e convocou os moradores a se mobilizarem.

"Se uma grande onda migratória vier, ficaremos felizes em participar do esforço israelense", afirma.

Sob a "Lei do Retorno" de Israel, qualquer pessoa com pelo menos um pai ou avô judeu pode obter a cidadania.

Entre aqueles que responderam ao convite de Plot está Chaim Gershman, que veio a Nof Hagalil com sua esposa Ora e seus quatro filhos. Sua mãe, Nelja, de 60 anos, chegou um dia depois.

Gershman conta que teve apenas uma hora para fazer as malas porque as bombas russas caim na suas cidade perto de Kiev.

"No começo, não acreditávamos que algo assim aconteceria", afirma.

Chegando em Israel, escolheu ir para Nof Hagalil por causa das mensagens do prefeito.

"Vi que um homem convidava, dizia 'venham para a nossa cidade, você será bem-vindo'".

Plot explica que sua comunidade oferece um ambiente familiar porque mais da metade de seus 50.000 moradores falam russo.

As lojas vendem arenque bielorrusso e água georgiana, e os rótulos estão traduzidos para o russo.

O prefeito indica que reservou 600 quartos de hotel e 300 apartamentos vagos para receber os ucranianos, que chegam "exaustos".

"Eles enfrentaram muita miséria, estão com fome e cansados, é terrível", diz.

- "Deixamos tudo" -

Os Gershmans fugiram da cidade de Anatevka, perto de Kiev.

Escoltada pela polícia, a família viajou 17 horas de carro para chegar à fronteira com a Moldávia, parando uma vez em meio às explosões.

"Deixamos tudo o que tínhamos, a vida inteira", lamenta Ora Gershman, de 35 anos.

Os sete agora dormem em dois quartos contíguos em um hotel em Nof Hagalil. As crianças foram matriculadas na escola enquanto os pais organizam a papelada e procuram residência permanente.

O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, evitou condenar a invasão russa, citando os fortes laços de seu país com Moscou e Kiev.

Mas Chaim Gershman diz que não entende "como alguém pode permanecer neutro quando está tão claro quem é o agressor".

"Putin disse que só atacaria alvos militares, mas estão bombardeando indiscriminadamente", denuncia.

As autoridades dizem que até 100.000 "olim" e suas famílias podem chegar da Ucrânia e da Rússia, citando uma onda anterior de um milhão de migrantes após o colapso da antiga União Soviética.

O ministro do Interior, Ayelet Shaked, estimou no domingo que cerca de 15.000 ucranianos poderiam chegar a Israel até o final de março, dos quais 90% não se qualificariam para o "direito de retorno".

Esta é uma taxa "impossível" de absorver para um país de 9,4 milhões de habitantes, segundo o responsável.

- Vizinhos árabes -

Mas a chegada dos judeus em Nof Hagalil toca um ponto sensível e histórico.

Foi construída como uma cidade judaica na década de 1950 em terras apropriadas da vizinha cidade árabe de Nazaré. O então primeiro-ministro David Ben Gurion, fundador de Israel, procurou "judaizar" a Galiléia, habitada principalmente por árabes.

Os árabes israelenses são descendentes de palestinos que permaneceram durante a guerra de independência de Israel em 1948, quando mais de 700.000 fugiram ou foram forçados a deixar suas casas.

Israel não permitiu o retorno da maioria dos refugiados palestinos.

Com o tempo, os árabes se estabeleceram em Nof Hagalil e agora representam um quarto de sua população.

Um deles é Saed Diab, de 39 anos, gerente em um dos hotéis onde os refugiados estão hospedados. Ele diz que doou roupas para os recém-chegados.

"Eu estive de férias em Kiev pouco antes do coronavírus. Cidade legal, gente boa", comenta. "Sinto muito pelo que está acontecendo".

Na manhã desta sexta-feira (25), foi realizado o acolhimento dos 1.403 novos residentes, entre médicos e profissionais da saúde, que irão contribuir no Sistema Único de Saúde (SUS). O evento foi promovido pela Secretaria Estadual de Saúde e ocorreu de forma remota com transmissão ao vivo, através do canal do YouTube da Escola de Saúde Pública de Pernambuco (ESPPE).

O acolhimento contou com a participação do médico pediatra e membro da Sociedade Brasileira de Imunizações, Eduardo Jorge da Fonseca, e do secretário estadual de Saúde, André Longo, e do secretário estadual de Saúde, André Longo.

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"Com investimentos crescentes a cada ano, a gestão estadual vem trabalhando no sentido de ampliar e fortalecer as redes de atenção à saúde. Apesar da queda nos recursos federais nos últimos anos, Pernambuco manteve a expansão de programas de residências em áreas estratégicas do SUS. É importante ressaltar que o Estado financia mais de 70% das bolsas de residências. Para este ano de 2022, com um aumento de 23,29% no valor das bolsas pagas aos residentes médicos e residentes em área profissional da saúde - saindo dos atuais R$ 3.330,43 para R$ 4.106,09 - Pernambuco deve destinar cerca de R$ 108,5 milhões para a política de Residências em Saúde", informa André Longo. O Estado de Pernambuco é referência nacional na oferta de programas de residência e se apresenta como um dos principais polos de formação do País.

O início das atividades dos residentes se dará dia 1º de março, nas redes de saúde estaduais e municipais, unidades filantrópicas e privadas do estado de Pernambuco. Atualmente, há 3,2 mil residentes em formação, vinculados a 401 programas de Residência Médica e Multiprofissional. Foram ofertadas 1.403 vagas, sendo 791 para programas de Residência Médica e 612 para programas de Residência Multiprofissional e Uniprofissional para a rede de saúde de Pernambuco.

"Não podemos esquecer, ainda, que durante a pandemia os profissionais de saúde residentes atuaram incansavelmente junto à população para prestar os cuidados necessários, apoiados na ciência e nos conhecimentos teóricos e práticos desenvolvidos ao longo da sua formação. Nos últimos oito anos - 2015 a 2022 - o número de vagas ofertadas pelos programas de residência cresceu 32,8%, passando de 1.213 vagas para 1.805, fazendo com que o investimento na formação de profissionais para o Sistema Único de Saúde fosse sempre progressivo", disse André Longo.

Em 2022 tiveram a abertura de programas em Medicina Intensiva, Medicina de Família e Comunidade e Clínica Médica, além de Enfermagem em Oncologia e Multiprofissional em Terapia Intensiva. Vale ressaltar também o credenciamento do Hospital Alfa para oferta de programas de Residência, nas especialidades de Clínica Médica e Medicina Intensiva. Inicialmente o Hospital foi estruturado para atendimento dos pacientes com Covid-19, se estabelece, com a abertura de programas de Residência Médica,  especializada na Rede Estadual de Saúde.

Motivadas por acreditarem na necessidade de um espaço para diálogo, reflexão e experimentação de novas práticas pedagógicas, as professoras Lília Melo e Débora Ferreira criaram e estão lançando a obra “Letramentos no Ensino Médio: prática docente, resistência e sobrevivência na periferia da Amazônia”. O lançamento oficial vai ser nesta sexta-feira (14), às 19 horas, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Brigadeiro Fontenelle, na Terra Firme, em Belém.

