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Neste domingo (17), dia em que é celebrada a Páscoa e a ressurreição de Jesus, segundo a fé cristã, alguns líderes da igreja Católica usaram as redes sociais para mandar mensagens aos seus fiéis. Entre eles, padres 'artistas' como Marcelo Rossi e Fábio de Melo, e até mesmo o Papa Francisco, aproveitaram os canais digitais para celebrar a data. 

Em vários idiomas, entre eles o português, o Papa Francisco falou sobre a paz e sua importância. “Deixemo-nos vencer pela #paz de Cristo! A paz é possível, a paz é um dever, a paz é responsabilidade primária de todos“. Já o Padre Fábio de Melo publicou um vídeo falando que "a dinâmica da vida cristã é Pascal".

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O Padre Marcelo Rossi compartilhou fotos da missa realizada por ele neste domingo (17) e celebrou: "Jesus ressuscitou. Ele vive". Já o Padre Patrick desejou que "a alegria da ressurreição" estivesse no coração de todos e o Padre Reginaldo Manzotti, mencionando "o salmista", disse que este é "o dia que o Senhor fez para nós". 

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Neste dois de novembro, Dia de Finados, o padre Fábio de Melo compartilhou uma mensagem de fé para os seus seguidores, afirmando que "o evangelho de hoje é um convite à vida vigilante". 

Segundo o padre, "a vigilância proposta por Jesus corresponde ao viver desperto, consciente, com a percepção aguçada, colocando atenção aos movimentos e exigências do momento presente. Conduta veementemente recomendada pelas religiões e filosofias orientais", diz.

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Confira o seu compartilhamento na íntegra

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“Convicção da existência de algum fato ou da veracidade de alguma asserção; credulidade, crença. Conjunto de ideias e crenças de determinada religião ou doutrina. A primeira das três virtudes teologais”. Assim é a definição da palavra “fé” no dicionário ‘Michaelis’. O termo, expressado entre religiosos de diversos segmentos, se materializa nas experiências de pessoas que alicerçam suas crenças em algo divino, muitas vezes considerado superior. Também por meio da fé, há quem cultive sonhos e objetivos pessoais ou profissionais; muitos deles atrelados à educação, como no caso de milhões de estudantes que enfrentam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) almejando ingressar na universidade.

A ansiedade invade a rotina de estudantes que durante o ano todo dedicaram suas vidas aos estudos. E a fé é tida como um recurso de combate ao nervosismo que pode atrapalhar o desempenho dos candidatos, assim como um instrumento de confiança para aqueles que sonham com a aprovação.

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 Segundo o teólogo Rodrigo Alves, historicamente a humanidade tem fé por uma necessidade. “A fé nunca será algo abstrato. Sempre estará baseada em alguém ou em alguma coisa. De acordo com o tempo, o homem peca e se afasta de Deus; o homem, naturalmente, sente a necessidade de religar-se com Deus e, nessa tentativa, começa a trazer diversos deuses ou elementos da natureza. Todo ser humano vai procurar algo em que ele possa colocar a sua segurança. Ninguém tem fé no nada”, explica Alves.

No Enem não basta só ter fé

O babalorixá Ivo de Xambá diz que a fé precisa ser ligada ao esforço do cidadão. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

Desde 1993 líder da Nação Xambá – em Olinda, na Região Metropolitana do Recife -, Patrimônio Vivo de Pernambuco, o babalorixá Ivo de Xambá acredita que a fé, no contexto do candomblé, “é um sentimento de confiança”. No entanto, ela não pode ser o único recurso para o estudante que vai enfrentar as provas do Enem. Na visão do religioso, os estudantes precisam se preparar para, por meio da crença, pedir aos orixás boas energias que possam os manter tranquilos durante o Exame.

“Freud, mesmo sendo materialista, dizia que se Deus não existisse tinha que ser inventando, porque é essa fé que nos empodera para ter um sentimento de vida melhor. Acho que o Estado tem que ser laico, mas todo homem tem que ter sua fé. Aquele estudante, que está sozinho com o livro, precisa ter alguém que ele possa dividir. Não é uma fé incontrolável, mas sim direcionada, que você sabe onde vai o limite, desde que a fé não atrapalhe sua competência. Você vai ter fé nos orixás, mas você tem que estudar, fazendo sua parte. Tem que se preparar, absorver todas as matérias e fazer uma boa prova”, explica o babalorixá.

Crítico, ao apontar que a educação é, no Brasil, o principal meio de ascensão social, porém, por falta de investimentos, é uma das áreas mais afetadas do país, Pai Ivo reitera que, no Enem, os estudantes depositam o sonho de chegar à universidade. Ao fazer uso da fé, o candidato pode ficar menos nervoso e mais concentrado, além de manter o otimismo na aprovação. 

“Tem que ter um alinhamento, a fé não pode ser aquela pessoa preguiçosa. O cidadão tem que distinguir a fé da questão intelectual. O cara tem que sair do mundo da fantasia, precisa viver a realidade, que é o cara estudar. Não existe outro caminho para você chegar se não for pela cultura e pela educação. E o Brasil perde muito com isso porque ganha menos e é o professor que prepara o jovem que será o Brasil de amanhã”, opina Pai Ivo.

Seu desejo, quando realizado, deve propagar benefícios ao próximo

Pastor Boanerges Dantas pede calma aos candidatos do Enem. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

O pastor evangélico Boanerges (Bona) Dantas, há 20 anos líder da Igreja Batista Oásis, localizada no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, afirma que a fé, na visão cristã, tem ligação com o comportamento dos seguidores de Jesus Cristo. “Quando a bíblia trata de fé, ela diz que é um firme fundamento nas coisas que se não enxerga e uma convicção nas coisas que se espera. Fé não é crença, vai além disso, é comportamental, se representa com atos concretos. É um comportamento resultado de uma crença. Creio em algo ou em alguém e vou me comportar de acordo com o que creio”, explana Dantas.

