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 Uma pesquisa realizada pelo Procon-PE na Região Metropolitana do Recife (RMR) e nos municípios de Goiana, Gravatá, Vitória de Santo Antão, Carpina e Palmares indicou que a cesta básica está mais cara na comparação o mês de dezembro de 2021. Na RMR, o valor do produto passou de R$ 562,74, para R$ 571,94, em janeiro deste ano, o equivalente a aumento percentual de 1,63%.

O Procon-PE também aponta que o impacto no salário mínimo do consumidor chegou a 41,19%. Apesar da situação de insegurança alimentar enfrentada pela população, o secretário interino de Justiça e Direitos Humanos, Eduardo Figueiredo, se resume apenas a ressaltar o trabalho de pesquisa realizado pelo órgão. “A pesquisa da cesta básica realizada pelo Procon Pernambuco é um instrumento para a população usar em favor da sua economia”, comenta.

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O estudo levou em consideração um total de 27 itens, sendo 19 de alimentação, quatro de limpeza doméstica e quatro de higiene pessoal. Os fiscais passaram por 76 estabelecimentos, onde são comparados os valores, levando em conta as diferenças entre os estabelecimentos pesquisados e maiores e menores valores encontrados.

O Procon-PE também propõe o comparativo dos preços por estabelecimentos. Um dos itens que mais variou de preço, o alho, por exemplo, apresenta uma diferença de 156,54% entre o menor e maior preço. O quilo do produto chegou a encontrado por R$ 15,90 em um local e R$ 40,79 em outro.

Já a batata inglesa apresentou aumento de 146,42% o quilo. De R$ 3,49 passou para R$ 8,60. Na comparação com o mês anterior, entre os menores preços, o macarrão diminuiu  7,44%. De R$ 3,99 foi encontrado R$ R$ 2,99.

Entre os itens de higiene pessoal, o destaque fica para o sabonete, que baixou de um mês para outro, de R$ 0,99 para R$ 0,79. A pesquisa é calculada com base em uma família de quatro pessoas.

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O consumidor paraense tem que pagar mais da metade de um salário mínimo para adquirir a cesta básica, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A alta no preço da alimentação não é de agora: em outubro, a cesta básica custou R$ 538,44 aos moradores de Belém. Um ano atrás o valor era R$ 15,00 mais barato.

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A diferença, que para alguns pode parecer irrisória, é um alerta aos efeitos das políticas públicas do Governo Federal como a Política de Preços de Paridade de Importação (PPI), também conhecida como paridade com o dólar. Essa medida, estabelecida em 2016 por Michel Temer e mantida durante o mandato de Jair Bolsonaro, aumentou o preço de diversos itens, afetando principalmente o bolso da população mais vulnerável.

“Se eu faço a paridade com o dólar, mesmo sendo autossuficiente em petróleo, eu estou equiparando o preço do barril nacional na flutuação do dólar. Assim, eu garanto a remuneração dos grandes acionistas e empurro o aumento do preço pro consumidor”, explicou o professor mestre em economia João Cláudio Arroio. Segundo o economista, isso acontece porque o valor dos combustíveis é embutido no preço de todos os produtos, inclusive os da cesta básica, já que a maior parte do transporte no Brasil é feito através da malha rodoviária.

O efeito disso é o aumento contínuo no custo da alimentação, que atinge mais fortemente as pessoas de baixa renda. “Mesmo com os auxílios chegando à população, dependendo do valor, chega defasado, porque a velocidade de reajuste é tamanha que nós estamos voltando ao tempo em que havia a prática de remarcação semanal de preços. Isso infelizmente está virando uma realidade no país”, afirmou o técnico de pesquisa do Dieese Everson Costa.

Com o dinheiro apertado, muitas famílias tiveram que diminuir o consumo para garantir a comida na mesa. “A gente precisou ajustar a nossa vida em função do aumento do preço dos produtos. Deixamos de comprar alguns alimentos para dar prioridade para o básico”, contou Lívia Alfaia, moradora da região metropolitana de Belém.