Lília Melo afirma que é importante entender o novo processo de ensino-aprendizagem e ter novas perspectivas acerca da educação. “Foi a partir da tese de doutorado defendida pela professora Débora Ferreira, na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, que decidimos transformar em uma linguagem mais didática, mais acessível no livro”, explica.

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A educadora diz que a produção do livro se deu a partir da pesquisa que acompanha a prática pedagógica dela desde o início do projeto “Juventude preta periférica – do extermínio ao protagonismo”, e traz a perspectiva de uma narrativa contra-hegemônica dentro de um processo dialógico que considera saberes ancestrais e populares como saberes científicos, e que ao serem reconhecidos dessa forma devem ser levados à escola para serem aprendidos e respeitados.

Lília Melo acrescenta que as concepções pedagógicas de educadores como Paulo Freire, Lélia Gonzalez e de outras referências são importantes para despertar o protagonismo do aluno. “Os fazeres culturais, os dons artísticos de uma comunidade precisam estar presentes no cotidiano da escola”, ressalta.

O principal objetivo da obra, segundo a professora, é a desconstrução da ideia distanciada que existe de conhecimento acadêmico. Lília Melo afirma que é importante perceber que há uma prática pedagógica científica atuante dentro das periferias e das escolas públicas, e que ela precisa ser considerada dentro das academias.

“Ela precisa ser estudada, ser percebida e respeitada, e ao ser respeitada, reverberada por vários outros territórios. Nós estamos falando especificamente de um território da Amazônia, que pode se comunicar com outros territórios, tanto no Brasil, quanto fora dele. Então, esse é o principal objetivo: estabelecer diálogo e socializar experiências que já deram certo, e o que os resultados comprovam de que realmente deram certo”, reitera.

A educadora afirma que a obra tem muito a contribuir para a educação brasileira, considerando que estamos vivendo o retorno presencial das aulas em um contexto cheio de receios. A partir disso é possível perceber as necessidades da comunidade e da escola como um todo, especificamente da pública, com a finalidade de acolher essas demandas e trazer soluções para o enfrentamento desse contexto.

Lília Melo destaca que agora é necessário cuidar também da saúde mental, não somente dos alunos, mas dos responsáveis por eles, e das pessoas que se relacionam diretamente com eles. “Isso já deveria ter sido tratado, e isso já teria sido cuidado muito antes do momento pandêmico. Muito antes desse momento nós já deveríamos ter essa preocupação”, aponta.

Ela ressalta que o aluno que está dentro de sala de aula é um sujeito construído socialmente e essa comunidade com quem ele se relaciona diretamente precisa ser compreendida também. “Para que ela seja compreendida, é necessário perceber a identidade sócio-histórico e político-social de um território ao qual ele pertence”, afirma.

Para adquirir um exemplar, entrar em contato com Lília Melo:

Instagram: @liliamelotf

WhatsApp: (91) 99217-6292

Por Isabella Cordeiro.

Marcos Mion compartilhou um relato muito especial no último domingo (9) envolvendo seu filho Romeo. Durante o Caldeirão que foi ao ar no sábado (8), Marcelo Adnet brincou de fazer algumas rimas com o apresentador, e mencionou que Mion é pai do Romeo. Em casa, Mion assistiu ao programa junto do filho, e gravou a reação dele vendo as rimas e a forma como todos cantaram e dançaram no programa após ele ser mencionado.

Romeo ficou extremamente feliz, agradeceu Adnet por ter falado dele e mandou até um beijo para o humorista.

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Junto do vídeo, Mion publicou o texto falando sobre o quão especial este momento foi tanto para ele, quanto para Romeo. Veja na íntegra:

Vocês não podem imaginar a emoção, a paz e a felicidade que é ver meu Romeo ABRAÇADO pelo Brasil! ABRAÇADO por todos meus novos colegas e convidados na minha nova casa, a TV Globo.

Nem todos pais de crianças deficientes sofrem os mesmos medos, mas tem um medo que todos pais de crianças deficientes sofrem: o bullying.

Se todo pai já tem esse medo por qualquer filho, imagina por um que tem todas as características passíveis de virar sarro ou zoeira? Eu menti quando falei que é um medo, pois é um pânico.

Ainda mais sabendo que ou vai afundar a frágil confiança da criança levando ela a um buraco difícil de sair ou que a criança é tão ingênua e não tem o cognitivo desenvolvido a ponto de entender o que está acontecendo e virar um alvo constante de maldade achando que, na verdade está ganhando atenção positiva.

Então ver meu filho que, outrora, foi motivo de bullying, olhares desprezantes, mensagens violentas, falas revoltantes, intolerância, preconceito e tudo o mais que uma criança deficiente tem que aturar, virar um representante do amor num nível tão gigante, ver ele ser respeitado, amado e homenageado é algo… bom… claramente difícil de por em palavras, mas deixa meu coração transbordando de orgulho e lágrimas de alívio!

Quem diria? Aquela criança que não falava, que se debatia, gritava, se fechava, babava, tinha tantrums violentos, não aceitava meu abraço, não corria, não pulava, não dançava, que até hoje não dominou a leitura e escrita… aquela criança hoje é homenageada na TV! Praticamente toda semana! Por pessoas que a amam, entendem e querem seu bem! Enchendo milhões de lares de amor e de exemplo de inclusão e aceitação!

Se você que leu até aqui admira meu filho, nossa relação, o que ele causou e mudou em mim, se você gosta do meu filho… lembre que se você procurar bem pouco vai achar um autista perto de você. Na família, na família de um amigo, no trabalho… existem um para cada 44, ou seja, não precisa procurar muito! Ache esse autista e goste e admire ele também!

Adnet, TE AMO. Obrigado por esse sorriso que colocou no meu filho, obrigado por esse momento.

 

Em pesquisa, realizada pelo site VAGAS.com, foi revelado que a maioria dos candidatos gostaria de se sentir acolhido em relação às empresas ao longo dos processos seletivos. Dos participantes, 42% apontaram “ser acolhido(a)” como a principal expectativa. Outros sentimentos indicados foram “ser compreendido(a)” (20%) e “ser apoiado(a)” (12%). Os resultados também revelaram um aumento na  busca dos Recursos Humanos (RH) em interagir com os candidatos durante o processo.

O estudo “A Experiência do Candidato” entrevistou 10.172 candidatos e 166 empresas por e-mail em julho deste ano. O objetivo, segundo Leonardo Vicente, especialista em marketing da VAGAS.com, é entender os principais anseios e expectativas, tanto de candidatos como RHs em todo o processo seletivo e com esse feedback realizar melhoras. “Os dados evidenciados na pesquisa corroboram com a tendência dos RHs adotarem feedbacks, retornos ao final de cada fase do processo. Para isso, é fundamental que as empresas garantam transparência e clareza ao longo das etapas, visando tornar a jornada de contratação mais empática e inclusiva possível”, avalia em texto enviado pela assessoria de comunicação.

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Outros dados obtidos pela pesquisa foram que metade dos candidatos, se pudessem optar por um único ponto a ser melhorado nos processos seletivos, escolheria melhorar o “retorno aos candidatos e candidatas”. Outros 16% escolheram por aperfeiçoar a “visibilidade das fases no processo seletivo”. A palavra “orientação” foi eleita para descrever como seria o processo seletivo dos sonhos dos candidatos participantes, com a expectativa que o RH comunicasse o avanço nas etapas do processo seletivo, além de dar um feedback com orientações sobre os pontos que o prejudicaram ou favoreceram na seleção.

