Tópicos | Círio de Nazaré

Foram cinco horas e meia de emoção. A berlinda com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré entrou na Praça Santuário às 11h30, diante de milhares de fiéis que se emocionaram com a chegada da Virgem. A devoção superou as adversidades, desde a saída, por volta de 6 horas, da Catedral: o cansaço, o empurra-empurra, o calor de 36 graus com sensação térmica de quase 40 e a união de 2 milhões de pessoas. Estava encerrada a grande procissão do 223º Círio, a maior festa católica dos paraenses, com seus 3,7 quilômetros de caminhada para reverenciar a santa padroeira.

A imagem peregrina subiu ao altar da Praça Santuário, na frente da Basílica de Nazaré, para duas semanas de homenagens e orações dos devotos.

##RECOMENDA##

A chegada ficou dentro das expectativas da Diretoria da Festa de Nazaré. Mesmo com os problemas que ocorreram quando promesseiros cortaram a corda que puxa a berlinda, bem antes da Praça Santuário, o horário de término da romaria foi considerado bom pelos organizadores e garantiu tranquilidade para outro momento importante da celebração nazarena: a confraternização das famílias à ceia do almoço tradicional, com o pato no tucupi, a maniçoba e outras iguarias típicas da gastronomia regional.

[@#galeria#@]

Abençoada pelo papa Francisco, a procissão do Círio mobilizou cerca de dois milhões de romeiros, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).  Desde sexta-feira, quando da saída do Traslado da imagem de Nossa Senhora de Belém para Ananindeua, município da Região Metropolitana, e depois nas romarias Rodoviária, Fluvial e Motorromaria, os católicos manifestaram, nas ruas, sua devoção mariana.

Para agradecer pelas bênçãos recebidas ou clamar por perdão, os fiéis não pouparam sacrifícios. Na Praça Santuário, carregavam nos olhares contritos, nas lágrimas e nos pés descalços, muitos de joelhos, o sentimento de alegria pela chegada e a certeza do dever cumprido.  

A grande procissão do Círio de Nazaré reuniu cerca de dois milhões de pessoas, em Belém, neste domingo (11). Devotos percorreram 3,6 quilômetros em pouco mais de cinco horas de caminhada. A mais tradicional festa religiosa do Pará homenageia Nossa Senhora de Nazaré e emociona quem participa da festividade.

Durante todo o trajeto, são prestadas várias homenagens à Imagem de Nossa Senhora. Muitas casas ficam enfeitadas especialmente para a procissão. Romeiros caminham carregando objetos de cera que simbolizam graças alcançadas, acompanham a romaria de joelhos ou descalços, muitos também disputam um espaço na corda que puxa a berlinda da Imagem Peregrina da Santa.

##RECOMENDA##

O momento é emocionante para todos que querem homenagear a padroeira. "Há 20 anos eu não acompanho o Círio, mesmo morando aqui. Participo de várias festividades da igreja católica durante o ano, mas acabava passando o domingo de Círio em casa. Este ano, fui ao fluvial e ao Círio, precisava agradecer as bênçãos recebidas", afirma a aposentada Palmira Nunes.

A procissão iniciou por volta das 6h, depois da missa que é realizada tradicionalmente em frente à Catedral Metropolitana da cidade. De lá, a Imagem da Virgem é levada até a Praça Santuário de Nazaré onde fica exposta por 15 dias, durante a chamada a quinzena nazarena, para visitação dos fiéis.

Para quem há anos participa da festividade, é um período de união. "Acho que o mais importante, o que fica mesmo, é reunir a família, rever os que estão longe e comemorarmos todos juntos. Não caminho a procissão, vejo a passagem dela e vou para casa receber meus familiares para o almoço do Círio que já é tão tradicional", comenta a aposentada Albele da Silva.

A mais longa procissão do Círio ocorreu em 2004. O mesmo trajeto de 3,6 quilômetros foi percorrido em 9 horas e 15 minutos. Naquele ano, a festividade foi registrada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como patrimônio cultural de natureza imaterial.

Cansado, mas de alma lavada. Com essa sensação o músico Irinaldo da Silva Junior, 29 anos, entregou os últimos copos de água dos milhares que levou à Trasladação da imagem de Nossa Senhora de Nazaré, sábado à noite, 10, em Belém. A solidariedade com os romeiros da procissão noturna alimenta a fé na recuperação do filho de dois anos, que passa por problemas de saúde desde que nasceu.