De acordo com o religioso, os candidatos do Enem podem, por meio de orações, pedir a Deus calma e tranquilidade para desenvolverem boas respostas na prova. Ele alerta, no entanto, que muitas pessoas recorrem a Jesus Cristo pedindo o alcance de objetivos pessoais que não trarão benefícios ao restante da sociedade. “Creio que Deus se importa com o que a gente deseja. Só que existe um mundo consumista, em que as pessoas estão centradas nelas mesmas, e essas pessoas têm ambições só pessoais, que não vão melhorar o mundo em sua volta. Diria que esse tipo de situação não combina com Deus. A própria bíblia combate ambição”, acrescenta o pastor.

Boanerges endossa o discurso de que a fé em Deus pode ajudar os estudantes rumo à aprovação via Enem, desde que eles se esforcem. “Você tem fé no Deus que pode fazer e a própria bíblia diz que tudo é possível naquilo que crê. Porém, digo para essas pessoas que elas não se baseiem em coisas superficiais, mas sim em coisas concretas. Confie em Deus, mas faça sua parte. Estude, se capacite, procure bons professores. Não adianta só ter fé. A fé vai se estabelecer no ponto que existe, então, se não existe estudo, onde vou basear minha fé?”, questiona.

Conhecimento propaga fé

 Silvio Costa é presidente do Grupo de Assistência Mediúnica. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens 

No espiritismo, segundo o presidente do Grupo de Assistência Mediúnica (GAM), situado no bairro da Torre, no Recife, Silvio Costa, a fé é fruto das experiências e conhecimentos adquiridos ao longo da vida. Assim como os outros religiosos, Costa orienta que os estudantes precisam ter uma preparação adequada para ter um bom desempenho no Enem, além de alimentar a fé espiritual. Nesse contexto, estudar é essencial.

“Fé é conhecimento sobre qualquer aspecto. O conhecimento de alguma coisa leva você a ter a sua convicção. A fé que eu compreendo, segundo as orientações espirituais, ela é baseada no conhecimento, então a partir do momento que a gente começa a te esclarecimento, ela fica cada vez mais convicta. A fé espiritual é conquistada através dos tempos, que cada um vai se preparando ao longo do tempo”, detalha o religioso. 

Para os candidatos do Enem, o presidente do GAM reitera a importância dos estudos aliada à fé. “Preciso me preparar intelectualmente para aquilo que almejo. Os estudos possibilitam isso. Se um jovem quer alcançar seus objetivos, seguindo o ramo da medicina ou do direito, por exemplo, ele precisa estudar para puder alcançar esses objetivos. Quanto mais ele estuda, a sua fé vai ser maior”, aconselha.

No que diz respeito aos espíritos, a partir dos ensinamentos espíritas, Costa diz que eles podem ajudar os candidatos a terem calma durante o Exame, os livrando da pressão exercida pela sociedade que cobra aprovação. “Peça ajuda a Deus e ao seu guia espiritual para que, através deles, você possa manter a tranquilidade durante a prova. Se os estudos você fizer com convicção, vai acreditar. Se você não tem fé, você vai com medo e o medo é empecilho e isso pode causar um bloqueio emocional”, finaliza o presidente do GAM.

Fé em todos os momentos da vida

Padre Francisco Caetano Pereira reforça a fé em Deus para os candidatos do Enem. Arthur Souza/LeiaJáImagens

"A fé, antes de tudo. é entrega. A fé é compromisso, a fé pressupõe a aceitação de Deus de uma maneira tão contundente que você jamais se sentirá só, mesmo nas horas mais  insólitas, a mão poderosa de Deus nos ampara. De tal forma que a fé ela é fundamental para todo cristão, mesmo porque todo ser humano, mesmo que não seja cristão, ele anseia pela eternidade”. Assim é a definição de fé para o padre Francisco Caetano Pereira, há duas décadas a frente da Igreja Nossa Senhora da Piedade, localizada no Recife. Para o representante católico, é óbvio que os candidatos precisam investir em qualificação e de depositar em “Deus” seus esforços.

Segundo o padre, a fé está presente em todos os momentos da vida dos cristãos, não sendo diferente no Exame Nacional do Ensino Médio. “Quando alguém vai fazer a prova Enem, que é estressante, a fé ajuda muito no equilíbrio, na tranquilidade. Se eu tenho fé em Deus, eu coloco na mão de Deus, a mão de Deus é poderosa. Segura na mão de Deus e vai, como diz a música. Então, já vou com mais tranquilidade, e a tranquilidade me leva ao equilíbrio, o equilíbrio me facilita o trabalho ao que estou dedicado, que é exatamente a prova que eu tenho que fazer, a fé tem grande relevância nesse momento”, destaca Caetano.

O representante católico alerta que a relação com a crença em Deus não pode ser pautada em despreparado educacional, indo de encontro a quem acredita que apenas a fé trará aprovação. Não vai pedir o milagre, que vai fazer a prova sem saber de nada. Deus faz a parte dele, mas você tem que fazer a sua, obviamente”, reitera.

O padre ainda traz uma mensagem de alento para os candidatos tomados pela ansiedade. “Coloca na mão de Deus o grande desafio, como diz a oração: seja feita a vossa vontade, assim na terra como nos céus. E a vontade de Deus que deve prevalecer, eu vou fazer a minha parte e sei que Deus faz a parte dele. Então, eu clamo a ele. Na hora que você entrega, tem alguém que está cuidando de você, cuidando daquilo que você está fazendo. Não vou me preocupar, vou me ocupar, a preocupação eu deixei na mão de Deus. Seja feita a vossa vontade, eu vou fazer a minha parte. Isso ajuda imensamente a dar equilíbrio”, diz o religioso.

