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Militantes, movimentos independentes e políticos do PT se organizam para ir a Curitiba na próxima quarta-feira, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro. Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá, e terá o primeiro encontro com Moro numa oitiva. O presidente do Diretório Municipal do PT em São Paulo (DMPT-SP), Paulo Fiorillo, disse que ainda não há um número fechado de coletivos que seguirão para a capital do Paraná. "Ainda estamos fechando o número de pessoas interessadas para providenciar o transporte."

Segundo Adilson Sousa, presidente eleito do diretório zonal Freguesia do Ó/Brasilândia do PT, os ônibus não serão ocupados exclusivamente por filiados da sigla. "Vamos para mostrar que movimentos sindicais, partidários e diversos setores da população não concordam com a judicialização da política", diz. Ele estima que 50 mil pessoas, de todo o País, devem ir a Curitiba.

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Divisão

Nas redes sociais, grupos contrários ao ex-presidente também se organizam em eventos de protesto. Embora sem organização oficial, o Movimento Brasil Livre (MBL) informou que alguns de seus representantes estarão em Curitiba para fazer a cobertura da oitiva.

Sousa acredita que será planejada uma divisão entre os grupos pró e contra Lula, o que ele avalia de forma negativa. "Acho muito ruim esse ‘apartheid’. Quem tiver de protestar, que proteste, com respeito ao espaço de cada um, sem agressividade ou provocação", afirma. "É muito negativa essa ideia de ‘eles contra nós’."

Dias depois de Moro marcar o interrogatório de Lula, em março, a curitibana e funcionária pública Melina Pugnaloni, de 32 anos, começou a organizar a ida de apoiadores do petista a Curitiba. Segundo ela, que não é filiada ao PT, houve campanha de crowdfunding na internet e venda de rifas para arrecadar fundos.

"Não necessariamente são pessoas filiadas. Me procuraram pelo Facebook, viram a movimentação que eu estava fazendo. O que eu fiz foi a ponte, entre quem organizava e os interessados", diz a curitibana, que afirma que o apoio será pacífico. "Foi jogado um clima de terror na população de Curitiba, no sentido de que as pessoas viriam para cá para aterrorizar a cidade. Não é verdade."

Melina estima que cerca de 40 ônibus seguirão de outros Estados de forma independente, e diz que alguns curitibanos abriram suas casas para os apoiadores que precisavam de lugar para ficar. "Eu vou receber quatro pessoas", afirma ela, que ajudou a montar grupos no WhatsApp para aqueles que precisavam de carona.

Na internet, o grupo Frente Povo Independente arrecadou mais de R$ 8,5 mil para custear dois ônibus por meio do site de financiamento coletivo Catarse. Segundo Melina, foi feita também a campanha "Adotando um Militante", em que um apoiador pagava a ida do outro que não podia.

Em manifestação no Dia do Trabalhador, na Avenida Paulista, o Partido da Causa Operária (PCO) montou uma barraca para colher inscrições para a caravana, e faz o mesmo em seu site, por meio de um formulário online. Procurado pelo Estado, o partido não informou o número de inscrições feitas. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) disse que não está promovendo a organização de caravanas.

Véspera

Na véspera do depoimento de Lula, o petista e seus apoiadores vão participar de um culto ecumênico na Catedral Metropolitana de Curitiba. A expectativa é de que quase toda a direção nacional do PT, além de dezenas de deputados, senadores e ex-ministros dos governos petistas, devem ir para a capital paranaense em solidariedade ao ex-presidente.

No dia do depoimento, o PT vai promover debates políticos e atos culturais na frente da Justiça Federal do Paraná caso Sérgio Moro não aceite transmitir ao vivo o depoimento. Se houver a transmissão, os petistas vão instalar um telão no local.

A ordem é evitar confrontos e manifestações de caráter eleitoral. "Nossa orientação é para evitar confusão e não falar em eleição ou que o Lula é candidato", diz o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gilberto Carvalho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em defesa da manutenção da presidente afastada Dilma Rousseff no cargo e pelo "Fora Temer", o ato organizado pela Frente Povo Sem Medo, que congrega mais de 40 instituições ligadas aos movimentos sociais, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, conta com a presença de políticos, entre eles os deputados Luiza Erundina e Ivan Valente, candidatos a prefeita e vice de São Paulo pelo PSOL.

Também marcam presença o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a secretária municipal de Educação de São Paulo, Nadia Campeão, e o ex-senador Eduardo Suplicy, candidato a vereador pelo PT.

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Os dois lados da avenida Brigadeiro Faria Lima, na altura da rua Teodoro Sampaio, foram fechados para abrigar os manifestantes. Os organizadores falam em 40 mil pessoas.

A marcha que se iniciou às 16h15 vai seguir até o escritório do presidente interino Michel Temer, no Alto de Pinheiros. "Vamos para onde ele arquitetou o golpe", disse o coordenador geral do MTST, Guilherme Boulos.

O Largo da Batata está tomado por manifestantes liderados pela Frente Povo Sem Medo, que congrega mais de 40 instituições ligadas aos movimentos sociais. O ato tem três motes: o "Fora Temer", defesa dos direitos dos trabalhadores e a garantia da escolha popular nas decisões políticas, entre elas a realização de novas eleições.