O músico, com apoio de um grupo de amigos, há cinco anos alivia a sede de quem vai à romaria, que leva a imagem do tradicional Colégio Gentil Bittencourt, na avenida Nazaré, à Catedral de Belém, no Centro Histórico. A Trasladação começou às 18 horas e terminou no final da noite, reunindo, cerca de 1,4 milhão de pessoas, segundo a organização do Círio.

##RECOMENDA##

A participação de fieis na Trasladação cresce a cada ano. Em horário que o calor amazônico dá uma trégua, um espetáculo de luzes se forma ao longo das principais avenidas do centro de Belém. O evento, que está entre as romarias preliminares, já virou um segundo Círio, segundo o governador do Estado, Simão Jatene: “Todo ano se repete, mas ele é único”.

[@#galeria#@]

Curiosidades - Entre autoridades e anônimos, os paraenses fizeram homenagens a Nossa Senhora de Nazaré e inúmetos pedidos. Desde os mais difíceis aos simples, como pedir à Santa pela recuperação de seu clube de futebol. Quando a Berlinda que leva a imagem passa pela frente das sedes sociais de Remo e Paysandu, as principais equipes do Pará, os torcedores se manifestam.

“Só a ‘santinha’ mesmo para salvar o meu Leão. Toda vez que o Remo joga na semana do Círio, nunca perde. São sete anos de vitória. Desde o Botafogo (do Rio de Janeiro) até outros times”, disse o romeiro Adriano Almeida, 33 anos, referindo-se à vitória do Remo sobre a vitória do Remo sobre o Operário-PR, pela Série D do Campeonato Brasileiro.

A Trasladação é a última procissão antes do Círio de Nazaré, que começa ao raiar do dia de todo segundo domingo de outubro, com saída da Catedral de Belém. De lá, a romaria segue até a Basílica Santuário, a “casa” da imagem nazarena. 

[@#galeria#@] 

O Círio de Nazaré tomou as ruas de Belém. Em romaria desde a manhã de sexta-feira (9), milhares de devotos de Nossa Senhora reverenciam a imagem da santa padroeira dos paraenses. No sábado (10), três procissões reuniram uma verdadeira multidão de fiéis, antecipando a grande romaria de domingo.

##RECOMENDA##

A Romaria Rodoviária percorreu 24 quilômetros da Igreja Matriz de Ananindeua, município da Região Metropolitana de Belém, até o Trapiche da Vila de Icoaraci, localizada a cerca de 20 quilômetros da capital paraense. Da orla do distrito, saiu a Romaria Fluvial pelas águas da baía do Guajará até a Escadinha do Cais do Porto, já na região portuária de Belém. A procissão prosseguiu pelas avenidas centrais na Motorromaria. Milhares de motoqueiros conduziram a santa peregrina até a capela do Colégio Gentil Bittencourt, no bairro de Nazaré, de onde a imagem sai para a Trasladação do sábado à noite até a Catedral, ponto de partida do Círio.

A Motorromaria partiu da escadinha do Cais do Porto, na Estação das Docas, e seguiu pelas avenidas Presidente Vargas e Nazaré até o Colégio Gentil Bittencourt, onde chegou pouco depois do meio-dia. No colégio, fiéis receberam as bênçãos de Maria. Cerca de 40 mil motociclistas, em 15 mil motos, participaram das homenagens, informou a organização do evento.

O Círio Fluvial começou logo depois da celebração do Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira, em Icoaraci. A celebração religiosa na Vila começou com as pregações de Dom Irineu Roman, Arcebispo Auxiliar de Belém, que lembrou a importância de Maria na vida de Jesus Cristo. Centenas de fiéis acompanharam a missa enquanto aguardavam a chegada da imagem peregrina. 

A imagem da santa seguiu pelas águas da baía do Guajará e percorreu 18,500 km (cerca de 10 milhas náuticas) em aproximadamente duas horas. Segundo a Diretoria da Festa de Nazaré, pelo menos 50 mil pessoas participaram das homenagens. A romaria começou por volta das 8h50, dez minutos antes da hora marcada (9 horas).

A imagem de Nossa Senhora de Nazaré foi embarcada no navio Garnier Sampaio, da Marinha do Brasil. Quinhentas embarcações, segundo organizadores, foram autorizadas a participar do cortejo pelas águas da baía, um dos momentos mais belos do Círio.

Reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 2004, o Círio de Nazaré é uma das festas religiosas mais importantes do Brasil e envolve devotos há mais de dois séculos. A grande manifestação de fé que se espalha pelas ruas centrais de Belém no segundo domingo de outubro encanta pelo fervor e produz imagens impressionantes, captadas pelas lentes de fotógrafos profissionais e amadores.

Nos registros de círios passados estão os momentos de dor e sacrifício, de louvor e devoção, de renúncia e emoção pelo contato com a imagem da santa, que certamente se repetirão na romaria deste domingo (11). Em entrevista ao portal LeiaJá, quatro fotógrafos falam da riqueza cultural e da força religiosa que estão presentes no Círio de Nazaré.

##RECOMENDA##

[@#galeria#@]

“O Círio tem uma carga enorme de sentimentos e emoções, uma energia muito positiva e uma indescritível mistura de cores, sabores e cheiros. Impossível ficar indiferente a todo esse momento ímpar. E, por esta razão, outros sinais de devoção fazem a fotografia dos Círios ser um momento único ver a procissão além do duo berlinda-corda: é navegar no mar de gente e mostrar a graça alcançada por meio do objeto que o promesseiro traz na cabeça; é fazer (e se) emocionar com o registro da vontade de pagar uma promessa com os joelhos no chão; é o banho involuntário com a água lançada por bons samaritanos que estão sempre dispostos a ajudar os romeiros, numa chuva de bênçãos e fé; é o testemunho da devoção do alto de sacadas e janelas, enfim. É guardar aquela manifestação singela e se emocionar por todo o ano, esperando ansiosamente o próximo Círio para tudo isso acontecer novamente." Madson Melo, fotógrafo freelancer.

“Nos últimos cinco anos, durante as inúmeras imagens capturadas, posso dizer que já vi de tudo um pouco. No meu ponto de vista, quando falo do Círio, penso nele como um todo: plantação de mandioca, brinquedos de miriti, gastronomia, festas e as procissões. Como disse, o Círio é uma excelente oportunidade para os fotógrafos devido à grande diversidade e possiblidades de olhares múltiplos. Vejo diversos pagadores de promessas, voluntários, fogos, festas, cores e fé. Mesmo com todos os riscos de levar os equipamentos para um aglomerado de pessoas, vale o risco. Pois digo sempre: cada Círio tem sua beleza, sua diversidade e enquanto tiver forças estarei participando e fazendo as minhas imagens." Wildes Lima, jornalista e fotógrafo.

“A princípio, a ideia de registrar o Círio me incentivava a dar passos mais longos na fotografia e abria dessa forma horizontes ainda inexplorados por mim. O primeiro impacto foi na Trasladação, quando tive contato direto com os romeiros que acompanhavam a pequena imagem na berlinda. Só então eu pude confirmar as expectativas que já idealizara anteriormente. Quando entrei em ação, instintivamente me coloquei como peregrino: descalço e com uma pequena mochila nas costas, onde guardava todos os meus pertences, era tudo o que eu tinha além das ideias que fluíam a todo momento. O que me ajudou a conseguir fotografar essa grande festa não foi o equipamento ou o meu conhecimento sobre fotografia, mas sentir o que qualquer devoto pode sentir durante a procissão, me maravilhando com cada homenagem e me emocionando com a fé transbordante de cada alma reunida naquele lugar." Kevin Hendrix, fotógrafo.

“Fotografar o Círio de Nazaré é um misto de sensações. É poder navegar em águas nunca antes exploradas, é sentir o pulsar de vários corações unidos na fé. Não é uma tarefa fácil, pois a concentração de pessoas é muito grande e intensa. São pais, mães, filhos com seus pedidos diversos. Casas, velas, pés, livros ou mesmo lágrimas como promessas alcançadas em união de vários para uma só, a mãe do Filho de Deus.” Jefferson Ferreira, coordenador de arte de jornalismo.

Alunos dos cursos de Enfermagem e Serviço Social da Universidade da Amazônia (Unama) participaram, na manhã de sexta-feira (9), em Ananindeua, de evento que presta assistência aos romeiros que saem a pé do interior do Pará rumo à capital pela rodovia BR-316.

São oferecidos aos romeiros – e também aos participantes do Traslado da imagem peregrina – serviços de curativos e primeiros-socorros, além alimentação. Coordenados pelo professor Mauro Luz, os alunos de vários semestres se organizaram e fizeram coleta para a compra de materiais.

##RECOMENDA##

Uma das atendidas pela equipe, a professora Cátia Lima, de 41 anos, caminhou aproximadamente 40 quilômetros do município de Bujaru, no Oeste paraense, até Ananindeua.