Para 30% dos participantes, a melhora seria na transparência com intuito de saber o máximo de informações e detalhes possível sobre sua participação no processo seletivo. “Acolhimento” também surgiu por sugestão de outros 17% como forma do RH das empresas demonstrar maior empatia ao longo do processo, compreendendo o contexto de quem está buscando emprego. “O fornecimento de feedbacks e uma comunicação clara continuam entre os principais anseios dos candidatos durante o processo de R&S”, diz Vicente. “O levantamento também comprovou que há entendimento por parte das empresas quanto à necessidade de cuidar de cada interação com os candidatos”, completa.

Aumento na  busca do RH em interagir com os candidatos durante o processo

O estudo levou em consideração também o lado do RH e das empresas, apontando que, para a maioria, “conseguir humanizar as trocas e interações com candidatos ao longo do processo seletivo” (68%) seria a melhor forma de experienciar o processo e “cuidar de cada interação entre empresa e profissional que existe ao longo de um processo seletivo” (60%). Do total, 97% das empresas consideram como muito importante ou importante tornar os processos humanizados. Para 98% delas, “uma boa experiência dos candidatos é fundamental para a marca empregadora".

Levando em consideração o contexto pandêmico, 82% das empresas afirmaram ter adaptado seus processos seletivos mudando várias ou algumas etapas. “Pensando no pós-pandemia, acredito que as empresas continuarão adotando mudanças de comportamento no recrutamento e seleção de profissionais, buscando estratégias, como soluções tecnológicas, para ajudar na atração de talentos, tornando os processos mais eficientes. Com o auxílio da tecnologia, ao final de cada fase, o recrutador pode configurar mensagens automáticas engajadoras, via e-mail e ou aplicativos, proporcionando uma experiência mais positiva e transparente”, conclui o especialista.

Dividiu opiniões, em debate na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 775/21, que permite a famílias que estejam na fila para adoção acolher provisoriamente crianças e adolescentes e posteriormente ter prioridade na adoção deles. O assunto foi discutido nesta segunda-feira (5) na comissão externa que analisa políticas para a primeira infância.

A proposta foi apresentada pelos deputados General Peternelli (PSL-SP) e Paula Belmonte (Cidadania-DF), integrantes da Frente Parlamentar Mista pela Adoção e Convivência Familiar. Os autores explicaram que a ideia do texto veio da deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), que compareceu à reunião e explicou o projeto.

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Para Janaína Paschoal, hoje nem sempre o interesse da criança é priorizado no processo de adoção, sendo colocadas muitas vezes em primeiro plano as formalidades do processo. Na visão da deputada estadual, em determinadas ocasiões a Defensoria Pública e outros operadores jurídicos consideram um sucesso retirar a criança de uma família acolhedora para devolvê-la à família biológica, mesmo quando a genitora não quer o bebê ou não tem condições de assumir o(a) filho(a), por conta de uso de drogas por exemplo.

A ideia da parlamentar é que famílias na fila de adoção possam acolher provisoriamente crianças que ainda não estejam com a situação jurídica definida. “Caso a situação se resolva e a criança tenha de ser devolvida para a família biológica, a família acolhedora vai ter de devolvê-la”, disse. “Entretanto, se a Justiça entender que essa criança vai para a fila de adoção, a família acolhedora, que já está habilitada para adotar, terá prioridade na adoção”, continuou. Para Janaína, caso a proposta seja aprovada, a criança não sofrerá com outra quebra de vínculo.

Preocupações

Por sua vez, a secretária nacional de Assistência Social do Ministério da Cidadania, Maria Yvelonia Barbosa, manifestou preocupação com a confusão que o projeto faz entre família acolhedora e família apta a adoção, que têm habilitações diferentes. Diferentemente da adoção, que é definitiva, o acolhimento familiar é uma modalidade provisória, cujo objetivo prioritário deve ser o retorno da criança ou do adolescente à família biológica. Quando o retorno à família biológica não se mostra possível, a criança é encaminhada para adoção.

Segundo a secretária, a família acolhedora é preparada para ser ponte entre o momento que a criança sai do seu lar original e vai para uma nova família ou retorna para o antigo lar. Já na família adotiva, os laços com a família de origem são rompidos.

“Aí é que entram nossas ponderações em relação ao PL. Nós nos preocupamos que essa família adotante se torne uma família acolhedora e isso traga prejuízos inclusive emocionais para a crianças”, afirmou. “Será que não vamos estar criando uma dificuldade de reintegração à família de origem? Porque de repente haverá uma disputa entre essas famílias, a família que quer adotar e a de origem. Sendo família acolhedora, não haverá essa disputa, porque ela já sabe que o papel dela é ser ponte”, avaliou.

O secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Maurício José Silva Cunha, também ressaltou que acolhimento familiar é diferente da adoção, e a proposta pode trazer confusão entre os dois institutos. Os secretários querem estimular a existência de mais famílias acolhedoras no Brasil.

Fila de adoção

Já o juiz Sérgio Luiz Ribeiro de Souza, da Coordenadoria Judiciária de Articulação das Varas da Infância, da Juventude e do Idoso do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, acredita que as premissas da proposta são equivocadas. Ele destacou que o projeto não melhora a celeridade para adoção de crianças e adolescentes. Segundo ele, o processo de destituição de poder familiar, permitindo a adoção, precisa transitar em julgado, o que envolve a avaliação feita por toda uma rede e demanda tempo, e isso não é alterado pela proposta.

O juiz também criticou o ponto do texto que permite que famílias já habilitadas para a adoção busquem crianças e adolescentes em instituição de acolhimento, para a adoção por afinidade. Conforme Sérgio Luiz, isso já existe hoje, mas ocorre apenas entre as crianças e adolescentes já habilitados para a adoção. Caso contrário, pode ser prejudicial a eles. O debatedor ressaltou que mais de 75% de crianças que estão em abrigos institucionais são reintegradas pela família biológica atualmente.

Perfil de adoção

Para acabar com a fila de adoção, Sérgio Luiz defendeu campanhas para mudar o perfil de adoção. Juiz auxiliar da Presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Alexandre Chini ressaltou que o problema no País não é à adoção de crianças na primeira infância, mas a adoção de adolescentes, e grupos de irmãos e nas crianças e adolescentes com deficiência. Para ele, o Cadastro Nacional de Adoção, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), deixa o processo mais democrático e é centrado no interesse na criança e do adolescente.

Hoje há, segundo esse cadastro, 4.977 crianças e adolescentes disponíveis para a adoção, e cerca de 34 mil pessoas habilitadas para adotar. O problema não é, portanto, a falta de pessoas querendo adotar, mas no perfil pretendido pelas famílias. “Ainda permanece uma grande dificuldade de adoção de crianças maiores de oito anos, especialmente adolescentes, ou que possuam problemas de saúde grave e deficiências, além de grupo de irmãos, que é nossa realidade. O que prevalece hoje é um grande contigente de habilitados para adoção de recém nascidos ou crianças de até dois anos de idade”, destacou Chini.