Além da dieta, a rotina também mudou. “Tínhamos passeios em família pra lanchar, passávamos finais de semana fora, mas nós precisamos cortar isso para que tivéssemos recursos para manter a nossa alimentação. Nós sentimos muito, porque esses momentos eram a nossa higiene mental, nossa recreação, mas a gente precisou se adequar”, disse.

Desemprego e depressão

De acordo com o professor Arroio, houve uma queda na renda das famílias desde 2016 e isso se refletiu também no aumento do desemprego. “O quadro é de depressão econômica. Não há estímulo ou segurança pro investidor de que ele vá ter retorno do seu investimento e com isso ele não consegue gerar emprego. Isso castiga a massa de trabalhadores, os setores mais populares da sociedade”, explicou.

O resultado é a diminuição da qualidade de vida do brasileiro. “O impacto da inflação na sociedade é enorme e gera desde a redução do acesso à alimentação até a perda da segurança, porque é exatamente em cima da fragilidade social e econômica das pessoas que a criminalidade, particularmente o crime organizado, vai entrar nas periferias, nos colégios, nas classes médias, para poder crescer e faturar ainda mais”, esclareceu o professor.

Há também um efeito no nível de capacitação dos profissionais, devido ao corte em áreas como lazer, cultura e educação. “Isso gera profissionais menos capacitados, diminuindo a produtividade no futuro próximo”, prevê Arroio. “É preciso reverter esse quadro porque ele nos enfraquece, nos divide, nos leva a perder qualidade de vida, segurança e conforto", finalizou o economista.

Por Sarah Barbosa e Erick Caldas.

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A classe musical foi um dos segmentos mais atingidos pelas consequências da pandemia. Sem poder fazer show, a cantora paraense Camila Martins investiu no empreendedorismo para conseguir passar pelos momentos de dificuldade financeira. Ela vende cestas de café da manhã em um perfil que criou no Instagram, o “Égua da cesta''.

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Segundo a cantora, a iniciativa surgiu em junho do ano passado e a salvou da depressão e ansiedade que estava enfrentando. “Eu me vi perdida, não conseguia pagar aluguel, fazer supermercado, pagar contas e eu precisava de uma luz, porque eu respiro música, a única coisa que sei fazer da minha vida é isso. Passei dias, semanas pensando, até que ouvi uma pessoa falando ao telefone que precisava comprar uma cesta de café da manhã para sua mãe. Na hora eu achei que podia, que conseguiria montar e produzir isso para vender”, disse Camila Martins, ao enfatizar que acorda quase todos os dias às 5 horas para produzir e fazer as entregas das cestas.

Para o Dia das Mães, a cantora, e agora também empresária, informou que há várias cestas criativas para todos os públicos, inclusive para as mães que estão de dieta. “Há café da manhã com vários itens: canecas, cartões com textos especiais, por exemplo. Também há cestas de times para mãe que é torcedora do Clube do Remo, Paysandu e outros”, concluiu Camila.

Mais informações nas redes sociais @eguadacesta ou pelo número (91) 9 8970-4290.

Por Rosiane Rodrigues.

Anunciada pela presidente Dilma Rousseff no dia 8, a desoneração de tributos de produtos da cesta básica não teve impacto direto na inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), da Fundação Getulio Vargas (FGV). "De imediato, essas desonerações ainda nem de perto se fizeram sentir no índice", disse o coordenador nacional do IPC-S, Paulo Picchetti. O resultado do indicador na segunda quadrissemana de março, a primeira leitura que abrangeu a desoneração em vigor, mostrou avanço de 0,63% ante 0,52% na anterior. No grupo Alimentação, a taxa de variação no período ficou positiva em 1,39%, igual à registrada na primeira quadrissemana do mês.

De acordo com o economista, há movimentos divergentes entre os produtos que foram beneficiados pela desoneração. "Há alguns subindo de preço, outros em queda, mas esses já vinham em queda por uma tendência própria dos seus mercados. Os efeitos da medida não estão nem um pouco claros, nem em termos de intensidade nem de tempo", afirmou Picchetti.

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Todos os itens desonerados respondem por aproximadamente 4,5% do IPC-S, de acordo com a ponderação feita pelo economista. Se toda a redução de tributos anunciada fosse repassada integral e instantaneamente, a redução seria de 0,60 ponto porcentual. "Já passou uma semana e não temos nada muito claro. Pode acontecer alguma coisa ainda para frente, mas não é o que vimos logo de saída."