“A gente enfrentou chuva e sol, mas estamos aqui”, disse a romeira, enquanto era atendida. De lá, ela ainda iria caminhar com outras pessoas mais 10 quilômetros até a Praça Santuário, onde fica a Basílica de Nazaré, em Belém.

Durante todo o trajeto, a Universidade foi o único ponto que a professora encontrou para ser acolhida e receber algum tipo de atendimento que aliviasse o cansaço da peregrinação.

Este já é o segundo ano que Cátia faz, com sacrifício, o mesmo percurso. Segundo ela, é uma forma de pedir saúde e agradecer à Rainha da Amazônia por ter tirado do mundo das drogas o filho mais velho dela.

Solidariedade - A estudante do oitavo semestre de Enfermagem, Ana Luiza, acredita que essa é uma ação muito importante, pensada e promovida pelos alunos do curso. “É um momento em que eu pratico o que meu curso pede: cuidar do próximo. Eu me sinto muito honrada em cumprir com o meu dever e obrigação propostos pela graduação”, afirma.

A Romaria Rodoviária, criada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas (Sindicarpa) em outubro de 1989, também está entre as procissões tradicionais do Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Após missa às 5 horas deste sábado (10), na Igreja Matriz de Ananindeua, a imagem peregrina seguiu em carro aberto, protegida pela Guarda da Santa, para o distrito de Icoaraci, na Região Metropolitana de Belém.

A procissão percorreu 24 quilômetros e milhares de devotos saudaram a Virgem nas ruas. Todo o trajeto foi acompanhado pelos carros da Diretoria do Círio, Polícia Rodoviária Federal, Cruz Vermelha e centenas de outros veículos, além de motoqueiros, ciclistas e pedestres.

##RECOMENDA##

Em Icoaraci, por volta das 8 horas, nova missa foi celebrada. Depois, a Diretoria da Festa iniciou a Romaria Fluvial, outra procissão tradicional, que reúne cerca de 500 embarcações na baía do Guajará, com destino ao Cais do Porto, no Centro Histórico de Belém.

Segundo informações do site Círio de Nazaré, atualmente a procissão passou a ser organizada pela Diretoria da Festa com a colaboração da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Prefeitura de Ananindeua e outros órgãos públicos, e mesmo muito cedo, mais uma vez, ao longo do percurso, os fiéis poderão aguardar a passagem da padroeira para homenageá-la.

Para os paraenses, o mês de outubro é marcado pela intensa devoção à Nossa Senhora de Nazaré. O Círio, patrimônio cultural imaterial da humanidade, festa marcada no calendário de Belém todos os segundos domingos de outubro, celebra a vida de Maria, mãe de Jesus.

No primeiro traslado da imagem peregrina, na sexta-feira (8), muitos fiéis se reuniram no campus da Universidade da Amazônia (Unama), na rodovia BR-316, para aguardar a chegada da Virgem, que chegou acompanhada de policiais rodoviários federais e guardas da santa. O Traslado é a primeira das 12 romarias do Círio de Nazaré e também a mais longa, com 45 quilômetros.

##RECOMENDA##

A berlinda com a imagem da Virgem de Nazaré saiu da Basílica Santuário para os municípios de Ananindeua e Marituba. Ao longo do trajeto foram prestadas várias homenagens pelos devotos.

Gilda Marina dos Santos, de 49 anos, já perdeu as contas de quantas vezes acompanhou a padroeira no Círio. “Todos os anos eu choro. Minha mãe ia para o Círio com meus irmãos ainda na barriga. Eu nem sei se cheguei a ir antes de nascer”, diz Gilda, emocionada, ao olhar a imagem de Nossa Senhora a poucos metros de distância. Para ela, o Círio simboliza amor e paz. “Eu nunca vou deixar de ser devota. Ela [Virgem Maria] é minha mãe”, diz.

A filha de 18 anos de Gilda, Thalia Brito, participa desde antes o nascimento. Acompanhada sempre da mãe, distribuía água para os romeiros e participantes do traslado da padroeira. “Eu smuito grata a ela por tudo. Não sei explicar a emoção que estou sentindo”, diz. Tremendo de emoção, a moça levantava as mãos para agradecer a Maria pelas graças recebidas. “Quando eu mais precisei, ela [Nossa Senhora de Nazaré] não me abandonou”, afirma.