Aprimoramento

Diante das ponderações, os autores do projeto concordaram com a possibilidade de aprimorar a proposta. Mas a deputada Paula Belmonte, que coordena a comissão externa, defende que a família acolhedora seja a família de adoção, a fim de que haja menos quebras de vínculo para a criança. “A nossa intenção é que a criança tenha menos perda emocional.”

O deputado General Peternelli explicou que continuará sendo buscada, em primeiro lugar, a reinserção na família de origem, como já prevê a legislação em vigor. Só se isso não ocorrer, a família acolhedora terá prioridade na adoção. Para ele, a família acolhedora deve poder ser a família de adoção, já que, pela convivência, pode ter interesse na adoção.

*Da Agência Câmara de Notícias

Um adolesceste de 16 anos morreu eletrocutado na noite dessa quinta-feira (4), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Testemunhas indicam que ele tentava fugir de uma casa de acolhimento, quando encostou na cerca elétrica de um edifício residencial vizinho.

Após receber a descarga elétrica, o jovem teria caído de uma altura de aproximadamente 2,5 metros. O corpo foi localizado na Avenida Agamenon Magalhães, no bairro Maurício de Nassau. Embora a casa de acolhimento fique atrás do prédio, a Polícia Civil não confirmou que a vítima tentava fugir da instituição.

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O corpo foi levado para identificação no Instituto Médico Legal (IML) e as autoridades instauraram um inquérito policial para apurar o caso.

Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei (PL 4840/20) que cria o programa “Meninas Grávidas” para acolhimento e proteção de crianças e adolescentes grávidas – especialmente aquelas em situação de rua –, e conscientização e prevenção da gravidez precoce. O texto foi apresentado pelo deputado Alexandre Frota (PSDB-SP).

Conforme a proposta, o programa deverá ser financiado pela União, pelos estados e pelos municípios, em parcerias com a iniciativa privada. A ideia é criar locais específicos para acolher meninas grávidas, onde elas receberiam cuidados de saúde, alimentação adequada e enxoval completo.

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“A União entregaria casas e sobrados que não são utilizados ou habitados, e os governos estaduais fariam as reformas necessárias. As prefeituras entrariam com a infraestrutura para transformarem estes locais em residências das meninas grávidas, com o apoio da iniciativa privada. Conseguiríamos reunir histórias de vidas distintas, mas que se conectam pela pobreza e pelo abandono”, explica Alexandre Frota.

Ele acrescenta que as meninas seriam direcionadas às residências do “Meninas Grávidas” por intermédio da Vara da Infância ou do Conselho Tutelar. “Na hora de sair, vamos ajudá-las a encontrar moradia com móveis e eletrodomésticos, para que vivam com seus filhos”, diz ainda o deputado.

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Defesa dos Direitos da Mulher; de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

*Da Agência Câmara de Notícias

Um levantamento da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) de São Paulo aponta que não foi apenas a pandemia que preocupou as mulheres que vivem na capital paulista. Os equipamentos públicos de proteção às vítimas de violência atenderam mais de 24,1 mil pessoas do sexo feminino em 2020.

De acordo com os dados da SMDHC, a maior alta de atendimentos foi registrada em novembro de 2020. No penúltimo mês do ano, 2.890 mulheres procuraram o serviço municipal nos equipamentos públicos. O menor índice foi em maio, com assistência a mil vítimas.

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Em entrevista ao portal da Prefeitura de São Paulo, a secretária de Direitos Humanos e Cidadania, Claudia Carletto, disse que a pasta vai insistir nos projetos de conscientização em relação ao machismo estrutural, considerado um dos fatores preponderantes para o problema da violência contra as mulheres. Segundo Claudia, as iniciativas do poder público devem encorajar ainda mais as vítimas a denunciarem agressões e abusos. "É importante que as mulheres saibam a estrutura que elas têm à disposição e podem procurar ajuda para quebrar o ciclo de violência. Elas precisam saber que não estão sozinhas".

Na cidade de São Paulo, o serviço de assistência às mulheres vítimas de violência ocorre em equipamentos como os Centros de Referência, os Centros de Cidadania da Mulher, a Casa da Mulher Brasileira (com alojamento provisório), as Casas de Abrigo e de Acolhimento Provisório (com 20 vagas cada) e o Posto Avançado na estação Santa Cecília do Metrô (Linha 3-Vermelha). As denúncias podem ser feitas pelo Disque 156. Veja a localização da rede de atendimento da SMDCH no www.prefeitura.sp.gov.br.

O Ministério da Defesa discute no governo Jair Bolsonaro como retirar as Forças Armadas da Operação Acolhida, criada para receber e atender venezuelanos. Considerada modelo pelas Nações Unidas e um dos raros trunfos internacionais do governo, a operação está prestes a completar três anos e sofreu mudanças de dinâmica por causa da redução do fluxo de imigrantes provocado pela pandemia da Covid-19. Há quem defenda que ela seja apresentada para concorrer ao prêmio Nobel da Paz.

Oficiais generais do Ministério da Defesa e das Forças Armadas já manifestaram internamente o desejo de sair da operação ou ao menos reduzir ao máximo o engajamento das tropas. É corrente entre eles a avaliação de que chegou a hora de "passar o bastão" e diminuir as responsabilidades, assumidas em março de 2018. A operação é coordenada pela Casa Civil, comandada pelo general Walter Braga Netto.

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Entre os militares, a Operação Acolhida é classificada como Força Tarefa Logística Humanitária. O comando é do Exército, que cede espaços no 3º Pelotão Especial de Fronteira em Roraima para receber os imigrantes. Eles também trabalham em Boa Vista, capital do Estado, e Manaus (AM), cidades que concentram os venezuelanos e têm abrigos.

A cada três meses, militares da Marinha, da Aeronáutica e principalmente do Exército são deslocados de vários comandos do País para assumir como o contingente da vez. Em janeiro, está prevista a décima troca de pessoal. Ao todo, 650 militares serão enviados a Boa Vista e Pacaraima e Manaus.

Além da logística, os militares cuidam da segurança e atendimento de saúde. Outros órgãos do governo prestam atendimento psicossocial, do qual também fazem parte cerca de uma centena de entidades da sociedade civil e da ONU. Os migrantes e refugiados são vacinados, passam por avaliação clínica, entrevistas e podem solicitar emissão de documentos como CPF. Eles recebem refeições, são alojados num dos 12 abrigos temporários, e recebem kits de higiene e limpeza, podendo participar de atividades de lazer e aulas de português.

Um almirante da Marinha e um general do Exército, ambos da ativa e, por isso, ouvidos reservadamente, confirmaram a intenção de deixar a Acolhida. Um comandante da Força Terrestre comparou as Forças Armadas a uma espécie de "Posto Ipiranga" no governo Bolsonaro.

Nos bastidores, militares afirmam que a operação deve se concentrar mais na interiorização dos imigrantes para desafogar a região Norte, menos estruturada - e que o Ministério da Cidadania, que cuida dessa estratégia e tenta encontrar empregos e elos familiares bem como abrigo no destino aos venezuelanos por todo o País, deveria assumir mais protagonismo.