O resultado do IPC-S desta quadrissemana fez com que o economista se definisse como "menos otimista". "Mas foi pouco tempo para ver quais serão esses movimentos todos", afirmou.

A dúvida quanto ao possível efeito da desoneração traz incertezas para a projeção da inflação em março. "Tem essa questão ainda de ter algum tipo de ameaça do Ministério da Fazenda de que, se o repasse não for dado, vai fazer alguma coisa que ninguém sabe o que é", disse Picchetti. "É algo muito importante para o governo nesse momento. Eles querem ver funcionar."

Produtos

Foram oito produtos desonerados pela presidente, que representam dez itens no IPC-S, já que as carnes estão subdividas em três grupos pelo economista. Carnes bovinas caíram 1,44%, mas já estavam em queda (1,1% na quadrissemana anterior). "Não dá para saber se é efeito da desoneração, por exemplo, ou intensificação da queda na continuidade do que vinha acontecendo", explicou Picchetti. Carnes suínas e pescados frescos, na mesma base de comparação, subiram 0,93% e 1,55%, respectivamente.

Café em pó estava subindo (0,19%) e na segunda quadrissemana de março apresentou variação de 0,01%, o que poderia coincidir com a desoneração. Já manteiga continuou em movimento de alta (0,60%), apesar de ter desacelerado do 1,81% na leitura anterior. Açúcar e óleo de soja continuaram em queda. O açúcar passou de -1,85% para -2,19%, aumentando a queda, enquanto óleo de soja foi de -1,13% para -0,92%, reduzindo a variação.

Papel higiênico estava em 0,69% e acelerou para 0,86%, assim como sabonete, que subiu de 0,01% para 0,29%. Creme dental, que já vinha em queda, acentuou a deflação de -1,70% para -2,27%. "Há vários componentes que entram no preço e temos sinais contrários", afirmou Picchetti.

A cesta de consumo na Região Nordeste registrou alta de 1,62% em maio ante abril, a maior variação de acordo com o AbrasMercado, conjunto de 35 produtos de largo consumo, analisada pela GfK a pedido da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O preço da cesta aumentou de R$ 267,41 para R$ 271,73.

No Sudeste, o conjunto de produtos ficou 1,53% mais caro, passando de R$ 297,56 para R$ 302,10. O Centro-Oeste e o Norte tiveram aumento de 0,62% e 0,61%, respectivamente, para R$ 308,35 e R$ 366,49.

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O presidente da Abras, Sussumu Honda, explica que o Norte do País conta com o fator logístico para encarecer as compras, já que as mercadorias demoram mais para chegar até a região. "Temos relatos de supermercadistas locais que esperam até 15 dias para receber um pedido", disse.

Em maio, o AbrasMercado subiu 0,79% em relação a abril deste ano. Já na comparação com maio de 2011, o indicador registrou crescimento de 6,46%, passando R$ 299,78 para R$ 319,15.

Os produtos com as maiores altas em abril na comparação com março foram tomate (+16,62%), cebola (+ 12,28%) e margarina cremosa (+4,88%). No mesmo comparativo, as maiores quedas foram sabão em pó (-1,91%), batata (-1,65%) e frango congelado (-1,27%).

Prognósticos

Sussumu Honda contou que, em conversas informais, alguns supermercadistas sinalizaram que as vendas "estão indo muito bem neste mês". Diante da expectativa com os dados de junho, ele preferiu cravar uma nova projeção anual do setor só no mês que vem, com os números do primeiro semestre. Já admitiu, porém, uma nova leitura devido ao comportamento do setor nos primeiros cinco meses. "Vamos revisar no próximo mês e, provavelmente, para um patamar melhor".

Até agora, a Abras prevê uma expansão das vendas entre 3,5% e 4% neste ano em relação a 2011. De janeiro a maio, os supermercados tiveram aumento de 6,81% ante igual período do ano passado. Todos os índices estão deflacionados pelo IPCA (inflação oficial medida pelo IBGE).

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