[@#galeria#@]

Emoção - Para os fiéis, a emoção de ver a berlinda todos os anos é inexplicável. Aldivan Lopes, 40 anos, é professor de música em Palmas, Tocantins, e voltou para ver a Santa depois de dez anos sem vir a Belém. “Essa é uma festa que a cada ano se renova”, afirma. Em 2015, ele não veio para pedir, somente agradecer. “Vim agradecer a ela pela saúde do meu pai, que passou por uma cirurgia, e pela cura de uma vizinha, que tinha um tumor no cérebro que sumiu por um milagre.”

As mãos erguidas simbolizavam a redenção dos fieis à Maria. A emoção que atingia todos os presentes era sentida no ar. Nem mesmo o cansaço, o calor ou a grande aglomeração de pessoas foram suficientes para diminuir o desejo de chegar alguns metros mais perto da imagem. As fitas enroladas no braço, com os famosos três nós e três pedidos, eram balançadas à medida que as orações eram feitas. O Círio começou outra vez.

Com a colaboração de Julyanne Forte

Considerada uma das maiores manifestações católicas do país, o Círio de Nazaré ocorre na cidade de Belém, no estado do Pará, todos os anos; sempre no segundo domingo do mês de outubro. A procissão que é realizada há mais de 200 anos reúne cerca de dois milhões de romeiros que seguem a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré.

A tradição dessa história é contada no Museu do Círio, localizado na capital do Pará. O acervo do museu guarda objetos de promessas inusitados, símbolos das romarias e ainda mantêm um trabalho especial de preservação dos mantos usados pela imagem de Nossa Senhora de Nazaré.

##RECOMENDA##

Conheça mais sobre o Museu do Círio de Nazaré clicando no video abaixo:

[@#video#@]

O papa Francisco saudou, por mensagem do Vaticano, os devotos que participam das romarias do Círio, em Belém. Na mensagem, divulgada pela Diretoria da Festa, o pontífice pede aos católicos “que caminhem sempre sob a proteção de Nossa Senhora de Nazaré”. Maria, diz ele, "é testemunha das palavras de perdão que saem dos lábios de Jesus".

Em 2013, quando esteve no Brasil, Francisco demonstrou o interesse em conhecer a região amazônica. No ano passado, o arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira, entregou ao núcio apostólico dom Giovanni d’Aniello convite formal para o papa participar do Círio de 2017. O Vaticano, no entanto, informou que a visita não está na agenda do pontífice.

##RECOMENDA##

Veja a mensagem do papa Francisco na íntegra:

"O Santo Padre eleva preces à Mãe do Céu, pedindo que Ela interceda por todos, para que sejam sustentados pela misericórdia de Deus, a fim de suportar os sofrimentos e as fadigas da vida, a exemplo de Maria que, ao pé da cruz ‘é testemunha das palavras de perdão que saem dos lábios de Jesus. O perdão supremo oferecido a quem o crucificou, mostra-nos até onde pode chegar a misericórdia de Deus. Maria atesta que a misericórdia do filho de deus não conhece limites e alcança a todos, sem excluir ninguém’. Por isso, sua Santidade exorta cada um a dirigir à Nossa Senhora ‘a oração, antiga e sempre nova, da Salve Rainha, pedindo-lhe que nunca se canse de volver para nós os seus olhos misericordiosos e nos faça dignos de contemplar o rosto da misericórdia, seu filho Jesus’ (Bula Misericordiae Vultus, 24). O Santo Padre pede que continuem a rezar por ele, enquanto, por sua parte, implora abundantes graças celestiais sobre todos. A fim de que caminhem sempre sob a proteção de Nossa Senhora de Nazaré, como misericordiosos filhos e filhas  do pai do céu, confirmando estes votos e preces, o Papa Francisco de bom grado concede-lhes uma propiciadora bênção apostólica.”

Devotos de Nossa Senhora de Nazaré lotaram a Basílica Santuário, em Belém, para conhecer o manto que será utilizado nas procissões deste ano. O ornamento foi apresentado em missa solene, na noite de quinta-feira (8), pelo Arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira.

A principal novidade do manto é a homenagem ao arcebispo emérito dom Vicente Zico, que morreu em maio deste ano. O broche que fecha a peça traz um busto do carismático religioso, que comandou o Círio por décadas. Stela Rocha foi a responsável pelo design. 