Também virou alvo de faixas e cartazes a senadora Marta Suplicy, ex-petista que deixou o partido no final do ano passado para se candidatar à prefeitura de São Paulo pelo PMDB, partido de Temer. "Marta traidora, devolva meu voto", diz um deles.

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Presente ao ato, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que há um clima de confiança entre os aliados de Dilma de reverter o processo de impeachment no Senado. "Tem uma mudança das pesquisas no Nordeste e isso tem repercutido entre senadores que votaram a favor da abertura do processo de impeachment. Nós achamos que vamos ter os votos necessário para reverter o processo", disse.

Segundo ele, tem "um ano" até a votação, marcada para 2 de setembro. "Daqui até la vão ter delações que vão incriminar diretamente o presidente interino Michel Temer", disse.

Sobre a declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que Temer seria virtual candidato em 2018, o senador petista disse que ele está descolado da realidade. "A rejeição a Temer é muito alta. Um governo que se constrói em cima de um programa como este não tem condições de prosperar. A situação dele no meio do povo é muito difícil", disse.

O anúncio de cortes, a recriação do CPMF e a pretensão do Governo Federal de ampliar os impostos provocou uma reação negativa da bancada de oposição na Câmara dos Deputados e no Senado. De acordo com o líder do Democratas (DEM) no Senado, Ronaldo Caiado, os colegiados opositores vão lançar uma frente única para tentar barrar as alternativas da União. 

Sob a ótica de Caiado, o Congresso não vai referendar esse “ataque a população” e “jogo de cena” da presidente. "Dilma faz um jogo de cena, não faz um corte significativo de ministérios nem cargos de apadrinhados e ainda resolve repassar a conta do desastre de seu governo para o brasileiro. Vamos fazer uma ampla frente ao lado da população contra aumento de carga tributária. O Congresso não vai referendar esse ataque", afirmou.

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Segundo o senador, a frente deve articular nas duas Casas a “melhor forma de obstruir qualquer tentativa do governo de passar a conta pelo desajuste que ele mesmo realizou no orçamento para o contribuinte”. "É a pá de cal no governo do PT essa tentativa de recriar a CPMF e aumentar impostos. O governo não precisa recriar a CPMF para falar em cortes de gastos, mas prefere centrar no aumento da carga tributária em vez de cortar em sua estrutura. É brincar com a inteligência do brasileiro", declarou.

Os argumentos de Caiado foram corroborados pelo líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, que pretende além de ingressar na frente parlamentar para barrar as propostas lançar a campanha “Basta de Impostos!”. “Rechaçamos a criação da CPMF, mesmo que provisória. O governo do PT precisa entender que o país não suporta uma carga tributária de 36% e déficit público de 8% do PIB”, afirmou.

Segundo o pernambucano, o governo não percebe que “a população está cansada de carregar nas costas um governo que não funciona e está mergulhado em graves denúncias de corrupção”. Para o democrata as soluções para a crise fiscal estão no enxugamento da máquina e não no aumento de impostos.

“O governo não reduz o número de ministérios, de cargos comissionados e insiste no aumento de impostos como solução para a crise”, disparou.  “É mais uma demonstração de falta de compromisso com o reequilíbrio das contas públicas, destruídas pelo governos petistas, cujas consequências estão sendo sentidas pela população que não encontra emprego e paga mais caro por tudo, além de enfrentar uma grave recessão”, acrescentou o democrata.

Um abaixo-assinado virtual quer impedir que o nome do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, também seja atribuído ao Aeroporto Internacional do Recife. A proposta para aglutinar a nomeação, já que o equipamento já recebe o nome de Gilberto Freyre, foi aprovada no último dia 12 pela Comissão de Viação e Transportes da Câmara Federal. O texto é de autoria do deputado pernambucano Gonzaga Patriota (PSB). 

A petição, criada há uma semana, recebeu 3.536 assinaturas até a manhã desta segunda-feira (24). A meta do criado, identificado como Carlos Lira Júnior, é de chegar aos 5 mil apoios. Para embasar o requerimento, Lira afirma que o PSB “vem se aproveitando da imagem de prestígio do seu ex-líder para batizar, de maneira incessante, o maior número possível de obras públicas com seu nome” e enumera os equipamentos públicos que já receberam o nome do ex-governador. 

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“Em um acesso de fanatismo, até o primeiro Hospital da Mulher no estado seria batizado com o nome do ex-governador. Felizmente, tamanha falta de sensibilidade sofreu resistência na própria base governista, que recuou diante da manifestação contrária da sociedade”, observa. 

O criador do abaixo-assinado também destaca que o aeroporto já receber “um nome ilustre” e pede que os socialistas entendam que “homenagem é diferente de oportunismo político”. 

“Como a proposta inicial de retirar o nome de Gilberto Freyre foi rejeitada, o aeroporto passará a ter dois homenageados somente para acomodar o nome do ex-governador, um total absurdo. Os nossos representantes precisam entender que homenagem é diferente de oportunismo político. É preciso dar um basta no uso dos bens públicos para beneficiar a imagem de um partido ou grupo político”, argumenta. 

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