Cerca de 44 mil já foram transportados a outras cidades do País, tendo como destinos principais São Paulo, Amazonas, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. O ritmo, no entanto, está aquém do desejado. Neste ano, 16,7 mil foram deslocados até novembro, menos do que os 22,2 mil em todo o ano passado. Cerca de 3,5 mil permaneciam nos abrigos, segundo dados do governo.

Nos últimos meses, aumentaram as queixas de oficiais com o envolvimento das Forças Armadas. Ao mesmo tempo, os militares passaram a ser enviados para mais operações de Garantia da Lei e da Ordem, como a Verde Brasil, e o suporte da Operação Covid, durante a pandemia do novo coronavírus.

Os generais dizem que esse "desvio" de função, como classificam, ocorre por pressão política e social, além da falta de pessoal e organização em outros órgãos de governo.

Apesar da vontade de sair da Acolhida, os militares preveem dificuldades em encontrar outro órgão capaz de assumir as principais tarefas operacionais - o atendimento na ponta aos refugiados e imigrantes que escapam da crise generalizada na Venezuela.

Há um outro fator. A cúpula do Ministério da Defesa teme, ao abandonar ações subsidiárias e de assistência, um dano de imagem, pois passaria uma mensagem negativa e perderia prestígio. Esse é um receio que as Forças Armadas têm, na avaliação de um general da ativa que acompanha os debates internos. De acordo com esse general, ainda que a operação seja considerada importante para segurança humana, ela consome efetivo e orçamento.

Pandemia. Antes da pandemia, chegavam cerca de 500 venezuelanos por dia a Roraima. Depois, o fluxo foi praticamente interrompido com o fechamento da fronteira - sempre há possibilidade de ingresso clandestino por meio de trilhas abertas na mata, as "trochas", como dizem os venezuelanos.

O orçamento previsto para o ano que vem é de R$ 90 milhões, ligeiramente abaixo do proposto em 2020 - R$ 91,2 milhões. Os recursos foram ampliados em 2020, e a dotação atual é de R$ 283 milhões, conforme dados do Painel do Orçamento Federal. Desses, R$ 254 milhões foram empenhados e R$ 114 milhões efetivamente pagos.

O rumor da vontade de sair dos militares chegou ao conhecimento do Ministério Público Federal. Em setembro, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) questionou os militares sobre a redução orçamentária e a possibilidade de acabar com a Operação Acolhida. O Ministério Público Federal apurou que o plano era usar apenas 25% do orçamento atual em 2021 e encerrar a operação ao fim do ano, transferindo a assistência aos governos locais, organizações não governamentais e agências internacionais.

O general Antonio Manoel de Barros, comandante da operação, disse em reunião com a PFDC, Defensoria Pública da União e Conselho Nacional dos Direitos Humanos, em outubro, que a Acolhida não vai acabar. "Mesmo com a redução de recursos, não vai acabar. Já estamos buscando novas estratégias e colaboradores. A ideia do Exército é readequar a coordenação com a parceria de Ministérios", afirmou o general Barros.

O Estadão fez perguntas sobre possíveis mudanças ao Comando da Operação Acolhida e à Casa Civil, que coordena o comitê de assistência interministerial, mas não obteve resposta. Desde o início, em 2018, 265 mil venezuelanos ingressaram no Brasil e foram regularizados para permanecer pela Acolhida, segundo dados do governo. O Brasil é o quinto principal destino do êxodo na América do Sul.

O sistema penitenciário brasileiro conta com cerca de 42 mil mulheres presas (dados do Departamento Penitenciário Nacional - Depen), sendo assim, o Brasil é considerado o quarto país com maior população carcerária feminina no mundo. Em sua  grande maioria, essas mulheres são de origem pobre; negras ou pardas; com baixo nível de escolaridade; e foram presas por tráfico de drogas (62%, de acordo com o Depen).

Encarceradas em um sistema precário de maneira geral, que sofre com falta de estrutura e superlotação, as detentas costumam enfrentar algumas dificuldades a mais nas prisões. Geralmente responsáveis pela família, elas acabam desfalcando seus lares e até perdendo a tutela de seus filhos. Para as gestantes, não há auxílio adequado durante o período da gravidez, bem como  estrutura apropriada após o parto.

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Também é comum às mulheres presas a falta de apoio dos familiares, maridos e companheiros  - como ilustrado pelo Dr. Drauzio Varella, no livro Prisioneiras -; e até mesmo a manutenção de suas necessidades básicas, como o uso de absorventes durante o período menstrual, pode ser um grande desafio - realidade também retratada em livro; Presos que menstruam, da escritora Nana Queiroz. 

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Ao pagarem suas contas com a Justiça e deixarem o cárcere, a vida dessas mulheres continua sendo de dificuldades. Retomar as famílias e encontrar uma colocação profissional, além dos traumas acumulados durante a detenção podem transformar qualquer vivência em um martírio sem fim. Porém, um projeto social realizado em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal vem usando a astrologia como ferramenta de apoio e acolhimento à  egressas do sistema. É o Zo.e – Astrologia para todos. 

Criado em maio deste ano pela astróloga Débora Gregorino, o projeto tem como propósito levar a Astrologia para o maior número possível de mulheres: "Não só no Brasil, mas em todos os países que pudermos chegar", pontua a idealizadora, em entrevista exclusiva ao LeiaJá

A ideia surgiu durante uma visita de Débora à sede da Casa Flores, organização voltada à ressocialização de mulheres egressas do sistema prisional em São Paulo: "Me despertou a vontade de contribuir de alguma forma. Levei um tempo para amadurecer a ideia, até que em maio de 2020 criei o Zo.e – Astrologia para todos".

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Atuando em parceria com as instituições Casa Flores (SP), AHUP (DF), Elas existem e EuSouEu (RJ), uma equipe de oito astrólogos oferece "orientação, escuta e acolhimento" à ex-detentas, familiares de presos (as) e funcionárias do sistema prisional através do atendimento astrológico. “Durante o atendimento o astrólogo fala sobre a personalidade da pessoa - o que contribui para o autoconhecimento - e dá espaço para que ela manifeste qual é o seu dilema mais relevante no momento".   

Os atendimentos são realizados à distância, via aplicativo WhatsApp, e até o momento, mais de 60 mulheres já passaram pela equipe. O retorno daquelas que passaram pelos profissionais tem sido muito positivo e alguns relatos podem ser vistos no Instagram do projeto. "Essa é a parte mais especial, sem dúvida, receber o retorno delas. Ficam todas muito gratas, impressionadas e demonstram ânimo para promover mudanças.  Algumas relatam em poucas semanas as evoluções que fizeram em suas vidas, seja no profissional, no pessoal, na saúde... Percebo que por receberem um único atendimento elas valorizam e aproveitam ao máximo", diz Débora. 

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Preconceito

Para a criadora do Zo.e, "a Astrologia é uma poderosa ferramenta de autoconhecimento e facilitadora da evolução do indivíduo" e por esse motivo, "o acesso a ela deve ser mais inclusivo". No entanto, o preconceito de alguns em relação a esse tipo de trabalho pode ser um dificultador na execução de seu projeto social, pois, segundo ela  "alguns ainda não compreendem o saber astrológico como uma terapia".