##RECOMENDA##

A confecção do manto de Nossa Senhora de Nazaré é uma das tradições mais antigas do Círio. Segundo relatos seculares, quando a imagem original foi encontrada pelo lavrador Plácido de Sousa, às margens do igarapé Murutucu, em Belém, ela já estava coberta por um “manto azul com gotas de orvalho”.   

Os primeiros mantos usados no Círio foram confeccionados pela Congregação das Filhas de Maria. Com o passar do tempo, a responsabilidade da produção passou a ser de estilistas paraenses. O material utilizado é doado por um casal anônimo da comunidade católica.

A imagem é adornada com um manto diferente a cada Círio. Os materiais usados para elaboraçãoão fios de ouro, bordados e pedras preciosas. A sua exibição é um dos momentos mais esperados ao longo de toda a programação nazarena.

Promessa - Devota de Nossa Senhora, a escritora paraense Mizar Bonna já desenhou 12 mantos oficiais. Sua produção começou a partir de um pedido do marido, que estava prestes a fazer uma cirurgia do coração e havia se comprometido com o padre a doar a túnica. A cirurgia foi um sucesso e Mizar tomou gosto por este trabalho.

 

 

O Traslado da imagem peregrina de Nossa Senhora, que marca a abertura das procissões do Círio de Nazaré, começou às 8 horas de sexta-feira (8). De acordo com previsão do Dieese no Pará, mais de um milhão de devotos deve acompanhar o percurso de 48,5 quilômetros, entre a Basílica Santuário, em Belém, e a Igreja Matriz de Ananindeua. 

No Traslado, a imagem peregrina é transportada em veículo especial da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Após missa, o comboio vai passar pelas avenidas Nazaré, Magalhães Barata, Almirante Barroso e rodovia BR-316. A procissão ainda seguirá pelos bairros Cidade Nova e Paar, em Ananindeua, até a entrada no município de Marituba. Em seguida, a procissão retorna rumo à Igreja Matriz de Nossa Senhora das Graças, onde permanece em vigília até a madrugada de amanhã, quando acontecem as romarias rodoviária e fluvial.

##RECOMENDA##

Neste ano, o Traslado foi encurtado em 8 quilômetros, após estudos de viabilidade feitos pela PRF. Segundo a Diretoria da Festa de Nazaré, a mudança não exclui nenhuma das paróquias e comunidades católicas por onde a imagem de Nossa Senhora sempre passa, desde 1992.

São quase 2 milhões de pessoas nas ruas de Belém fazendo a maior procissão religiosa do Brasil. O Círio de Nossa Senhora de Nazaré, Patrimônio Imaterial da Humanidade, levou romeiros de todos os cantos do Brasil à capital paraense na manhã deste domingo (12). A procissão saiu às 6h30 da Catedral Metropolitana de Belém e percorreu 3,6 km até a Praça Santuário, onde chegou às 11h40, um pouco antes do previsto. O trajeto é todo marcado por emocionantes homenagens com corais, fogos e chuva de papel picado.

Rafaela Pinheiro acompanhou a procissão de joelhos do início ao fim. Quando chegou na esquina da Praça Santuário, não resistiu. Os joelhos inchados, no rosto lágrimas de uma emoção visível. "Nossa pai sofreu o segundo AVC em dezembro do ano passado, ela se apegou com Nossa Senhora e fez a promessa", explicou a irmã Aliene Pinheiro, que ajudou a promesseira em todo o trajeto com água, curativos e papelão.

##RECOMENDA##

Para realizar uma procissão desse tamanho, a ajuda vem de todos lados. Romeiros que entregam água, voluntários da Cruz Vermelha, militares, policiais, agentes de trânsito, guardas da santa. E devotos que puxam a Berlinda através 800 metros de corda, um dos símbolos da festividade. Gilson Mohr, funcionário público em Blumenau (SC), esteve pela primeira vez na procissão com a esposa. "Chegamos na sexta, vimos a procissão fluvial e agora estamos no Círio, agora nós viremos todo ano par. Estou impressionado com a multidão, o povo, a fé", declarou. Após a grande procissão, a imagem da Virgem fica exposta no altar da Praça Santuário, para a visita dos fiéis por 15 dias. Até o encerramento da festividade Nazarena ainda acontecerão mais seis romarias.

Os últimos dois corpos de mortos no naufrágio ocorrido sábado, 12, em Macapá, foram encontrados na manhã desta terça-feira, 15, no porão da embarcação. Com o resgate dos corpos da presidente da CUT-AP, professora Benedita Odete Gomes Figueiredo, e de Raimunda Flora, o Corpo de Bombeiros deu por encerrada as buscas. Dezoito pessoas morreram. Segundo a Capitania dos Portos, o barco tinha capacidade para 40 passageiros e 3 tripulantes, mas no momento do naufrágio estava com 64 passageiros a bordo. A embarcação participava do Círio Fluvial.