No vídeo a seguir, os religiosos trazem mensagens para incentivar os candidatos do Enem. Assista:

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Fé e mente

De acordo com o psicólogo Dino Rangel, a fé pode contribuir para os candidatos do Enem, a partir do momento em que ela gera pensamentos positivos. Segundo o especialista, a fé pode fortalecer a autoestima dos candidatos em relação aos conhecimentos adquiridos ao longo do ano, os deixando calmos para enfrentar a prova. Ouça no áudio a seguir:

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Nesta quinta-feira (26) é comemorado o Dia de São Cosme e Damião pelos seguidores da religião católica, já na sexta-feira (27) são os seguidores de religiões de matriz afro que celebram a data. Na maiores dos templos religiosos a festa é regada a muitos doces, que são distribuídos para as crianças.

No processo de sincretismo religioso, os africanos escravizados utilizavam imagens dos santos católicos Cosme e Damião para cultuar, de forma disfarçada, os orixás gêmeos Ibeji, representados como duas crianças. Por isso, no dia dos santos, os terreiros celebram a alegria e a inocência das crianças. “Os devotos desses santos, ao fazerem os pedidos e cumprirem os mesmos, distribuíam doces para sociedade como forma de agradecimento e assim a tradição permanece até hoje” explica o sacerdote umbandista Pai Paulo d’Oxum.

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Na tradição católica, Cosme e Damião foram dois médicos gêmeos que viveram na região conhecida como Ásia Menor entre os séculos III e IV da nossa era. Eles eram caridosos e faziam milagres curando pessoas e animais sem cobrar nada em troca. Por causa da fé cristã, foram degolados por ordem do imperador romano Diocleciano. 

Segundo o sacerdote Pai Paulo d’Oxum, os seguidores da umbanda e do candomblé também fazem distribuições de guloseimas em outras datas comemorativas do catolicismo. “Realizamos o mesmo ato na Páscoa e no Natal, são datas católicas mas respeitamos e a distribuição dos doces acabou sendo incorporada nas religiões de matriz afro”, afirma.

 

 

Quem nunca ouviu a máxima “religião e política não se misturam”? Ou, “o Estado é laico”? E até mesmo, “não discuto nem religião nem política”? Esses argumentos são repetidos constantemente por eleitores no Brasil, contudo a realidade de parcela dos quadros políticos nacionais expressa outra coisa: princípios religiosos e anseios políticos vem andando lado a lado nos últimos anos. 

Um retrato claro disso é a forma como o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se propõe a nortear seus discursos e basear suas escolhas diante da condução do país. O seu slogan de campanha já dizia “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” e, constantemente, suas falas fazem citações a passagens bíblicas e princípios religiosos. 

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Principal meio de comunicação de Bolsonaro com a massa, nas redes sociais, por exemplo, ele já criou a chamada “série João 8:32” - fazendo menção a um versículo do evangelho de São João que diz: “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” - para rebater críticas da oposição, divulgar dados do governo e respaldar seus discursos. 

Recentemente, ele se utilizou do texto religioso para reforçar seu argumento de que “passar fome no Brasil é uma grande mentira”. E na última segunda-feira (26), ao anunciar que se reuniria com os governadores da região amazônica para tratar das queimadas e do desmatamento, o presidente convidou os internautas a acompanharem o encontro a partir de uma transmissão ao vivo no Facebook e disse “será um João 8:32 imperdível”. 

O recorte é mínimo diante de tantas outras posturas. Jair Bolsonaro já consagrou o Brasil a Nossa Senhora, foi o primeiro presidente a participar da Marcha para Jesus, recebeu orações em cultos e prometeu que na oportunidade que tiver pretende nomear para o Supremo Tribunal Federal (STF) um ministro terrivelmente evangélico. 

O alinhamento aos valores cristãos “deve ser uma das marcas que Jair Bolsonaro deixará expressa” como do seu governo, segundo o professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), Eurico Antônio Gonzalez Cursino dos Santos. Mas, ressalta o estudioso, há inconsistências do presidente. “Ao mesmo tempo que ele se diz católico, essa prática de referência bíblica e as referências que ele faz direto estão sempre direcionadas ao meio evangélico”, observou. 

Ao avaliar os discursos do chefe do Executivo nacional, Santos ponderou que antes das eleições e no período eleitoral as falas de Bolsonaro com cunho religioso eram mais frequentes, porém quando assumiu o governo ele diminuiu o ritmo.

“A comunicação do presidente Bolsonaro com a população, inclusive durante o período eleitoral, foi marcada por essa referência a valores religiosos, principalmente cristãos. Acredito que isso, em si, está dentro da Constituição. A democracia tem que tomar decisões, que são referidas a valores. Não vejo como uma substituição da política pela religião, nem o tom da campanha, nem o tipo de comunicação que ele faz com a população, ele está se referindo a valores que são da população”, salientou. 

 

Base evangélica no Congresso Nacional

Se o presidente tem alinhamento religioso, no Congresso Nacional isso é ainda mais claro. Inclusive, de acordo com um levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), em 2018 foram eleitos 91 deputados e senadores que se declararam, se declaram evangélicos ou se alinham ao grupo na votação de temas ligados à religião e aos costumes, além dos que ocupam cargos nas estruturas das instituições religiosas, como bispos, pastores, missionários e sacerdotes.

Fora os 91, outros mais conservadores se alinham aos pensamentos e valores cristãos para basear suas posturas. A polêmica mais recente, baseada em princípios religiosos, foi com relação ao projeto de lei de autoria do deputado Orlando Silva (PCdoB) que instituía o Estatuto da Família do século XXI. Deputados alegaram que o projeto legalizava o incesto e iniciaram uma campanha nas redes sociais contra o autor da matéria e o relator Túlio Gadêlha (PDT), que deu parecer favorável ao texto.

O debate fez com que o projeto fosse retirado da pauta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara para que o parecer fosse reorganizado, sem deixar brechas para essa interpretação. O projeto, na realidade, considerava como família todos os tipos de formação que ultrapassassem a tradicional pai, mãe e filhos.

Questionado se era saudável a mistura de princípios religiosos com direitos constitucionais e a criação das leis que regem um país, o professor Eurico Antônio Gonzalez Cursino dos Santos disse que “é natural, em uma democracia de massas, que esse tipo de coisas aconteçam”. 

“Democracia integra as pessoas à tarefas complexas de governar, e aí um valor religioso, de uma ideologia bem fundada, acaba tendo funcionamento. A Constituição, no modo como ela organiza a política, faz com que neste momento não estejamos ameaçados quanto à uma espécie de teocracia. Acredito que é impossível de acontecer”, argumentou.

“O que acontece é que estamos apenas começando a lidar com argumentos religiosos e a expressão da religião na política, isso não vai parar não, vai vir mais. Porém, a própria política se encarrega de reconduzir argumentos religiosos apenas como argumento de valor e não de regra geral”, emendou. 

Apesar de não ver riscos para uma teocracia, o estudioso ponderou que fez uma recente pesquisa sobre leis com cunho religioso e encontrou cerca de 400. Um sinal de que não há laicidade no Estado.

“O nosso Estado nunca foi laico, desde a República, ele se mantém próximo as religiões, especialmente às cristã; primeiro ao catolicismo, depois as evangélicas e a partir de 1990 às majoritárias. Mas ele nunca deixou de expedir leis que de alguma forma representasse vantagem para as religiões no campo da educação, da assistência social, da saúde. Ou seja, nós nunca fomos completamente laicos”, disse Santos. 

 

A igreja evangélica está fincando raízes na política?

Em 2008, o bispo Edir Macedo lançou um livro em que dizia: "tudo é uma questão de engajamento, consenso e mobilização dos evangélicos. Nunca, em nenhum tempo da história do evangelho no Brasil, foi tão oportuno como agora chamá-los de forma incisiva a participar da política nacional". 

No “Plano de Poder”, em que traça projeções para diversas áreas, inclusive a política, o líder religioso já deixava clara "a potencialidade numérica dos evangélicos como eleitores” e hoje, mais de uma década depois, isso tem se justificado. 

Indagado sobre o fato do número de políticos evangélicos ter crescido, o professor do departamento de Sociologia da UnB, Eurico Antônio Gonzalez Cursino dos Santos, disse que há mercado para tal, mas é limitado. 

“Manifestamentes são as igrejas evangélicas que têm eleito seus próprios ministros, mas eu não acredito que isso possa ir muito além do que já foi, pela presença deles, a distribuição demográfica, pela importância do catolicismo que oferece uma espécie de limite para essa ascendência e pelas próprias relações internas que nem todos são favoráveis a esse convívio próximo com a política. É uma mercadoria que tem mercado, mas é limitado”, conjecturou.

Ainda na ótica do especialista, “normalmente quem tinha acesso ao poder era a religião católica, então diria que os evangélicos estão chegando à política por outra via, que não é a da formação política católica, eles estão chegando lá pelo voto”.

Nesta quinta-feira (25) é comemorado o Dia de São Cristóvão, o santo católico que é considerado o padroeiro dos motoristas e dos peregrinos no Brasil. Na data, as igrejas que o têm como patrono costumam realizar missas comemorativas e abençoar motoristas e veículos.

Uma dessas celebrações acontece na capital paulista, na Paróquia de São Cristóvão. Segundo o padre responsável pela igreja, por ano, milhares de fiéis levam seus carros para benzer. “O número de devotos cresce a cada ano, muitos vêm até a igreja no dia do santo para pedir a benção nos veículos, além dos caminhoneiros, taxistas e carros de passeios, algumas viaturas oficiais da polícia militar, guarda civil, corpo de bombeiro e ambulâncias também procuram a proteção”, afirma padre João Benedicto Villano, 83 anos, que é pároco na igreja há 14 anos.

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Segundo a tradição da igreja, Cristóvão quer dizer “o que leva Cristo” ou “aquele que carrega o Cristo”. “Ele era conhecido por transportar as pessoas nas costas, de um lado para outro em um rio, perto da Síria. Um dia, enquanto ele transportava uma criança achou estranho como ela era pesada e, quando chegou ao outro lado do rio, ele falou para a criança ‘você é a pessoa mais pesada que eu carreguei até hoje, parece até que eu carreguei o mundo’, e o pequeno então disse a ele ‘você não carregou o mundo, mas sim o Senhor do mundo’. Daí surgiu o nome Cristóvão”, conta padre João.

O analista de contas médicas Leandro Aparecido de Carvalho, 43 anos, participa da benção dos carros na Igreja de São Cristóvão há 18 anos. Ele se lembra do dia em que, graças ao santo, ele e sua família se livraram de um terrível acidente. “Sou de Jales, interior de São Paulo, e moro na capital há 24 anos. Em 1999 estávamos voltando de lá, eu, minha esposa e uma cunhada, grávida de sete meses. Na rodovia, o carro que eu dirigia perdeu o freio e quase batemos no veículo da frente. Quando vi que iríamos bater puxei o freio de mão e o carro começou a rodopiar no meio da pista, ficamos virados na contramão. Foi um grande susto e graças à proteção de São Cristóvão não aconteceu nenhum arranhão em ninguém. No volante é preciso ter fé e prudência sempre”, conta.

Leandro de Carvalho e sua família em uma das viagens| Foto: Acervo Pessoal 

 

O taxista José Maria de Lima, 71 anos, trabalha como motorista há 25 anos em Guarulhos, na Grande São Paulo, e não costuma participar da benção dos veículos mas, antes mesmo de entrar para a profissão já tinha devoção ao santo. “Eu já sofri dois assaltos e o Pai (Jesus), junto com São Cristóvão, me deram livramento. Eu só tenho a agradecer”, diz o profissional, que complementa: “Dúvida eu tenho de tudo, menos do celestial”.

Apesar de não ser católico praticante, Lima diz que sempre pede proteção a São Cristóvão para que vá e volte para casa em paz.

 

Serviço

Bênção dos automóveis - Paróquia de São Cristóvão

Onde: Avenida Tiradentes, 84 – Luz – SP

Benção dos veículos: das 6h às 19h30

Quando: 25 de julho

 

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) concedeu uma entrevista ao jornal argentino Clarín, divulgada neste domingo (14), e afirmou que discorda do Papa Francisco sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)>

“Sou católico e respeito o Papa. Creio que é uma opinião pessoal do Papa em relação a Lula. Sabemos que os religiosos, os cristãos, sempre vão para o perdão. Eu reconheço isso no coração do Papa”, disse o presidente. 

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O pontífice enviou uma carta ao petista, no último mês de maio, pedindo que Lula não desanimasse e nem deixasse de acreditar em Deus. A iniciativa do Papa gerou uma grande repercussão entre os apoiadores e os contrários a Lula.

“Da minha parte, espiritualmente, admiro o Papa Francisco e, nessa questão pessoal, como ser humano, não compartilho com as ideias dele sobre Lula, que causou um grande mal ao Brasil”, complementou Bolsonaro.

Em sua visita à Macedônia do Norte, o papa Francisco afirmou nesta terça-feira (7) que a sociedade se acostumou com a "desinformação" e virou "prisioneira do descrédito" e da "infâmia".

As declarações foram dadas durante uma missa em Skopje, no último dia da viagem do líder católico pelos Bálcãs, que também incluiu a Bulgária.

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"Acostumamo-nos a comer o duro pão da desinformação e terminamos prisioneiros do descrédito, das etiquetas e da infâmia. Acreditamos que o conformismo saciaria nossa sede, e terminamos bebendo indiferença e insensibilidade. Alimentamo-nos com sonhos de esplendor e grandeza e acabamos comendo distração, fechamento e solidão", disse o Papa.

"Buscamos o resultado rápido e seguro e nos encontramos oprimidos pela impaciência e pela ânsia. Prisioneiros da virtualidade, perdemos o gosto e o sabor da realidade", acrescentou Francisco, em missa para cerca de 15 mil pessoas.

Agenda apertada - Jorge Bergoglio desembarcou em Skopje na manhã desta terça e se reuniu com o presidente Gjorge Ivanov e com o primeiro-ministro Zoran Zaev.

Em um discurso para as autoridades locais, o Pontífice afirmou que a Macedônia do Norte é exemplo de "convivência fraterna" entre etnias e religiões. "Isso criou uma convivência pacífica e duradoura, na qual cada identidade soube e pôde se exprimir e se desenvolver sem negar, oprimir ou discriminar as outras", disse.

A visita acontece por ocasião do 25º aniversário das relações diplomáticas entre Vaticano e Macedônia do Norte, ex-república iugoslava que conquistou sua independência em 1991. "Convido-os a prosseguirem confiantes no caminho iniciado para fazer de seu país um farol de paz, de acolhimento e de integração fecunda entre culturas, religiões e povos", acrescentou.

Francisco também visitou o Memorial de Madre Teresa de Calcutá (1910-1997) em Skopje, cidade natal da religiosa. Bergoglio colocou uma coroa de flores aos pés de uma estátua da santa e se reuniu com autoridades religiosas locais e dois parentes de Madre Teresa em uma capela.

O Papa ainda teve um encontro com cerca de 100 pobres atendidos pelas Missionárias da Caridade, congregação fundada pela santa.

O papa Francisco celebrou pela quinta vez a missa da Quinta-feira Santa em uma penitenciária, onde lavou os pés de doze presidiários, um deles brasileiro, um gesto de "fraternidade" e "serviço".

Em sua chegada, o pontífice foi muito aplaudido pelos cerca de 200 detentos da prisão de Velletri, no subúrbio do sudeste de Roma, que conta no total com 600 presidiários e 200 carcereiros.

Depois de uma rápida homilia improvisada, o papa de 82 anos se ajoelhou, ajudado por dois assistentes, para lavar e beijar os pés de doze detentos (além do brasileiro, nove italianos, um marfinense e um marroquino).

O papa lembrou que beijar os pés é um gesto antigo reservado aos "escravos" para receber o visitante que chegava à casa de seu senhor. Ele aconselhou todos os detentos a repetirem entre si este gesto de "fraternidade", que hoje também é praticado pelos bispos.

"Cada um deve ser o servidor dos outros", "o maior tem que servir o menor", afirmou, insistindo em que se abandone "o gesto de dominar, fazer mal, humilhar os outros".

Na tradição cristã, a Quinta-feira Santa comemora o dia em que Cristo lava os pés dos apóstolos e estabelece a eucaristia durante a última ceia. O ritual foi perpetuado no cristianismo, exceto em algumas ramificações do protestantismo.

Desde o início de seu pontificado, o papa Francisco decidiu realizar esta cerimônia fora do Vaticano. Em outras ocasiões, o pontífice argentino visitou um centro de detenção para menores e uma prisão para mafiosos arrependidos.

Esta manhã, o papa Francisco presidiu, na basílica de São Pedro, a tradicional missa crismal, na qual se abençoa o óleo santo que servirá para a celebração de outros sacramentos durante o ano.

Durante esta missa, diante de prelados e religiosos de Roma, Francisco afirmou: "Não somos distribuidores de óleo engarrafado". "Fazemos a unção, sujando as mãos ao tocar as feridas, os pecados, a angústia do povo", disse o papa.

O anúncio de um acordo preliminar entre a Santa Sé e Pequim neste sábado (22) é uma mudança de direção para os cerca de 12 milhões de católicos chineses, divididos entre uma Igreja "patriótica", sujeita às autoridades, e uma clandestina, fiel à Roma.

O acordo cobre apenas o aspecto religioso, especificamente a nomeação de bispos, e não significa um restabelecimento das relações diplomáticas entre o Vaticano e a China, rompidas desde 1951.

O Vaticano é um dos 17 Estados do mundo que reconhecem a independência de Taiwan, a ilha governada por um regime rival ao de Pequim desde 1949, cuja soberania é reivindicada pela China.

Desde a nomeação do papa Francisco, as negociações entre os dois lados sobre a questão da nomeações dos bispos, alguns deles nomeados pelas autoridades chinesas sem serem reconhecidos por Roma, foram retomadas.

O catolicismo criou raízes na China a partir do século XVI, com a presença dos missionários jesuítas, especialmente o italiano Matteo Ricci (1552-1610). Os jesuítas souberam adaptar o cristianismo à civilização chinesa. O próprio Matteo Ricci adotou um nome chinês, Li Madou.

Em 1951, a China rompeu com a Santa Sé, que acabara de reconhecer o Taiwan, onde o núncio apostólico havia fugido. Os comunistas chineses tomaram isso como uma heresia, por considerarem este território uma província rebelde que deveria voltar a se tornar parte da pátria.

A verdadeira ruptura veio em 15 de julho de 1957, quando o regime comunista criou uma igreja católica patriótica, a "Associação Patriótica Católica Chinesa".

Depois das perseguições da Revolução Cultural (1966-1976) contra todos os fiéis, os católicos da Igreja clandestina aproveitaram os anos 1980 - começo das reformas de abertura e econômicas - para se fortalecerem e, em algumas dioceses, estabeleceram-se vínculos entre as duas Igrejas.

Nos últimos anos, as autoridades chinesas intensificaram a repressão contra as comunidades cristãs, removendo as cruzes dos campanários, fechando e destruindo igrejas, ou proibindo a participação de crianças e adolescentes em missas.

O papa Francisco considerou desnecessário neste domingo (26) comentar as graves acusações feitas contra ele em um texto, segundo o qual o pontífice teria encoberto durante seu mandato a atuação do cardeal americano Theodore McCarrick, acusado publicamente em julho de cometer abusos sexuais.

"Não vou dizer nem uma palavra sobre este caso. Acho que o comunicado fala por si só", declarou o papa, ao ser perguntado a respeito no avião que o leva de volta a Roma, após sua visita à Irlanda.

Ex-embaixador do Vaticano em Washington, o arcebispo Carlo Maria Vigano acusou o papa Francisco, em carta aberta publicada no fim de semana, de ter anulado as sanções contra o cardeal McCarrick e de ter ignorado as advertências internas sobre o comportamento sexual do cardeal com jovens seminaristas e párocos.

"Li esse comunicado esta manhã", declarou o papa aos jornalistas que o acompanhavam na aeronave, em alusão à carta. "Leiam com atenção o comunicado e julguem vocês mesmos", disse.

"Vocês têm a capacidade jornalística suficiente para tirar conclusões. É um ato de confiança. Quando passe um pouco o tempo e vocês tiverem as conclusões, talvez fale, mas gostaria que sua maturidade profissional faça o seu trabalho. Isso lhes fará realmente bem", aconselhou o pontífice aos jornalistas.

"A corrupção alcançou o topo da hierarquia da Igreja", diz Vigano em sua carta, na qual pede, inclusive a demissão do papa Francisco.

Seu texto, de onze páginas, foi difundido simultaneamente no sábado em várias publicações católicas americanas de tendência tradicionalista ou ultraconservadora, assim como em um jornal italiano de direita.

A carta foi publicada no segundo dia da viagem de Francisco à Irlanda, onde o tema dos abusos sexuais na Igreja Católica ganharam especial atenção da mídia.

Sempre conhecido pelo humor nas redes sociais e por levar palavras de conforto aos seus seguidores, Padre Fábio de Melo envolveu-se em uma polêmica ao dizer que comeria os ingredientes de uma “macumba” se fossem colocados em sua casa. O vídeo com a declaração do religioso foi registrado em 8 de abril na comunidade católica Canção Nova, em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo.

Na manhã desta quinta-feira (10), no Twitter, o padre pediu desculpas pelo conteúdo disponibilizado no canal oficial da Canção Nova no YouTube. “Sempre manifestei publicamente o meu respeito a todas as religiões. O candomblé fez parte da minha origem. Nunca quis ofender ou desmerecer quem quer que seja. Apenas expressei, durante uma celebração cristã, convicções cristãs. Peço perdão aos que se sentiram ofendidos”, escreveu. 

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Incomodado com a atitude do padre Fábio de Melo, o babalaô Ivanir dos Santos, em uma publicação do jornal O Globo, solicitou que o vídeo fosse retirado do ar. O babalaô, ainda no noticiário carioca, disse que Fábio de Melo assumiu os "excessos de suas declarações" e que ele o acompanhará “para uma visita aos terreiros de candomblé e de umbanda” destruídos na Baixada Fluminense (RJ).

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14 pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas durante um ataque a cristãos na cidade de Omoku, na região de Port Harcourt, no sul da Nigéria.

O ataque aconteceu quando dois grupos saíram de duas missas que aconteceram na madrugada desta terça-feira (2). Segundo a polícia local, extremistas religiosos armados abriram fogo contra os grupos de fiéis.  

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De acordo com o jornal local Nigeria Independent, os atiradores coordenaram o ataque para atuar em dois lugares diferentes simultaneamente.   

Os autores dos disparos ainda estão foragidos.

 Apesar da região de Port Harcourt ser conhecida por conflitos com grupos criminosos devido a abundancia do petróleo, o ataque aos cristãos não foi associado a nenhuma facção conhecida.  

A polícia está investigando um padre italiano por organizar e filmar orgias. Andrea Contin, de 48 anos, pode responder por viver de "ganhos imorais" e violência psicológica.

Foi apreendida uma variedade de brinquedos sexuais e vídeos que supostamente mostram orgias nas instalações da igreja San Lazzaro, informa o The Times. Ele também estaria escondendo vídeos pornográficos caseiros em capas que possuíam o nome de papas.

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A denúncia ainda aponta que o padre colocava alguma de suas mulheres em sites de troca de casais e que ele chegou a levar algumas delas para resorts naturistas na costa da França. 

Ainda de acordo com a reportagem do The Times, as reclamações foram inicialmente feitas a um bispo local, mas as autoridades da igreja não contactaram a polícia argumentando não terem completado ainda a própria investigação.

Uma das mulheres, de 49 anos, voluntária da igreja, disse que tem tido um caso com o padre Contin e que eles fizeram sexo nos aposentos do padre. "Havia muitas mulheres pairando em torno dele. Eu não entendia no começo, apenas depois", ela disse a um jornal italiano. 

Belém, na Cisjordânia, um território palestino ocupado há quase meio século por Israel, é o lugar onde nasceu Jesus, segundo a tradição cristã, mas também abriga locais santos para o judaísmo e o islã.

No coração de Belém, a Igreja da Natividade, construída no século IV no lugar de nascimento de Jesus, atrai peregrinos cristãos e muçulmanos. A gruta sob a igreja é uma cripta retangular pavimentada com mármore.

Três igrejas cristãs (ortodoxa, católica e armênia) administram o edifício, submetido a uma série de transformações ao longo dos séculos. Os muçulmanos têm direito a rezar na ala sul da basílica. Belém, que ocupa um lugar importante na Bíblia, fez uma primeira aparição em Gênesis sob o nome de Efrata, onde morre Raquel, esposa do patriarca Jacó, neto de Abraão.

O Túmulo de Raquel, no extremo da cidade, é o terceiro local mais sagrado no judaísmo, depois do Monte do Templo em Jerusalém (chamado de Esplanada das Mesquitas pelos muçulmanos) e da Caverna dos Patriarcas em Hebron (mesquita de Ibrahim para os muçulmanos).

Patrimônio da Unesco

Em junho de 2012, a Igreja da Natividade passou a fazer parte da lista do Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco, apesar da forte oposição de Israel e dos Estados Unidos. Os palestinos declararam uma vitória "histórica".

Em outubro de 2010, o conselho executivo da Unesco adotou uma resolução que descreve o Túmulo de Raquel como sendo também uma mesquita - "a mesquita Bilal Bin Rabah/Túmulo de Raquel em Belém".

Procissão e missa do galo

Todos os anos em 24 de dezembro, Belém vive no ritmo das celebrações de Natal. Estas começam com uma procissão do patriarca latino, que parte de Jerusalém e cruza o muro de separação construído por Israel.

As fanfarras dos escoteiros escoltam a procissão, ao som de gaitas e tambores, até a Igreja da Natividade. Na praça do Pesebre de Belém, há muitas procissões coloridas.

À meia-noite, o patriarca latino celebra a tradicional missa do galo, na Igreja de Santa Catarina, ao lado da basílica da Natividade, com a presença de muitos líderes religiosos e representantes políticos palestinos.

Prisioneira do muro de separação israelense

Em 2002, Israel ergueu uma barreira de segurança na Cisjordânia ocupada, considerada um "muro do apartheid" pelos palestinos, que separa Belém de Jerusalém, a menos de 10 quilômetros de distância, e de localidades palestinas vizinhas.

Em 7 de abril, Israel começou a levantar seu muro no setor de maioria cristã de Beit Jala e do vale de Cremisã, perto de Belém.

Dois milhões de peregrinos

O distrito de Belém, onde vivem cerca de 210.000 palestinos, compreende Belém (40.000 habitantes), Beit Jala, Beit Sahour, 30 aldeias e três campos de refugiados. A cidade, que tinha maioria cristã há meio século, hoje é predominantemente muçulmana, mas os cristãos têm um papel central na vida econômica.

O turismo é um dos principais recursos da cidade, e a Igreja da Natividade atrai dois milhões de peregrinos todos os anos.

Todos os anos, 12 milhões de devotos católicos se dirigem ao maior complexo religioso do país, o Santuário de Aparecida. Na quarta-feira (12), quando é celebrado o dia da Padroeira do Brasil, são esperados 160 mil visitantes para as missas que serão realizadas durante todo o dia. Também haverá romarias, carreatas pelas ruas da cidade, procissão até o Porto Itaguaçu (local onde foi encontrada a imagem de Nossa Senhora Aparecida), shows musicais e a procissão tradicional, com a participação da imagem da Padroeira.

Para atender a essa demanda de fiéis, o padre Vítor Coelho de Almeida idealizou uma rede de comunicação que pudesse abordar os temas pertinentes aos católicos de todo o país e que pudesse evangelizar as pessoas dos locais mais distantes, dando a eles a oportunidade de participar das celebrações feitas todos os dias no santuário. Em 1965, o padre já fazia anotações de como deveria ser uma TV que transmitisse os cultos religiosos e mensagens dos sacerdotes.

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Em maio de 2001, com a concessão autorizada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e assinada pelo então ministro das comunicações, Pimenta da Veiga, durante as celebrações de 50 anos da Rádio Aparecida, Dom Aloísio Lorscheider, junto com os padres César Moreira, Carlos da Silva, João Batista e Jalmir Herédia, deram o pontapé inicial a criação da TV Aparecida. No dia 8 de setembro de 2005, A TV Aparecida começou suas atividades, transmitindo pelo canal 59 do UHF, em parceria com a Rede Vida, para 300 mil pessoas da região do Vale do Paraíba.

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Números da TV Aparecida

É uma das 14 maiores redes de televisão em abrangência e a 7ª emissora de TV aberta mais vista no país, alcançando 70 milhões de pessoas conforme Anatel.

Está presente em 22 estados e mais o Distrito Federal, com sinal aberto e produção própria com programação 100% em alta definição (HD), com 20 horas diárias de closed caption (recurso de legendas para pessoas com problemas auditivos) e audiodescrição (acessibilidade para deficientes visuais).

Possui um canal no YouTube com conteúdo especial e reprodução da programação. O canal conta com 600 mil inscritos e tem quase 300 milhões de visualizações. Além desse recurso, possui streaming ao vivo pelo site e em aplicativos móveis para as plataformas Android e iOS.

No dia 23 de outubro, às 15h, a Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife (RMR), será palco para a celebração da 26ª Obra de Maria, festa que consiste na celebração religiosa católica. A programação conta com pregações, momentos de louvor, adoração, além da presença da Orquestra Cidadã e shows com os padres Reginaldo Manzotti, João Carlos, Frei Damião e da cantora Eliana Ribeiro.

Duas atrações internacionais também passarão pelo evento, pela primeira vez no Brasil. Trata-se da missionária norte-americana, Briege Mckenna, conhecida pelo extraordinário dom de milagres, e Damian Stayne, missionário católico da Inglaterra, que ministra o dom da cura e libertação.

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Os interessados em participar da festa podem adquirir os ingressos promocionais nas livrarias Paulinas do Recife, casas da Comunidade da Obra de Maria ou na Igreja do Espírito Santo. Os valores variam entre R$ 10, R$ 20 e R$ 30, mais um quilo de alimento não perecível, que será destinado às Obras de Maria. Outras informações podem ser adquiridas no telefone (81) 30814749.

Serviço

26ª Celebração da Obra de Maria

23 de outubro | 15h

Ingressos promocionais + 1kg de alimento não perecível:R$10, R$20 e R$30

Locais de venda: Livraria Paulinas do Recife, Casas da Comunidade da Obra de Maria, Igreja do Espírito Santo

Aberto ao público

O papa Francisco canonizou neste domingo (5) a religiosa sueca Marie Elisabeth Hesselblad (1870-1957), uma luterana que se converteu ao catolicismo, antes de uma visita à Suécia prevista para outubro.

A ministra da Cultura sueca, Alice Bah-Kuhnke, e quase 250 católicos do país assistiram a cerimônia, celebrada na Praça de São Pedro do Vaticano.

Hesselblad, conhecida por restaurar a congregação das brigidinas, nasceu 1870 em uma família luterana de 13 filhos. Na juventude foi trabalhar nos Estados Unidos para ajudar a família, como muitos agricultores suecos, e foi enfermeira em Nova York.

Em 1902 se converteu ao catolicismo e foi batizada. Dois anos mais tarde chegou a Roma e entrou para as carmelitas, onde, com uma permissão especial do papa Pio X, assumiu o hábito das brigidinas, uma ordem fundada pela santa sueca Brígida em 1363, um século e meio antes da Reforma.

Elisabeth Hesselblad reconstruiu a ordem, primeiro em Roma em 1911 e depois na Suécia em 1923, sempre com o objetivo da unidade dos cristãos. Faleceu em 1957 em Roma, aos 87 anos.

O processo de canonização foi iniciado pelo papa João Paulo II. No ano 2000, Hesselblad foi beatificada e em 2004 foi declarada "justa entre as nações" por sua defesa dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

O papa Francisco visitará a Suécia — país com apenas 150.000 católicos – entre 31 de outubro e 1 de novembro, onde participará em um evento, organizado pela Federação Luterana Mundial, da Refoma protestante de Martinho Lutero, que em 2017 completará 500 anos.

Na mesma cerimônia deste domingo, o papa canonizou o padre polonês Jan Papczyński (1631-1701), conhecido como Stanislau de Jesus e Maria.

O Papa Francisco inaugurou nesta quinta-feira o Jubileu dos Sacerdotes, no contexto do "Ano Santo da Misericórdia", e fez um apelo para que se reconhecessem sinceramente "sujos, impuros, mesquinhos, vaidosos" e, ao mesmo tempo, "chamados e escolhidos" por Deus.

Um total de 6.000 sacerdotes e seminaristas, que representam mais de 530.000 correligionários de todo o mundo, se reuniram em três basílicas de Roma, onde o Papa decidiu pregar sobre a importância de manifestar o consolo e a bondade de Deus.

Em seu discurso, Francisco se mostrou crítico sobre certas atitudes hipócritas, inflexíveis, corruptas e mundanas no clero. A transmissão correta da mensagem cristã passa, segundo o Papa, pelo reconhecimento doloroso do próprio pecado, que permite ao sacerdote ter uma atitude misericordiosa.

Em seu primeiro pronunciamento, em São João de Latrão, o pontífice argentino se perguntou: "O que sentimos quando as pessoas beijam nossa mão e contemplamos nossa miséria mais íntima?".

"Devemos", acrescentou, "nos situarmos no espaço onde nossa miséria mais vergonhosa e nossa maior dignidade coexistem. Sujos, impuros, mesquinhos, vaidosos, egoístas e, ao mesmo tempo (...) chamados e escolhidos, amados e envolvidos de cuidados. Apenas a misericórdia torna suportável esta posição. Sem ela, ou acreditamos que somos justos como fariseus, ou nos afastamos como aqueles que se sentem indignos. Em ambos os casos nosso coração se endurece".

Parece até a introdução de uma daquelas piadas de estereótipo, mas é uma simples assertiva para reflexão: o que um católico, um evangélico, um judeu e um ateu tem em comum? No amplo bojo de similaridades, podemos inserir o fato de que, de alguma forma, todos eles vivem a Páscoa, seja por seus significados religiosos, ou simplesmente pelo evento, tradicional, familiar e cultural, que esta se tornou. Mas, precisamente, o que cada uma dessas correntes ideológicas tem a dizer sobre o período, que popularmente lembra peixe, vinho e ovos de chocolate, mas que parece transcender à essa primeira interpretação simplista?

Sobre o assunto, discorrem o arcebispo de Recife e Olinda Dom Fernando Saburido, o pastor da Igreja Batista da Capunga Ney Ladeia, o assessor da comunidade israelita de Pernambuco Jader Tachlitsky, que também é professor de história judaica, e o historiador Anderson Botelho. Cada qual defende seu ponto de vista e as tradições de sua fé, no que tange à celebração da Páscoa,ou busca através do conhecimento científico pôr em xeque histórias ou "mitos" tomados como dogmas, pelas mais tradicionais religiões monoteístas do mundo.

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Confira o vídeo completo e fique por dentro do Quadrilátero da Páscoa:

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