"A precariedade ou ausência do acesso à internet para muitas mulheres" também tem se colocado como impedimento para que mais pessoas possam ter acesso ao serviço voluntário. O atendimento de forma virtual sempre foi a prioridade para os voluntários do Zo.e, até mesmo pelo contexto de pandemia no qual ele surgiu, no entanto, Débora não descarta a migração do projeto para o modo presencial, no futuro. 

Parcerias

No intuito de levar a Astrologia para um maior número de mulheres, tornando-a mais acessível para todos, Débora coloca o projeto à disposição de pesquisadores como fonte de estudo para contribuir na compreensão tanto dessa ferramenta quanto da parcela da sociedade atendida pela iniciativa.

Além disso, o projeto está aberto para parcerias com entidades que atendam ao mesmo público que o seu, o Zo.e também está na busca de patrocínio de empresas privadas e órgãos governamentais. O público em geral também pode apoiar o trabalho fazendo doações por meio de uma vaquinha virtual. 

O Anuário Brasileiro da Segurança Pública de 2019, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que no ano de 2018 foram registrados 66.041 estupros no país, cerca de 180 crimes por dia. Isso significa uma alta de 4,1% em relação ao ano anterior, o mais alto índice desde o início da série histórica em 2007. As maiores vítimas, ainda segundo o anuário, são do sexo feminino (81,8%) e têm até 13 anos (53,8%), levando a um quadro em que no Brasil quatro meninas de até 13 anos são estupradas por hora.

Recentemente, o caso de uma menina de 10 anos que ficou grávida após ter sofrido abuso sexual do tio desde os 6 e teve seu nome exposto ao passar pelo procedimento de aborto legal tomou as manchetes do país e gerou muiuta comoção pelas pessoas. Situações assim, em que testemunhamos um caso de abuso sexual, nos lembram da importância de saber identificar e denunciar esse tipo de crime, mas também da necessidade de ensinar às crianças e adolescentes sobre o que é saudável ou abusivo na relação com adultos ou mesmo com outros jovens. 

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Nesse contexto, entra em cena a educação sexual nas escolas que, apesar de ser mal vista por alguns setores da sociedade, é apontada por especialistas como uma ferramenta importante e necessária para a saúde do desenvolvimento social de crianças e jovens quanto na identificação e prevenção de situações de abuso sexual. 

Educação Sexual: fatos e falácias

Maria do Carmo Gonçalo Santos tem 46 anos, dos quais 18 foram dedicados à carreira de professora no ensino superior. Doutora em educação, atualmente ela trabalha como professora e vice coordenadora do curso de pedagogia do Campus Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco e é enfática ao afirmar o papel emancipatório e as potencialidades da educação sexual para promover os direitos de crianças e adolescentes. 

“Numa abordagem emancipatória, podemos dizer que trata de entender a sexualidade como uma dimensão humana, da energia e potencialidade de cada um, cada uma. Falar da sexualidade não se limita, portanto, a falar de relação sexual, diz da condição humana, do seu pertencimento no mundo, na sociedade, sua construção cultural”, explicou a pedagoga.

Ao se falar em educação sexual, um dos maiores entraves para levar o debate à frente nas escolas costuma ser a resistência dos pais ou responsáveis pelos estudantes ou, por vezes, a própria gestão, pautada em um discurso e valores conservadores ou guiados por uma ideia de que falar sobre sexualidade induz precocemente à prática sexual. Essa ideia é rebatida pelos especialistas da área, e Maria do Carmo deixa claro que o objetivo da educação sexual nas escolas é outro. 

“Educação sexual nas escolas não é antecipação de relações sexuais, não é ensinar às crianças a realização do ato sexual, é educar para a compreensão de si, enquanto sujeito de direitos, do respeito para com o outro, a outra, nas relações sociais, considerando e valorizando as diferenças de classe, de raça, de etnia e de orientação sexual. Educação sexual é a possibilidade de preservar crianças e adolescentes de possíveis abusos. A educação sexual na escola pode trabalhar para a não submissão das crianças e adolescentes às relações de poder e violência que a nossa sociedade patriarcal, machista e sexista tem nos imposto. Por isso tanta resistência de setores de parte da sociedade, para que as transformações das relações de poder não aconteçam”, afirmou a professora.

Hugo Monteiro Ferreira, de 49 anos, tem 25 anos de carreira como professor e atualmente trabalha como coordenador do Núcleo do Cuidado Humano da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e lidera o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, Infância e da Juventude (GETIJ). Para ele, educação sexual “nos ensina a proteção de nossa sexualidade, ao tempo que nos ensina como entender e respeitar a nossa sexualidade e a sexualidade alheia, entendendo sexualidade como um elemento fundamental à condição humana”. Ele também é autor do livro infantil “Antônio”, que conta a história de um menino que precisa sair de junto da mãe, porque ela precisava trabalhar, e passa a ser assediado por uma pessoa da sua própria família, retratada pela figura de uma mão malvada que o impede de fazer coisas de que o menino gostava. 

Questionado sobre a importância da promoção desses ensinamentos no espaço escolar, ele a definiu como “essencial”. “Pode advir reflexões sobre diversidade de gênero, sobre orientação sexual, sobre enfrentamento ao machismo, enfrentamento à homofobia, sobre como erradicar o bullying oriundo tanto do machismo como da homofobia, da transfobia, da misoginia. Pela orientação sexual, podemos aprender a como nos proteger da violência sexual, isto inclui diretamente a pedofilia. Quando aprendemos sobre sexualidade, sabemos sobre como se dá a vida e como cuidar da vida”, disse o professor. 

Nos debates sobre educação sexual nas escolas, é comum ver pessoas contrárias à ideia defenderem que a decisão de como educar os filhos no que diz respeito à sexualidade caberia à esfera privada e, portanto, deveria ser decidida em casa, exclusivamente pela família, e não pela escola. Posições assim, na visão de Hugo, são anti científicas e colocam os estudantes em risco. 

“A escola é uma instituição social com diversos papéis e um deles é colaborar para que sejamos livres. Logo, estudar a sexualidade é também nos ajudar na construção dessa liberdade tanto intelectual quanto afetiva, tanto intelectual quanto moral, tanto intelectual quanto espiritual. A escola é também espaço e tempo em que a sexualidade deve ser discutida, ensinada, tratada sob o viés científico. Isto é, é também papel da escola cuidar para que a criança e o/a adolescente aprendam que não se deve reduzir sexualidade à genitália. Esse discurso que tenta vincular a sexualidade exclusivamente à família, no meu ver, é perigoso e anti científico, pois nega as diversas funções da escola na formação da condição humana. Há perigos práticos. Por exemplo, os maiores índices de abuso estão na família. Se a criança e o adolescente não são orientados na escola, não sabem o que fazer”, afirmou o professor. 

A afirmação tem confirmação quando se observam as estatísticas. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), fornecidos pelo Ministério da Saúde e Tabulados pelo jornal Folha de São Paulo em 2019 com base em 1,4 milhão de notificações recebidas de 2014 a 2018, mostram que a cada dez crianças e adolescentes que são atendidos no serviço de saúde após sofrerem algum tipo de violência sexual, quatro já tinham sofrido esse tipo de agressão antes. Ainda de acordo com a pesquisa, a maior parte dos registros de violência sexual (72%), recorrentes ou não, aconteceu contra pessoas que tinham até 17 anos. Destes, destaca-se a violência sexual contra crianças de até 5 anos (18% das notificações) e de 6 a 11 anos (22% do total). Essas agressões ocorrem mais em casa (68%), e têm o pai (12%), o padrasto (12%) ou outra pessoa conhecida (26%) da criança como abusador.

Prevenção e identificação dos casos

Mas então o que é necessário para, dentro das escolas, ajudar a mudar essa realidade, prevenindo e identificando os casos de abuso sexual contra crianças e jovens? Para a professora e coordenadora do curso de pedagogia da UFPE, Maria do Carmo, tudo começa por um trabalho de formação de professores e continua com um processo de ganho de autonomia das crianças e adolescentes. 

“Não é só dizer onde os adultos podem e não podem tocar, quem pode e quem não pode, como vimos algumas postagens de leigos nas redes sociais, mas, sobretudo, ensinar às crianças que o corpo delas é delas. Na nossa cultura ocidental criou-se a ideias do corpo da criança como algo público que pode ser tocado por qualquer pessoa, na rua, por exemplo, há a prática de passar a mão sobre a cabeça das crianças elogiando, dizendo como são ‘bonitinhas’. Os meninos sofrem muitos abusos e violências também, inclusive, no espaço doméstico e também escolar para ter que provar que são ‘machos de verdade’. Tudo isso é abuso, é violação de direitos. A criança e o adolescente, a partir dessas compreensões, vão construindo sua autonomia e entendendo como um sujeito de direitos, que não podem ficar disponíveis aos desmandos e violências dos adultos. Isso não quer dizer desobediência, diz da autonomia delas para se compreenderem no mundo”, afirmou a pedagoga. 

No que diz respeito aos métodos que podem ser empregados por professores, psicólogos, pedagogos e pela equipe da escola para realizar o trabalho de educação sexual com os estudantes, o professor Hugo cita uma série de meios que podem ser utilizados para abordar o tema com os alunos. “A escola deve ser um espaço do diálogo, da escuta, da possibilidade de criação de vínculo de confiança. Nesse sentido, para que se ensine a prevenir, é essencial que existam momentos de escuta, momentos em que crianças e adolescentes possam falar sobre suas experiências, suas inseguranças, seus corpos, possam dizer os seus medos e as suas esperanças, os seus desejos e suas vontades. A escuta é a melhor estratégia para prevenção, porque ele está atrelada à fala. Nesse sentido, a escola pode realizar atividades como leitura de livros, assistência a filmes, palestras, feiras de conhecimentos, aulas-passeio e campanhas permanentes de educação sexual sobre temas como corpo, mente, mente e corpo, machismo, homofobia, transfobia, relacionamentos afetivos, abuso sexual, exploração sexual, e pedido de ajuda”.

No que diz respeito à prevenção de possíveis abusos sexuais, o professor Hugo esclarece que ela se dá por meio de um processo educativo de empoderamento das crianças e jovens. “Quando se estuda a sexualidade, se debate, discute, reflete sobre a identidade, sobre quem somos, o que somos, como vivemos e como convivemos, então se chega, ao meu ver, no autocuidado e no cuidado, logo se chega à autoestima, à autoproteção, se chega no diálogo sobre o corpo, sobre a mente, o corpo e a mente, o que é bom para nós, o que não é bom, quem pode tocar em nosso corpo, quem não pode, o que devemos fazer se alguém quer tocar em nossas partes mais íntimas sem a nossa permissão? Quando falamos sobre sexualidade, debatemos, estudamos, livramos a sexualidade da dimensão do erro, da culpa e a colocamos no âmbito da convivência e na convivência, quando alguém quer nos tocar, mas não queremos, podemos dizer que não queremos e quando não sabemos como dizer, podemos pedir ajuda para alguém. Em síntese, falaremos sobre sexualidade sem receio de que alguém nos condene, nos diga que é sujo, é ruim. Para mim, ensinar a proteção é ensinar que a sexualidade é algo que nos pertence e só deve ser partilhada com quem queremos. Se alguém tentar nos obrigar, então, é hora de pedirmos ajuda, de contarmos o que nos acontece, de denunciarmos. A prevenção é um processo de educação”, disse ele. 

Quando não é possível impedir que o crime ocorra e há uma criança ou jovem que sofreu ou está sofrendo abuso sexual, é importante que a equipe da escola esteja preparada para perceber os sinais de que há algo errado e saiba agir sem julgamentos para conseguir identificar adequadamente a situação e, em seguida, denunciar o crime às autoridades sem expor a vítima. Segundo a professora Maria do Carmo, os sinais que sugerem um possível abuso nunca aparecem isoladamente. 

“Uma conversa em espaço reservado, sem tom acusatório ou inquisidor ajudam à criança ou adolescente a narrar a situação, que muitas vezes envolve pessoas muito próximas e até parentes. As crianças que expressam medo irracional, dificuldades de sociabilização, verbalização de palavras que não fazem parte do seu vocabulário, com apelo sexual, e ou gestos relativos à violência sexual, bem como narrativas de situações reveladoras de abuso (geralmente usando apelidos para os órgãos genitais), dificuldades de concentração e de aprendizagem podem estar associadas a situações de abuso. Crianças que sofrem abuso há mais tempo podem expressar fobias, pânico, depressão com ideias de suicídio, ansiedade, dificuldades alimentares e tendência a uso de drogas”, disse ela. 

Para auxiliar a vítima e seus parentes, a escola ou outras pessoas que desconfiem ou saibam do problema têm meios de agir sem expor a criança, tomando cuidados, uma vez que, em muitos casos, é possível que a vítima more com o abusador.

“A gestão da escola, que precisa estar preparada pedagogicamente para lidar com a situação, pode acionar o Conselho Tutelar, que, geralmente, é a instância mais próxima da comunidade. Tem o CREAS (Centro Especializado de Assistência Social), que é o equipamento que acolhe criança e adolescente que sofreu violação de direitos, mas ainda tem vínculo familiar. Importante que a escola não tente fazer aproximação entre a vítima de violência e o suposto agressor. O principal é acolher e preservar a vítima. O disque 100 também é um serviço de atendimento à violação dos direitos humanos, recebe, analisa e encaminha denúncias de violações, inclusive, de crianças e adolescentes. Em alguns municípios há delegacias especializadas para casos de abusos contra crianças e adolescentes. Em Caruaru, por exemplo, a delegacia da mulher registra os casos, tendo em vista que a violência de gênero envolve também crianças e adolescentes. O Ministério Público e a Vara da Infância e Adolescência também são instâncias responsáveis pelas medidas cabíveis”, disse a professora.

Realidade local 

Para saber mais sobre como o tema é tratado nas escolas do estado, o LeiaJá procurou a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE), encaminhando questionamentos acerca do tema, mas não obteve resposta até o momento da publicação desta reportagem. Também entramos em contato com a Secretaria de Educação do Recife cuja resposta obtida por meio de nota você confere na íntegra a seguir: 

Escolas do Recife contam com orientação de Grupo de Trabalho em Educação Sexual

O grupo dá suporte às unidades quanto à formação de professores, gestores, realização de seminários e fóruns sobre o tema

Desde 2015, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Educação do Município, mantém uma Política de Ensino (conjunto de orientações que auxiliam no planejamento, acompanhamento e avaliação das ações educativas) que dispõe sobre o currículo da Educação Infantil e Ensino Fundamental. O documento inclui em suas práticas pedagógicas a educação sexual. No universo escolar, o tema é concebido não só a partir da dimensão do sexo com caráter puramente biológico, fisiológico e anatômico, mas também a partir de sua dinâmica social e cultural. É necessário que se considere a sexualidade como um fenômeno global que envolve a existência do ser humano. 

A Secretaria conta com um Grupo de Trabalho em Sexualidade que orienta as Escolas com relação ao assunto, que é tratado a partir de três eixos como temas: corpo, diversidade sexual e Justiça de gênero. Os assuntos são abordados levando-se em consideração as idades e Anos dos estudantes de acordo com o nível de compreensão deles. De acordo com a Política de Ensino, a educação sexual deverá estar presente em todas as etapas e modalidades de ensino da rede municipal, que em sua atual estrutura compreende a Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens, Adultos e Idosos e Educação Especial.

A inserção dos conteúdos e da formação para uma educação não-sexista, anti-racista, não-homofóbica, não-lesbofóbica, não-transfóbica e laica deverá ocorrer com um olhar atento de educadoras/es para as diferenças, compreendendo que é “possível questionar todas as certezas” (Louro, 2003, pg. 42), assumindo riscos que venham desestabilizar crenças do passado e admitindo que transformações podem ocorrer lentamente, sendo um exercício de revisitações. Nesse sentido a construção de projetos político-pedagógicos na escola pode estar aberta a novas ideias, novos planejamentos e revisões, expandindo objetivos que não estão sendo alcançados.

Respostas às perguntas enviadas

1- As escolas da Rede Municipal do Recife desenvolvem ações e educação sexual dos alunos para prevenção de doenças, gravidez indesejada e abuso sexual? Quais? 

Resposta:  Há uma Política de Ensino da Rede Municipal de Recife que defende uma Educação Sexual com a finalidade de educar os/as estudantes para o respeito aos corpos, às vidas, às pessoas e os direitos e liberdades sexuais e humanos. Em síntese, a educação em sexualidade busca promover o bem viver e o bem-estar com a sexualidade, com responsabilidade e prazer. As questões também estão contempladas na Proposta Curricular das Ciências da Natureza

Em relação às Políticas da Rede há realização de Seminários, as Formações para Gestores, Coordenadores e Professores. A educação em sexualidade deve ser promovida pelo diálogo e escuta, com ações pedagógicas com as famílias, os/as estudantes e a comunidade, considerando a idade, as crenças e os saberes, pautados no conhecimento da ciência e das leis educacionais. É uma questão de todas as escolas e profissionais da educação. 

2- Quais cuidados são tomados nas escolas para identificar casos de estudantes que possam estar sofrendo abusos?

A principal orientação é assegurar o livre diálogo, a confiança das/os estudantes e uma relação de cooperação com as famílias. Manter uma relação próxima que favoreça perceber mudanças de comportamento, dinâmica familiar, alteração na aprendizagem e de aspecto emocional e físico.  Manter palestras, fóruns e oficinas com esse tema colaboram com a prevenção e identificação de casos. 

3- Uma vez que se perceba uma situação de abuso com um estudante, ocorrendo dentro ou fora da escola, quais são as medidas cabíveis para dar apoio ao aluno e sua família?

Registros dos fatos, proteção da vítima pelo sigilo, caso haja suspeita, sem incorrer na sua invisibilidade e omissão. Comunicação aos órgãos da rede de proteção. Buscar identificar a pessoa de referência, que seja responsável da pessoa em situação de abuso e acolher sem estigmatizar a pessoa. Garantir a frequência e permanência da criança ou jovem na escola. A denúncia deve ocorrer em sigilo, de forma institucional, no caso individual, sempre de forma anônima. 

4- Como é feita a orientação às famílias de estudantes no que diz respeito à educação sexual e prevenção ao abuso?

Faz parte da orientação presente na Política de Ensino e nas formações continuadas para o grupo docente/gestão escolar que a escola mantenha no calendário escolar palestras, fóruns e oficinas com esse tema, pois colaboram com a prevenção, identificação e denúncia de casos. 

5- Quais sinais podem ser percebidos quando uma criança ou jovem está sofrendo abuso sexual e como identificar o problema?

Depende da idade. São diversos, podendo apresentar as formas mais sutis como explícitas. No geral, apresentam múltiplos sinais, tais como: medo intenso, insegurança ao contato físico ou muito contato físico com pessoas que não tem familiaridade, agressividade ou apatia, distúrbios do sono, alimentar e na fala, marcas físicas, sinais de infecções sexualmente transmissíveis, choro ou euforia, acentuada sem causa, falta frequente as aulas, rejeição e pavor a determinadas pessoas do convívio. Nenhum comportamento isolado pode ser considerado uma prova ou indício de abuso.  

6- Uma vez percebendo uma situação de abuso, como a família, um colega ou outras pessoas próximas podem buscar ajuda? As escolas têm equipes de apoio para casos assim? 

O Grupo de Trabalho de Educação em Sexualidade – GTES acompanha as escolas que solicitam esse atendimento via ofício, sempre articulando ações com as redes de proteção. 

7- Durante a pandemia de Covid-19, ações de prevenção ao abuso sexual de crianças e jovens seguem sendo desempenhadas a distância pelas escolas?

Neste momento, ciente do crescimento das diferentes formas de violência no ambiente doméstico tem sido realizado a formação continuada com diversos setores da educação, através do Grupo de Trabalho de Educação em Sexualidade – GTES, com a finalidade de orientar as práticas pedagógicas para tratar desse assunto”.

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Para conter o novo coronavírus, o isolamento social foi a medida emergencial adotada por autoridades no mundo todo. No entanto, o que funciona como segurança para o corpo pode não ter o mesmo efeito para a mente. Pensando nisso, a psicóloga pernambucana Bruna Lima Alves resolveu oferecer sessões gratuitas de acolhimento online para ajudar pessoas do Estado a controlar a ansiedade e o medo agravados pelo isolamento.

Tendo como abordagem a psicanálise, a profissional explica que a iniciativa é uma forma de diminuir a tensão causada pela COVID-19. “A ideia inicial é oferecer o acolhimento online até o dia 15 de abril, porque não sabemos como estará a situação depois disso. A intenção é dar um apoio às pessoas, afinal, a vida de todo mundo mudou de uma hora para a outra. Antes elas tinham uma rotina, que foi alterada por causa da pandemia, e tinham atividades para ocupar a mente. Além disso, existe uma grande preocupação com a questão econômica, ninguém sabe quando o mundo vai voltar ao normal e como será esse retorno, se seus empregos estarão garantidos, se serão capazes de pagar suas contas até lá, etc.”, comenta Bruna.

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Os interessados em participar do acolhimento online devem se inscrever por meio do Instagram @psicobrunalves. Os plantões funcionarão de segunda a sexta, das 10h às 14h, e cada contemplado poderá agendar 4 sessões de meia hora cada. Contudo, Bruna explica que as sessões deverão girar em torno dos transtornos emocionais gerados em virtude da doença, e os casos de emergência não poderão ser tratados online.

Contato:

Psicóloga Bruna Lima Alves

CRP: 06-156365

(81) 99706-6504

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