Subiu para 15 o número de mortos no naufrágio ocorrido no sábado (12), em Macapá, com um barco que havia participado do Círio Fluvial em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré. Três pessoas seguem desaparecidas. Na tarde desta segunda-feira, 14, foram localizados os corpos do bancário aposentado Lavouzier Camilo e do secretário de Administração do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep-AP), Raimundo dos Santos Cardoso. Pela manhã, já haviam sido encontrados os corpos de Elizeu da Silva Santiago, funcionário do sindicato, e de sua filha, Eloane Santiago, de 3 anos.

Na tarde desta segunda-feira, o Corpo de Bombeiros, com uma equipe reforçada, fazia as buscas por toda a extensão da orla de Macapá a fim de encontrar as três pessoas desaparecidas. De acordo com o Sindsep, que alugou a embarcação, o barco transportava 64 passageiros - 46 pessoas sobreviveram ao naufrágio.

##RECOMENDA##

A tragédia

A embarcação de pequeno porte havia saído de Santana, a 24 quilômetros da capital do Amapá, às 7h30, com outros 37 barcos que participaram da procissão fluvial. Na volta, o barco virou na frente de uma região conhecida localmente como Igarapé das Pedrinhas. O Círio Fluvial é realizado todos os anos em homenagem à Virgem de Nazaré, padroeira da Amazônia, e faz o percurso entre Santana e Macapá, com a imagem da santa.

Oito pessoas que estavam no barco que naufragou no Rio Amazonas na manhã deste sábado, 12, em Macapá, logo após o Círio Fluvial em homenagem à Virgem de Nazaré, permaneciam desaparecidas até a noite deste domingo, 13, , entre elas a presidente da Central Única dos Trabalhadores do Amapá (CUT-AP), Benedita Odete Guedes Figueiredo.

As buscas pelos desaparecidos continuaram neste domingo. No sábado, o Corpo de Bombeiros havia informado que 12 pessoas haviam morrido no naufrágio, mas neste domingo a Secretaria de Segurança Pública fez uma correção e informou que dez mortes foram confirmadas pelos bombeiros até a tarde.

##RECOMENDA##

Dos dez corpos resgatados, cinco já foram sepultados e um, cremado. Os corpos da professora aposentada Elizabeth Mourão Moraes e de Poliana Sodré serão trasladados para São Luís e para Belém. Por falta de vaga nos voos que saem de Macapá, o corpo da professora aposentada será trasladado somente na terça-feira, 15, e o de Poliana, na segunda-feira, 14.

Os corpos do garoto Gregório Nunes, de 9 anos, e de Letícia Pereira Corrêa, funcionária do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep), foram encontrados neste domingo pela manhã e serão sepultados nesta segunda-feira. O barco que naufragou estava alugado para o Sindsep e transportava 63 passageiros, a maioria funcionários públicos e dirigentes do sindicato.

A presidente Dilma Rousseff postou mensagem pelo Twitter, na manhã deste domingo (13), sobre a procissão do Círio de Nazaré, em Belém. "É sempre comovente assistir a manifestação de fé e alegria dos 2 milhões de brasileiros na procissão do Círio de Nazaré", escreveu.

Na sequência, Dilma lembrou que o Círio é realizado há mais de dois séculos, na capital paraense, e que é "uma das manifestações católicas mais fortes do mundo".

##RECOMENDA##

Centenas de fieis da Virgem de Nazaré continuam chegando a Belém, na manhã desta sexta-feira, 11. Eles partiram de diversas cidades do interior do Pará, caminhando a pé ou de bicicleta para acompanhar a maior romaria católica do Brasil, que ocorre neste domingo, 13. Geralmente, são mais de 100 km de pé no chão, oração e louvores a Nossa Senhora de Nazaré para pagar as promessas feitas por devotos individualmente.

A chegada à Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré é cercada de emoção. Lá, voluntários aguardam os romeiros, em um local reservado eles com café da manhã, atendimento médico e o momento do lava-pés, a chamada Casa de Plácido.

##RECOMENDA##

A grande procissão do Círio de Nazaré começa às 6h30 deste domingo, após missa realizada na Catedral de Belém. Ontem foi apresentado o manto que veste a imagem da Virgem durante as procissões. A primeira e maior romaria da festividade começou na manhã desta sexta-feira e está percorrendo a região metropolitana de Belém. O encerramento será no início da noite, na Igreja Matriz do município de Ananindeua.

[@#galeria#@]

A dona de casa Marilza Ferreira, 76 anos, garante ter sido curada de um câncer na garganta. O operário Antonio Cláudio Carvalho, 49, carrega na cabeça uma casa feita de isopor. Perto dele, o microempresário Paulo Cícero Favacho, 37, caminha no meio da multidão com os braços levantados, exibindo a réplica de um cigarro gigante. Essas pessoas, que nunca se viram antes, reuniram-se para o pagamento de promessas por graças alcançadas durante o Círio de Nazaré, que arrastou neste domingo pelas ruas centrais de Belém, num percurso de 3,6 km, uma multidão de fiéis calculada pela Polícia Militar em 2,2 milhões.

##RECOMENDA##

A procissão católica paraense já é considerada por especialistas como o maior evento religioso do mundo, superando inclusive a peregrinação muçulmana a Meca de homenagens ao profeta Maomé. O evento também atraiu 80 mil turistas de todo o Brasil e de outros países que superlotam os hotéis, pousadas e até motéis da cidade. "Eu estava desenganada pelos médicos e foi Nossa Senhora de Nazaré quem me salvou", relatou Marilza. Ela diz que os últimos exames revelaram que o câncer desapareceu de seu organismo.

Para Carvalho, a compra da casa própria foi o fim do pesadelo do aluguel, que consumia mais de 60% do orçamento familiar. "Foi a Nazinha (como a santa é carinhosamente chamada pelo povo) quem me ajudou a comprar a casa", comemora o trabalhador. Favacho, por sua vez, parou de fumar e atribui a abstinência de quase um ano do cigarro aos inúmeros pedidos de ajuda à santa. O trio de pagadores de promessas integrava um contingente de 7,5 mil devotos que acompanharam a procissão segurando uma corda de 400 metros atrelada à berlinda com a imagem da santa, que saiu da Catedral da Sé às 6 da manhã e só chegou à Praça do Santuário, onde fica a Basílica de Nazaré, às 12h30.

Entre os torcedores do Paysandu e do Clube do Remo, dois clubes que reúnem as maiores torcidas do Norte do País, dois paulistas que foram passar o Círio chamavam a atenção. Com a camisa do Palmeiras, Luis Bentes e Leonardo Pinho fizeram dois pedidos à santa: o primeiro foi de "saúde à família", enquanto o outro foi de acompanhar a procissão na corda, em 2013, caso o Palmeiras não seja rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro. Hoje, o clube paulista está entre os últimos colocados na competição. Para suportar tanto sacrifício, Bentes e Pinho, assim como outros fiéis, recebiam garrafas com água mineral para beber, molhar as mãos e os pés descalços que ardiam no asfalto quente.

A segurança dos romeiros exigiu este ano a mobilização de 10 mil homens das polícias Militar e Civil, além do Exército e Aeronáutica. Seis mil estudantes de colégios de Belém, universitários, grupos de amigos e vizinhos de bairros, juntamente com outros 1.200 voluntários da Cruz Vermelha ajudaram a socorrer mais de 700 pessoas que passaram mal durante as seis horas da romaria. Elas eram atendidas por médicos e enfermeiros em barracas improvisadas nas praças. Os casos mais comuns foram de pessoas que desmaiaram devido ao forte calor ou por não estarem bem alimentadas.

Por Juliana Gomes

Terminam na quarta-feira (26) as inscrições para voluntários que querem trabalhar nas procissões da trasladação e do Círio de Nazaré, em Belém, junto com a Defesa Civil. Cerca de 600 pessoas já estão inscritas. 

##RECOMENDA##

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas na sede da entidade, localizada na Travessa Campos Sales, entre Castilhos França e 15 de Novembro, das 8h às 16h. A única exigência é ser maior de 18 anos. Os interessados devem levar o RG e CPF.

A Defesa Civil faz toda uma preparação com a equipe de voluntários. Será ministrado um curso por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel (SAMU) na sexta-feira (28), no auditório do Corpo de Bombeiros, para aqueles que vão servir como voluntário. Há mais de 15 anos, a Defesa Civil de Belém organiza as pessoas que atuam no apoio aos romeiros durante o trajeto das procissões.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando